Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 23
A cada batimento por segundo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal como estão?
Meu dia de postar é sexta feira mas devido alguns imprevistos não consegui, então aqui está um capítulo novinho meus amores ♥ Feito com muito carinho e amor ♥
Quero agradecer também muitoooo pelo carinho e pelos comentários e favoritos lindos que vocês deixam ♥ ♥ ♥
Espero que gostem ♥



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Não era Mel, não era maior de idade, não era da faculdade, nem sei se aqueles textos que ela me mostrou eram realmente dela. A ajudei o tempo todo e pelas minhas costas talvez ela estivesse rindo. Tudo ficava ainda mais difícil quando lembrava das normal do colégio e do

Não costumava chorar muito, mas dessa vez estava fazendo um esforço um pouco maior para me segurar. Sabia que o certo seria conversarmos, mas naquele momento, exclusivamente naquele dia, estava sem cabeça nenhuma para isso.

Vi meu celular tocar uma, duas, três vezes, e na quarta decidi desligá-lo, ainda me doía muito quando o nome Mel estampava a tela do meu aparelho e eu ao menos sabia quem era ela de verdade.

—-

...

Dois dias haviam se passado e eu não tinha nenhuma noticia dele, claro fiz um esforço enorme para não perguntar para a Maria, que me ajudava muito não puxando o assunto, mas confesso que foi muito difícil. Na escola os dias estavam passando melancolicamente, parecia que ele conhecia todos meus passos, pois não o encontrava sequer no corredor, cheguei a pensar que sua irmã lhe contava onde eu estaria, e todos nossos horários para ele evitar passar perto, mas mesmo a conhecendo pouco tempo, acredito que não se meteria tanto assim.

O problema era que ele não respondia minhas mensagens, muito menos atendia minhas ligações, então diversas possibilidades atormentavam minha mente. Sem contar que ver a Maria todo dia no colégio complicava muito a situação, ligava a presença dela totalmente a saudade dele. Ela ainda continuava distante e evitava a todo custo falar algo que relacionasse qualquer coisa com seu irmão.

Tive que colocar todo meu lado de atriz em prática para o papai e o Titi não perceberem que eu estava mal, e senti uma falta surreal da minha mãe presente nesse momento, ela sempre me ouvia, aconselhava, e eu chorava com ela até pegar no sono.

Alias, pegar no sono vinha sendo mais difícil do que imaginei, minha mente repassava toda hora nossa história, insistindo firmemente em me mostrar o quanto fui burra. Isso me rendia pelo menos duas horas a menos de sono.

Sem contar os pesadelos que vinham me assombrando, acordei chorando na madrugada da noite anterior. Resumindo bem a minha dor estava pior do que eu conseguia explicar, lidar com a decepção dele, saber que tudo foi por minha culpa, vinha ficando cada dia mais difícil. E pensar que se a escolha dele fosse nunca mais me ver, eu não poderia ao menos protestar, me deixava pior ainda.

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Era sexta feira, fazia um dia bonito, uma tarde ensolarada, os vestígios do verão irradiavam por todo lugar, minha terceira e última aula seria de Educação Fisica, esperava ansiosa para vê-lo novamente, apesar de um certo medo. Uma coisa era sentir saudade sabendo que quando nos víssemos seria incrível, com abraços e beijos apaixonados. Outra bem diferente era essa saudade incerta que vinha me consumindo, que me sufocava cada vez que me lembrava do cheiro do seu perfume, do calor do seu abraço, me deixava com medo de não te-lo nunca mais.

A Maria continuava exatamente do mesmo jeito comigo, nossa amizade agora estava mais para uma incógnita, não me tratava nem bem, nem mal, e continuava não tocando no assunto, provavelmente para não me magoar. Sempre que podia me alfinetava de leve para mostrar que mentir sempre é a pior escolha. Tentava lhe mostrar que eu tinha aprendido isso de uma forma bem ruim.

Estava complicado sair sem mensagem de bom dia, e saber que ele estava me evitando, se escondendo pelos corredores, e estávamos tão distantes mesmo tão perto, andando pelos arredores da mesma Instituição de Ensino grande parte do dia.

— Oi Mo, como está? – Maria me assustou, quando estava entrando na sala.

— Ah, oi Maria, estou bem. Tirando o fato de que as vezes me falta ar – Contei tirando meu material da mochila – Será que estou exagerando?

— Exagerando? Bom... Não diria bem isso amiga, quando amamos alguém de verdade costuma doer bastante uma decepção, tanto para quem decepciona, quanto para quem foi decepcionado, não faz nem uma semana que tudo aconteceu, ainda está recente – Maria respondeu abrindo sua agenda.

— E ele vai vir te procurar, tenho certeza, vi a cara dele pelos corredores, não é das melhores, também está sentindo falta – Denise entrou na conversa se sentando ao nosso lado.

Maria a fulminou com o olhar tocar no assunto.

— Ah... Sério? Sou um monstro mesmo, queria que passasse rápido – Choraminguei – Mas tenho certeza que vai piorar na hora em que eu encontrá-lo na aula.

— Amiga, não fica assim não, anima, Maria você não pode dar uma forcinha? Sei lá conversar com ele? – Denise perguntou preocupada.

— Não! Não quero meter ninguém nisso meninas, já não basta o que aconteceu comigo – Limpei uma lágrima sorrateira que escorreu.

— Não resolveria do mesmo jeito amigas, o meu irmão é cabeça dura, e não age quando está nervoso, precisa refrescar a mente antes – Ela respondeu naturalmente – Ah e só pra você saber, eu já tentei.

Apenas assenti com a cabeça e massageei com as pontas dos dedos as minhas têmporas que insistiam em doer no mesmo compasso do meu coração. A cada batimento uma pontada.

—-

Naquele dia fiquei confusa com o que eu queria, por um lado esperava ansiosa a última aula, pelo outro não queria que chegasse tão cedo, a agonia e a tensão de vê-lo tomavam conta do meu estomago, que naquele momento ameaçava colocar pra fora todo meu café da manhã.

Não foi preciso mais que cinco minutos entre uma aula e outra para ele entrar em sala com a cabeça erguida, mais lindo do que nunca.

A vontade de chorar veio instantaneamente, mas engoli em seco decidida a não demonstrar nenhum sentimento que pudesse, se é que ainda tinha esse poder, desestabiliza-lo na aula.

Com sua autoridade fez a chamada, sem sequer olhar em minha direção na hora do meu nome, e por fim nos levou à quadra.

Se não o conhecesse, teria pensado que ele tinha feito de proposito, mas sua aula inteira seria sobre vôlei. Esporte esse que ele sabia muito bem o quanto eu gostava de jogar. Claro que ele não sabia que eu jogava no time do colégio, mas já tinha o explicado sobre meu amor pelo esporte.

Após os primeiros quinze minutos de aula verbal, explicando sobre as regras e fundamentos da modalidade, que eu sabia de cor, nos dividiu em times mistos para praticarmos e assim nos avaliar.

Não sei se foi antes ou depois de eu fazer um espetáculo de ponto que nossos olhares se cruzaram, e então, só então eu pude ver mais uma vez pelo menos por segundos que ele também estava sofrendo.

Ninguém da classe percebeu, exceto talvez a Maria, mas o encontro dos nossos olhos foi tão intenso que quase foi palpável. No minuto seguinte voltou sua atenção à sala, claramente abalado.

Eu tirava o vôlei de letra, arrisco a dizer que tão bem quanto literatura, então não foi difícil me destacar no jogo, com um pouco de esforço para esquecer os problemas, meu time ganhou de lavada.

Ao final da aula e depois de muita anotação, ele pediu para prestarmos atenção e sentarmos na arquibancada, pois teria alguns avisos para dar. Ofegante caminhei até onde imaginei ser uma distancia segura entre nos dois e me sentei, percebi de canto de olhos uma sombra sentar ao meu lado abrindo um grande sorriso, me esforcei o máximo para retribuir.

— Oi menina nova, você manda muito bem no vôlei, curti, Monica né? Seu nome... – Fabinho perguntou sorridente.

— Isso, obrigada – Eu ri talvez pela primeira vez sinceramente desde que tudo aconteceu – Fabio né?

— Fabinho, melhor – Ele respondeu passando as mãos sobre o cabelo – Você joga profissionalmente?

— Eu jogava pelo meu antigo colé.... – Fui cortada por uma voz autoritária.

— Os dois ai vão prestar atenção no aviso, ou vou precisar pedir para dividirem com a sala o que tanto conversam? –Cebola nos repreendeu em alto e bom tom.

—Foi mal professor – Fabio se desculpou.

Eu apenas abaixei a cabeça.

— Bom, desde que entrei tenho uns planos em mente para realizar com as turmas do Ensino Médio, um deles era inscrever o colégio nas olimpíadas interestaduais. Para isso fui conversar com a diretora e depois de algumas burocracias, consegui os inscrever no Vôlei e no Futebol – Ele contou sobre burburinhos eufóricos. – Basicamente os times serão compostos pelos alunos que mais se destacarem nas modalidades inscritas, e estes representarão o colégio. Ficou sob minha responsabilidade a escolha dos alunos e já comecei a avaliação, amanhã já colocarei no quadro de avisos do corredor os nomes.

— E tem prêmio e tudo? – Um aluno alto e forte perguntou de cima da arquibancada.

— Sim, além de medalhas e troféus para os três primeiros lugares, tem diversos prêmios como Ipod, Tablet, fones de ouvido, entre outros. Por isso o preço para entrar é caro e consegui somente a autorização do colégio para as duas modalidades. Peço que amanhã, todos os alunos que forem classificados me procurem para formalizar a inscrição, temos que fechar os times até segunda.

Uma animação geral tomou conta do lugar, surpresa e ansiedade percorriam pela quadra, fazendo com que ele tivesse que pedir silencio novamente.

— Silencio pessoal, vamos, vamos, vão se trocar – Ele sorriu dispensando a classe enquanto arrumava o material que tinha utilizado.

— Sua aula é maneira professor, gostei da atitude, nunca incentivaram o esporte aqui – Um dos alunos falou fazendo outros concordarem – Valeu mesmo.

— Opa, fico feliz em saber disso, tenho certeza que vão curtir o campeonato e esportes sempre são muito importantes para nosso corpo – Ele respondeu com o sorriso mais lindo do universo no rosto.

Não fiquei para ouvir o resto da conversa, sai novamente cabisbaixa dali, antigamente se ouvisse campeonato e vôlei na mesma frase ficaria eufórica, mas andava com o humor péssimo, e isso não mudou em nada. Após me trocar lembrei do encontro que não mais aconteceria, aquele seria o dia no qual eu contaria tudo, mas não fazia mais diferença, ele não iria de todo jeito. Decidi mesmo assim ir para o Pub escrever e tentar me acalmar, assim o fiz.

—-

POV Cebola.

Minha aula tinha sido incrível, conquistar o terceiro ano realmente não era fácil, mas tinha me dado bem. Terminei o relatório do coordenador, e de repente o rosto dela me veio a mente. Não podia a ignorar para sempre, tinha que resolver isso o quanto antes, sentia muita saudade de te la em meus braços e  ve-la todo dia no colégio não ajudava nem um pouco. Em sumo, eu sabia o que precisaria fazer, só me faltava coragem de encarar tudo que ela fez de frente.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho ♥
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥



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