Admirador secreto? escrita por Isa


Capítulo 4
Boliche, flertes e mais.


Notas iniciais do capítulo

Oh, lá, lá, lá, lá, lá, lá oh
Não tem terror
Não tem caô
Oh lá, lá, lá, lá, lá, lá oh
Não tem terror
Não tem caô
Hoje eu tô, que tô, que tô
Hoje eu tô, que tô, que tô ♫

Tanto que o capítulo ficou com mais de duas mil palavras dessa vez, né non?
Então... Eu talvez fique o resto dessa semana sem postar, porque vou estudar muito para uma coisa de satã chamada provão, que consiste em duas provas satânicas (uma de exatas e uma de humanas), criadas por todas as forças malignas do universo para me ferrar. =)
Por isso, espero que esse capítulo não tenha ficado uma bela porcaria, para que pelo menos valha a pena esperar pelo próximo. OSKOASKOASKASOKASO
Beijos de luz e boa leitura :-* ♥



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Nervosismo.

Era essa a palavra que descrevia perfeitamente como Ty se sentia naquele momento. Ele não sabia ao certo o porquê de ter trocado de roupas tantas vezes ou de estar a quase cinco minutos se olhando no espelho, desejando estar o mais bonito possível, sendo que seria uma saída em grupo como qualquer outra, não um maldito encontro como sua mente tentava fazê-lo acreditar. Estava até levando Lydia, para evitar cometer o erro de passar vergonha na frente de Dylan, se declarando ou fazendo qualquer bobagem parecida.

Não que a probabilidade de tomar coragem e dizer tudo que sentia na cara do colega – e com sorte, futuro amigo— fosse alta, afinal, Dyl tinha a inacreditável habilidade de torna-lo tímido, coisa que nem sua namorada conseguia. De qualquer forma, é sempre melhor prevenir que remediar.

— Ty! – Lydia chamou, enquanto batia na porta. – Já está pronto?

Uhum. – balbuciou em resposta, ainda olhando o próprio reflexo, apenas para ter certeza. – Já estou saindo.

Finalmente, sorriu satisfeito para si mesmo. Havia feito um ótimo trabalho naquela uma hora e meia em que estivera em seu quarto. Quando saiu, viu Lydia lançar-lhe um olhar admirado.

— Uau! – ela exclamou. – Valeu mesmo a pena todo esse tempo aí dentro, hein? Você está maravilhoso...

— Obrigado. – agradeceu, envolvendo os braços ao redor da cintura dela e a abraçando com carinho. – E você também está incrível. Vamos?

— Claro. Estamos atrasados. A Alli deve estar cansada de esperar.

— Espera, a Allison vem também? – olhou-a, surpreso. – Lyds, eles nem são nossos amigos. Quem mais você chamou?

— Se queria que eu não chamasse ninguém, não deveria ter trocado nossa noite por uma saída em grupo. – revirou os olhos verdes. – Não que eu esteja reclamando, aposto que será divertido. E eu só chamei a Alli mesmo. Sabe, ‘pro caso de vocês começarem a falar demais sobre basquete ou, sei lá, se aquela puta da Camilla resolver aparecer.

— A não ser que a Maritza tenha mencionado o meu nome, duvido que ela resolva sair com eles. O Dyl me disse que ela e o Elliot não se suportam.

— Tudo bem, tudo bem, mas mesmo assim. Eu me recuso a sair sem a Alli. – insistiu. – Por favor, amor... – fez uma cara extremamente fofa, para a qual ela sabia que ele ficaria incapaz de negar algo.

— Está bem! – acabou cedendo, como sempre. – Agora vamos logo buscá-la, antes que eu mude de ideia. 

***

Dylan não sabia o porquê, mas estava nervoso. Quer dizer, até sabia, mas achava ridículo. Por que estar naquele estado de ansiedade, sendo que sequer se tratava de um maldito encontro? Não fazia sentido e era patético, vergonhoso. Mal conhecia Tyler e, além disso, o garoto devia ser hétero, com certeza. Namorava uma garota, muito bonita, por sinal. Suas chances eram bem baixas.

Ah, essa vida...

Ele ali, preocupado em impressionar um heterossexual, torcendo para que ele fosse, no mínimo, curioso, enquanto tinha seu melhor amigo e um admirador secreto afim dele.

Bom... Mesmo com esse repentino interesse pelo colega de time, não pararia com suas “investigações”. Ainda daria tudo de si para descobrir a identidade de “A.S.”, afinal, por mais que quisesse negar, era inevitável não ter uma leve queda pelo desconhecido. Ele era fofo, criativo – e muito -, ótimo com presentes e, é claro, escrevia muito bem. Para ser o namorado perfeito, só faltava a parte da atração física, que não aconteceria – obviamente – sem que o conhecesse.

— Por que ele está demorando tanto? – questionou, virando-se para os amigos, que de início fizeram nada mais que dar de ombros. – Será que aconteceu alguma coisa?

— Não seja ridículo, Dyl. – debochou Maritza. – O que poderia ter acontecido?

— Um acidente de trânsito, talvez. – sugeriu Elliot, dando um sorrisinho maligno, que sumiu ao ver a expressão de Dylan. – Ei, calma! É brincadeira. Às vezes ele nem vem, e você ‘tá aqui, fazendo papel de trouxa.

— Você acha? – perguntou meio triste.

Contudo, antes que Elliot tivesse a chance de respondê-lo, Dylan avistou seu colega, vindo em sua direção acompanhado de duas garotas, a namorada Lydia Evans e a melhor amiga desta, a qual não sabia o nome.

— Ei, Dyl! – Tyler cumprimentou-o, dando um enorme – e de tirar o fôlego – sorriso. Involuntariamente, o de pele morena sorriu de volta. – Demoramos muito?

— Oi, Ty... – Dylan disse, acanhado. – Nem tanto. – mentiu, recendo olhares de “sério isso?” dos amigos. – Vejo que trouxe companhia... – não se importou em esconder sua decepção.

— E-Eu d-deveria... Hm... Ter vindo só? – Ty surpreendeu-se. – Foi mal, eu achei que...

— Não! – Dyl exclamou, devido ao nervosismo. – Eu só... Não faz mal, sabe, é só que... Está tudo bem.

— Se você diz...

Elliot observava a interação dos dois com muita atenção. Não estava gostando nada daquilo. Será que Dylan estava interessado em Tyler Raymond? Não... Ele não podia! Ainda pretendia colocar em prática seu “plano de conquista” e, antes de tudo, se livrar de Maritza. Não em um sentido ruim, mas fazer com que ela deixasse de ser um obstáculo. A última coisa que precisava era um novo adversário que era, infelizmente, incrivelmente bonito.

“Se bem que ele tem uma namorada...” pensou, tranquilizando-se.

— Podemos entrar? – Lydia pediu impaciente.

— Oh, sim, é claro. – Dylan, em oposição, foi simpático. – Vamos.

Maritza, sabendo que Allison era uma garota de extrema beleza – e ainda desconhecendo a verdade sobre seu melhor amigo e paixão platônica – puxou Dylan pela mão, de certo modo com medo de acabar “perdendo-o” para a loira. Elliot revirou os olhos diante daquilo. Por que Dyl não dizia logo “eu sou gay” e acabava com aquela situação? Bom, se ele até o momento não havia percebido a forma como Mari sentia-se e ela da mesma forma não sabia da sexualidade dele, não seria imbecil o suficiente com nenhum dos dois para entregá-los. Portanto, se limitou a segui-los, assim como fez Tyler.

Lydia, em contrapartida, parou no meio do caminho, para esperar Allison, e assim que se encontraram novamente, sorriram e deram as mãos, seguindo então para dentro do estabelecimento.

***

Elliot segurava a bola junto ao corpo, na altura do peito, com os braços em “L”. Posicionou então os quadris e os ombros paralelamente em relação aos pinos e procurou ficar bem relaxado, pois sabia que os movimentos precisavam ser os mais naturais possíveis. Ele mirou em seu “alvo”, e...

Boo! – Dylan berrou, fazendo com que derrubasse a bola, que deslizou pela lateral da pista, não acertando um único pino.

— Dyl! – reclamou. – Isso não é justo. Como espera que eu pontue desse jeito?

— Tecnicamente, ele espera que você não pontue, ‘né. – “informou” Tyler, acompanhando sua dupla nas risadas. – E do jeito que você se distraiu fácil, vamos ganhar essa facinho.

— Não conte vantagem antes da hora, amor. – Lydia contestou, competitiva. – Alli e eu iremos arrebentar, certo? – olhou para a bff, esperançosa.

— Bom... – Allison sorriu, timidamente. – Eu meio que não sei jogar.

— Ah, não faz mal, eu te ensino. – Tyler se ofereceu.

— Okay. – a loira assentiu, se levantando e indo com ele até a pista. Pegou uma bola e a segurou da forma como o amigo explicou, mas então olhou para ele confusa. - E agora?

— É bem fácil. – Ty afirmou a envolvendo por trás, segurando sua mão junto com a bola com firmeza, balançando para baixo e para trás e, por fim, lançando-a.

Alli mal acreditou quando viu todos os pinos serem derrubados e praticamente pulou nos braços do amigo, que retribuiu o abraço com carinho. Para ambos, foi algo normal, nem um pouco malicioso, entretanto, Lydia não teve a mesma visão.

Sentiu um incômodo extremo e grande irritação. Ver os dois com os corpos colados – na cabeça dela, era o que havia ocorrido – e em seguida, se abraçando com tanta intimidade a deixou muito, mas muito enciumada.

— Ty... – levantou-se. – Não estou me sentindo muito bem, podemos ir embora?

— Hm? – afastou a amiga e foi até a namorada. – Mas estava tudo bem dois minutos atrás, o que aconteceu?

— Nada, okay? Eu só não estou me sentindo bem e quero ir embora...

— Ah, beleza, pode pegar o carro e me devolver amanhã. – ele falou, estendendo as chaves e recebendo um olhar de incredulidade dela.

— Pode deixar, eu vou a pé. – ela respondeu, fria. – Já que meu namorado não pode se dar ao trabalho de me deixar em casa!  

Tyler nada disse, sabia que seria pior se discutisse. Allison, porém, foi até Lydia, preocupadíssima.

— Está tudo bem? – Alli precisava saber. – Eu posso ir com você, se quiser.

— Não. Obrigada. – Lydia não conteve o tom de irritação, que serviu apenas para deixar a amiga ainda mais desesperada.

Quando saiu, