Connected | BTS Fanfic escrita por Choi Jinhee


Capítulo 15
Existem vários tipos de beijo, você sabe


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, o capítulo adiantado <(-u-)>
Espero que gostem ♥ Adorei escrevê-lo, e GENTEEEE
É O 15 CAPÍTULO =DDDD Lembro quando postamos o primeiro TuT
Estou nostálgica.
Espero que gostem!! Por favor, tomem um pouco do tempo de vocês para comentar. O comentário de um leitor faz o meu dia ♥3333



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JINHEE POV.

Estava terminando de desempacotar as últimas caixas, sentada no chão do meu closet. Tinha deixado aquelas para o final, sabendo do que se tratava. Fotos e memórias que me perseguiam – eu as guardara ali para que minha mente amargurada não mudasse o sentimento carinhoso que possuíam. Tinha medo de que, se olhasse para elas todos os dias, depois do que acontecera, o seu significado fosse mudar.

Eu havia decidido que não abriria nenhum dos pendrives para evitar ficar emocional. Mas eu era fraca, e provavelmente um tanto sádica, pois a curiosidade falara mais alto e agora lá estava, encarando uma foto na tela do meu computador.

Eu estava no meio do F4. Ao meu lado, Taehyung me dava um beijo na bochecha e Yoongi sorria. Hoseok tinha uma careta no rosto, tendo percebido naquele exato momento que alguém — Tae, muito provavelmente — fazia chifrinho nele. E Jin estava tirando a foto, sorridente. Eu estava rindo, no meio deles, e, atrás de nós, um espetáculo de fogos de artifício iluminava nossos rostos com um jogo de luzes colorido.

Estávamos no inverno, e era véspera de ano novo de 2014.

Como era o costume, a minha babá, Seokli, havia tirado duas semanas de férias para passar o Natal e o início de janeiro com a família. Sunhee não morava mais conosco a Sra. Choi botara minha irmã pra fora de casa há algumas semanas , e meus pais estavam na festa dos Jung.

Eu me sentia só, ali de pé na sacada do segundo andar. O silêncio opressor tornava glacial o clima gelado de inverno. O ar frio era melancólico, fazendo-me sentir estranhamente incompleta. Não queria sair, mas também não queria entrar na casa – onde o vazio faria sentir-me minúscula.

O chão de mármore estava tão gelado que ardia, e eu revezava os pés descalços, descansando um sobre o outro a procura de qualquer calor. A rua à minha frente que guiava o caminho até os portões, fora do terreno da casa era tentadora, sua negritude misturada ao escuro da noite sem estrelas.

Não estava pensando em nada em especial, apenas observando o vapor que saía da minha respiração. Ou então prestava atenção na luz tremeluzente dos postes na margem da rua, dando forma para as sombras das plantas – a imagem em si tão estática que mais parecia uma grande fotografia. Sempre procurando aquecer-me de alguma forma, a camisola deixando meus braços e pernas desprotegidos do frio minhas mãos refugiaram-se no calor do meu pescoço, causando arrepios na nuca.

O silêncio era tão completo que meus ouvidos pareciam entupidos, uma espécie de assovio preenchendo minha cabeça. Eu deveria entrar e me agasalhar. Poderia assistir a algum filme... A ideia não me agradou em nenhum sentido, mas pelo menos manteria minha mente ocupada durante a noite.

Virei-me para entrar no quarto, quando uma luz reluziu no vidro das portas. Um carro uma Lamborghini vermelha se aproximava rapidamente da casa. Andei até a borda da sacada, esperando curiosa. Não era um carro da família, então deveria ser alguém muito próximo para os seguranças terem permitido a entrada sem aviso prévio. Eu não consegui reconhecer de longe quem dirigia, apesar de o teto conversível estar abaixado.

O carro foi estacionado entre o chafariz e a escadaria da varanda da casa e, quando o motorista saiu do carro, um sentimento forte de gratidão fez meu coração apertar no peito e, se aquilo não fosse amor, o que mais seria? Taetae caminhou a passos largos até a porta e, então, se deteve no meio do caminho, percebendo que eu estava ali em cima na sacada. Ele sorriu, alegre, e sinalizou com a cabeça para que eu descesse.

Desci as escadas correndo, atravessando a casa no escuro sem nem me preocupar em ascender as luzes. Não me calcei, não tive tempo de trocar de roupa; Taetae estava ali, e eu não estava mais sozinha, e queria muito abraça—lo.

Atravessei a varanda rapidamente, quase correndo, sentindo o frio cortante ardendo na minha pele descoberta. Tae vestia uma calça jeans e uma camisa polo branca de mangas compridas por debaixo de uma jaqueta preta. Estava encostado no capô do carro, e tirou as mãos dos bolsos da jaqueta para me receber em um abraço.

Abraça-lo sempre fora uma experiência desengonçada, sendo ele muito maior e mais largo do que eu. Normalmente, minha cabeça bateria na altura do seu peito. Naquela ocasião, porém, fora diferente; não somente por ele estar sentado no carro, fazendo com que minha cabeça alcançasse seu ombro. Ou porque nossas temperaturas eram tão contrastantes, eu fria e ele quente. Ou porque ele me abraçara de volta imediatamente, apoiando o queixo na minha cabeça. Talvez fosse sim, tudo aquilo, mas também tinha a carga emocional; eu estava tão aliviada por vê-lo ali a saudade misturando-se ao alívio que uma lágrima escapou, perdendo-se no espaço entre seu pescoço e seu ombro.

— Surpresa — ele riu.

— Feliz ano novo, Taetae — falei, um tanto sem ar.

— Nossa, você está congelando.

Ele me abraçou mais forte, esfregando suas mãos nos meus braços desnudos.

— Quando você chegou de viagem?

— Ontem à noite. Queria fazer uma surpresa.

— Ah — suspirei, encaixando meu nariz congelado no seu pescoço quente. — Estou tão feliz em te ver.

— Eu também — senti o sorriso em sua voz. — Estava com saudade.

— E você vai poder ficar?

— Era pra eu estar na festa dos Jung, na verdade.

— Eu também.

Ele riu, e sua mão subiu do meu braço para o meu cabelo.

— Mas desta vez eu não vou — falou. — Não estão precisando da minha presença pra representar a família; meus pais estão lá. E eu queria te mostrar a minha nova aquisição.

— Eu percebi — afastei nossos corpos sem desfazer o abraço, olhando para sua nova ''aquisição’’. — Bonito carro.

— Não é um carro, é uma Lamborghini — ele acariciou o capô, orgulhoso. — A primeira coisa que fiz quando aterrissei na Coreia foi checar se minha carteira de motorista tinha chegado pelo correio.

— Não ter carteira nunca te impediu de dirigir, não vai mudar muita coisa.

— Vai sim — ele se defendeu. — Porque antes eu dirigia carros, e agora dirijo uma Lamborghini.

— E o que foi que mudou tanto?

— Jinheeah, você não está entendendo. É uma Lamborghini. Esse motor... Olha o design dessa criança. Espere só até ver a parte de dentro.

 — Continua sendo só um carro — provoquei.

— Não importa o que você diga, Lamborghini vai ser o nome da minha filha. Ou filho, o que vier primeiro.

Eu sorri, levantando a mão para acariciar seu cabelo – adorava fazer aquilo, pois era macio e espalhava o cheiro do seu perfume.

— Você quer entrar? — convidei.

— Adoraria — ele se levantou do carro. — Mas, apesar de ser uma proposta tentadora, você não prefere dar uma volta comigo?

— Prefiro. Mil vezes prefiro.

Ele riu, me afastando levemente para pegar algo em seu bolso.

— Sente a mágica — sorriu, maroto.

Clicou um botão no controle do carro e, com um pequeno zunido, uma aba na coluna traseira se abriu e de dentro saiu o teto preto conversível, prendendo-se ao vidro.

— Agora me diz se isso é ou não um carro — ele abriu a porta para mim, puxando-a para cima.

— É um carro muito legal — respondi, sentando-me no assento baixo —, mas ainda assim um carro.

— Espera só até sentir o motor dele — fechou a porta, teimoso.

Tae sentou-se no banco do motorista. Com as portas fechadas, pareceu-me que os sons se amplificaram. Eu ouvia nossas respirações, cada movimento que fazíamos sob o couro dos assentos, o vento saindo pelos aquecedores.

— Para onde nós vamos? — perguntei.

— Primeiro, vamos te aquecer — ele mexeu em alguns botões do painel. — Você acabou de se recuperar de uma gripe, se ficar se expondo ao frio desse jeito vai pegar alguma doença pior.

— Lembre-se de que estou de camisola e descalça, antes de me levar para algum lugar.

— Assim está bom? Ou está muito quente?

— Está ótimo — aproximei minhas mãos dos dutos de ar, aquecendo-as. — Aonde nós vamos? — repeti.

— Aonde você quiser ir. Mas, antes, temos um sequestro para fazer.

— Um sequestro?

— Dois, para ser mais exato. O que você acha?

— Contanto que eu não tenha que sair do carro, estou dentro.

— Perfeito.

Ele riu, dando a volta no chafariz com o carro.

— Depois nós vamos comer — falei —, estou com fome.

— Se eu ganhasse uma moeda toda vez que você ou o Jin falassem isso, juntaria o suficiente para comprar outra Lamborghini — brincou. — O que você quer comer?

— O de sempre.

— O seu desejo é uma ordem.

Acelerou, e a sensação do carro era, sim, incrível. O volume do motor era abafado; eu sentia o banco tremer suavemente enquanto Tae pisava no acelerador. E o fato de estar de noite e escuro, apenas com a iluminação das luzes no painel do carro, dava uma sensação de sofisticação, como se estivéssemos em um filme.

