Reboot escrita por Bruno hulliger


Capítulo 11
Às vezes nós podemos ajudar!


Notas iniciais do capítulo

AVISO: Estou quebrando um pouco a rotina de postar um capítulo à cada dois dias, pois estou muito ansioso para continuar escrevendo essa fic (mesmo sem ter muito apoio; como já disse no primeiro capítulo) !



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  O tempo parecia ter congelado. Segundos se assemelhavam à minutos, e minutos pareciam-se com horas. Tudo estava mais lento, e isso era desesperador. Isadora estava sozinha. Com a mente trabalhando para assimilar aquela agonia indescritível. Ela nunca havia sentido algo assim antes. Mas por quê? Por que sentir tanto afeto por uma criança da qual ela conviveu por apenas poucas horas?...

  Aos poucos ela foi se controlando; logo já podia respirar normalmente e os batimentos cardíacos foram se reduzindo até se normalizarem. Mas esse alívio durou pouco. Zack enfim chegou àquela sala. Como ele sabia que ela estava lá? A supervisora não sabia como ele fez isso, mas estava muito grata por ele não ter duvidado de sua história ao celular. Ele estava ali, e é isso que importa!

  Sem poder conter suas emoções, novamente ela pôs-se a chorar, mas antes, levantou-se do chão e deu um grande e caloroso abraço em Zack, que não estava entendendo nada do que estava acontecendo.

  “Obrigada... Obrigada... Que bom que você veio...!” disse Isadora, chorando.

  “Ãhn... Eu tive um pressentimento que me dizia para vir... Mas, será que você pode me explicar o que está acontecendo?”

  Ela ficou em silêncio. Desfez o abraço e enxugou as lágrimas. Tentou recompor-se, mas estava muito abalada para fingir que estava tudo bem. Esta, mandou Zack sentar-se em uma cadeira próxima à mesinha que jazia no centro da sala. Depois, respirou fundo e contou-lhe (de pé) tudo o que havia acontecido. No final do depoimento o rosto do garoto parecia menos espantado do que ela imaginou que ficaria.

  “Então finalmente aconteceu...” falou Zack.

  “Isso poderia acontecer mais cedo ou mais tarde, mas...” ela fez uma pausa, pois estava quase chorando de novo “Não imaginei que ela fosse ter um AVC... ISSO É INJUSTO! Ela já estava á beira da morte, então por que ter isso agora?!”

  “Eu não sei... Mas infelizmente nós não podemos ajudar de nenhuma forma...”

  “Mas...” ela conteve as lágrimas.

  “O que foi?”

  “Nada... Foi só um pensamento idiota.”

  “O.K então. Não precisa me contar se não quiser.”

  Isadora não se conteve, apesar de não admitir ela precisava conversar sobre isso com alguém, então, disse-lhe o pensamento:

  “Talvez haja algo para fazermos... Algo que possa ajudá-la de alguma forma.”

  “Tipo o que?”

  “... Eu não sei... Ah, esquece, foi só uma idéia idiota...”, inconscientemente, uma lágrima escapou de seus olhos e escorreu pelo rosto. Com isso, Zack teve uma certeza: “por alguma razão ela está muito abalada...”

  Por um instante, ambos permaneceram em silêncio. Isadora chamou o rapaz até ali para que de alguma forma ele pudesse confortá-la, mas isso não estava acontecendo. Pensando que tê-lo chamado tenha sido uma má idéia, ela isolou-se em um canto da sala (de novo), sentou-se no chão, e baixou a cabeça, colocando atrás dos joelhos levantados.

  “Às vezes nós conseguimos ajudar!”, essa frase não saía da cabeça de Zack. Como ele poderia ajudar? Então, para pensar melhor ele tentou se colocar no lugar de Fabiana. “Se eu estivesse internado em um hospital e quase à beira da morte, o que eu iria querer?” pensava o jovem, ignorando os choramingos da supervisora. “O quê? O que eu iria querer...? Companhia? Sim! Eu gostaria de alguém importante ao meu lado!”

  Depois de ter essa reflexão, Zack levantou-se da pequena cadeira em um pulo e disse para Isadora – que nesse momento já estava parecendo uma menina gótica e pessimista. Assim como Sabrina! – as seguintes palavras:

  -- Nós podemos ajudá-la!

  -- Como...? – perguntou, desesperançada.

  -- Os pais dela. Eles a abandonaram não é?

  -- Sim, e daí...?

  -- E se nós os encontrássemos e lhes convencessem a ir até o hospital em que ela está internada?

  Um brilho repentino surgiu no olhar da garota, devolvendo-lhe a esperança. Ela se levantou esbanjando felicidade, mas apesar disso ela ainda chorava. A menina correu até Zack, deu-lhe um forte abraço e em seguida, ela... Deu-lhe um beijo. Um rápido, mas belo beijo. As maçãs do rosto do rapaz coraram de vergonha, mas em contrapartida, a garota parecia bem à vontade depois do beijo; como se aquilo fosse a coisa mais simples e comum do mundo.

  -- Por que você... – Zack tentou questionar o beijo, mas foi interrompido por ela.

  --... Vou ligar para Jonas e Sabrina virem para cá. Nós temos uma missão á cumprir! – enquanto falava, ela dirigiu-se até perto da porta, pegou seu celular, limpou a tela (que estava suja pela poeira do chão), e começou a discar os números.

   Mesmo depois do beijo e do abraço já terem terminado, o rapaz ainda estava um pouco desnorteado. Mas afinal, era o seu primeiro beijo e ele não sabia como deveria reagir, sendo que só tinha uma certeza: a de estar feliz.

  A supervisora tentou parecer autoritária enquanto falava ao celular, mas naquele momento, ao vivo, ela parecia tão autoritária quanto uma criança de seis anos; e tão feliz quanto uma garota da mesma idade ganhando uma boneca Barbie. Zack estava feliz de tê-la ao seu lado naquele momento, mas... O seu primeiro beijo foi com outra garota, e não com Helena! De certa forma isso o deixava divido; parte dele achava isso bom, pois finalmente estava se esquecendo de Helena, mas a outra parte acha isso inaceitável! Ele havia jurado amor eterno pela menina. Não importa se ela tenha morrido ou não. Ele deveria ter cumprido a promessa. Mas nem toda promessa pode ser cumprida, não é?

  -- Logo eles estarão aqui – anunciou Isadora. – Muito obrigada por ter me ajudado. Graças a você nós vamos poder ajudar uma criança debilitada. Acho que você não é tão ruim como eu pensava.

  -- “Tão”? – retrucou o rapaz, fazendo a garota deixar escapar uma leve risada.

  -- Se prepare. Nós temos pouco tempo para encontrar os pais dela e levá-los até o hospital. Meu maior medo é que eles estejam morando em outro estado, ou pior, morando em outro país...

  -- Tenho certeza que eles ainda estão no Brasil.

  -- “Que encorajador”! Isso significa que nós só temos vinte e seis estados para procurá-los!

  -- Não se esqueça do Distrito Federal!!

  A garota deu uma breve gargalhada e chamou o garoto de “bobo”, mas ele até que gostou disso!


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