Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 64
Conforto de um abraço


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores como estão?
Todos gostando da nova fase da TMJ? Eu estou A-M-A-N-D-O. ♥ ♥ ♥
Venho aqui com mais um capítulo cheinho de amor para vocês, e quero agradecer demais, de coração mesmo por todo carinho que depositam nos comentários, favoritos, tanto dessa quanto das minhas outras fics, vocês são SENSACIONAIS ♥
Os amo ♥ ♥ ♥



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— Fala baixo, aqui é um hospital, me recuso a ser acusada assim em um dia como esse, meu irmão está desacordado, pode ter que passar por uma cirurgia de emergência, e você não consegue quebrar um segundo desse seu egoísmo para se solidarizar?! – Questionei limpando mais umas lágrimas que escaparam.

— Não é orgulho, é responsabilidade – Ele concluiu checando outra mensagem que chegou em seu celular, reparei que o nome Mariana surgiu na tela como notificação, imaginei ser alguma das funcionárias – Eu já vou senão atraso me mantenha informado, por favor! – Pousou um selinho não correspondido em minha boca e caminhou até meu pai para provavelmente se despedir.

Olhei sem graça para os lados e pude ver que o Cebola observava incomodado, cocei a cabeça mais um pouco e só então sentei no sofá de espera, tinha certeza que o resto da madrugada seria longa.

—-

Não saberia dizer por quanto tempo permaneci acordada depois que quase todos haviam pegado no sono, vi o dia amanhecer e com ele o número de pessoas no local aumentar, imaginando com pesar, quantas famílias estariam ali, tristes da mesma forma, agoniadas por uma noticia.

Minha angustia misturava um pouco de tudo, o fato do meu irmão estar naquela situação, o fato da minha mãe estar em pânico passando por isso de longe, de eu não poder contar com a presença do Mauricio, ou de ter sido chamada de irresponsável por ele.

Não era inveja, longe disso, mas sentia muita vontade de ter meu noivo por perto, assim como a Maga, que estava adormecida nos braços do Cascão, ou como vários casais que ali se encontravam dando apoio uns aos outros.

Juntando todos esses acontecimentos, o resultado foi insônia, pesada, um resto de madrugada inteirinha de choro, embalada pelos meus fones de ouvido.

Ninguém arredou o pé dali, naquele momento desejei que o Titi pudesse sentir o quanto era querido, tanto pela família, quanto pelos amigos.

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POV Cebola

Se eu contasse ninguém acreditaria, foi estranho até para mim, mas quando atendi a porta a última pessoa que imaginei estava ali, parada olhando para em meus olhos com o rosto abatido.

Fiquei sem reação, mas logo depois soube que tinha que chamá-la para entrar, senti que ela precisava daquilo. Ignorei totalmente o fato de ter acabado de brigar com a Amanda por telefone, e de que sairíamos juntos na manhã seguinte por pura insistência dela e apenas aproveitei para rir um pouco em meio a todo aquele estresse.

Minhas brigas com ela vinham freqüentes, ora por causa de futilidades, ora por falta de noção e mais mil e um motivos, não tinha muita logica quando se tratava de discussão com minha namorada, ela arranjava motivos de onde não existia para me acusar de coisas. A Amanda não era uma má pessoa, mas andava bem difícil nossa convivência, muito mais do que eu podia imaginar.

Em contra partida comigo e a Monica era diferente, só sorrisos, sempre foi, desde quando nos conhecemos, acho que isso contribuiu e muito para que nos apaixonássemos, nossa conversa era leve, divertida.

Entendi no seu desespero mudo, que algo havia acontecido, mas preferi não perguntar, naquele momento o que menos precisávamos era entrar em um assunto no qual ela queria esquecer.

Resultou que ela me ajudou mesmo sem saber, em poucos minutos já havia esquecido minha frustração de horas atrás. Jogamos, rimos, zoamos e quando menos esperei, ela havia pegado no sono, daquela forma que eu tanto gostava de observar, sorria tranquilamente, provavelmente sonhando com alguma coisa boa, então decidi não acorda - lá, apenas a cobri, deixei uma blusa de frio disponível caso ela precisasse e fui me deitar no meu quarto.

Não saberia dizer em qual momento do sonho eu acordei com o barulho do telefone que insistia em tocar sem parar, mas quando vi a hora meu coração acelerou, ninguém recebe ligações as 4h00 da manhã.

Corri para o aparelho, e quando ouvi a voz do Cascão me explicando do ocorrido, pude sentir a felicidade de horas atrás desmoronando.

Não queria ter que dar a noticia para ela, que logicamente havia acordado com o barulho e vinha assustada em minha direção, tanto quanto eu estava naquele momento.

Num reflexo comecei a agilizar as coisas para sairmos, a puxando sem dar muitas respostas, mas quando não teve mais jeito, contei com um aperto no peito.

Para o meu desespero os olhinhos dela cintilaram, pré abrigando as lágrimas que brotaram sorrateiras. Arrisco dizer que foi a vez que mais corri em minha vida, ultrapassei carros, quase bati, passei faróis vermelhos, porém em menos de 15 minutos já estávamos no local, acompanhados dos demais na sala de espera.