— Você pode ligar pro Jin-hyung, por favor? — ele me estendeu seu celular.

— Você mudou sua senha — constatei.

— Ah, sim. Agora são os números da placa da Lamborghini — ele falou a senha nova.

— Fascinante — ri.

Disquei o número de Jin de cor, e o som da chamada conectou automaticamente no carro.

— Taehyung, cadê você?

— A caminho. Como está a festa?

— A mesma coisa de todos os anos, só que desta vez nem você nem a Jinhee estão aqui. Vocês estão quebrando a tradição.

— Sorry, Jin-hyung — me desculpei. — O Hoseok ainda está sóbrio?

— Jinhee! — senti o sorriso em sua voz, me cumprimentando. — Eu acho que ele nunca mais vai beber, pra falar a verdade.

Eu não pude conter o riso.

— Ele ficou traumatizado depois do que aconteceu no Havaí, semana passada — Tae falou.

— Me dá esse telefone — a voz de Hoseok reverberou pelas caixas de som do carro. — Olha aqui, estávamos comemorando o seu aniversário, então a culpa do que aconteceu foi sua.

— Vai tomar no cu, hyung — Tae respondeu. — Ninguém te mandou subir no lustre.

Você que deu a ideia — guinchou.

Ouvi o riso de Jin ao fundo, e não pude evitar rir também.

— É, mas não fui eu quem pulou na piscina com a bunda em chamas — Tae retrucou.

— E ainda me deixaram beber mais depois! — reclamou, exasperado. — Que tipo de amigos vocês são?!

— Do tipo que grava você no seu momento de fraqueza e me manda — eu tentei recuperar o fôlego. — Os vídeos são hilários.

— Se cair no Youtube eu mato vocês — ameaçou. — Ou pior, processo.

— Tá, tá — Tae balançou a cabeça. — Olha, é o seguinte, estamos passando para sequestrá—los. Estou há uns dez minutos daí, ligarei para irem para a porta.

— Graças a Deus, me tirem daqui. Não aguento mais esse tanto de velho me apresentando as netas, como se eu estivesse procurando alguém pra casar. Quero mandar todo mundo dessa festa enfiar a esperança naquele lugar que a roupa cobre.

— Hoseok, a Sra. Jung vai matar a gente se sairmos agora — Jin argumentou.

— Não estou nem aí, eu já tenho dezoito.

— Mas ela não vai deixar a gente simplesmente sair. Precisamos de um plano.

— Na hora da contagem regressiva pro ano novo — falei. — Com certeza ela não vai prestar atenção no que estão fazendo, então vocês correm para a porta e nós os pegamos.

— Não, ainda falta uma hora para meia-noite — Tae falou. — E tem que ser antes do ano novo.

— A gente espera ela começar a fazer o discurso do fim de ano e então saímos discretamente — Hoseok falou.

— É, só que este ano o discurso dela não está na programação — Jin informou. — Neste papel está dizendo que após o jantar vai ter uma apresentação de violino e então a contagem regressiva para o ano novo.

— Eu conheço a minha mãe, ela vai fazer a porcaria do discurso como toda vez, e, se reclamarem, ela é capaz de continuar falando até o dia primeiro de janeiro.

— Tudo bem, então — Tae assentiu. — Eu e a Jinhee ficaremos esperando perto da porta até o discurso da Sra. Jung e então vocês escapam daí.

— Combinado.

— Ela vai matar a gente e você vai ficar-

A voz de Jin se perdeu, com o fim da chamada.

— Liga pro Yoongi, agora — Taetae pediu.

Ele atendeu no segundo toque.

— Fala rápido que eu entro no palco daqui cinco minutos.

— Onde você está agora?

— No camarim esperando o staff me chamar.

— Okay. Vou demorar um pouco pra conseguir tirar o Hoseok e o Jin da festa, então ainda vou te ligar pra programar tudo, combinado?

— E a Jinhee?

— Estou aqui, Yoongi-oppa — me anunciei. — O que vocês estão planejando?

— Uma surpresa — Tae abriu um sorriso.

— Ei, eu tenho que ir — Yoongi falou. — Apenas me ligue quando estiver vindo.

A ligação desligou.

— Taetae, eu estou de camisola — lembrei. — Não posso sair do carro vestida assim.

— Não se preocupe, ninguém vai te ver.

— Eu estou descalça! Não vou- — me interrompi, olhando para o celular. — É o Hoseok.

— Tae, eu não faço ideia de quando ela vai começar o discurso, mas acho que ficou desconfiada quando perguntei.

— O que ela disse? — franzi o rosto.

— ''Começo o discurso quando eu quiser’’ — ele imitou a voz estridente da Sra. Jung.

— Vou esperar do lado de fora até vocês puderem sair — Tae falou.

— Tudo bem. Seja discreto.

— Aliás, veja se consegue arranjar algum roupão pra Jinhee, por favor. E sapatos.

— Devo perguntar o porquê?

