Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 24
Cortesia


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, como estão?!
Gente como vocês são incríveis, super carinhosos, agradeço de verdade por isso ♥ ♥ ♥
O capítulo de hoje está um tanto quanto........ Não vou contar pra não perder o suspense hihihihi
Aqui vai ele com muito amor viu ♥
Espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695837/chapter/24

 

POV Monica

Não fiquei para ouvir o resto da conversa, sai novamente cabisbaixa dali, antigamente se ouvisse campeonato e vôlei na mesma frase ficaria eufórica, mas andava com o humor péssimo, e isso não mudou em nada. Após me trocar lembrei do encontro que não mais aconteceria, aquele seria o dia no qual eu contaria tudo, mas não fazia mais diferença, ele não iria de todo jeito. Decidi mesmo assim ir para o Pub escrever e tentar me acalmar, assim o fiz.

—-

POV Cebola.

Minha aula tinha sido incrível, conquistar o terceiro ano realmente não era fácil, mas tinha me dado bem. Terminei o relatório do coordenador, e de repente o rosto dela me veio a mente. Não podia a ignorar para sempre, tinha que resolver isso o quanto antes, sentia muita saudade de te la em meus braços e  ve-la todo dia no colégio não ajudava nem um pouco. Em sumo, eu sabia o que precisaria fazer, só me faltava coragem de encarar tudo que ela fez de frente.

—-

Terminei meus afazeres antes do horário, o último relatório não acabava nunca e tive que me concentrar ao máximo para preenche-lo. Os times do campeonato já estavam decididos, e a lista para pendurar no quadro de avisos estava pronta.

Guardei ansioso o material, fechei a sala de aula na qual fiquei até tarde usando, e uma vez já atrasado para a faculdade, resolvi seguir o outro caminho traçado pela minha cabeça.

—-

POV Monica

Já tinha perdido as contas de quantas limonadas rosa havia tomado, quando percebi que tinha anoitecido, olhei pela janela e o que antes era de um verde azulado, se tornou azul escuro, quase preto. O ventinho frio do escurecer preencheu o ambiente, e eu desejei ter levado uma blusa de frio para o colégio.

Escrevi tanto que não vi a hora passar, e sequer percebi que o local havia enchido e vários casais se apossavam das mesas ao lado. A noite o pub era um ambiente incrível para descontrair e receber os casais apaixonados. Coisa que eu estava bem longe de ser, será que havia problema em abrigarem uma apaixonada solitária?

Fechei meu diário respirando fundo, aquela era pra ser uma noite inesquecível, e no fim foi só mais uma regada de saudade e de desabafos melancólicos. Coloquei minhas coisas na mochila e quando ia levantar a mão para pedir a conta, fui surpreendida por uma garçonete que trazia uma bandeja em mão com outra limonada rosa.

— Não moça! Acho que houve algum engano, já estou indo embora, ia pedir a conta agorinha – Respondi assim que ela pousou a taça sobre minha mesa.

— Esse aqui foi uma cortesia – Ela explicou sorridente.

— Ah, sério? Acho que comprei tantas que ganhei uma, legal da parte de vocês – Agradeci saboreando minha bebida preferida.

— Não, foi aquele moço que mandou eu te entregar – Ela respondeu apontando para o balcão onde uma silhueta que eu conhecia muito bem se destacava.         

Com uma surpresa quase deixei a taça escapar e se espatifar no chão, a garçonete sorriu e saiu de cena percebendo que seu papel de cupido terminava ali.

Cebola se levantou um tanto sério e veio caminhando em minha direção, na verdade em direção ao sofá ao meu lado onde ele se sentou mudo.

Larguei minha mochila calmamente do lado oposto do sofá e me sentei em sua frente, me esforçando o máximo que eu conseguia para não chorar. Ele passou alguns segundos encarando meus olhos, como se buscasse quem eu era realmente e então quebrou o silencio.

— Acho que precisamos conversar – Aquela voz invadiu com um arrepio meu consciente.

— Sim, precisamos mesmo – Respondi me sentindo incomodada por não ter trocado o uniforme, com certeza era bem desconfortável para ele me ver vestida como uma aluna. Sem contar que a escola era ali próximo e se alguém do corpo docente o visse poderia ser um problema.

— Só quero que me explique o porquê disso tudo, o que você ganhou com essa brincadeira? – Ele perguntou do jeito mais seco que encontrou, fazendo meu coração despedaçar, ele nunca havia falado assim comigo. Nem parecia a mesma pessoa. O olhar dele estava frio, distante.

— Cebola, eu... – Segurei o choro, não podia chorar na frente dele – Eu só fiz por que tive medo de você não aceitar, tive medo disso que está acontecendo agora.

— Mel... Monica, só está acontecendo isso agora porque você mentiu para mim, se tivesse me contado desde o começo, sei lá, olha o rolo que deu, você é menor de idade... – Ele respondeu como se a possibilidade de ficarmos juntos já tivesse sido descartada. Aquilo fez meu ar faltar.