Rapidamente fui em direção ao Cascão e o Xaveco que se encontravam acomodados em um dos sofás, ambos estavam me olhando confusos, mas com expressões notavelmente preocupadas.

— Vim o mais rápido que consegui, estão faz tempo aqui? – Questionei, os cumprimentando com um aperto de mãos.

— Não, chegamos não tem nem dez minutos – Cascão respondeu coçando a cabeça.

— E o Titi? – Perguntei ainda os olhando atentamente.

— Ah mano, sofreu a parada cardíaca e ainda está desacordado, porém estabilizado. Estão fazendo um monte de exames para ver o motivo real dessas crises, espero que ele acorde logo, o Sr. Sousa estava falando inclusive sobre uma possível operação de emergência – Xaveco concluiu preocupado.

— Nossa! – Exclamei levando as mãos a cabeça.

Aquilo tudo era muito difícil, sempre soubemos que o Titi tinha crises, mas todas foram rapidamente controladas. Normalmente eram causadas quando se alterava demais, ou cansava muito devido algum esporte ou corrida, chegamos a achar em uma época que era devido ao futebol, mas daquela vez foi totalmente diferente.

Podia sentir um desespero, daquele que precede algo ruim, se alojar em meu estomago, tentei de todo jeito não pensar no pior e controlar minhas emoções, afinal todos ali deviam permanecer fortes.

Em meio a esses pensamentos, observei de longe o noivo da Monica chegando, um nó pior do que o de antes apertou dentro de mim, imediatamente desviei o olhar. Eu sabia que era importante ele ali, afinal ela se sentia bem ao lado dele e para falar bem a verdade, naquele momento aquilo era fundamental.

Abaixei a cabeça, ainda preocupado, quando o Cascão se aproximou um pouco mais de mim.

— Sei que nem é o momento para isso, e não quero me meter na sua vida pessoal, mas ficou bem estranho vocês chegando juntos... – Ele começou a sussurrar, mas eu o cortei.

— Eu sei, mas não é nada disso que pensaram – Expliquei pausadamente tentando espantar a preocupação – Somos amigos e isso permaneceu, não foi um começo de noite legal nem para mim, nem para ela. Não perguntei o porquê, mas, acho que agora já entendi – Conclui vendo de canto de olho que a Monica e o Mauricio claramente discutiam, enquanto ela tirava minha blusa de frio nervosamente.

— Hum... – Ele balbuciou, mirando a mesma coisa que eu.

De longe não consegui ouvir muito bem o motivo, mas independente disso, ali não era lugar para discussão nenhuma. Com a mesma rapidez em que chegou, vi ele se afastar e sumir por entre a porta depois de se despedir do sogro.

Por segundos o olhar choroso dela se cruzou ao meu, mas rapidamente se viraram, e miraram suas mãos. Ela permaneceu lá, sentada em um canto do hospital, cabisbaixa.

Senti que devia abraça - lá, mas num gesto mudo a Magali me indicou que era melhor que a deixasse sozinha, não entendi o porquê, mas não me mexi, voltei a olhar para a janela que já retratava o amanhecer ao longe, pontas laranjas e amarelas já desabrochavam, e o relógio marcava exatamente 7h00 da manhã.

—-

Não percebi a hora que peguei no sono, mas acordei com o pescoço doendo, e uma voz desesperada em meu ouvido, com os olhos semiabertos reparei que já eram 10h00. Quando retomei a consciência de onde estava, de um pulo me coloquei de pé. Vi que a voz vinha da Aninha, e corri até próximo a eles bagunçando por costume meu cabelo.

— O que aconteceu? – Questionei para os quatro ventos assim que vi o médico se afastar acompanhado do Sr. Sousa.

— Eles descobriram o que aconteceu com o Titi ontem – Xaveco comentou tornando a sentar.

— E o que foi? Não era uma parada cardíaca? – Perguntei agoniado.

— Era... É que na verdade ele tem uma doença chamada insuficiência cardíaca, quando o coração não consegue mais bombear sangue suficiente para o resto do corpo – Magali explicou se sentando ao meu lado.

— O que? Como assim? Mas era só uma falta de ar, ele sempre teve falta de ar... O médico deve estar enganado – Protestei indignado.

— Exatamente Cebola, a falta de ar não foi o motivo da parada cardíaca, ela é um dos sintomas dessa doença – Ela concluiu chateada.

— Então ele sempre teve, mas nunca soube? – Perguntei confuso – Como os médicos nunca descobriram?

— É uma doença gradativa... E ele não retornou as consultas de rotina e acompanhamento... - A Monica comentou pausadamente sentando em uma das poltronas.

— E qual a solução? O que farão? – Tornei a perguntar atônito.

— Vai ter que fazer uma cirurgia, de implante de enxertos de veia safena, e em último caso, se agravar a situação, pode ter que fazer um transplante cardíaco – Ela terminou de falar limpando algumas lagrimas que desceram descontroladamente.

Inconscientemente a puxei para um abraço, ela encostou o rosto em meu peito e eu meu queixo em seus cabelos. Daquela vez não segurei o choro, que escorreu pausadamente sobre meu rosto, um medo do incerto atingiu todos que ali estavam e o silencio se tornou absoluto. 


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho ♥
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥



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