— É que eu estou de pijama — respondi.

Ele fez uma pausa.

— Uhum, sei.

— Deixa de ser safado, Hoseok — Tae reclamou.

— Verei o que posso fazer quanto a isso.

Ele desligou a ligação.

— Onde é a festa dos Jung este ano? — perguntei.

— No meu hotel.

— Qual deles? O Sparkles?

— Não. O que abriu este ano, o Kim Taehyung.

— Oh, seu pai decidiu deixar esse nome mesmo? — ele assentiu. — Que legal.

— É — ele estacionou o carro na frente de uma praça e apontou para o prédio do outro lado da rua. — É esse daí.

— Caramba, é enorme.

— Kim Taehyung escuta muito isso — falou.

Demorei uns cinco segundos para entender a piada, e dei um tapa no seu ombro, segurando o riso.

— Yah! Faça suas brincadeiras sujas com os meninos.

— Vai me dizer que você é completamente pura? — ele levantou a sobrancelha, um sorriso maroto no rosto.

Semicerrei os olhos. Abri a boca para retrucar, e a fechei, pensando melhor.

— Tudo que eu disser agora vai ser usado contra mim mais tarde, então me manterei calada — concluí.

— Inteligente da sua parte — assentiu com a cabeça.

Ele se remexeu no banco, tirando o cinto de segurança e retirando sua jaqueta.

— Aqui, para você não ficar com frio — me passou o casaco. — Vou abrir o teto.

Taetae clicou em um botão no painel enquanto eu vestia a jaqueta, e senti o ar frio do inverno tomando espaço por entre o dos aquecedores no carro quando o teto conversível se abriu. Com menos de uma hora para o ano novo, a praça estava deserta – vez ou outra um carro passava pela rua, e seus faróis iluminavam a minha visão.

Os bancos da Lamborghini, confortáveis e quentes, eram mais inclinados que o normal. Permanecemos em silêncio olhando para frente, para as luzes do hotel.

— Jinhee — Taetae quebrou o silêncio —, você já beijou alguém?

— Por que esse assunto, de repente? — soltei uma risada curta, surpresa.

— Não sei — respondeu. — Você está bonita hoje.

Olhei para ele, arqueando as sobrancelhas. Ele estava olhando para frente, e os faróis de um carro que passou naquele momento iluminaram seu rosto rapidamente.

— Isso é raro, você me elogiando assim de graça.

— Você está evitando a pergunta ou não quer falar sobre isso?

— Já, Taetae — revirei os olhos. — Eu já beijei alguém.

— Quem?

Respirei fundo, pensando sobre aquilo.

— O nome dele é Kim Namjoon — respondi, sentindo um sorriso se formar em meus lábios. — Foi o meu primeiro amor.

— Hm. Ele estuda lá na escola?

— Não. Eu era melhor amiga da sua irmã, e praticamente vivia na casa deles. Ia pra lá todo dia.

Ele pensou sobre aquilo por um momento.

— Você ainda gosta dele?

— Bem, faz muito tempo desde a última vez que eu o vi, então ele deve ter mudado. Mas eu gostava muito dele.

— E como ele era?

— Hm... — pensei. — Kim Namjoon era uma pessoa desengonçada. Vivia quebrando as coisas sem querer, e talvez seja por isso que quando me abraçava, me tratava como se fosse a pessoa mais delicada do mundo.

Senti um sorriso bobo se formar em meus lábios, com a lembrança.

— Ele era bonito?

Eu não contive a risada.

— Eu e as minhas amigas costumávamos brincar dizendo que ele se vestia como um velho — lembrei. — Eu não o achava bonito, no início. Mas, em algum momento – não lembro quando – ele se tornou a pessoa mais bonita do mundo, aos meus olhos.

Não falamos nada por algum tempo eu perdida em pensamentos e ele meditando sobre aquilo.

— Minto — quebrei o silêncio —, lembro sim. Foi quando eu cheguei em casa – na casa dele – e a Nami, sua irmã, ainda não tinha chegado da escola. O Namjoon tinha acabado de acordar, ainda estava de pijama, e, quando me viu, fez café da manhã pra nós dois. Na verdade, só o que ele fez foi torrada com geleia, e então ficamos assistindo televisão na sala.

— E como diabos isso torna alguém bonito?

— Ah, você sabe. Não nos apaixonamos por alguém logo de cara. Alguma coisa tem que acontecer para fazer o seu coração mudar — expliquei. — No meu caso, naquele dia, nós dois queríamos a última torrada, então eu a dei para ele, mas Namjoon insistiu para que eu ficasse com ela. Só chegamos num consenso quando ele a partiu no meio e nós a dividimos. Foi uma solução tão simples, mas eu a achei genial na hora.

Taetae gargalhou e eu bufei, não exatamente irritada.

— E você se apaixonou por ele por causa de uma torrada? — ele riu.

— Foi. E, quando ele se declarou, nós começamos a namorar.

— Ah — ele parou de rir com um suspiro.

