Pós Batalha - Um Novo Começo escrita por ninepuff


Capítulo 12
Quebrando Barreiras




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A noite havia chegado, e parecia ser a noite mais fria até aquele dia. Hermione comera sua janta mais rápido para que pudesse se aprontar para se encontrar com Malfoy. Pediu o Mapa do Maroto ao Harry, para no caso de se atrasarem para voltar, pudesse vigiar o Sr. Filch. Não iria pegar a capa deste vez pois era mais trabalhoso andar por ai com ela, preferiu ir mais cedo para não causar problemas. Pegou sua varinha, o mapa, colocou um casaco por cima de seu suéter do uniforme e desceu para o Salão Comunal. Ela se sentou em uma das poltronas de frente para a lareira, o qual era o seu lugar preferido, e aos poucos notara a chegada dos colegas da Grifinória. 

Alguns alunos sentavam-se ao lado das janelas, outros nas mesas para conversarem, brincarem ou até mesmo fazerem suas tarefas, enquanto uns iam direto para o dormitório. Harry, Rony, Gina e Neville chegaram por último, indo em direção a garota e se acomodando de frente à lareira nos lugares vagos. Gina se sentou no chão com um livro, que parecia ser algo sobre Quadribol, entre as pernas de Harry, que sentara no sofá. Neville se acomodara na poltrona que ficava em frente a que Hermione sentara e Rony ao lado de Harry, com os olhos pesados de sono. Hermione estava perdida a olhar para as chamas na lareira, com os olhos cansados, e se desfrutando do quente aconchegante, esquecendo do que tinha que fazer.

— Hermione, você não tinha que ir? - Perguntou Harry olhando para a amiga que quase fechava os olhos para dormir.

— O que.. Ah, sim, claro. - Hermione despertou do seu devaneio levantando-se da poltrona, ajeitando seu casaco, seu cachecol e pegando sua varinha junto com o mapa. - Ham, obrigada de novo pelo mapa Harry.

— Quando quiser Mione. Bem, tome cuidado, certo? - Harry lançou um olhar paternal a amiga.

— Hermione sabe se cuidar Harry, você e Rony exageram um pouco às vezes. - Disse Gina lançando uma piscadela e sorrindo para Hermione e virou para ver a reação de Rony, mas logo viu que o mesmo estava com a cabeça pendura para trás de boca aberta, dormindo, e revirou os olhos para o irmão. Neville, também adormecera na poltrona.

— Ok, ok.. Eu sei que ela sabe. - Harry revirou os olhos para o comentário que a namorada fizera. As duas deram risadas.

— Bem, eu vou indo, antes que passe da hora. Boa noite. - Se despediu Hermione dos amigos e se dirigiu ao portal do quadro.

Pegou o mapa, colocou a ponta da varinha no centro do pergaminho e falou o encantamento, "Eu juro solenemente que não farei nada de bom", e logo o pergaminho ganhou vida ao mapa, procurou por ela mesma e checou se o Sr. Filch se encontrava por perto. Quando viu que não tinha perigo por ali começou a caminhar em direção ao corujal. O castelo estava frio, e a cada passo que Hermione dava se apertava mais em seu casaco. Quando no corujal, não o encontrou. A sala redonda estava vazia, exceto pelas titicas das corujas e algumas corujas adormecidas. Hermione começara a ficar com muita raiva do garoto, por não estar ali como combinado, "aquele metido egocêntrico, como pude pensar que ele estava um pouco melhor?", falou ela para si mesma. 

Então se lembrou que estava com o mapa, o pegou, sentou em um degrau da escada que subia para o corujal e procurou por Malfoy no Salão Comunal da Sonserina, mas o nome dele não estava ali. Ficou com mais raiva ainda, pois ele podia ir pra qualquer outro lugar mas não poderia ir ao encontro da garota. O único motivo de ter marcado de se encontrarem naquela noite, foi para ela poder contar para ele com mais calma que sua mãe lhe convidara a passar as férias na casa de seus avós. Mas antes que decidisse desistir e não contar nada a ele notou que o nome do garoto no mapa estava na torre de Astronomia. Levantou em um segundo decidida em ir até onde se encontrava e lhe falar umas verdades em sua cara.

