Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 9
Contra as probabilidades


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, como estão?!
Olha mais um capítulo cheinho de amor para vocês ♥ ♥ ♥
Obrigada gente, vocês são incríveis de verdade, muito obrigada pelos comentários, favoritos, pelo carinho ♥ ♥ ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695837/chapter/9

 

A hora passou arrastada e parecia que a ultima aula que por sinal era de física não acabaria nunca, eu ainda tinha mais duas horas de treino de vôlei sem parar,assim que o sinal tocou a Maga correu para o meu lado e saímos juntas conversando sobre o convite do Toni.

— É claro que você aceitou né? – Ela perguntou certa da resposta.

— Sim ami, aceitei, mas não tão afim quanto das últimas vezes.

— Ué, vai me dizer que o menino lá mexeu tanto assim com você – Magali cruzou os braços me olhando.

— Não é isso – Eu respondi seca.

— Bom, seja o que for, tome cuidado, não quero você machucada e esse menino parece ser problema – Ela concluiu entrando no vestiário com as outras meninas do time, indicando que a conversa teria que terminar ali.

Me troquei tranquilamente, guardei tudo dentro da mochila e a enfiei no armário, no bolsinho de fora deixei meu celular, fechei a portinha sem nem ao menos perceber que o celular começou a vibrar sem parar, deixando duas chamadas perdidas para trás.

—-

O treino em si foi ótimo, puxado, mas bom, estávamos preparadas para o campeonato com certeza, não tinha time que combatesse o nosso. Sem contar que ganhar ano que vem era mais que um simples prêmio, era manter a tradição do colégio, times do terceiro sempre eram campeões. Alias nem conseguia acreditar que ano que vem era o último, pelo menos de duas coisas eu estava certa em relação ao meu futuro, faria Jornalismo e prestaria para a federal de Ouro Preto.

Tomei um banho quente e me troquei no vestiário, peguei minha mochila, esperei a Maga e fomos embora para casa, cada centímetro do meu corpo doía, devido ao excesso de exercícios.

Seguimos o caminho inteiro em silencio, ela não falou mais absolutamente nada sobre os últimos acontecimentos, e eu achei até melhor assim, estava sem cabeça para pensar nisso. Fiquei incomodada com o que ela disse anteriormente, será que era muito errado eu pensar em arriscar, esquecendo um pouco as conseqüências? Eu tinha plena consciência que a chance de tudo isso dar certo era nenhuma. Eu morava a quilômetros de distancia e ele alem de mais velho e eu ter mentido para ele, era amigo do meu irmão. Mesmo assim, não custava nada curtir mais um pouco essa sensação.

Entrei em casa sentindo o cheiro de limpeza, a Cilene com certeza tinha passado por ali, ela vinha duas vezes no mês dar um trato geral na casa, reparei pelo silencio que minha mãe não estava e subi correndo para o quarto, resolvi tirar um cochilo esperando por ela, troquei rapidamente de roupa, peguei meu celular e me joguei na cama me arrependendo instantaneamente pela dor forte que senti nas costas, quando olhei na tela aquela dor foi totalmente substituída por uma taquicardia que tomou conta do meu peito.

Sentei rapidamente vendo que duas chamadas perdidas estampavam as notificações do meu celular, ambas de um número desconhecido, disquei ansiosa por resposta e a voz que eu ouvi do outro lado me levou tranqüila e diretamente para os beijos daquela noite da festa.

— Alo? Mel? – Ele perguntou me tirando do transe e me lembrando do meu novo nome, ainda bem porque eu já tinha esquecido totalmente.

— Oi, quem é? – Fingi que não reconheci, mas não tinha como confundir.

— O Cebola, da festa da facul lembra?! Tudo bem?

— Ah... Claro, oi Cebola, tudo ótimo e você? Vou gravar seu número aqui – Respondi cordialmente.

— Estou bem, pensei em te encontrar hoje a noite na facul o que acha? – Ele perguntou fazendo minhas pernas tremerem, e um pânico confundir meu cérebro, o que eu falaria?