— Durou quase um ano, antes da Sra. Choi descobrir.

— O que aconteceu? — perguntou.

— O que você acha? — retruquei.

— Ela ameaçou te mandar pro internato?

— Não só ameaçou, como me matriculou na escola e comprou as passagens de avião para a Suíça. Eu fiquei apavorada.

— E o que você fez?

— Fiz o que ela me pediu — respondi, a voz baixa. — Faz três anos que eu não os vejo.

Ele pausou.

— Kim Namjoon deve odiar a sua mãe mais do que eu — concluiu, sereno.

— Eu não contei o real motivo do término pra ele — confessei.

— O quê? Por quê?

— Porque seria mais difícil para o Namjoon se esquecer de mim se soubesse que eu ainda gostava dele — hesitei. — Mas eu contei para a Nami. Ela me conhecia bem demais para saber que estava escondendo algo, e soube fazer as perguntas certas, conhecendo a Sra. Choi.

— E o que ela fez?

— Ela não fez nada; não tinha o que fazer. Tínhamos 13, 14 anos. Ela não queria que eu me mudasse, e nos dois casos eu teria que me afastar deles, já que a Sra. Choi dera ordens para os funcionários me vigiarem e me proibiu de usar a internet ou o telefone. Eu não poderia ir vê-los, mesmo se continuasse na Coreia, então ela me matriculou na nossa escola.

Após uma pausa, ele falou:

— Eu sinto muito. Deve ter sido difícil.

— É — funguei. — Mas, olha. Uma coisa boa aconteceu diante de tudo aquilo: eu conheci você.

Percebi um movimento com o canto dos olhos, e logo em seguida senti sua mão na minha. Sorri, no escuro.

O céu de Seoul normalmente não tinha estrelas, mas eu fui insistente. Enquanto eu e Tae olhávamos para cima, em silêncio, uma estrela tímida surgira. Outras apareceram pouco depois.

— Kim Namjoon foi a única pessoa por quem você se apaixonou? — Taetae perguntou.

— Eu demorei a ter coragem para olhar para alguém sem me lembrar do que acontecera, depois daquilo. O meu psicólogo disse que eu fiquei traumatizada. Ele também falou que você me ajudou a superar grande parte do meu trauma.

— Você fala de mim pro seu psicólogo? — senti um quê de surpresa estampado em sua voz.

— É claro — respondi. — O tempo todo.

— Sobre o que vocês falam?

— Sobre como você é legal, bonito, tem uma Lamborghini. Tudo de bom.

— Yah! — ele apertou a minha mão, rindo. — Estou falando sério.

Eu soltei um suspiro.

— Eu nunca contei do Namjoon para ninguém — revelei, em voz baixa.

Ele pausou.

— Obrigado por confiar em mim.

— Obrigada por não me deixar sozinha no ano novo.

Taetae trouxe nossas mãos até seu rosto e depositou um selinho.

— Kim Namjoon foi a única pessoa que você beijou?

— Sim.

— Você disse que vocês namoraram por quase um ano, não foi?

— Uhum.

— Você deve ser experiente em beijar, então.

Não contive o riso, virando meu rosto para ele. Taetae estava apoiado em cima do seu braço, de lado, com o corpo virado de frente para mim.

— Eu e Namjoon tínhamos uma diferença de três anos de idade — expliquei. — Pode não parecer muito agora, mas eu tinha 13, 14 anos. Nunca me incomodou, mas, por causa daquilo, eram raras as ocasiões em que ele me beijava. Acho que tinha medo de ultrapassar algum limite.

— Hm — ele ponderou —, sem mão boba, então?

Dei um tapa no seu braço, rindo.

— Eu gostava muito dele — suspirei. — Toda vez que eu pedia pra me beijar, ele ficava todo vermelho de vergonha.

Taetae arqueou a sobrancelha, pensativo.

— Estou curioso, agora.

— Hm?

— Quero saber como é o seu beijo.

Virei meu rosto em sua direção, a lembrança de uma risada nos lábios.

— Você quer me beijar?! — perguntei, rindo.

— Eu posso? — ele levantou o corpo, apoiando o cotovelo no encosto do banco.

— Você está falando sério? — ele assentiu. — Mas, por quê?

— Meramente por dados experimentais — respondeu, abrindo um sorriso de lado.

— Isso é praquela sua lista de garota que beija melhor? — perguntei.

— Eu parei com essa lista, era muito infantil.

Bati palmas para ele, rindo.

— Olha quem tá todo maduro, agora que fez 18 anos.

Ele deixou o rosto pender, olhando para mim de cima.

— Posso te beijar?

— Não — respondi, como se fosse óbvio.

— Mas é tradição de ano novo!

— Você não coloca nenhum sentimento num beijo?

— Existem vários tipos de beijo, você sabe.

Franzi o cenho, não convencida.