Hermione desceu as escadas, nem se incomodou de certificar se o Sr. Filch não estava por perto, estava determinada em chegar em Malfoy para brigar com ele e xinga-lo de todos os nomes feios possíveis. Subiu as escadas de mármore, e quando andava pelo corredor em direção a torre, Pirraça, o Poltergeist apareceu.

— Ora menina encrenqueira, já está quase na hora de recolher, vai arrumar confusão - Disse o fantasma dando piruetas no ar, tentando irritar Hermione.

— Não enche Pirraça! - Disse ela firme, caminhando mais rápido.

Subiu às escadas para a torre de Astronomia, bufando e se preparando para gritar, mas foi diminuindo os passos quando ouvia alguém fungando o nariz, e barulhos de murros na parede. Começou a subir sem fazer barulho, se esquivando na parede, e quando chegou perto da porta que dava para a torre, espiou antes de entrar e se deparou com Malfoy sentado escorado na parece oposta a que ela estava, com seus braços apoiados no joelho e as mãos segurando a cabeça. A garota se sensibilizou com a situação do garoto. Sentiu vontade de ir em direção a ele para saber o que havia acontecido e consolá-lo, mas não sabia se essa escolha fosse certa. Mas não conseguiu apenas recuar ao vê-lo naquele estado, então entrou pela porta para a torre, mas o garoto não notara sua presença, ainda estava aos prantos. 

— Ham.. Malfoy? - Disse ela anunciando sua chegada, fazendo Malfoy levantar a cabeça no susto com o rosto molhado.

— Que isso Granger? Anda me seguindo? - Disse ele enxugando rapidamente suas lágrimas e se levantando. 

— Na verdade não precisaria te seguir se cumprisse com o que falasse. - Disse ela o confrontando, mas de forma suave.

— Aconteceu imprevistos, não é obvio? Afinal por que veio até aqui? O que é de tanta importância? - Ele disse grosseiramente indo em direção à uma abertura que dava passagem para um corredor ao ar livre, onde se via os telescópios usados para a aula de Astronomia. 

— Achei que não tinha ido ao corujal de propósito, então...

— Então você veio aqui para se certificar e me xingar, não é mesmo?

— Bem.. Mais ou menos. Eu sei que sou a última pessoa que você vai querer falar sobre, mas, o que aconteceu? 

— Tem razão Granger, você é a última pessoa em quem eu falaria sobre meus problemas..

— É, foi o que imaginei. Mas acho que já passamos dessa fase, não acha? Eu guardo seu segredo há séculos Malfoy, um pouco de confiança não seria tão ruim assim.

Malfoy continuou parado na passagem para o corredor olhando para o céu estrelado, e Hermione um pouco atrás o observando. Ficaram em silêncio por alguns instantes, e Hermione já estava prestes a se retirar e ir para o Salão Comunal, quando Malfoy se vira para a garota.

— Tem razão, infelizmente, Granger, você é a única em quem posso confiar ultimamente, mas não pensa que isso nos torna um tipo de dupla ou coisa do tipo. 

— Jamais pensaria nisso. Acredite. 

Ela deu uma risada debochada para o garoto e passou na sua frente para o corredor sob às estrelas. Sentou no chão e fez sinal para que Malfoy sentasse ao seu lado. Ele foi bufando até Hermione, sentando ao seu lado, mas mantendo uma distância.

— Meu pai está a beira da morte. - Ele soltou a frase, fazendo Hermione olhá-lo de olhos arregalados. - Ele já estava muito fraco quando foi preso, então quando chegou em Azkaban, os Dementadores "fizeram a festa". Você deve ter lido no Profeta Diário que eles foram exilados, mas quando meu pai chegou há praticamente um ano atrás, não. O beijo era pra ser agora, mas como eles não estão mais tomando conta de Azkaban.. Mas de qualquer modo, ele está muito fraco e deram alguns dias para que ele faleça e.. 

Mas antes que ele pudesse continuar, começou a escorrer lágrimas em seus olhos. Hermione sabendo que não deveria, foi para mais perto do garoto, colocando gentilmente sua mão em seu ombro, à espera dele lhe xingar por tal atitude, mas inesperadamente Malfoy a abraçou de uma forma que ela nunca imaginara que aconteceria. Mesmo estando confusa com a atitude do garoto, correspondeu seu abraço, conseguia sentir o cheiro amadeirado e fresco de seu perfume. 

— Eu sinto muito.. - Sussurrou ela. Logo ele se desvencilhou da garota enxugando as lágrimas. 

— Eu sei que ele fez coisas ruins, sei que ele não era um exemplo. Mas era o meu pai, e por mais que não me orgulhasse das suas atitudes, eu o amo. Minha mãe ainda tinha esperança que ele voltasse, eu não, sabia que de agora em diante era só eu e ela. Ela está totalmente devastada, ela está sofrendo, ela tenta mostrar que não, mas eu sei que está. Poucas pessoas sabem, mas eu fiz tudo o que fiz no sexto ano para protege-lá, depois que meu pai não conseguiu o que o psicopata do Voldemort queria. - Ele disse encostado na parede olhando para as estrelas. 

— Também fiz meus sacrifícios.. - Disse ela encostando na parede, abraçando os joelhos e olhando para o céu. - Quando deu início a Guerra, eu.. eu apaguei a memória que meus pais tinham de mim. Fiz eles mudarem de identidade e saírem do país. Eles sabiam demais sobre Harry, e cada vez mais trouxas eram assassinados, e tinha certeza de que meus pais estavam na lista..

— Foi mal, por eles, mas conseguiu recuperar.. sabe, a memória - Disse Malfoy olhando para a garota penalizado

— Ah, sim, recuperei. Mas, minha mãe ficou com sequelas, foi demais pra ela. O cérebro dela danificou, anda esquecendo coisas, e acredito que em breve se esquecerá quem ela é. - Hermione enxugou suas lágrimas. - Por isso aceitei te ajudar, eu preciso do dinheiro, pra ajudá-la. Nunca te julguei Malfoy, talvez no início quando você me chamava de.. de sangue-ruim, não era uma coisa agradável de se escutar. Já te odiei e muito, mas não mais, você pode confiar em mim. - ela olhou para ele, o qual acenou a cabeça a compreendendo. - O que não entendo é por que você não confia nos seus amigos, tipo Zabini, Pansy.. 

— Não sei, na Sonserina não somos de lealdade ou amizade, eu confio neles, mas para desabafar, não é como se fosse o clube da amizade..

— É, eu imagino.. - Os dois ficaram em silêncio, quando começou a vim uma brisa gelada muito forte e decidiram irem para os seus dormitórios. Desceram as escadas da torre, parando no corredor em que cada um tomaria um caminho diferente.

Antes de cada um seguir em direções opostas, Malfoy se dirigiu a Hermione.

— Granger.. Ham.. - Mas antes que ele pudesse completar a frase Hermione lhe deu um abraço. Malfoy ficou sem reação, conseguiu sentir o cheiro dela, era doce e lembrava flores. A abraçou em retorno.

— De nada Malfoy. - Disse Hermione antes de se afastar do garoto. - Boa noite. - Se afastou do garoto se despedindo e virando de costas à ele.

— Ei, Granger! - Chamou ele antes que Hermione pudesse se afastar demais.

— Malfoy? - Ela falou se virando para o garoto.

— Você marcou de falar comigo no corujal. Sobre o que era? - Perguntou ele.

— Ah, nada muito urgente. Podemos deixar para outra hora.. - Antes que ele pudesse a chamar novamente, Hermione já tinha virado no corredor em direção ao Salão Comunal da Grifinória e Malfoy para o lado oposto em direção ao Salão Comunal da Sonserina. Nesta noite, os dois tinham conseguido quebrar uma barreira entre eles. Os dois agora, podiam confiar um no outro. 


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