— Ah, seria realmente ótimo Ce, mas eu estudo do outro lado da cidade, fica super corrido pra mim, não pode ser no outro final de semana? – Falei a primeira desculpa que veio a minha cabeça e cruzei os dedos para ele aceitar.

— Ah... Achei que estudava no campus da minha também, que bom que avisou antes porque iria te procurar por lá hoje, por mim tudo bem, te pego em casa – Ele concluiu rindo – Escuta e como você foi parar naquela festa?

— Ah uma amiga minha convidou, ela não queria ir sozinha – Eu respondi radiante – Ok Combinado!

— Ah então diz pra ela, que vou agradecê-la pela brilhante idéia de te levar, só não entendi o por que de tão longe, só no outro final de semana? – Ele perguntou risonho.

— É... Que nesse eu tenho compromisso, mas no próximo nos vemos com certeza – Conclui me lembrando das férias que começariam na semana seguinte.

— Fechado então, beijo gata – Ele desligou me deixando com o sorriso mais bobo do mundo no rosto. Ta isso não podia ser normal, não por eu ter ficado com o sorrido mais bobo do mundo, isso tudo bem, mas sim por eu sequer conhecê-lo direito e ele causar esse efeito em mim.

—-

POV Cebola

Desliguei o telefone sorrindo, olhei para a foto dela no perfil e admirei sua beleza me lembrando automaticamente daqueles beijos, raramente eu me interessava por um segundo encontro, mas dessa vez realmente tinha me chamado atenção.  Ela topou sair, ponto pra mim! Restava agora esperar por duas semanas inteirinhas para isso acontecer.

Algo no jeito que ela falou comigo me chamou atenção, não sei ao certo o que. Talvez por ser decidida e segura, não adiou compromissos para sairmos, isso era um diferencial, gostava de pessoas com atitude.

Corri para a faculdade, afinal estávamos em período de provas finais, entrei no carro e dei partida para mais um dia de aprendizado. Meu processo seletivo era no dia seguinte e eu tinha que permanecer com as notas intactas, minha chance de um estágio bom dependia diretamente disso.

— E ae! – Cumprimentei o Titi e o Cascão que chegaram junto comigo ao portão da faculdade.

— E ae, que sorriso no rosto é esse? – Cascão perguntou ao me ver – Falai, já encontrou a gata?

— Cara, ela nem é do nosso campus acredita, mas marquei um role – Contei sorrindo.

— Ueh, e como ela estava aqui na festa? - Cascão falou encafifado.

— Disse que uma amiga a convidou – Respondi tranquilamente girando as chaves no dedo.

— Ah, to achando que a mina é imaginária viu Cas, só acredito vendo – Titi me desafiou rindo.

— Depois te mostro a foto vacilão, a mina é gata demais, só não vale babar – Dei um tapa nas costas do Titi enquanto entravamos para a sala a tempo de ver a Amanda sorrindo na minha direção – Sem contar que ela é diferente, não fica no meu pé.

—-

POV Monica

Demorei a acreditar na ligação que tinha acabado de desligar, as últimas palavras por ele ditas ainda rondavam minha memória, era muito precipitado torcer para ficarmos juntos mesmo contra todas as probabilidades?! Só de ouvir a voz dele as lembranças voltavam a minha mente, de uma forma estranhamente forte. Confesso que me assusto com minhas intensidades as vezes.

Corri para a escrivaninha e tratei de escrever absolutamente tudo o que tinha acontecido nas últimas horas em meu diário, fiquei um século com a Denise no skype contando como foi nossa conversa e bolamos a maior história para caso ele perguntasse algo sobre a facul ou qualquer outra coisa. Eu estava afiada.

No final ela me alertou o que eu já sabia e temia, que se eu quisesse algo mais sério teria que sair desse rolo o quanto antes e lhe contar a verdade, mas isso incluía meu irmão e eu não estava nem um pouco preparada ainda.

—-

Contei para a Maga no outro dia e passamos o resto da semana toda falando sobre isso, intercalando com o vôlei e as provas de final de semestre.