— Por que você não liga pra Miranda? — propus. — Ela não fala coreano, mas se esforça tanto pra chamar a sua atenção que-

— Eu não estou carente, não quero te beijar pra ficar excitado. É só um beijo simples.

Hesitei.

— Não, você vai zoar dizendo que eu beijo mal depois.

— Não existem beijos ruins, existem tipos de beijos.

Semicerrei os olhos.

— Promete?

— Aham — assentiu.

Respirei fundo.

— Tudo bem, então.

Ele sentou, rindo, e se esticou até a minha poltrona, por cima do painel do carro. Não pude deixar de rir com a sua agitação.

— Você parece animado demais pra isso.

— Espera, assim não vai dar — praguejou, ajeitando sua posição.

Esperei, enquanto ele colocava o antebraço no encosto em cima da minha cabeça.

— Ai, meu cabelo.

— Foi mal.

— Quanta graciosidade — ri. — É assim que você trata as suas namoradas?

— Nunca fiquei com ninguém numa Lamborghini, então não.

— Não acredito que estamos fazendo isso — eu tentei guardar a vontade histérica de rir para mais tarde, transparecendo-a num sorriso.

— Esses bancos são muito espaçados, será que eu devo ir praí?

— Não acho que caibamos os dois aqui.

— Okay. Pronta?

Assenti.

Ele levou a mão para a lateral da minha bochecha, colocando o meu cabelo atrás da orelha. Lentamente, aproximou o rosto do meu.

— Acabo de me tocar — pude sentir sua respiração no meu nariz quando ele falou.

— Hm?

— Vamos batizar o meu carro. Você vai ser a primeira pessoa que eu beijo nele.

— Mas esse beijo não vai valer, não tem sentimento.

— Claro que vai. Eu te amo.

Sorri, sentindo meu coração apertar no peito.

— Você entendeu — revirei os olhos.

Ele diminuiu a distância entre nossos rostos.

Prendi a respiração.

Quando nossos lábios se tocaram, tão rápido que foi apenas um selinho, ainda estávamos sorrindo. Nem deu tempo de fechar os olhos.

— Esse é um tipo de beijo — falou.

Lentamente, seu rosto se aproximou de volta. Os faróis de um carro iluminaram nós dois rapidamente, e eu percebi vários detalhes no seu rosto; ele estava bronzeado, da viagem de aniversário no Havaí. Havia cortado seu cabelo, também, e ele estava sorrindo.

Quando Taetae me deu outro beijo, encaixando os lábios nos meus, seu perfume preencheu minhas narinas, e seu hálito me inebriou. Fechei os olhos.

— Esse é outro tipo de beijo.

Eu ia dizer algo, não lembro bem o quê, e então fui beijada novamente. Desta vez, depois do encontro inicial dos lábios, ele adentrou a língua suavemente, como se fosse o natural a se fazer. Retribuí. Nossas línguas se encontraram no meio do caminho, pressionando uma na outra, brincando durante o beijo, até que a pressão acabou e ele separou nossos lábios.

— Esse é outro tipo.

Ele aproximou seu rosto de volta, com calma. Só havia eu e Taehyung ali, e o que estávamos fazendo tão cômico, de início passara a ter um ar mais pesado, secreto. Eu não estava mais sorrindo; pelo contrário, me vi esperando ansiosa para o que aconteceria a seguir.

Taehyung começou o próximo beijo com um selinho audível, e então mordeu meu lábio. A sensação me causara um arrepio na espinha, e eu repeti o que ele fizera, mordendo-o também.

Eu não vi, mas sabia que sua boca curvara-se em um sorriso.

Senti sua língua adentrar minha boca, brincando, e, logo em seguida, ele chupou a minha, mordendo-a.

De repente, Taehyung separou nossos rostos, parando o beijo com um estalido. A mão que estava em minha bochecha descera para o pescoço – eu estava extasiada e confusa demais para me preocupar se ele percebera como meus batimentos cardíacos estavam acelerados -, enquanto ele pegava seu celular no porta-luvas. Só então percebi o toque do celular.

— Hoseok, eu-

— ESTAMOS NO MEIO DA RUA, CARALHO — gritou. — OS SEGURANÇAS ESTÃO NOS SEGUINDO, CADÊ VOCÊ?!

Tae xingou, jogando o celular no meu colo enquanto voltava para seu assento, puxando as marchas e acelerando o carro. O vento frio fez meu cabelo dançar, ajudando-me a tirar a neblina dos pensamentos.

Ali, em frente à grande fachada do hotel, iluminados pela luz dos postes, havia cinco sombras correndo. Hoseok e Jin estavam na frente – no momento que olhei, Hoseok ajudava Jin a se levantar de uma queda – e atrás deles homens de terno os seguiam, gritando alguma coisa.

Taetae deu a volta no parque, o barulho do motor rugindo enquanto ele pisava no acelerador na direção deles.

— Cuidado! — gritei.

No último momento, os seguranças se jogaram na calçada para longe do carro que quase os atropelara. Taetae freou ao lado dos meninos, que pularam para dentro, e acelerou para longe dali.

