- Primeiro dia e esses professores já estão me deixando louco. - Disse Rony a Harry e Hermione enquanto os três se encaminhavam para jantar no Salão Principal.  
 

— Ah menos Rony, só passaram duas tarefas pra entregar. E acho bom você e Harry se dedicarem esse ano, não esqueçam que precisam de bons N.I.E.M.S já que querem fazer teste para Aurores ano que vem. - Respondeu Hermione ao amigo. 

— Não quer dizer que os professores precisem matar a gente até os exames, não é mesmo? - Hermione revirou os olhos ao comentário do amigo.  
 

Os três se sentaram à mesa e colocavam comida em seus pratos. A noite pelo que dava pra notar pelo teto do Salão indicava um céu estrelado. 

— A gente ainda não foi ver a Sala de Homenagem, quem sabe depois de com.. Ah, droga. Esqueci que tenho que ver Malfoy. - Hermione fizera cara de desapontamento ao se lembrar do encontro com o garoto e voltara a comer cabisbaixa. 

— Tenho certeza que Malfoy não é mais importante que ver a sala. - Disse Rony com a boca cheia e levando outra garfada cheia a boca. 

— Pelo menos termina de mastigar a comida antes de falar Rony. - Hermione franzia o cenho enquanto olhara o garoto falando de boca cheia. - E só pra você saber, eu costumo cumprir com os meus tratos. A sala pode ficar pra outro dia.. Ah, oi Gina. - Hermione virara a cabeça para a garota que acabara de chegar.  
 

— Oi gente. - Respondeu Gina se sentando de frente aos três.  

— Que seja.. Oi Gina. - Respondeu Rony indiferente com o comentário de Hermione.  
 

—  Oi Gina. - Harry cumprimentou a namorada com um sorriso e um olhar afetuoso que foi retribuído. - Ah, desculpa ter que atrapalhar a discussão de vocês, mas a gente ainda não foi visitar o Hagrid também. - Disse Harry se dirigindo a Rony e Hermione.  
 

— Sinceramente, do jeito que não estamos tendo tempo nem de respirar esse ano, talvez a gente consiga falar com Hadrig na Formatura. - Disse Rony e em seguida tomando um gole de suco de abóbora.  

— Menos Rony, temos os finais de semana livres. - Disse Hermione, novamente revirando os olhos. 

— É? Estamos no início da semana já com tarefas a ser entregues, imagina até o final?  

— Arranjaremos um tempo pra ir visitar Hagrid, Harry. - Disse Hermione encerrando o assunto ignorando o comentário de Rony.  

—-x-- 

A noite após a janta, o Salão Comunal da Grifinória se encontrava cheio de conversas e risadas. Rony estava sentado em uma poltrona lendo pela milionésima vez Quadribol Através dos Séculos, Harry estava deitado no colo de Gina, enquanto Hermione descia as escadas do dormitório, carregando a sua varinha e três livros, e então os três olharam para a amiga. 

— Hermione, tem certeza que quer ir sozinha se encontrar com o Malfoy? - Perguntou Harry a garota. 
 

— Não precisa, eu sei... - A garota começou a responder quando Rony observando-a, a cortou. 

— Sabe se cuidar com o Malfoy, a gente sabe. Mas todo cuidado é pouco, não é mesmo?  

— É claro. Mas não se preocupem. Eu vou indo antes que de a hora de recolher, para não me encrencar.. 
 

— Se quiser pode pegar a Capa de Invisibilidade, por precaução. - Ofereceu Harry a amiga. 
 

— Ah não, não precisa, Harry. Mas obrigada. Boa noite então. - A garota se despedira dos amigos e saíra pelo quadro  

Já com o castelo deserto e silencioso, Hermione caminhava em direção a Torre Oeste para o Corujal. Enquanto equilibrava os livros em sua mão, pensava em como depois de tudo que Draco Malfoy fizera a ela e os amigos podia se encontrar ajudando-o. Sabia que a família tinha feito muita coisa ruim, mas também sabia que ambos se arrependeram, bom, pelo menos a mãe e o filho. Hermione admitira que talvez a culpa de Malfoy ser do jeito que fora, por que até onde ela viu, ele está diferente, seja por conta da criação que os pais lhe deram. Mas essa era uma das qualidades de Hermione, sempre esperando a bondade das pessoas, mesmo que nas mais improváveis. Passando algum tempo caminhando sentiu que a cicatriz em seu braço que Belatriz Lestrange lhe fizera estava doendo por conta dos três livros em que ela os segurava, então parou para trocar os livros de braço e voltou a caminhar. Subiu para o Corujal e viu o garoto de cabelos loiros platinados parado de costas à entrada em uma das aberturas de janela, foi desviando os passos das titicas de Corujas e notou que Malfoy não reparara em sua chegada, então foi para a mesa que se encontrava no centro da sala circular e desabou os livros para que com o barulho o garoto notasse sua chegada.  

