Diário de Isabela.. escrita por Wanda Barker


Capítulo 5
Será que ele poderia ver.


Notas iniciais do capítulo

Isa descobre que o Téo tem uma chance de poder ver.



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Me arrumei cedo para escola, não sei o porquê , mas hoje queria estar linda, quando cheguei na escola, acabei chamando a atenção de alguns meninos, o Mateus e o Téo vieram ao meu encontro.

— nossa Manu, você ta linda hoje. – disse o Mateus.

— obrigada.

Téo apenas sorriu, ele apertou forte a bengala, acho que ele desejava poder me ver tambem.

— eu queria poder ver você.....mas eu sei que você é linda.

— e como você sabe.

— eu posso não ver você com os olhos....mas eu sinto você com o meu coração....e eu tenho certeza que alguém como você , com o coração como o seu....só pode ser  linda.

Eu fiquei sem chão, com as palavras do Téo, fiquei emocionada, mas não sabia se ele estava se referindo a Manuela de antes, ou a Manuela que eu fingia ser.

Nesse instante, Omar chegou, me olhou dos pés a cabeça, me olhou de um jeito que me deixou sem graça.

—você esta linda Manuela, eu queria te fazer um convite.

— nem perca seu tempo, a resposta é não.

— eu quero ser seu amigo.

—se mudar o seu jeito, eu posso ate pensar em ser sua amiga, mas enquanto você continuar a agir como um idiota com todos aqui, nem pensar.

— então se eu tentar mudar você seria  minha amiga.

— talvez.

Ele sorriu, eu olhei para os meninos, Mateus estava indignado e Téo estava sério, o Omar foi embora, e o Mateus olhou pra mim.

— você seria amiga dele, Manu.

— não sei, as vezes eu acho que  ele só precisava de um amigo, pra mudar.....eu sei o que ficar sempre sozinha.

— mas Manu, você sempre teve a gente.

— ah....a sim ....eu sei.....

Eu sabia o que era solidão, sabia o que era não ter amigos, ser deixada de lado.

— Manu, eu acho que o Omar gosta de você. – disse o Mateus.

— mas eu aceito a amizade dele, só isso, não posso aceitar mais nada porque eu gosto de outro garoto. – eu disse sem pensar.

Téo ficou estranho, o Mateus olhou pra mim e depois pro Téo e sorriu.

— por quem Manu.  – disse Mateus.

— eu....eu.....

Téo estava tenso esperando a minha resposta.

— eu acho melhor a gente entrar , vai começar a aula. – disse, fugindo do assunto.

Sentei do lado do Téo, a aula era muito fácil, depois  da aula fui pra casa , e como não tinha nada pra fazer, resolvi ir no Téo, chegando lá a porta estava entreaberta, os pais do Téo estavam conversando.

— a sapataria não vai nada bem, esta difícil pagar as contas, e a sorveteria também não vai nada bem, esta difícil guardar dinheiro pra operação do Téo.

Eu fiquei em estado de choque, com a mão erguida para bater na porta, mas não bati.

— eu sei marido, queria tanto poder juntar a quantia necessária para a operação, agora que os médicos disseram que tem uma chance do Téo poder ver.

— eu nem contei para o Téo, disse que os exames que ele fez eram de rotina, não queria dar esperanças e acabar com elas depois.

— depois de tantos anos ,........ o Téo nasceu assim, eu sei que ele nunca reclama, mas eu sei que ele fica triste quando aquele maledito daquele menino Omar  ofende ele.

— eu não sei se vou conseguir dizer ao Téo que surgiu um medico que se especializou nesse tipo de operação, que ele teria a chance de ver  tudo pela primeira vez, e depois dizer que como essa tipo de operação ainda é experimental , é caríssimo.

— ai marido, nem se vendêssemos tudo, não teríamos nem 10 % do valor.

Eu fiquei parada na frente da porta com a mão estendida, sem saber o que fazer, o Téo tem uma chance de ver,  ELE TEM UMA CHANCE......eu podia ajudar, eu podia pagar, mas como eu faria isso, sem dizer a verdade.

Eu desisti de procurar pelo Téo, fui ate a praça e me sentei num banco, fiquei pensando em como eu poderia ajuda-lo.

Marina se aproximou de mim, para me dizer que tinha conseguido contato com a Manuela, e que ela estava bem, e que a Manuela  e o Joaquim estavam apaixonados, mas que a Regina não deixava os dois se aproximarem.

Fiquei triste pela Manuela, agora que sabia o que era estar apaixonada, eu imaginei como ela estaria se sentindo longe do Joaquim.

Voltei para casa me sentindo péssima , chegando lá tinha um buque de flores, perto do sofá, e Téo estava no sofá, por um minuto achei que fosse do Téo pra mim.

— oi Téo.

— oi Manu.

— pra quem são essas flores. – eu disse sorrindo.

— flores.....eu bem que senti cheiro de flores, quando eu cheguei.

— ah........   -    fui ate o buque e peguei o cartão, era pra mim.

— é pra mim.    -  eu disse, o Téo ficou serio na hora.

— quem mandou pra você.

— o Omar....esta escrito que é pelo começo da nossa amizade..... - bem o cartão dizia mais, porem achei melhor não falar.

— são bonitas.

— sim...são vermelhas....

—eu não conheço as cores......só sinto seu perfume.

Ele disse isso de um jeito meio irritado, será que o Téo pensava que eu poderia começar a gostar do Omar. Achei melhor mudar de assunto.

— você queria falar comigo.....

— sim, é que eu queria te convidar pra dar uma volta.

— claro.

Nos fomos ate a praça e ficamos horas conversando, quando percebi já tinha anoitecido, então nos despedimos e eu fui pra casa..


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado..



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