Jin começou a brigar, enfiando a cabeça no espaço entre os bancos da frente.

— Você queria matar os seguranças? — berrou, indignado. — Eles só estavam seguindo ordens! Você quase os atropelou na-

— Eu não pretendia atropelar ninguém — Tae falou, sem fôlego. — Levei um susto quando-

— ALGUÉM ME ME TIRA DAQUI, EU ENTALEI — Hoseok gritou.

Virei meu corpo, ajudando Jin a puxar Hoseok de debaixo do banco de Tae.

— Por que você pulou de cabeça? — Tae riu, depois de algumas tentativas minha e de Jin de puxá-lo dali. — Não dava pra ter mirado aonde ia cair?

Experimenta continuar rindo pra ver o que acontece quando eu sair daqui — ele ameaçou. — Só experimenta.

— Hoseok, tira o braço daí, você vai acabar se machucando — peguei sua mão no ar, que tentava alcançar a cabeça de Tae para socá—lo.

— Estão nos seguindo? — Jin perguntou. — A Sra. Jung desconfiou que nós fôssemos tentar escapar e colocou-

— Ela desconfiou porque você foi ao banheiro ao mesmo tempo que eu! — Hoseok reclamou, tirando a cabeça de debaixo do banco do carro. — Falei para esperar no mínimo cinco minutos antes de me seguir.

Eu não sabia se seu rosto estava vermelho de raiva ou porque tinha ficado de cabeça pra baixo por alguns minutos entalado.

— Eu esperei! Ela que te viu indo pro lobby. — Jin se defendeu. — Tae, para onde você está nos levando?

— Espero que tenha um hospital perto — Hoseok falou —, porque eu vou te encher de porrada quando parar este carro.

— É surpresa — Taetae respondeu. — Vocês trouxeram sapatos para a Jinhee?

— Aqui — Jin me estendeu pantufas e um roupão —, cortesias do hotel.

— Obrigada — agradeci.

— Vocês pagaram por isso? — Taetae franziu o cenho.

— Se você realmente for nos cobrar depois de tudo o que fez, eu mesmo vou te bater — Jin falou.

— Irritou a mãe — Hoseok riu.

— Taetae — chamei —, seu celular está tocando.

— Deve ser o Yoongi.

Ele atendeu a chamada, colocando-a no som do carro.

— Estamos indo.

— Ah, ótimo — ele falou. — A Yeri-noona vai colocar vocês pra dentro.

— Você já sabe se vai poder sair?

— Vou sim, a Hwasa ficou de fazer a contagem regressiva e a maioria dos artistas aqui tem mais shows pra cobrir.

— Ótimo. Mando mensagem quando chegar, fique de olho — ele desligou.

— Nós vamos pro show? — perguntei.

— Quase isso.

— Pensei que fôssemos só comer — Jin franziu o cenho. — Estou com fome.

— Você acabou de jantar lá na festa — Hoseok falou.

— Estou com fome de comida industrializada — respondeu.

— Ei, Hoseok, preciso do seu mapa mental um instante — Tae deu a volta numa rua. — Como que eu chego ao Seoul Dome?

— Hm, essa arena é em outro bairro. Qual o nome desta rua?

Quando chegamos lá, estacionamos perto da entrada dos fundos. Havia algumas poucas pessoas ali esperando do lado de fora, e correram até o nosso carro tentando reconhecer se éramos artistas famosos.

A Arena era enorme. Escutamos o som dos fãs por cima da música de longe, vários bairros antes de chegarmos lá. Uma grande torre – com uma estrela no topo, simulando a Ball Drop Party de Nova York, que desceria até o grande relógio de LED quando desse meia-noite.

Yeri (a manager do Suga) nos esperava na porta, mexendo no celular. Cumprimentou-nos, animada ela adorava comemorações como aquela —, e nos guiou por dentro dos bastidores. Quanto mais fundo adentrávamos, chegando aos camarins, menos eu me importava com o fato de estar de roupão. Afinal, eu não era a única – Ailee passara por nós em um roupão preto, protegendo-se do frio antes de entrar no palco com seu figurino curto.

Yeri parou diante da porta vermelha das escadas de incêndio e se despediu de nós, dando um abraço em todo mundo.

— Ele já está lá em cima — falou.

Eu só tive coragem de abrir a boca quando estávamos subindo as escadas espirais, no escuro, iluminando o caminho com a lanterna dos celulares.

— Meu Deus, Taetae, isso vai ser fantástico!

— Não é?! — ele riu, apressando os passos.

— Como você achou este lugar? — Jin perguntou.

— Eu pedi para o Yoongi descobrir se tinha como subir na torre da estrela, e a Yerissi perguntou ao dono da Arena. Aparentemente ele se apaixonou por ela, então temos passe livre pra vir pra cá até ela dar um fora nele.

