Diário de Isabela.. escrita por Wanda Barker


Capítulo 23
Ele pode ver...


Notas iniciais do capítulo

leiam....



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Depois de algumas horas, o Téo começou a se mexer, mas ainda estava sobre o efeito da anestesia, minha mãe e a Manu, o Mateus e a Dóris, foram embora, eles insistiram que eu tambem fosse, mas eu havia prometido que ficaria do lado do Téo, o tempo todo.

Depois de algumas brigas, minha mãe deixou, mas com a condição que eu fosse lanchar na lanchonete do hospital, e ela me disse que da próxima vez que viesse traria roupas pra mim, ainda bem que eu escolhi pro Téo, um quarto ótimo, sem ele saber é claro, assim, não era tão desconfortável pra mim e para os pais do Téo, ficamos bem acomodados no quarto, junto com o Téo.

Os pais do Téo foram fazer um lanche, e eu fiquei sozinha com ele, e finalmente o Téo acordou, ele levantou a mão e tocou nos curativos, acho que ele deveria estar com um pouco de dor, eu levantei do sofá, e fui ate a cama.

Ele sorriu quando percebeu que alguém se aproximava.

— Isa..... eu senti o seu perfume.....é você.

— sim....Téo....como você está.

— a minha cabeça esta doendo, um pouco, mas acho que é normal.

Eu segurei a mão dele.

— você ficou o tempo todo aqui.

—sim, eu só volto pro vilarejo com você.

— e meus pais.

— eles foram fazer um lanche, logo estarão de volta.

Eu dei um abraço nele, eu estava muito preocupada, os pais do Téo entraram e perceberam que ele estava acordado, eu dei espaço pra dona Fiorina se aproximar do Téo, ela o abraçou , e começou a chorar.

Depois de um tempo a enfermeira, trouxe um lanche e uns remédios pro Téo, eu ajudei ele a se sentar, ele já estava bem melhor, depois a Manu , o Mateus e a Dóris chegaram , e foi uma bagunça total, eles até começaram  cantar.

O medico quase expulsou eles do quarto, o Téo precisava descansar, tinha sido uma operação muito difícil, eu deixei eles com o Téo, e fui tomar um banho, me arrumar, e jantar, porque se eu não fosse, eu ia acabar no hospital também.

Quando voltei, estavam todos rindo, e conversando, aquela atmosfera de medo já tinha passado, agora estávamos ansiosos, pra que tirassem logo os curativos, mas isso ainda ia demorar alguns dias.

Todos foram embora, dessa vez ficou somente a dona Fiorina e eu, já era bem tarde quando o Téo finalmente adormeceu, ele tambem estava nervoso.

Depois de quase uma semana, o medico iria tirar os curativos, já era hora, eu não aguentava mais esperar, nem o Téo, tive que impedi-lo de tirar os curativos, várias vezes, bem.....pra ser sincera eu tambem pensei em arrancar aquelas faixas.

O medico fechou as cortinas, e diminui as luzes do quarto, porque o Téo nunca viu nenhuma luz, e muita claridade de uma só vez, podia deixa-lo confuso, com dor.

Os pais do Téo e eu ficamos bem em sua frente, enquanto o medico retirava as faixas, ele estava fazendo tão devagar, que parecia estar testando a minha paciência. Depois ele começou a retirar os curativos dos olhos dele.

— abre os olhos Téo.

Ele abriu bem devagar, piscou um pouco, acho que estava tentando se acostumar, mas de repente, ele me encarou, não desviava o olhar, seus olhos estavam brilhando.

.....................................................................................................

Agora é o Téo contando o que aconteceu....

Abri meus olhos bem devagar, não porque estavam doendo, mas por medo.

O quarto estava um pouco escuro, mas agora não era mais tudo escuro, minha visão estava um pouco embaciado, primeiro só vi vultos na minha frente, depois tudo ficou nítido, e eu a vi.

