Reboot escrita por Bruno hulliger


Capítulo 10
Sentimentos ardentes


Notas iniciais do capítulo

Capitulo adiantado da fic!!!
(Provavelmente poucos vão se animar por causa disso...)



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Isadora não se conformava com a decisão do diretor; desde cedo ela foi uma garota muito rebelde, e sempre odiou ser contrariada. Ele a deu esse cargo afinal, então que a respeite em suas decisões!! Para outras pessoas, uma advertência pode parecer algo simples e necessário, mas não para a supervisora. É difícil de imaginar que ela é uma adolescente. Veja só, já tem dezesseis anos, tem um corpo lindo, rosto angelical (e infantil ao mesmo tempo); é divertida, responsável, cuidadosa, mas é tão infantil. Isso além de ser um pouco... Egoísta. Ela não podia negar que era egoísta, mas pelo menos estava tentando mudar! Quando aceitou ser uma supervisora social ela não estava pensando apenas em si, e... E ela estava pensando apenas em si mesma quando fez isso. Queria provar para o mundo que era diferente, mas acabou cometendo o mesmo erro de novo. Isadora encheu sua cabeça de pensamentos desse tipo, e ficou distraída por um bom tempo organizando suas idéias.

  O vento soprava folhas de diversas árvores para dentro da escola. Ao longe, ouviam-se as reclamações do faxineiro, que gritava com as folhas caídas no chão como se elas tivessem consciência.

  A garota permanecia em transe naquela pequena sala. Imersa em seus pensamentos, até que o seu celular tocou. O número que apareceu na tela digital era diferente dos números que a menina conhecia. Seria algum parente ligando de outro celular? Não. A pessoa do outro lado da linha começou a conversa, e parecia abatida, pois estava ofegando muito.

  “Alô... Você é Isadora Oliveira?” perguntou uma voz feminina, com constantes pausas, como se ela estivesse recuperando o fôlego.

  “Sim. Quem fala?”

  “Sou Nivalda, uma enfermeira do hospital São Gabriel... Eu... Você é atualmente a responsável pela guarda temporária de Fabiana...?”

  “Não, só estou cuidando dela por um ato de caridade... Espere, aconteceu algo com ela?!”, Isadora se levantou de sua cadeira com brutalidade. Agora quem estava ofegando era ela.

  A enfermeira permaneceu em silêncio por alguns segundos. Segundos estes que foram capazes que fazer as pernas da garota bambear. Depois desse doloroso período de tempo, a enfermeira retomou a fala:

  “A Fabiana está sendo transferida para o centro de atendimentos graves, que fica ao norte do atual estabelecimento. Ela... Ela teve um AVC.”

  Isadora perdeu a respiração. Seu coração pulsava rapidamente, como nunca havia feito antes. Seus olhos lacrimejaram. Suas pernas, apesar de bambas e de mal conseguirem mais sustentar seu corpo, queriam correr... Simplesmente correr até Fabiana. Mesmo sabendo que o centro médico ficava à quilômetros de distância. Suas mãos estavam trêmulas e deixaram o celular que estava segurando cair sobre o chão de madeira. Por sorte ele não quebrou, mas afinal, quem liga para um bem material numa hora dessas?

  Uma lágrima escorreu de seu rosto. Depois outra, e outra, até este estar completamente encharcado... O quê? Por quê? Com tantas pessoas ruins no mundo, por que isso foi acontecer justo com uma inocente criança?

  A supervisora queria se levantar e correr até não conseguir mais. Mas ela não pôde. Não tinha mais forças; suas pernas não respondiam ao comando. Parecia que nada mais funcionava em seu corpo. Ela só pode se sentar no piso e chorar. A garota se sentiu impotente. Incapaz de ajudar Fabiana.

                                                    ***

  Zack havia chegado em casa há algum tempo. Ele tinha feito um pouco de miojo, – que era uma das poucas coisas que sabia cozinhar – depois fez parte de sua lição de casa e, após isso, ele se deitou no sofá rasgado da sala, esbanjando tédio para todos os lados.

  Mas algo estava diferente. O dia parecia triste. Mas ele não sabia explicar o porquê. Algo parecia... Estranho, errado... Mas ele não sabia identificar o que estava errado.

  Der repente, um pensamento repentino surgiu em sua mente, e este foi dito pela mesma voz de anteriormente:

  “Ás vezes nós conseguimos ajudar os outros!...”, e foi seguido de um brusco silêncio. O que isso queria dizer?...

  O seu telefone começou a tocar no mesmo instante. Ele atendeu, mesmo sem conhecer aquele número de celular. Uma voz feminina e chorosa começou a falar:

  “Zack... Zack? Você está aí?...” disse-lhe a mulher.

  “Hum... Sim, quem fala?”

  “... A Isadora... Zack... Socorro... Você tem que vir aqui...”, falou, fazendo inúmeras pausas para chorar. Isso devia acalmá-la.

  “Por quê? O que aconteceu? E como você conseguiu meu número?!”

  “Na lista de alunos da escola... Lá tem o seu número... Vem cá... Eu preciso de...”. BIP, BIP, BIP. O telefone desligou.

  O garoto não havia entendido o que estava acontecendo, mas quando foi pensar nisso já era tarde, ele estava correndo pelas ruas, igual a um louco. Suas pernas se moviam involuntariamente em direção a... Ele não sabia para onde ir. Mas algo lhe dizia que devia ir para a escola. Mas eram dois ônibus de sua casa até lá. Demoraria demais para ir de transporte público. O que fazer?!

  Ele simplesmente parou de correr, afinal era inútil. Ele nunca chegaria lá apenas correndo. Ele não poderia ajudar. Então, decidiu voltar para casa. Zack se virou em passos lentos, mas foi interrompido nesse momento...

  Não havia carros na rua. Nem pessoas na calçada. Muito menos pássaros nos céus. Entretanto, alguém segurava sua mão gentilmente. Uma criança talvez? Mas por que esta estaria segurando sua mão?

  O rapaz virou seu rosto para baixo e se surpreendeu ao ver... Ou melhor, ele se surpreendeu ao não ver uma criança segurando sua mão. Não havia ninguém ali; mas ainda assim ele sentia o toque de uma delicada mão sobre a sua.

                                                   ***

  Pobre Isadora, que seguia em desespero enquanto Zack não chegava. Mas e se ele não vier? Se ele achar que é uma brincadeira? Não, ele não teria a audácia de pensar isso, ou teria?... Não, ela não queria ser pessimista. Naquele momento ela precisava de apoio. Mas ela ainda não entendia o porquê de ter ligado para Zack. Por que justo ele? Com tantos amigos e familiares na cidade, por que ligar para um garoto que ela acabou de conhecer?

  Uma anciosidade palpitava em seu coração que queria saltar pela boca de tanta agonia. Ela precisava amenizar esse sentimento, mas não sabia como fazer isso. Naquele momento, por enquanto, ela só queria ficar sozinha e aguardar. Talvez ele não viesse, talvez não acreditasse nela, mas mesmo assim, ela torcia e rezava para que ele chegasse logo. Quem sabe assim ela não se sinta mais confortável? Seria bom se isso acontecesse.

  Isadora, que estava com o celular já à mão, buscou o número do hospital São Gabriel em seus contatos. Achou-o, e depois ligou para este. Em vão. Mesmo depois de inúmeras tentativas de chamada, ninguém atendeu ao telefonema. A garota se preocupou ainda mais. “Eles podem estar ocupados com algum caso grave... Como o da Fabiana, por exemplo...”, imaginava, com a mente cheia de maus pensamentos...


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