Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 65
Conflitos Internos


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores como estão?
Venho aqui com mais um capítulo cheinho de amor para vocês ♥ ♥ ♥
Gente, obrigada de coração, mesmo mesmo mesmo por todo carinho que depositam nos comentários, favoritos, tanto dessa quanto das minhas outras fics ♥
Amo vocês ♥ ♥ ♥



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POV CEBOLA

— É uma doença gradativa... E ele não retornou as consultas de rotina e acompanhamento... - A Monica comentou sentando em uma das poltronas.

— E qual a solução? O que farão? – Tornei a perguntar atônito.

— Vai ter que fazer uma cirurgia, de implante de enxertos de veia safena... Em último caso, se agravar a situação, pode ter que fazer um transplante cardíaco – Ela terminou de falar limpando algumas lagrimas que desceram descontroladamente.

Inconscientemente a puxei para um abraço, ela encostou o rosto em meu peito e eu meu queixo em seus cabelos. Daquela vez não segurei o choro, que escorreu pausadamente sobre meu rosto, um medo do incerto atingiu todos que ali estavam e o silencio se tornou absoluto.

—-

As horas se arrastaram, o relógio redondo localizado no canto superior da sala fazia questão de mostrar com seu tilindar que os minutos se passavam lentamente, sem dar trégua nenhuma à ansiedade. A agonia que havia se instalado entre todos nós não ia embora, não nos deixava raciocinar com calma, saber que o Titi teria que passar por um procedimento de risco fez qualquer vestígio de animação entre nós se esvair.

Há todo segundo, qualquer notícia nova se tornava alarmante, não queríamos deixar de ter informações, nem que o Sr. Sousa ficasse sozinho, mas chegou um momento que todos os estômagos começaram a reclamar de fome.

Somente saímos para comer algo, depois dele insistir muito e afirmar que não iria porque já tinha almoçado. Sob protestos, nossos e de seus próprios corpos, a Monica e a Aninha se renderam e nos acompanharam, do contrário não teriam ido. Naquela hora o indicado pelos médicos foi aguardarmos por noticias em casa, não poderíamos ficar ali, na sala de espera, mas a tensão de ter um amigo naquelas condições nos deixava impacientes.

— Como está? – Perguntei para Monica que caminhava ao meu lado com as mãos no bolso da minha blusa de frio, cabisbaixa.

— Um pouco melhor, falei com minha mãe hoje, ela está chegando amanhã – Contou semicerrando os olhos devido a luz do amanhecer.

— Que noticia boa Mo, tenho certeza que com ela por aqui as coisas ficarão um pouco mais leves – Abri um meio sorriso. – Sei que sente falta dela.

— Com certeza, sinto e muita Ce – Ela concluiu respirando fundo.

— O que estão cochichando? – Magali perguntou a abraçando.

— Estou contando que minha mãe chega amanha, falei hoje cedo com ela - Monica respondeu um pouquinho mais animada.

— Isso é ótimo – Magali concordou rapidamente – A tia Lu com certeza é muito importante em uma hora dessas.

— Que horas são? – Cascão perguntou vendo que a bateria do seu celular havia acabado.

— 13h00 – Xaveco respondeu checando em seu relógio de pulso.

Fazia uma tarde quente, o que era anormal dentro daquela semana completamente chuvosa. O dia bonito contrastava diretamente com o clima pesado, deixando seus raios fracos de Sol um tanto quanto frios.

Sem muito escolher, resolvemos ir a um restaurante próximo ao hospital, já que de lá cada um seguiria para seu respectivo destino. Não tinha nada de especial, mas a única coisa que procurávamos era tampar o vazio do estomago para conseguirmos nos manter alerta caso precisassem de alguma coisa.

A comida não caiu exatamente como planejávamos, meu estomago embrulhado de preocupação recusou o resto da refeição lá pela quinta garfada. Reparei que não tinha sido somente eu, então resolvemos pedir a conta para irmos embora.

Seguimos a volta para o hospital em silencio, o único barulho que podíamos escutar era dos carros na avenida movimentada. Despedi-me de todos, certifiquei pelo menos cinco vezes que não precisariam de mim para alguma coisa, e somente após isso peguei o carro estacionado na rua lateral para ir pra minha casa tomar um banho.

 Liguei o som do automóvel, mas não prestei atenção na musica, a única coisa que passava em minha cabeça era a voz do médico dizendo os riscos da operação do Titi. Imagens desconexas dele rondavam minha cabeça era, brincando com as lembranças, ele sorrindo nos jogos de futebol, zoando com a gente na faculdade, coisas que eu voltaria no tempo para viver de novo. Era raro conquistar um amigo para chamar de irmão, e eu tinha, eu tinha mais de um, e ele fazia parte disso, não podia perdê-lo daquele jeito.

