Diário de Isabela.. escrita por Wanda Barker


Capítulo 14
Me aproximando de Rebeca....


Notas iniciais do capítulo

leiam.....



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A Rebeca era inocente, ela era vitima, não me vendeu, ela não sabia de mim, e eu tratei ela mal todo esse tempo. Quando ela soubesse a verdade ela ia me amar também, eu teria finalmente uma mãe, finalmente uma família.

Eu corri ate em casa, a Rebeca estava na cozinha, eu me aproximei, eu estava nervosa.

— oi filha, quer um lanche.

— não mãe. 

— o que foi , você esta estranha.

Eu fui ate ela e a abracei, tentei demonstrar tudo o que sentia naquele abraço.

— eu quero te pedir desculpas, pelo jeito que tenho te tratado, você é a melhor mãe que eu podia querer, eu te amo.

A Rebeca, ou melhor a minha mãe, ficou emocionada, e me abraçou forte, como era bom o carinho de mãe.

Nesse momento, a vó Nina, entrou na cozinha e eu abracei ela também, eu tinha uma família. Elas estranharam um pouco porque eu sempre me afastei delas, mas  elas gostaram, logo nos três estávamos abraçadas, minha mãe estava emocionada, acho que ela já não aguentava mais , a maneira que eu a rejeitava, me senti culpada, mas agora seria diferente, eu iria demonstrar todo meu amor por ela.

— mãe , você tem alguma coisa pra fazer hoje.

— não filha.

— eu pensei, nos podíamos olhar um filme, juntas.

— eu vou adorar.

Nós passamos o resto do dia olhando filme, juntas sentadas no sofá, me senti amada, protegida.

A noite, estávamos jantando, eu olhei pra minha mãe, minha avó, minha tia, eu estava feliz , mas faltava alguma coisa, ou melhor alguém, faltava a minha irmã, comecei a sentir falta dela, até aquele jeito irritante de falar, eu sentia falta.

Como eu queria que a Manu estivesse aqui, queria a família toda reunida na mesa, quem sabe ate o Téo e o Joaquim.

Eu observei a minha mãe, qual seria a reação dela, acho que ela ficaria feliz em ter outra filha, e eu ainda me sentia culpada por toda a grosseria que fiz com ela.

A minha mãe e eu fomos para o quarto, para dormir.

— mãe.

— sim, filha.

—eu sei que vai parecer estranho, mais eu queria pedir uma coisa.

— pode pedir.

— eu posso dormir hoje com você.

— claro, filha eu vou adorar.

Nós juntamos as camas, e dormimos juntas, como era bom me sentir protegida, me sentir amada.

No outro dia, fui pra escola, encontrei o Téo na entrada.

— Téo.  -  eu corri ate ele e o abracei bem forte, ele retribuiu o abraço.

— como foi ontem Isa.

— foi ótimo, eu acho que nunca me senti tão feliz, Téo, era muito triste naquela mansão, com a Regina, só meu pai me fazia feliz.

—você sabe que eu vou estar do seu lado ate você se cansar de mim.

— eu nunca vou me cansar de você.

— é que....as vezes.....eu fico pensando.....eu fico esperando o dia que você vai me achar um peso na sua vida.

— não fala isso Téo, eu sempre admirei você, você é independente, me perdoe se algum dia eu fiz você pensar ao contrario....... juntos para sempre.

— sempre.

Eu me aproximei e dei um beijo nele, ele sorria, como eu o amava, nunca pensei que me sentiria assim um dia, sempre achei que as pessoas apaixonadas ficavam bobas, e agora eu estava agindo feito boba.... e estava gostando.

Como eu mudei, depois que vim pro vilarejo, estava me tornando uma nova Isabela, e eu estava gostando do meu jeito novo, agora as pessoas não me achavam mais uma chata, e eu ate tinha amigos, e dessa vez eu não iria afasta-los.

Depois que a aula acabou , o Téo foi comigo pra casa, ele ia almoçar na minha casa, depois passaríamos o resto do dia juntos.

Passando a tarde juntos, ele me contava sobre sua infância, sobre a Manu, das brincadeiras, pensei que poderia ter vivido tudo aquilo com eles, mas por causa da Regina, minha infância tinha sido horrível.

Mas não queria pensar mais nisso, não ficaria remoendo o passado, queria viver o presente, é claro que eu queria que a Regina pagasse por tudo que fez, mas eu desejava poder ter uma vida melhor, queria ser feliz, e se dependesse do Téo, eu seria, porque ele ficava demonstrando que me amava o tempo todo.

Eu acho que ele tinha muito medo que eu o deixasse, porque ele me perguntava o tempo todo se eu não me importava com o fato de ele ser cego, notei tambem que ele tentava fazer as coisas , sozinho, não aceitava a minha ajuda, acho que ele tinha medo que eu me cansasse dele, mas eu gostava de ajudar ele, e ajudar alguém que se ama, não se torna um peso, e sim um prazer em poder ajudar.

— eu tenho medo que você perceba como e difícil conviver com alguém como eu.

Ele me disse um certo dia que eu me irritei com ele, o Téo não me deixou ajuda-lo a andar na calçada, mas ele quase caiu, a bengala era útil, mas as vezes não era o suficiente.

— Téo, você já esta me irritando com isso, quando você vai perceber que eu gosto de você.

Eu disse quase gritando, mas ele sorriu.

— eu tambem gosto de você, mas você precisa entender que quando a gente ama alguém desejamos que a pessoa seja feliz, e as vezes eu acho que eu nunca vou poder fazer você feliz.

— porque você acha isso.

— é que..... você é vaidosa, eu jamais vou poder ver isso, nem dizer o quanto esta bonita hoje, você me disse que gosta de viajar, de conhecer novos lugares, e comigo ao seu lado, não será divertido, eu não posso sair por ai tocando em tudo, eu iria constranger você.

— Téo, você não pode ficar pensando isso.

— eu nunca me importei de ser cego, nunca reclamei, ate agora, eu queria tanto poder ver você.......as vejo acho que você não merece passar por isso.

— Téo, quando tudo se resolver eu quero falar com os seus pais e com você.

— por que.

— agora eu acredito não ser o momento pra falar, mas eu quero que você saiba que eu não vou desistir de você, nem que eu tenha que brigar com você todos os dias, ate você entender que você é importante pra mim, e eu não consigo mais ficar longe de você.

Ele sorriu, depois voltei pra casa , minha mãe estava na cozinha, eu a abracei, ela sorriu, eu a ajudei na cozinha, apesar de não saber nada, mas tentei, queria ficar perto dela, minha mãe estava gostando de mim , mesmo com o meu jeito, completamente diferente da Manu.


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Notas finais do capítulo

espero que estejam gostando....



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