— Por acaso — Hoseok chamou — tem alguma possibilidade de, sei lá, a gente cair?

— Só se você se jogar.

— Não dá ideia, Taehyung — Jin repreendeu.

— Tá com Jin tá com Deus. Ninguém vai cair daqui hoje, não esquenta — riu, subindo as escadas.

Eu já estava sem fôlego. Fomos desacelerando o passo começamos correndo, mas com o passar dos andares, Taetae, que fora o primeiro a subir, já estava implorando por uma pausa.

— Faltam menos de dez minutos pro ano novo, não podemos parar agora — Jin reclamou.

— É fácil falar — ofegou —, você malha todo dia — Tae respirou fundo —, seu monstro.

— Vamos, você descansa lá em cima — Jin o puxou pelo braço. — Falta pouco.

— Hyung — choramingou —, vão sem mim. Encontro vocês lá.

— Nem vem, Tae — Hoseok ajudou Jin a puxar seu braço. — Você nos trouxe até aqui, não vá desistir no final. Seu frouxo.

Nós continuamos a subir, ofegantes. Cada andar era feito por bases de metal e nossos sapatos pareciam martelos batendo nas escadas. Não era espaçoso; lado a lado, cabiam três de nós. A uns três metros da base da escada, uma cobertura de vidro rodeava a torre, mas nada que nos impedisse de enxergar a vista lá embaixo. E, apesar de estarmos subindo há vários minutos, não estávamos nem na altura da estrela quando nos deparamos com Yoongi no meio do caminho.

— Eu pensei que não fossem chegar a tempo — falou.

— Meu Deus, que lindo — arquejei, olhando para baixo.

Andei até o lado de Yoongi, que colocou a mão no meu ombro, concordando com a cabeça. Os meninos se cumprimentaram, e nós ficamos ali, junto ao corrimão, olhando para baixo. Senti Taetae apertar a minha mão, e Jin e Hoseok se prontificaram ao nosso lado, observando a mistura de cores que era a vista.

Estávamos dentro da torre atrás do palco, e em baixo de nós podíamos ver a plateia enorme, uma multidão de pessoas iluminada por lightsticks.

— Faltam três minutos — Jin anunciou.

— Pra quê? — perguntei, concentrada ainda na vista lá embaixo.

— Pro meu aniversário — Tae respondeu.

Franzi o cenho.

— Mas o seu- Ah, três minutos pro ano novo.

Eles riram.

— Alguém estava viajando aqui — Jin bagunçou meu cabelo.

— É, foram vários acontecimentos exóticos hoje — Taetae me cutucou.

Meu coração palpitou, meus lábios ainda formigando por causa dos beijos.

— Tae quase nos atropelou hoje — Jin concordou.

— Que mentira! — ele bufou. — Eu nem cheguei perto de vocês dois.

— É, mas passou de raspão nos seguranças.

— Que isso, Tae — Yoongi riu. — Se você não está com medo de perder a carteira, pense na Lamborghini.

— Isso me lembra — Hoseok falou, lentamente.

Ele se esticou e deu um tapa na cabeça de Taehyung.

— Hyung!

— Isso é por ter rido de mim quando eu estava entalado.

— Você se entalou aonde? — Yoongi perguntou, rindo.

— Tivemos que fazer uma rota de fuga e ele pulou de cabeça — Jin explicou. — Ficou preso entre o banco e o chão do carro.

Yoongi bateu palmas, gargalhando.

— Quem foi que filmou?

— Eu — Tae sorriu, se esquivando de outro tapa.

— Você estava dirigindo! Como pode ter filmado?

— Pedi pra Jinhee filmar — Taetae me entregou.

Mostrei a língua pra ele.

— Jinheeah! — Hoseok reclamou. — Você era a única legal comigo!

— Nós te amamos, cara — Yoongi deu umas batidinhas no ombro dele.

Hoseok pausou, seus olhos esbugalhados. A mão que estava no ar, prestes a dar outro tapa em Taehyung, foi esquecida, e ele tampou a boca com as mãos, chocado.

— Vocês escutaram isso? — perguntou.

Yoongi deu de ombros, virando o rosto para a vista lá embaixo. Eu podia ver um sorriso tímido em seus lábios.

— Yah, hyung! — Taetae chamou. — Eu quero ser amado também! Diz que me ama.

— Supera, Taehyung —  Hoseok riu. — Ele só vai cometer outro deslize desse ano que vem.

— Ótimo, porque faltam cinquenta segundos.

Jin bateu palmas, animado.

— Alguém, precisamos de um relógio — falei.

Yoongi me deu seu celular, e, juntos, fizemos a contagem regressiva para o ano novo. A voz da plateia lá embaixo fez coro, enquanto a estrela descia.

Dez.

Nove.

Oito.

Sete.

— Vamos tirar uma foto!

 Cinco.

Quatro.

— Digam cheese!

Dois.

Um.

Flash.


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Notas finais do capítulo

Obrigada de coração por nos acompanharem ♥