Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 63
Sombras do passado


Notas iniciais do capítulo

Oláá amoressssssssss, como estão??? ♥
Aqui vai mais um capítulo diretinho do forno cheinho de amor, espero que gostem, vocês são incriveis ♥ ♥ ♥
Obrigada de coração pelo carinho, favoritos e comentários maravilhosos ♥ ♥
Amo vocês ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695837/chapter/63

 

 

— Ok, estamos indo exatamente agora – Ouvi ele responder batendo o telefone em seguida.

— O que aconteceu? – Perguntei o olhando.

— Monica, pega suas coisas, vamos, te conto no caminho – Ele comentou complementando sua bermuda com uma camiseta, e jogando carteira, celular e chave do carro em seus bolsos.

— Vamos para onde? – Perguntei pegando minha bolsa e calçando o sapato.

— Seu irmão – Ele respondeu pegando em minha mão e me puxando para o elevador.

—-

— O que tem ele Cebola? – Perguntei assustada o seguindo freneticamente pela garagem – Quem era no telefone?

— Era o Cascão... – Ele respirou fundo como quem busca coragem para falar algo – Seu irmão teve uma crise respiratória forte, deu uma parada cardíaca.

Perdi a cor do rosto e levei imediatamente às mãos a boca. Senti minha pressão caindo, mas busquei ar nos pulmões para me manter consciente.

— Como assim? Como assim parada cardíaca? Isso é possível? – Questionei atônita assim que recuperei a fala.

— Eu não sei direito como foi, mas isso é possível sim... O Cascão estava desesperado do outro lado, ele e a Magali estão indo pro hospital já – Ele respondeu apertando o botão de alarme do carro.

— E meu pai? Ele já sabe? – Cocei a cabeça impaciente começando a lacrimejar.

— Já, eles já avisaram, só não estavam encontrando você – Ele concluiu assim que entramos no automóvel, dando partida velozmente.

— Ok, preciso me acalmar!!! – Comentei mais para mim mesma do que para ele, respirando e inspirando o mais devagar que conseguia.

— Você precisa ser forte, vai ficar tudo bem – Ele forçou um sorriso pegando em uma de minhas mãos, mas eu o conhecia, por trás daquele rosto que tentava me confortar, havia um coração agitado tão preocupado quanto o meu.

Não demoramos muito para avistar o hospital, senti que voávamos por entre as avenidas, um caminho que normalmente levaríamos meia hora, ele fez em exatos dez minutos, por três vezes achei que íamos bater, pude jurar que ultrapassou uns dois faróis vermelhos, o que me faria brigar com ele se não fosse tão importante o destino para onde estávamos indo, mas finalmente havíamos chegado vivos.

Desci do carro um tanto atormentada, as informações causavam uma bagunça em minha cabeça, o medo e o pânico de não ter informações suficientes para concluir algo me deixavam desesperada.

Sai correndo em direção a recepção, buscando por noticias, pude ouvir os passos apressados do Cebola me acompanhando.

Assim que conseguimos entrar, a atendente nos direcionou para a sala de espera onde os conhecidos se encontravam. O pronto socorro era grande, gelado, para todos os lados que olhava a cor bege clara se fazia presente, dando uma sensação de fobia.
Flashs de outras vezes nas quais o Titi havia ficado no hospital surgiram em minha cabeça a todo vapor, mas tratei de chacoalha - lá espantando essas sombras do passado.

Seguimos por um corredor comprido, ladeado de salas, todas fechadas, quanto mais eu andava, mais aquela cor me incomodava e quando finalmente apontamos a esquerda, para meu desespero a primeira cena que pude ver foi a Aninha em prantos, abraçada ao meu pai. De longe eu não entendi de imediato o que se passava, mas posso dizer que foi uma das piores sensações que já tive na vida.

Sem me permitir pensar no pior, acelerei os passos em direção a eles e os abracei, deixando qualquer duvida sobre aquele momento da minha chegada com aquela roupa, acompanhada do Cebola, no ar.

Queria fazer todas as perguntas possíveis, mas naquele momento não consegui dizer absolutamente nada, o pouco que entendi, foi suficiente para agravar ainda mais minha preocupação, ele havia sofrido uma parada cardíaca enquanto estava em uma festa com a Aninha e ainda permanecia desacordado.

Sempre temi que aquele pesadelo voltasse a acontecer, não presenciei de pequena, mas lembro dos meus pais contando o quão sério foi quando ele ficou internado da primeira vez, infelizmente esse terror havia voltado, e a sala de espera mais gelada do que o normal, permanecia totalmente em silencio, aguardando aflitamente por noticias.

Vi de canto de olho o Cebola um tanto sem graça, indo em direção aos amigos, só então que percebi que a Magali, o Cascão e o Xaveco já se encontravam lá, igualmente fragilizados.

Levei a mão até minha cabeça, me sentindo assustada.

— Amiga, vai ficar tudo bem, vem cá – Magali se aproximou me abraçando, vendo que eu estava um tanto perdida.

— Quero meu irmão de volta, Maga – Choraminguei encostando minha cabeça em seu ombro.

— Ele vai se recuperar Mo, você vai ver – Ela concluiu tentando me animar. – Vamos ficar aqui com você.

— Obrigada amiga, por falar nisso, o DC apareceu por aqui? – Questionei reparando de repente que meu noivo não se encontrava no local.

— Não... Tentei avisá-lo, mas ele não atende o celular – Contou um tanto preocupada – Talvez, pelo menos nesse momento, tenha sido melhor assim.

— ... Eu sei que pareceu estranho, mas... – Tentei me explicar ao entender exatamente o porque dela ter dito aquilo.

