Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 10
Desencontros


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, como estãooooo?!
Olha mais um capítulo cheinho de amor direto do forno para vocês ♥ ♥ ♥
Quero agradecer muitoooooooo pelo carinho amores, vocês são sensacionais de verdade, muito obrigada pelos comentários incríveis, e favoritos ♥ ♥ ♥



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POV Cebola

Fazia cinco minutos que eu estava esperando o elevador com uma mala e pastas nas mãos, sai da minha antiga empresa extremamente feliz e realizado, finalmente chegou o dia de pedir as contas, passei no processo seletivo do estágio,começaria em Janeiro e já tinha que levar as papeladas todas assinadas pela faculdade ao empregador, não havia duvidas, estava mais que preparado para essa nova etapa. Não que eu não gostasse de trabalhar com informática, mas definitivamente não era minha área.

Agora era só curtir as férias até o começo do ano que vem, sem contar que amanhã era dia de ver a Mel, ela vinha me dando uma força incrível por mensagens, isso me fazia sentir saudades do que ainda nem tinha acontecido, posso dizer até que ficava mais interessante a cada dia que passava.

Passei em casa para tomar um banho, depois fui buscar o Cascão e voamos para a casa do Titi, íamos assistir a final do campeonato brasileiro, ele afirmou que o pai dele não se incomodaria uma vez que iria buscar sua irmã em Ribeirão, algo assim, então combinamos de cada um levar umas coisas de comer, e depois com certeza rolaria um game, não podíamos nos atrasar.

—-

POV Monica

Estávamos no meio da viagem quando meu pai cortou o silencio que se instalava no carro, tomei um susto uma vez que estava concentrada na escrita do meu diário.

— Monica, quer parar pra comer alguma coisa? – Ele perguntou quando faltavam aproximadamente uma hora para chegarmos.

— Não Pá, estou um pouco sem fome, a mamãe me fez comer meio quilo de coisas antes de sair de casa, acho que ela pensa que você não me alimenta direito – Eu ri o olhando carinhosamente.

— Ah, como sempre né, sua mãe não muda – Ele riu junto comigo. – Lembro quando viajávamos e ela fazia uma mala do tamanho das de roupas só para comida, com medo de alguém ficar com fome no caminho.

— Verdade, bons tempos, ela não muda mesmo e nem você né?! – Eu vi a oportunidade na minha frente – Pá, sabe, quando vocês se separaram eu era bem pequena, e nunca soube muito bem o por que, não quer me contar? – Fechei meu diário o olhando calmamente.

— Ah filha, é complicado explicar essas coisas – Ele começou sem jeito – Ainda mais pra mim, que nem levo jeito.

— Me conta papi – Choraminguei – Sempre quis saber o por que disso tudo...

— Coisas que acontecem no dia a dia filha, algumas discussões, falta de paciência de ambos, várias coisas acontecendo ao mesmo tempo, foi bem na época em que o Titi teve aquela crise forte de problemas respiratórios, eu estava abarrotado de serviço, sua mãe passava grande parte do dia no hospital esperando seu irmão tomar soro, eu te buscava na creche e você chorava até a mamãe voltar pra casa, enfim, acho que éramos novos e não soubemos passar por tempos difíceis juntos, unidos, eu talvez não tenha agüentado a pressão, e decidimos nos separar – Ele terminou de contar claramente abalado – Não me orgulho disso, foi um dos momentos mais difíceis da minha vida, eu nunca deveria ter aceitado, hoje eu tenho outra cabeça, consigo valorizar tudo que foi feito, mas isso acho que já não importa mais.

— Claro que não pai, a mãmãe ainda te ama eu tenho certeza – Falei chorosa – Todo mundo erra, o que não podemos é permanecer errando e não reconhecer o que fizemos, e eu vejo que você reconhece.

— Não é assim que as coisas funcionam em um casamento Monica, infelizmente – Ele concluiu chateado – Por mais que eu sinta saudade, os dois tem que querer a mesma coisa.

— Desculpa pai, nem deveria ter entrado nesse assunto, eu não queria te magoar, é que acredito que vocês ainda podem ser muito felizes juntos – Respondi de braços cruzados – Vocês se gostam, da para notar a quilômetros.

— Realmente filha, mas nem todo casal que se gosta fica junto, tem muita gente que se gosta por ai, mas que estão separados por algum motivo, as vezes envolve muito mais que gostar... – Ele comentou como se me explicasse algo simples – Mas vamos parar de falar de mim, me conta mocinha,  você já está namorando? – Ele perguntou sabendo que aquilo faria o assunto acabar.

— Pai, não precisa falar disso comigo, sério rs – Eu ri entendendo na hora, que ele queria terminar com aquele papo o quanto antes. – Obrigada por contar.

— Bom então, chegamos! – Ele abriu o portão da garagem e estacionou.

Ah, como sentia saudade dessa casa toda vez que ia embora, deixar meu pai para trás era deixar metade do meu coração em São Paulo. Sempre gostei de manter minha família unida.

Desci do carro um tanto quanto cansada, queria o mais rápido possível esticar minhas pernas, tomar um bom banho e cair na cama, quase quatro horas sentada em um carro me deixava quebrada. Peguei minha mala, minha mochila e caminhei sonolenta até a porta da sala.

Monicão dormia tranquilamente no tapete da frente, quando ouviu o carro, despertou eufórico e veio pirilampando em minha direção, o peguei no colo para carinha-lo, me atrapalhei um pouco com as duas bolsas, e previ minha queda. Com um baque surdo cai sentada no chão, o Monicão  não esperou oportunidade alguma para correr e lamber minha bochecha de felicidade. Eu ri, por mais que minha perna ainda doesse, isso que era uma recepção sensacional.

Brinquei um pouco com ele ainda sentada e assim que ouvi um barulho vindo de dentro na casa eu parei atenta, meu irmão não costumava ficar entocado de sexta a noite.

Vi as luzes acesas e uma grande movimentação no aposento, percebi então que havia mais de uma pessoa lá dentro, olhei para o meu pai buscando respostas, mas ele só acenou para que eu entrasse na frente que ele iria arrumar alguma coisa no carro e entraria logo depois.

Levantei-me, arrumei a roupa, organizei as bolsas na mão novamente, apertei o rabo de cavalo que pendia no alto do meu cabelo e girei a maçaneta com calma, assim que dei o primeiro passo na sala minha pressão despencou. Segurei-me pra não cair, meu irmão estava lá, com vários de seus amigos, todos sentados em frente a TV, atentos na telona.

Ok, era em momentos como esse que eu travava, mas dessa vez confesso que quase desmaiei.

Observei o Cebola ao lado dele e por segundos, apenas segundinhos, nossos olhares não se cruzaram, assim que virei a cabeça reparei de modo panorâmico ele voltando a atenção para mim, senti meus pés colados no chão, com um esforço surreal, eu abaixei a cabeça e caminhei apressada para o corredor tentando sair o quanto antes da vista deles mas pelo jeito sem muito sucesso.

— Oi Monica, não tem mais educação não? – Ouvi o Titi falando alto, com certeza tinha reparado no meu surto de sair correndo da sala. Tinha escolhido o dia certinho para ser um irmão legal!

— Oi, Titi, oi meninos – Gritei de costas, sem ao menos virar a cabeça.

Ouvi um coro de “oi” e senti um alivio daqueles que confortam o coração, quando entendi que tinha conseguido passar sem ser percebida, continuei a caminhar apressada em direção a única porta que me interessava naquele momento, agora me trancaria no quarto e ficaria ali até o Cebola resolver ir embora, e tem o Xaveco também, alias será que ele tinha me visto? Nem havia me atentado a isso.

Enconstei-me no corredor e apurei os ouvidos, com certeza falariam algo sobre o episódio, segundos depois comprovei que não estava errada.

— Sua irmã está bem? – Cebola perguntou rindo da minha apresentação rápida.

— Ah, ela é estranha as vezes, liga não – Titi respondeu voltando sua atenção ao futebol.

— Nossa, não sabia que ela tinha crescido tanto assim – Xaveco reparou comendo sua pipoca.

— Pois é, a pirralha ta crescendo mesmo, ta com 17 anos já – Titi contou checando novamente a porta estranhando a demora do papai.

— Nossa, lembro dela bem pequeninha brincando aqui na sala – Cascão comentou rindo.

— Pois é, ta virando um mulherão – Xaveco brincou piscando de lado.

— Qual é Xaveco, ta tirando? Tem medo de apanhar não? – Titi o empurrou com uma das mãos.

— Calmaaa, to só brincando, nem consegui a ver direito – Xaveco se defendeu.

— Bom mesmo, não quero você de gracinha com minha irmã não, ela é menor, e não é pro seu bico – Titi concluiu vendo por fim o papai entrar.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem-vindos e lidos com muito carinho ♥
Parece que não foi dessa vez que os caminhos se cruzaram novamente, mas até quando a Monica conseguirá levar essa situação???
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥



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