Meu namoro com o Téo, estava indo muito bem, na frente dos outros nos agíamos como sempre, mas sozinhos, ficávamos de mãos dadas, a gente se beijava, eu achava tão fofo, a timidez dele, de como ele ficava vermelho toda vez que me pedia um beijo.

Eu estava muito feliz, o Téo me fazia bem, a paciência e a tranquilidade dele me acalmava, ele me fazia uma pessoa melhor.

O Mateus e a Dóris estavam um pouco chateados com a gente, porque agora nos não saímos mais tanto com eles, ficávamos mais sozinhos, bem, a gente tava namorando, mas como eles não sabiam achavam que a gente estava excluindo eles.

Mas até que um dia...

O Téo e eu estávamos no sofá da minha casa, estávamos conversando de mãos dadas, e de repente o Téo ficou serio.

— eu acho que chegou alguém.

— o que.  -  eu olhei em volta, não tinha ninguém, mas a porta da casa estava entreaberta.

— não Téo, não tem ninguém.

Ele ainda parecia estranho, então eu me aproximei dele, e roubei um beijo, na mesma hora ouvimos um barulho na porta, nos levamos um susto, mas quando eu fui ate a porta não tinha ninguém.

— tem alguém ai.

— não Téo, mas eu acho que tinha.

— quem quer que seja viu nos dois juntos.

— verdade.

Ficamos mais um tempo na minha casa, ate que o Mateus e a Dóris entraram, ambos estavam com um sorrisinho, e eu não gostei nada .

— porque vocês não contaram pra gente, pensei que fossemos amigos.  – disse a Dóris.

— é , então e por isso que vocês agora ficam o tempo todo sozinhos e não conversam mais com a gente.

— do que vocês estão falando. – perguntei

— não adianta disfarçar, todo o vilarejo já sabe, vocês dois estão namorando, a Sabrina espalhou pra todos, ela disse que veio aqui pra falar com você Manu, e viu vocês juntos.

— aquela fofoqueira.

— então é verdade.

Não tinha mais como mentir, então confirmei, o Mateus e a Dóris ficaram felizes, mas ninguém ficou mais feliz que o Téo , as vezes eu fico pensando se ele concordou com tudo so pra não me chatear, e que ele pensava que eu tinha vergonha dele, o que era mentira, eu nunca senti vergonha pela deficiência dele, pelo contrario, eu admirava ele, eu amava ele.

Mas eu fiquei com uma raiva da Sabrina, porque ela tinha que se meter na vida de todos.

No mesmo dia tive que confirmar o namoro, com quase todas as famílias do vilarejo, a mãe do Téo ficou feliz, ela disse que tinha percebido uma mudança no Téo, e que ele estava mais feliz, mas o que o pai do Téo me disse me destruiu, ele disse que Téo e a Manu, sempre foram tão amigos desde muito pequenos, e que sempre achou que a Manu era perfeita para o Téo.

O Téo segurou firme a minha mão, era por isso que eu não queria contar nada, porque ninguém me conhecia, todos achavam bonitinho, dois amigos de infância, se tornarem namorados, sera que se soubessem a verdade seriam contra.

Quem não gostou muito da novidade foi o Omar, tive uma discussão com ele , onde ele gritava como eu podia ter escolhido o cego, do que ele que tinha dinheiro, e inúmeras outras coisas, que ele gritou pra mim.

A Rebeca ficou feliz, o Téo era um garoto que todo o vilarejo gostava, e ela percebia que ele me fazia bem.

Agora andávamos de mãos dadas na rua,  e tudo parecia bem, mas eu ainda estava preocupada, o que todos pensariam de mim depois, será que a mãe do Téo permitiria o nosso namoro, afinal eu era uma desconhecida, uma intrusa que se passou pela Manuela e enganou todos no vilarejo.

Mas eu estava tão feliz, o Téo estava se revelando um namorado incrível, ele era atencioso, carinhoso, bastante tímido, mas até isso me encantava, eu estava ficando cada vez mais apaixonada, eu nunca fui de demonstrar sentimentos, mas eu queria que ele ficasse feliz como eu estava, então, eu sempre tentava fazer alguns gestos que demonstrasse o que eu sinto, como segurar firme a mão dele, roubar um beijo, as vezes ficávamos no sofá, sentados próximos ou ate abraçados , não conversávamos, só ficávamos juntos.

Todos no vilarejo, estavam achando bonitinho o nosso namoro, menos o Omar, ele fazia questão de me lembrar todos os dias , o lado negativo de namorar alguém cego.

Ele me dizia que o Téo nunca poderia apreciar a minha beleza, precisaria sempre de ajuda para fazer algumas coisas simples do dia a dia, disse que o Téo nunca poderia arrumar um emprego e me dar uma vida confortável, que nem no negocio da família ele poderia trabalhar.

Nos brigávamos muito, o Omar era um idiota, o Téo era incrível, ele sempre fazia as coisas sozinho, tocava violão e teclado, cantava muito bem, ........ e eu sabia que ele tinha uma chance de ver, só precisava fazer a operação, e eu decidi que ia pagar pra ele fazer a operação, só precisava convencer ele a aceitar.

Eu acabei terminando a amizade com o Omar, eu achei que ele podia mudar, que podia se tornar uma pessoa melhor, mas eu acho que ele gostava de ser mau com todos, eu ficava triste por ele, porque ele acabaria sozinho pra sempre, e a solidão é o pior destino pra uma pessoa.

Passado algum tempo, o Téo me convenceu a fazer uma coisa, que eu fiquei com medo de fazer, mas ele disse que era o certo, e que eu teria mais ajuda,....contar a verdade para o Mateus e para a Dóris.

Mas será que eles entenderiam.....será que me perdoariam.....ou iriam me odiar.