Sem ao menos perceber cheguei na minha rua, aguardei em frente ao meu prédio a abertura do estacionamento, guardei o carro na garagem, e subi o elevador ainda pensando. Vi que o porteiro queria me falar algo, mas passei tão rápido que acabei esquecendo-me de voltar, o ligaria assim que entrasse em casa.

Foi só então que algo estranho aconteceu, coloquei a chave na maçaneta, mas percebi que a mesma não virava, tentei novamente e sem sucesso no segundo seguinte notei que a porta estava aberta. Entrei um tanto precavido, mas nem precisei checar se havia alguém na casa, assim que pisei na sala a vi saindo do corredor com a expressão no rosto que eu menos precisaria naquele momento.

— Cebolácio Menezes, a onde o senhor estava? – Ela gritou fazendo meus tímpanos estalarem.

— Boa tarde para você também Amanda – Respondi me arrependendo instantaneamente de ter lhe contado onde eu deixava minha chave reserva.

— Não quero saber de boa tarde, pode começar a me falar o porque me deixou plantada na porta do shopping?! Lembra? Eu fiquei mais de uma hora te ligando e esperando – Alterou a voz novamente fazendo com que o prédio todo escutasse.

— Você pode só não gritar? – Pedi guardando a chave do carro no pote da estante.

— Você está me traindo não está Cebola? Cade ela? Deixa eu descobrir que eu mato – Me ignorou completamente andando de um lado para o outro.

— Amanda, fica quieta um pouco, minha cabeça está doendo – Reclamei sentando em uma das poltronas.

— Não vou parar Cebola, você é um irresponsável, combinou algo comigo e não foi... – Tornou a falar me tirando do sério.

— O Titi está internado.

— Me deixou abandonada lá, ainda tive que voltar de taxi, sozinha – Passou por cima da minha fala ao menos se importando.

— O Titi está internado Amanda, me ligaram de madrugada para avisar, estava no hospital até agora. – Aumentei um pouco a voz, tentando fazer com que ela parasse.

— Sorte sua que não estava chovendo, porque se estivesse... Ia ficar brava demais por sujar meu sapato – Continuou falando sem parar.

— Amanda o TITI está I-N-T-E-R-N-A-D-O – Levantei me aproximando um pouco mais para ela prestar atenção.

— Tá, já ouvi, deve ser mais uma crise respiratória, sei lá...  A família dele está lá? – Ela questionou amenizando a histeria.

— Claro que está e não é só mais uma crise, agora ele vai ter que fazer uma cirurgia de risco – Respondi acreditando que ela finalmente entenderia meu motivo.

— Então não vejo razões para você estar também e me deixar te esperando – Reclamou novamente cruzando os braços.

— Não acredito que não vai nem perguntar se ele está bem – Comentei incrédulo. – É o Titi, nosso amigo lembra?

— Lembro, claro que lembro, mas também lembro que ele já passou mal um monte de vezes e nem era nada, já tem bastante gente se preocupando com ele, e se você foi de madrugada, dava muito bem tempo de ter ido me encontrar depois de visitá-lo – Ela alterou a voz virando os olhos.

— Chega... – Exclamei sentindo que explodiria se não fosse esfriar a cabeça imediatamente.

— Alias, não é a primeira vez que me troca pelos seus amiguinhos, agora sempre que um deles precisar de você ficarei sozinha? – Ela tornou a perguntar passando por cima da minha voz.

— Chega Amanda, chega, chega, para de falar um pouco por favor – Terminei a frase balançando a cabeça – Você é muito egoísta, nem tudo gira em torno dos seus draminhas.

— Draminhas? Olha aqui Cebolácio não sou obrigada a ficar aqui ouvindo você minimizar meus problemas não, eu que digo chega!!! – Ela tornou a berrar – Não quero saber dos motivos de ninguém, quero saber dos meus. Eu vou embora, tchau! – Concluiu pisando firme, me empurrando e batendo a porta ao sair.

Caminhei atrás dela, abri a porta novamente e a chamei, uma, duas, mas na terceira vez reparei que não voltaria. Ela estava errada, eu sabia disso, mas não costumava resolver as coisas daquele jeito, por mais razão que eu tivesse, preferia manter tudo no nível da conversa civilizada, coisa que não havia conseguido desde que tinha chegado.

Tornei a entrar no meu apartamento, levei as duas mãos a cabeça respirando fundo e por fim me joguei no sofá, soltando todo o cansaço do corpo no estofado, adormecendo assim poucos minutos depois.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho ♥
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥



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