A Assassina e o Alquimista escrita por Lilás


Capítulo 11
O amigo do rei


Notas iniciais do capítulo

Olá! Estou aqui outra vez no dia marcado. Confesso que estava com uma preguiça... Bom, no capítulo de hoje, nós vamos fazer uma pequena preparação para o próximo. Aliás, nesse capítulo há um pequeno erro na indicação de um personagem que eu só fui perceber na última revisão (eu faço várias revisões e fico irritada se deixo passar alguma coisa, por menor que seja). Ao invés de corrigir, eu gostaria de saber se vocês conseguem achar o erro. Se alguém descobrir, prometo uma surpresa.



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A secretária do Führer Grumman passou o dia inteiro tentando completar a ligação para o palácio do atual rei de Xing, Ling Yao. O telefone havia sido instalado no palácio real a pouco mais de um ano e era apenas usado para ligações oficiais com chefes de Estado de nações amigas. Quando a secretária finalmente conseguiu ouvir além de chiados, ela transferiu a ligação para o gabinete do Führer. Descobriu-se que a dificuldade na comunicação devia-se, em partes, ao fato de que o soberano de Xing também tentava entrar em contato com o Führer.

— Espero que esteja tendo uma noite agradável, majestade – Grumman cumprimentou.

— Seria mais agradável se as notícias fossem melhores – Ling rebateu – Recebi a informação de que uma das divisões do seu exército invadiu as fronteiras de meu país. Espero que tenha sido tudo apenas um equívoco.

— Na verdade, precisei tomar providências urgentes, senhor – Grumman pigarreia – Fui informado de que bandidos foragidos estariam rondando a cidade do rei de Xing e precisei designar meu melhor destacamento para protegê-los. São bandidos perigosos, rei. E, garanto, eles carregam armas com um imenso poder de fogo. Receio que eles tentem atacar o palácio real ou organizar um atentado terrorista contra alguma de suas maiores cidades.

— Recebi algumas informações dos seus oficiais – Ling concordou – Aumentei a segurança ao redor do palácio e também tomei minhas providências. Achei que esperariam um pedido de ajuda da minha parte antes de invadirem as fronteiras. Por enquanto, meus soldados podem cuidar de tudo por aqui.

— O senhor não entendeu, majestade – Grumman suspirou – Estou falando de assassinos profissionais. Esses criminosos são procurados no país deles por causa de uma lista extensa de crimes como assassinatos de autoridades, ataques terroristas, invasões e todo tipo de atrocidades. Recusar nossa ajuda agora pode custar muitas vidas de xingueses inocentes, principalmente agora que está passando por dificuldades para unificar o país...

Ling engoliu em seco e não respondeu. É verdade, estava muito difícil controlar as ações cada vez mais violentas dos opositores. E saber da existência de possíveis criminosos foragidos de outro país infiltrados no meio de seu povo era a gota d’água.

— Majestade, ainda está aí? – Grumman perguntou.

— Sim. Estou – Ling deu um longo suspiro.

— Perdoe-me minha precipitação, senhor – Grumman continuou muito respeitosamente – Mas, estou preocupado com a situação. O Reino de Xing é uma nação amiga de Amestris. Não negaríamos ajuda em um momento como esse. E também devo ficar em alerta, caso esses bandidos resolvam atacar Amestris.

— Sim. Eu entendo – Ling procura se recompor – Mas, eu ainda acho que o seu exército só deve intervir quando realmente precisarmos de ajuda...

— Estamos apenas garantindo a segurança dos civis – Grumman o interrompe – Inclusive – ele abaixa um pouco a voz – uma das princesas de Xing encontra-se atualmente dentro das fronteiras de Amestris e seria muito desagradável se algo acontecesse a ela...

— Isso é um aviso? – Ling prosseguiu cautelosamente. As últimas palavras do Führer soaram aos ouvidos de Ling como uma ameaça.