Eu sempre soube que ela era linda, mas confesso que fiquei sem palavras, ela olhava pra mim, estava nervosa, não sei quantos minutos fiquei olhando pra ela, sem falar nada, mas sabia que queria olhar pra ela, pra sempre.

Nunca pensei que eu seria tão feliz, nunca pensei que ver era assim, senti uma alegria impossível de descrever, uma emoção muito forte, eu não era mais cego, eu podia ver.

Sem ela, isso não seria possível, vou agradecer a Deus todos os dias por ter colocado ela no meu caminho, ela mudou minha vida.

Eu me apaixonei por ela, sem querer, quando eu menos esperava, ela mudou meu jeito de ver o mundo, ela me ensinou a amar com a alma, e eu faria de tudo pra fazê-la feliz.

.....................................................................................................

— Téo, filho.....você.....

Ele desviou o olhar de mim, e olhou para os pais dele, e sorriu.

— sim.

Todos começaram a chorar, o Téo colocou a mão na cabeça, e fechou os olhos.

— o Téo precisa descansar, vamos deixar ele sozinho, é muita informação, muita coisa nova pra ele, ele vai ficar um pouco tonto, talvez tenha dor de cabeça, nos primeiros dias, mas logo tudo passará, e ele vai poder ter uma nova vida, a operação foi um sucesso.  – o medico disse.

Todos foram saindo.

— a Isa pode ficar.

— você precisa descansar.

— só um pouco.

— tudo bem, mas só um pouco.

Todos saíram, e eu fiquei, me aproximei, ele me olhou dos pés a cabeça, enquanto eu ia na sua direção, comecei a ficar constrangida, com a intensidade do seu olhar.  Parei do lado dele, e segurei a sua mão, ele sorriu, ele me encarava, não desviava o olhar.

Muitas pessoas, não conseguem olhar o outro por muito tempo durante uma conversa, desviam o olhar, o Téo não, ele olhava pra mim, o tempo todo, mas eu estava adorando, estava muito emocionada.

— você é linda, Isa.

Eu sorri, e dei um beijo nele, ele sorria, eu me lembrei de uma coisa, peguei minha bolsa, peguei meu espelho, abri, e entreguei a ele.

— quer ver seu rosto.

Ele pegou o espelho, e se olhou, depois me olhou.

— é, tão estranho, finalmente ver o meu rosto, mas você tinha razão......eu sou bonito.

Eu comecei a rir, ele me puxou pra um beijo.

— você precisa descansar, acho melhor eu sair.

— não.....fica.....dorme aqui comigo......igual aquela noite, no meu quarto.....eu nunca consegui tirar da minha cabeça, aquela noite, quando você dormiu abraçada em mim.

— posso perguntar uma coisa.

— sim.

— você não dormiu aquela noite, né.

— não dormi, nem um minuto.

— então porque você não me acordou.

— não é sempre que tem uma garota linda, dormindo abraçada em mim.... e na minha cama.

— Téo.

Ele começou a rir.

— agora é serio, fica, eu não quero ficar sozinho.

Ele se afastou, pra deixar um espaço pra mim na cama, e eu não consegui dizer que não,  me deitei ao seu lado, e abracei ele, mas ele não dormia, estava inquieto, não fechava os olhos, na verdade nem piscava direito.

— o que houve.

— eu estou com medo de fechar os olhos e quando abrir, perceber que eu estou cego de novo.

Eu sei o que ele sentia, desde acidente, eu também tinha esse medo.

— a operação foi um sucesso, Téo, não se preocupe, você precisa descansar.

 Ele me abraçou , ficamos em silencio, eu estava muito cansada, mas só me permiti dormir, depois que ele adormeceu.

No outro dia, eu fiquei sabendo que a dona Fiorina entrou no quarto, pra pedir que eu deixasse o Téo descansar, mas o que ela viu, foi nos dois dormindo, abraçados...... e dessa vez ela não gritou, não ouve escândalo, ela simplesmente, nos tampou com um cobertor, e saiu.


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Notas finais do capítulo

eu estou adorando escrever.....



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