Passei a maior parte da semana enfiada na biblioteca com a cara nos livros, me perdi entre Sheakspeare diversas vezes, dançando entre suas histórias de amor. Quem me tirava do transe era a Maga com uma cadernada, indicando que a matemática me chamava pra mais um exercício cansativo.

Cebola me mandou mensagem algumas vezes e permanecemos o decorrer da semana nos conhecendo melhor. Isso tudo fez com que a sexta feira passasse voando e eu esquecesse completamente meu compromisso com o Toni, que na segunda que se seguiu sequer olhou para minha cara, envolta entre estudos, diário, mensagens e paixão, mal tive tempo para lembrar-me de compromissos. Pedi desculpas várias vezes, inclusive tentei ligar para me explicar sem sucesso, ele estava claramente chateado, resolvi esperar a poeira baixar.

O clima nos corredores do colégio não foi diferente, ele passava reto por mim como se eu não existisse, o que todo mundo reparava. As meninas voltaram a cair em cima e eu a ficar sem saco para isso.

—-

Magali já estava preocupada com o que essa história de eu encontrar o Cebola novamente iria dar, se meu irmão descobrisse e mais um milhão de coisas que eu sequer tinha imaginado, o que me deixou mais ansiosa e agoniada ainda. Por vezes me parava no meio de uma aula ou do treino com uma nova possibilidade absurda de algo dar errado.

Fazia exatamente duas semanas que estávamos nos falando e a vontade dos beijos dele tomava sorrateiramente conta do meu corpo, contradizendo todos os alertas de problemas imagináveis, pelo menos eu sentia que ele queria o mesmo.

No último dia de aula após as despedidas, tanto do pessoal da sala quanto do time de vôlei da próxima temporada, eu e a Maga fomos à sorveteria passar o tempo, ela estava muito melhor na questão término, e mais animada para curtir as férias.

Mais uma vez a chamei para ir comigo na viagem de Minas, todo final de ano eu chamava, ela já conhecia meus avos e eles gostavam muito dela, porém novamente ela não quis, disse que iria aproveitar o tempo ocioso para organizar seu quarto, tirar coisas para doar, fazer um novo corte de cabelo, e dar um up no visual, a Maga sempre teve uma idéia fixa na cabeça de que quando se quer mudar, devemos começar pelo guarda roupa.

Só aceitei porque era por uma causa nobre e porque como eu iria sair com o Cebola e na segunda embarcar na viagem, ela ficaria sozinha na casa do meu pai, do contrário teria insistido até ela aceitar.

— Tem certeza que pegou tudo Monica? – Minha mãe perguntou enquanto corria de um  lado para o outro cheia de papeis na mão.

— Sim mãe, e vamos ficar só uma semana na vovó, não preciso levar tanta coisa assim – Respondi terminando de arrumar a mala.

— Eu sei, eu sei, vê se não esquece de me ligar quando chegar no seu pai – Ela pediu guardando vários relatórios dentro de uma bolsa, e caminhando até mim para se despedir assim que ouvimos uma buzina.

—-

POV Cebola

Fazia cinco minutos que eu estava esperando o elevador com uma mala e pastas nas mãos, sai da minha antiga empresa extremamente feliz e realizado, finalmente chegou o dia de pedir as contas, passei no processo seletivo do estágio,começaria em Janeiro e já tinha que levar as papeladas todas assinadas pela faculdade ao empregador, não havia duvidas, estava mais que preparado para essa nova etapa. Não que eu não gostasse de trabalhar com informática, mas definitivamente não era minha área.

Agora era só curtir as férias até o começo do ano que vem, sem contar que amanhã era dia de ver a Mel, ela vinha me dando uma força incrível por mensagens, isso me fazia sentir saudades do que ainda nem tinha acontecido, posso dizer até que ficava mais interessante a cada dia que passava.

Passei em casa para tomar um banho, depois fui buscar o Cascão e voamos para a casa do Titi, íamos assistir a final do campeonato brasileiro, ele afirmou que o pai dele não se incomodaria uma vez que iria buscar sua irmã em Ribeirão, algo assim, então combinamos de cada um levar umas coisas de comer, e depois com certeza rolaria um game, não podíamos nos atrasar. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho ♥
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu querido diário" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.