— Vossa Majestade verá que prevenção nunca é demais – Grumman diz, alisando seus grandes bigodes – Isso é apenas um aviso, majestade. E, como diz o velho ditado, quem avisa, amigo é.

***************************

Reunidos na pequena sala de estar de Pinako Rockbell, Edward e seus amigos aguardavam ansiosos por notícias enquanto Mustang andava de um lado para o outro no corredor com o telefone da oficina de Winry grudado na orelha.

Edward e Alphonse não quiseram alarmar ainda mais os convidados do casamento e pediram à Winry para se reunir naquela sala pequena apenas com alguns de seus amigos, a portas fechadas. Além dos dois irmãos; Mustang, a capitã Hawkeye, os tenentes Breda, Fuery, Havoc e Falman e o major Alex Louis Armstrong também estavam lá. May e Lan Fan foram chamadas porque a situação dizia respeito ao país delas. Dr. Marcoh, a professora Izumi Curtis e Sig Curtis, o marido da professora, completavam o grupo.

— Não adianta – Mustang deixou o telefone na oficina e voltou para a saleta, derrotado – Nem a general Armstrong, nem nenhum de seus subordinados, atendem. Estão incomunicáveis.

— Nós também tentamos ligar do quartel, general Mustang – Breda assentiu – Nem mesmo de um orelhão, nós conseguimos. Parece que cortaram a comunicação.

— Não se preocupe, general – Armstrong diz, com convicção – Falarei com minha irmã e ela explicará toda essa loucura. Com certeza, é um grande mal-entendido.

— Espero mesmo, major – Mustang coçou o queixo, preocupado.

— O senhor acha que isso tenha alguma coisa a ver com as Teigus, general? – Fuery perguntou.

— Como assim? – Edward enrugou a testa.

— Bom – Breda meneou a cabeça – Investiguei os relatórios do gabinete do Führer e neles tinham a confirmação de terem encontrado um rapaz, ex-oficial da Marinha do Império, nas proximidades da capital de Xing com a Grand Chariot. E também encontraram outro sujeito, poucos metros de distância do primeiro, portando a Êxtase. E esses são apenas os casos confirmados. Há a suspeita de que, pelo menos, nove portadores de Armas Imperiais tenham fugido para o Reino de Xing.

— Tá de brincadeira – Mustang esfregou o rosto com as mãos – Quer dizer que, justo agora, eles começaram a aparecer?

— Não estou entendendo o que vocês estão falando – Izumi olhava desconfiada de Mustang para os irmãos Elric – Mas eu desconfio que vocês estão afundados até as orelhas nessa confusão. Edward! Alphonse! Eu exijo que vocês expliquem o que está acontecendo.

O major Armstrong, May Chang, Lan Fan e Sig também faziam cara de dúvida diante das falas deles. Muito resumidamente, Alphonse e Edward explicaram desde a chegada de Alphonse com Akame em Resembool até a recente descoberta da existência das Teigus.

— Mas, se isso tudo era uma lenda – Izumi perguntou – porque vocês acreditaram tão rápido nessa história? E por que o Führer também acreditou?

— O médico legista disse que o homem, que Akame matou, morreu sob efeito de um veneno desconhecido – Riza respondeu, séria – E o veneno entrou pela ferida nas costas feita com um golpe de espada. Também suspeitamos que o Exército já investigava a existência dessas armas, principalmente por causa da recente proximidade com o novo governo desse país.

— Akame tem fama de ser uma grande lutadora de espada – Breda comenta – Mas não recebemos notícias dela desde ontem. Não sei se ela teria grandes chances contra os oficiais do Exército, mesmo com uma arma como a Murasame.

— Inclusive, estou preocupado – Alphonse completou – Akame não apareceu pela manhã como prometera e nem ligou para avisar. Eu gostaria de saber o que aconteceu.

— Eu quem pergunto, tenentes Breda e Fuery – Mustang cruzou os braços – Não era a vez de vocês de vigiarem a garota?