— Eu sei Ce, eu sei, repassei isso os últimos três dias, todas as noites na minha cabeça, eu devia ter contado desde o começo, mas qual a chance de você aceitar, e se envolver comigo? Sabendo que estou na sala da sua irmã, que tenho a mesma idade ou sou até mais nova que ela – Perguntei tentando não passar o desespero que tomava conta do meu corpo – Sabendo que não faço faculdade, e só estava na festa por causa de uma amiga?!

— Não sei... Agora não sei mais de nada. Parece que tudo que me contou era mentira. As coisas não são assim Monica, você não pode enganar as pessoas desse jeito, eu nem ao menos sabia seu nome...  – Ele concluiu passando as mãos no cabelo, pude ver seus olhos marejados brilhando sob a luz ambiente. – Agora você é minha aluna...

— Eu nunca quis te magoar, nunca senti isso que estou sentindo, e tive medo de perder tudo que estávamos vivendo Ce, posso ser nova mas tenho maturidade, você viu... Eu realmente quero cursar Jornalismo, quero publicar meu livro, tenho vários sonhos – Respondi me aproximando sorrateiramente dele.

— Monica, como acreditar que as coisas que me disse realmente era verdade? Nem sei se aquele capítulo que me mostrou, era realmente seu, eu esse tempo todo estava apaixonado pela Mel, a pessoa que você criou – Ele concluiu fazendo meu estomago despencar.

Respirei fundo antes de continuar, mas a lágrima que lutei tanto para não deixar cair, tinha acabado de escorrer, deslizando pelo meu rosto, abaixei a cabeça buscando alguma resposta que o fizesse acreditar em mim novamente. Com um gesto de carinho inesperado ele limpou a lágrima e segurou meu rosto com sua mão pesada. Fechei os olhos ao sentir seu toque, quando abri novamente ele permanecia lá olhando para os meus olhos, como se tentasse ver minha alma através deles.

— Ainda sou eu Ce, sempre fui eu, e ainda sou completamente apaixonada por você – Respondi me aproximando mais ainda.

Ele num gesto inconsciente levou a outra mão ao meu cabelo segurando-o do jeito que me fazia perder o chão, aproximamos calmamente nossos rostos, consegui sentir o seu perfume novamente, nossas respirações se fundiram. Fechei meus olhos para sentir novamente aqueles lábios, e no segundo que se passou não entendi muito bem o que aconteceu.

Ele soltou nosso enlaço e se separou rapidamente de mim, como se tivesse arrependido, fiquei parada observando ele pronunciar diversas vezes que aquilo estava errado. Ainda imóvel, vi ele abrir a carteira, tirar uma quantia que pagaria a conta inteira e até mais, colocar embaixo do copo e sumir pela porta um tanto quanto atordoado.

Assim que retomei o fôlego, senti meu coração batendo fortemente no peito, e sem reação, fiquei ali, com aquele beijo que nunca aconteceu.

—-

POV Cebola

Sai um pouco desnorteado do Pub, era incrível e até assustador o modo como a Monica conseguia mexer comigo, eu estava decidido a não ultrapassar o limite entre minha sanidade e o beijo, e foi isso que fiz. Não iria agüentar mais cinco minutos perto dela sem abraça-la ou beija-la. Quando a vi chorar esqueci o que fui fazer, esqueci das respostas que fui buscar e até mesmo do motivo pelo qual nos desentendemos.

Queria acreditar nela, ou pelo menos tentar recomeçar algo, mas nunca aceitei mentiras e além dela ser menor de idade, me envolver com aluna ia muito alem de uma justa causa.

Sentei no carro ainda atordoado, os pensamentos fervilhavam em minha cabeça, peguei meu celular, procurei um número e disquei, esperei impaciente pela resposta.

— Alo? Fala Careca, tudo bem?  - Titi atendeu animado.

— Fala velho – Respondi tristemente.

— E ae, ta bem louco de faltar na primeira aula de hoje? Foi logo sobre o TCC, mas relaxa que você ta no meu grupo, o Cas também – Ele contou eufórico.

— To precisando trocar uma ideia Titi – Cortei a animação dele no meio com meu tom melancólico.

— O que foi mano? Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou preocupado.

— A cara, a mina que eu tava saindo – Contei ainda parado com o carro. – Preciso de uns conselhos.

— A Mel? Que foi? Vai me dizer que fez burrada bem agora que a mina tava na sua – Ele implicou do outro lado.

— Bora pro barzinho do campus? Te conto tudo lá – Perguntei colocando o cinto – Ou a Aninha embaça?

— Pega nada, vamos, to indo pra lá, vou chamar o Cas também demorou?! Me encontra na mesa de sempre – Ele concluiu desligando o celular.

Joguei o aparelho no banco do carona e dei partida no carro, chegaria em alguns minutos, sabia que não podia faltar nas aulas em pleno último ano, e muito menos fazer meus amigos não irem também, mas precisava desabafar, ouvir outras opiniões, e era isso que eu iria fazer naquela noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho ♥
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥
Quase rolou um remember Cebonico, mas o Ce ainda está confuso :(
Olha pra quem foi pedir conselhos :S



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu querido diário" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.