Já tínhamos um plano, estávamos todos nervosos, torcendo para que desse certo, faltava poucos dias agora, e tudo acabaria, eu voltaria a ser a Isa, não sei muito bem o que eu faria depois, se eu ficaria aqui, ou iria embora, talvez eu pudesse comprar uma casa por aqui, e morar com a Marina, o Raul não poderia ficar aqui, ele tinha muitos negócios na cidade e fora do país, não poderia ficar viajando o tempo todo.

Acordei cedo, fui até a praça, onde o Téo já estava com o Mateus, conversámos, o Téo estava meio estranho, não falava muito, e quando sentei ao seu lado, ele ficou inquieto.

Não sei o que eles estavam falando, mas o Mateus deu um jeito de ir embora rapidinho e deixou-nos a sós.

— Isa.....tem alguém na sua casa agora.

— não Téo, a Rebeca já saiu pra trabalhar e a dona Nina foi ate a cidade visitar a Helena, por que.

— ah....a gente podia ir na sua casa, queria falar com você a sós.

Fomos para minha casa, Téo estava nervoso, eu não entendia o porquê, mas também comecei a ficar nervosa. Sentamos no sofá, ele segurou a minha mão.

— eu preciso falar uma coisa.

— pode falar.

— e que.......

— pode falar.....eu sei que eu não sou a Manuela.....mas pode confiar em mim....

— eu confio em você........e eu sei que você e a Manu são totalmente diferentes, não sei como ninguém nunca reparou.

— é que as pessoas, so veem a minha aparência, e acabam não prestando a atenção no resto.

— deve ser isso......e por isso que eu sempre achei que tinha algo estranho.....como eu não posso ver, eu não me iludi com a sua aparência, foi o seu jeito de agir, que me intrigava.

— tá....você tá enrolando......o que você queria falar comigo....

Ele ficou envergonhado, estava também preocupado.

— é que eu não quero levar outro fora.

Eu fiquei nervosa, com o que ele queria me dizer...

— eu to apaixonado por você....    – ele falou rápido, estava muito nervoso.

— mas eu achei....que você.....a Manuela.

— é de você que eu gosto.

Eu fiquei em silencio, estava em choque......ele disse que gosta de mim....

— você não vai falar nada Isa.

— mas eu não entendo, como você pode gostar de mim.

— eu e a Manu sempre fomos melhores amigos, nunca tinha passado pela minha cabeça ter algo a mais com ela, mas daí ela começou a mudar....e quando ela mudava mexia comigo, por isso eu sei todas as vezes que vocês duas trocavam de lugar, por que quando a Manu agia normal, eu sentia por ela só amizade, mas quando ela começava a agir totalmente diferente eu gostava, e depois que a Manu voltou do sequestro, e começou a agir o tempo todo da maneira que eu gostava, eu percebi que a cada dia eu me apaixonava mais.

Ele estava muito vermelho, e eu nem respirava direito, ouvindo cada palavra.

— e quando você me contou a verdade, eu percebi que todo esse tempo, era por você que eu me apaixonei.

— mas.....eu sou .....

— você é decidida, tem personalidade forte, defende as pessoas, você não admite, mas é romântica....eu admiro você.....e .....tem outra coisa.... eu sei que você sente o mesmo por mim........eu ouvi você falando com a Marina.

Agora foi a minha vez de ficar envergonhada.....mas eu ia fazer uma coisa que eu estava com vontade a muito tempo....

— e então Isa.....você....

Eu não deixei ele terminar de falar, coloquei minha mão no rosto dele, e ele parou de falar, e ficou esperando, ele estava ansioso, passei meus dedos pelo cabelo dele e me aproximei, nossos lábios se tocaram, o beijo foi calmo, tranquilo....perfeito........

Perfeito para um primeiro beijo....

Quando nos separamos, ele sorria.

— então, pelo jeito você vai aceitar ser minha namorada.

— sim......mas tem uma coisa....

— o que.

— eu não quero que ninguém saiba.

— mas por que.

— se a gente falar agora todos vão achar que você esta namorando a Manuela......e eu vou me sentir mau com isso......e quando todos souberem a verdade podem pensar que eu enganei você.......e já estou tão cansada de todos me chamarem de Manu......e....

— eu entendo você......e pra mim tudo bem......eu só quero ficar com você.....

Eu me aproximei dele novamente, e puxei ele para mais um beijo, dessa vez o beijo foi mais apaixonado, mais demorado.

— posso confessar uma coisa pra você Isa.

— pode.

— você foi a primeira menina que eu beijei.

— esse também foi o meu primeiro beijo.

Ele sorriu....eu estava tão feliz, ele segurava firme a minha mão, parecia que tinha medo que fosse um sonho, ou que eu pudesse fugir dele. Ficamos horas assim, de mãos dadas no sofá, e as vezes , ele todo envergonhado, me pedia um beijo.

Quando a Rebeca entrou em casa, nos levamos um susto e no separamos, e se fosse por mim ela não teria percebido nada, porque eu me afastei do Téo, e mudei a minha expressão, mas quando olhei o Téo estava vermelho, e com uma expressão de criança sendo pega aprontando.

— o que aconteceu... – falou a Rebeca olhando pro Téo.

— nada mãezinha.  – eu me levantei , peguei o Téo pelo braço..     – eu vou acompanhar o Téo ate a casa dele, a dona Fiorina, já deve estar preocupada.

Fomos para casa dele, na porta eu me lembrei de contar uma coisa pra ele.

— Téo, você se lembra da rosa que você me deu.

— lembro.

— eu ainda tenho ela, eu guardei dentro de um livro, assim ela dura mais tempo, e quando eu estava com saudade sua eu olhava pra ela, sabe quando a gente não se falava, e assim podia me lembrar de você.

Ele ficou muito feliz em ouvir isso, porque ele segurou a minha mão e deu um beijo nela.

— você devia ter me contado a verdade mais cedo, perdemos muito tempo separados.

Eu me aproximei dele, e disse bem baixinho.

— nos vamos recuperar todo esse tempo, namorado.

Ele sorriu, dei um abraço nele, e ele entrou, e eu voltei pra casa.