— Nós estávamos – Fuery se adiantou – Mas ela foi enviada para a Cidade Central. Achamos que ela voltaria logo, como ontem, quando o Falman e o Havoc estavam vigiando. Ela ficou na Cidade Central pelo período da manhã e depois voltou.

— É, mas ficamos vigiando o tempo todo enquanto ela ficou no quartel – Havoc se justificou – Eu contei até quantas palavras ela falou ontem. Foram dezessete. Ela estava muito tagarela ontem – e jogou a cabeça para trás, pensativo – Se bem que “hã-hum” conta como palavra? Então, foram doze.

— Mandaram a subtenente para a Cidade Central, general – Breda cortou os pensamentos de Havoc – Foi ordem do próprio Führer. Não pudemos fazer nada.

— Será que a enviaram para a fronteira de Xing para ajudar no ataque e falaram que ela foi enviada para a Cidade Central para disfarçar? – Falman indagou.

— Não acredito nisso – Riza interviu – A subtenente é valiosa demais para ser desperdiçada dessa forma. Apenas ela sabe controlar a Murasame.

— Tem razão, capitã – Mustang concorda – Enquanto, eles não descobrirem o segredo das Teigus, a subtenente será uma peça valiosa.

— Com relação a isso – doutor Marcoh começou, com receio – Estou com um mau pressentimento. Eu tenho um palpite de onde a Akame pode estar no momento.

— Se o senhor tiver qualquer pista que for – Alphonse se adiantou, ansioso – Por favor, diga logo, doutor Marcoh!

— Eles devem ter a levado de volta para o Terceiro Laboratório – doutor Marcoh suspirou.

— O Terceiro Laboratório? – Falman perguntou, incrédulo – Mas não se fazem muitas pesquisas importantes por lá. O lugar é quase abandonado.

— Mas estávamos lá ontem mesmo – Marcoh continuou – Eu desconfiei dos interesses do Exército em uma pesquisa desse tipo e menti nos relatórios. Disse que a espada era um organismo vivo. Depois do episódio dos homúnculos, as leis com relação às pesquisas em Alquimia Orgânica ficaram mais severas e, com isso, eu tinha esperanças de, ao menos, adiar um pouco mais com as pesquisas. Mas, parece, que eles resolveram sair à caça de mais Teigus.

— E por que vocês acham – Izumi tentava entender toda a questão – que essa menina é valiosa para eles?

— Porque ela é a portadora da única Teigu que está oficialmente em poder do Exército – doutor Marcoh respondeu – E, até agora, ninguém apresentou uma explicação plausível para o problema da compatibilidade das Teigus. Eles testaram a Murasame com vários espadachins habilidosos do Exército Amestrino e nenhum deles conseguiu segurar a Murasame por mais de quatro segundos. Todos relataram sentir um grande choque que os repelia.

— O Al também disse que a espada não era um organismo vivo – Edward enrugou a testa – Mas aí fica difícil defini-la. Ele disse que a espada consegue analisar padrões de luta para poder escolher seu portador. Com isso, o Exército quer equipar seus soldados com armas inteligentes?

— Eu vejo algo mais grave que isso, Edward – Marcoh engoliu em seco – Eu soube de uma Teigu com forma humanoide chamada Suzano que, aparentemente, foi destruída. Mas, se o Exército de Amestris descobrir uma forma de recriar as Teigus, eles podem produzi-las em série e enviar essas armas inteligentes para os campos de batalha, ao invés dos soldados. Imagine o massacre que seria se soldados de carne e osso lutassem contra essas armas que superam, e muito, a força de um homem comum.

— Céus – Edward dá um tapa na própria testa – Não havia pensado por esse lado.

— Mas que garantias nós temos de que essa garota ainda está viva? – Sig indagou.

— É mesmo. Eles não poderiam simplesmente matar essa garota e ficar com a espada? – Izumi perguntou. Alphonse tremeu apenas com a possibilidade.

