Mamãe nos deixou no Central Park e foi para casa. Até havia me esquecido que Thalia era agora uma das caçadoras de Ártemis. Zoë sua fiel caçadora falecera e virara uma constelação. Ela nos ajudou a derrotar seu próprio pai o titã Atlas, braço direito de Cronos. O dragão que guarda a macieira de ouro no jardim das Hespérides, irmãs de Zoë, a atacou injetando veneno em seu corpo. Ártemis precisava de outra caçadora já que perdeu Bianca e Zoë, então, pediu permissão á Zeus, e chamou Thalia para ser uma delas.

Ártemis havia dado uma folga á Thalia, e a deixou passar o verão conosco, poooooorém,  vamos ter que voltar para o acampamento. Assim, digamos que a folga de Thalia acabou. Grover parou do outro lado do parque para conversar com uns sátiros que estavam jogando pinochle embaixo de uma árvore. Annabeth sentara em um banco, e olhava para o nada. Sentei-me sobre o encosto do banco, colocando meus pés sobre o assento. Ela estava bem ao lado dos meus pés. Apoiei meus cotovelos em minhas pernas e tentei olhar para o nada.

" Você está bem?" perguntei. Eu tinha de quebrar o silêncio.

" Aham." foi o que ela respondeu.

" Você veio quieta o caminho inteiro." 

" É. Vim." 

" Seria por causa de Quíron?" Acho que meu défiti de atenção entrara em ação pois eu juro que não a vi se levantar. Quando me dei conta, estava agarrado em um abraço com Annabeth. Ela me abraçava forte, pude sentir que lágrimas escorriam de seus olhos, pois ela escondeu seu rosto entre meu ombro e o meu pescoço. Senti meu estômago revirar, mas não era mal-estar nem fome. Era bom. Eu não sabia o que era. Retribuí.

" Ei, está tudo bem." eu a afastei e a olhei nos olhos. Não sei como consegui. " Eu estou aqui. Venha, vamos chamar Grover e ir para casa." dei um sorriso confortante e me levantei. A mão de Annabeth se enlaçou na minha, eu corei. 

" Grover, você vem com a gente?" gritei. 

" Sim, um momento!" ele se despediu em um toque de sátiros (deduzi o nome, pois nunca vi algo parecido em minha vida.). Era complexo demais para esplicar. 

" Está tudo bem Annabeth?" Grover percebeu que não estava tudo bem. " Ah, desculpe. não está tudo bem." pela cara que ele fez, notei que se sentiu estúpido. Eu costumava fazer aquela cara quando me sentia assim. Estávamos a caminho do meu prédio, quando Grover deu um soquinho em meu ombro. 

" Ei cara!" protestei. Só então percebi que ainda estava de mãos dadas com Annabeth. Soltei-a rapidamente, ela percebeu pois Grover estava segurando o riso. Comecei a comentar sobre a nova pintura do prédio, para destraí-los. Não funcionou, óbvio. 

O elevador principal estava lotado. O porteiro nos disse que uma menininha estava fazendo sua festa de aniversário no terceiro andar.  Grover foi o último a entrar, e acenou um tchau.

" Vejo vocês logo!" e então a porta do elevador fechou. Eu não entendi o tom alegre na voz dele. Eu e Annabeth tivemos de subir pelo elevador que fica no final do corredor, menos usado. E eu não queria saber o porque. Entramos no elevador, e assim que ele fechou suas portas, reconheci a música que tocava nos alto-falantes.

" Eu omiti eu nunca te falei,

Todos os anos que eu te amei,

Eu só estou tentando te explicar... Aquilo que eu chamo de amor." 

Me balancei para frente e para trás e olhei para Annabeth. Ela olhava para o alto, quando seu olhar encontrou o meu. Eu sorri.

" O quê?" ela fez uma careta, e sorriu em seguida. 

" Ei, sou eu quem..." fui interrompido; quando ela me beijou, eu esqueci de tudo. Talvez eu tivesse me esquecido quem eu era. Novamente senti meu estômago revirar, em um bom sinal. Eu ficaria ali para sempre.

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