— Não precisa me dar satisfação de nada Mo, nosso foco aqui tem que ser o Titi, quando ele se recuperar a gente conversa – Ela concluiu abrindo um meio sorriso.

— Ok! – A abracei novamente. – Como souberam onde me encontrar?

— Então, na verdade seu pai ligou lá em casa para falar com você, disse que tentou no seu celular também, mas não conseguiu. Então ele deixou recado e pediu para eu ajudá-lo a te encontrar, liguei para o DC que também não atendeu e para o seu celular, não te encontrei em lugar algum, o Cas avisou o Xaveco, e na hora de avisar o Cebola, tive a idéia de perguntar se ele sabia sobre você...– Ela contou pausadamente.

— Entendi... Bom, vou tentar falar com o Mauricio então – Conclui tirando o celular do bolso.

— Tenta sim – Ela concordou imediatamente voltando para o lado do Cascão.

—-

— Alo? – Uma voz engasgada atendeu do outro lado da linha.

— Amor? – Questionei pensando se realmente estava dormindo.

— Oi Mo, está tudo bem? – Ele perguntou rapidamente, provavelmente se dando conta das horas, beiravam 5h30 da manhã.

— Não, o Titi... Ele está no hospital – Segurei a voz para não chorar.

— Nossa linda, o que aconteceu? – Uma voz mais agitada tomou o lugar da anterior.

— Parada cardíaca – Respondi rapidamente sentindo uma lagrima descer. – Estamos no Pronto Socorro do Limoeiro.

— Estou indo para ai – Ele concluiu desligando o celular.

—-

Não demorou muito para ele chegar, ainda não tínhamos noticias sobre o meu irmão, mas a presença dele ali com certeza me faria bem.

— Que bom que chegou – Corri para um abraço.

— O minha linda – Me deu um selinho – Quase me mata de preocupação, me conta direito essa história.

— Eu não sei muita coisa – Limpei o choro freneticamente – Mas parece que ele ainda está desacordado, vão fazer exames, talvez tenha que ser operado.

— Operado?! Mas não era somente uma falta de ar? Nem asma havia sido diagnosticada ainda – Ele tentou entender ainda abraçado comigo.

— Não sei, eles estão desconfiando de mais alguma coisa – Conclui me acalmando um pouco.  – Estou com medo.

— Não fica linda, sei que o quadro é serio, mas ele vai ficar bem – Tentou me confortar com um sorriso.

— Fica aqui comigo? – Pedi chorosa.

— Fico, claro amor! – Ouvi o som de uma mensagem chegando em seu celular,  no qual ele pegou imediatamente para ler - Mas em breve preciso ir me arrumar para trabalhar.

— Trabalhar? Mas meu irmão está correndo perigo DC, você é o dono do negocio não pode tirar um dia, ou pelo menos algumas horas para me fazer companhia?  – Conclui me soltando do seu abraço. Não sabia se era por nervoso do que estava acontecendo, saco cheio de querer atenção, ou as duas coisas juntas, mas alterei um tanto a voz naquele momento.

— Hey, calma! Você sabe que meu irmão e meu pai não estão em São Paulo, não posso deixar a empresa sozinha – Ele se defendeu assustado.

— Não vai estar sozinha DC, tem uns dez diretores diferentes, tem os supervisores, tem um milhão de pessoas que podem segurar pelo menos até o almoço para você ficar comigo num momento desses – Retruquei cruzando os braços.

— Não é bem assim Mo... – Ele tornou a se defender mas o cortei.

— Quer saber? Esquece, pode ir trabalhar, não estou com cabeça para uma discussão dessas hoje. – Respondi tirando a blusa, o nervosismo havia me provocado calor.

— Espera ai, que blusa é essa? – Ele perguntou reparando de repente no moletom.

— É uma blusa de frio – Respondi ironicamente revirando os olhos.

— Isso eu sei, mas de quem? Porque minha não é – Ele concluiu analisando o tamanho que deixava claro que não me pertencia.

— Não é sua, peguei emprestada mais cedo, porque eu esqueci a minha em casa – Respondi a verdade, não gostava de mentiras.

— Emprestada? Onde você estava que precisou que emprestassem? Lembro muito bem que já era tarde quando sai do restaurante, você não foi para casa depois de lá? – Questionou um tanto alterado.

— Não acredito que vai querer criar problemas aqui – Comentei incrédula – Você nem é disso Mauricio, e aqui não é o lugar indicado.

— Disso o que Monica? De querer saber por que anda com blusa de outro cara? Sem contar que está com a mesma roupa do restaurante, a não ser que tenha criado o habito de dormir maquiada e de salto, não vejo motivos para isso. – Aumentou um pouco a voz.

— Fala baixo, aqui é um hospital, me recuso a ser acusada assim em um dia como esse, meu irmão está desacordado, pode ter que passar por uma cirurgia de emergência, corre risco de vida e você não consegue quebrar um segundo desse seu egoísmo para se solidarizar?! – Questionei limpando o rosto freneticamente, impedindo as lágrimas de escorrerem em meu rosto.

— Não é orgulho, é responsabilidade – Ele concluiu checando outra mensagem que chegou em seu celular, reparei que o nome Mariana surgiu na tela como notificação, imaginei ser alguma das funcionárias da sua empresa – Eu já vou senão atraso me mantenha informado, por favor! – Pousou um selinho não correspondido em minha boca e caminhou até meu pai para provavelmente se despedir.

Olhei sem graça para os lados e pude ver que o Cebola observava incomodado, cocei a cabeça mais um pouco e só então sentei no sofá de espera, por alguns minutos observei em silencio o anel de noivado que trazia no dedo, limpei outra lágrima que escorria sem minha permissão, e respirei fundo com a certeza de que o resto da madrugada seria longa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho ♥
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu querido diário" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.