—Ah, oi. - Cumprimentou Malfoy. 

—Oi. - Hermione retribuíra seu cumprimento. - Bem, eu trouxe os livros em que eu andei pesquisando os feitiços para te mostrar. Claro, que não vamos tentar nenhum hoje, só pra esclarecer.  

—Claro, mas e o pra ocultar?  

—Ah, sim. Bem, vou explicar como ele funciona. Ele é simples,  mas precisa de concentração, já fiz testes em mim mesma, em algumas marcas de nascença que eu tenho e da certo, então com certeza dará na Marca Negra também. Ela só funciona durante 5 horas, mas você sabe que se o Auror suspeitar de algo poderá usar um feitiço de aparecimento, então eu sugestiono que quando você fazer o feitiço de ocultação, deixe a manga do braço da marca dobrada, assim o Auror vai ver que você não tem nada a esconder e nem tentará o feitiço. - Explicou a garota e vendo que Malfoy iria lhe questionar, foi mais rápida. - Mas esse feitiço é apenas prevenção, é claro, até lá espero que ja tenhamos conseguido tirar a Marca. - Após a sua fala, Hermione e Draco ficaram em silêncio por alguns instantes.  

—Certo, então agora você pode me mostrar o que conseguiu até agora? - Malfoy quebrara o silêncio. 

—Ah, sim. - Hermione começou a folear os livros e mostrar ao garoto o feitiços que encontrara para tirar a Marca, explicou cada uma, seus prós, seus contras, e os perigos que podem ter. Quando parou de repente para olhar o garoto que a encarava. 

—Algum problema? - Perguntou a garota. 

—Não. Quer dizer, é só estranho, entende? De todas pessoas, você me ajudando.. - O garoto encarava Hermione franzindo as sobrancelhas.  

—Bem, foi sua mãe que me procurou, e não estou fazendo de graça também. 

—É, eu sei. Mas mesmo assim, é estranho.  

Os dois ficaram em silêncio, e Hermione sabia o que ele queria dizer. De todas as pessoas com sangue-puro que poderia ajuda-lo, ela uma sangue-ruim, que ele tanto a chamara nos anos anteriores, estava ajudando-o. Então notara que ele estava encarando o seu braço com a cicatriz feita por Belatriz que estava vermelho por conta dos livros que carregara e logo puxou a manga de seu suéter para cobri-la. 

—Eu tentei ajudar vocês sabe? Quando levaram na minha casa, achei que se não denunciasse o Potter eles deixariam vocês irem, mas dai.. 

—A espada, eu sei. - Os dois se encararam em silêncio por um instante. - Me da seu braço. - Hermione esticara sua mão para pegar no braço de Draco. 

—Que? - O garoto se afastou perplexo. 

—Eu vou mostrar o feitiço de ocultação. 

—Ah, ta. - Então ele esticou seu braço para a garota que puxou sua varinha e mostrou ao garoto o feitiço, que tinha dado certo, pois em um momento a marca estivera ali e em outro não mais.  

—Pratique algumas vezes por dia, pra quando tiver uma emergência não ter nenhuma complicação.  

—Certo. 

—E quanto as nossas aulas, semana que vem em começamos, estou esperando o inicio de todas as matérias. 

—Certo. Então eu vou indo, a gente se fala. - O garoto se dirigiu a saída quando virou inesperadamente. - Ah e.. 

—Sim. De nada. - Disse Hermione antes do garoto agradecer, o qual lhe acenara com a cabeça e desceu as escadas do corujal. Sabia que era um enorme sacrifício para Draco Malfoy agradecer, notara que o garoto tinha partido e pensou em como estava diferente. Não demonstrava nenhuma expressão em seu rosto, não estava grosseiro e inconveniente como habitualmente, e Hermione sabia que estava preocupado, estava isolado.