— Porque eu não acho que, se alguém matar o portador da Teigu, é garantia de que ela irá obedecê-lo – doutor Marcoh respondeu – Se eu estiver certo, a Murasame provavelmente só obedece um senhor por vez e o novo senhor precisaria superar o anterior. Ou seja, alguém deveria ganhar de Akame. E já vi que não é uma tarefa fácil.

— Nem se o próprio King Bradley tivesse vivo – Havoc comentou – e os dois estivessem duelando, eu não saberia em quem apostar.

— Mas, doutor Marcoh – Alphonse chamou, timidamente – O senhor disse que ninguém conseguiu usar a Murasame?

— Nem mesmo tocar, Alphonse – Marcoh reforçou – Só Akame conseguia pegá-la. Felizmente, isso atrasou ainda mais as pesquisas.

— Bom – Alphonse meneou a cabeça – Isso é estranho...

— Por que, Al? – Edward franziu a testa.

— Porque – Alphonse parecia estar procurando as palavras – como você acha que eu consegui analisar a Murasame?

— Você tocou na Murasame?!! – doutor Marcoh parecia muito espantado. Aliás, quase todo mundo estava assim – E não sentiu nada?

— Não – Alphonse negou com a cabeça, lentamente – Eu apenas pedi para a Akame para ver um pouco e ela deixou...

— Mas não dizem que só o portador pode tocar a espada? – Fuery arregalava os olhos.

— Talvez, com a permissão do portador... – doutor Marcoh coçava o queixo.

— Acontece que essa experiência me fez pensar em algo mais grave, doutor – Alphonse recomeçou – Akame me disse que a espada se adapta ao estilo de luta de seu atual dono. Isso me fez pensar que, talvez, não apenas a Murasame como também todas as Teigus, elas tenham algum dispositivo de armazenamento de informações que as permitem recuperá-las e compará-las com informações mais antigas. Por isso, é quase impossível vencer alguém que é dono de uma Teigu. Akame tem muita agilidade com a espada, sim, mas a habilidade da Murasame de aperfeiçoar seus golpes, baseando-se nos erros e acertos passados, a torna uma arma quase invencível. Se o Exército conseguir decodificar os conhecimentos que essas armas acumularam, vai ser impossível derrotá-los.

— Então, pelo que eu entendi – Izumi eleva um pouco a voz – quanto mais tempo essa menina e essa espada ficam na mão desses abutres, menos tempo nos teremos de impedi-los. Precisamos resgatá-las imediatamente.

— Sim. O quanto antes – Alphonse levantou-se do seu lugar – Eu vou agora mesmo para esse Terceiro Laboratório.

— Espere um pouco, Alphonse – doutor Marcoh o deteve – Espere primeiro eu ir lá confirmar se a Akame está lá. Prometo dar a resposta ainda hoje.

— Se o senhor Alphonse for – May levantou-se – eu também vou.

— Eu também irei com a jovem mestra – Lan Fan completou.

— Ei, isso aqui não é piquenique – Edward rebateu – Apesar de eu achar que aquela garota consegue se virar muito bem sozinha... – e olhou de esguelha para Alphonse – Está bem. Não precisa fazer essa cara. Eu irei ajudar. Só preciso falar com a Winry e a vovó primeiro.

— Eu vou tentar de novo falar com minha irmã – Armstrong diz – Se souber de alguma novidade, eu aviso.

— Faça isso mesmo, major – Mustang concordou – Eu, a capitã Hawkeye e o capitão Falman voltaremos para o quartel e tentaremos também conseguir informações. Edward e Alphonse, eu deixarei Breda, Havoc e Fuery à disposição de vocês, caso seja necessário.

— Obrigado, general – Alphonse agradeceu.

— Agora, seria melhor tentar manter as aparências para não assustar os demais convidados e sua noiva, Do Aço – Mustang continuou – Eu acho que você deveria ir lá fora para dar-lhes a devida atenção. Afinal, é a sua festa de casamento.


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Notas finais do capítulo

Agora, preciso ir estudar para a aula de amanhã.
Até a próxima.



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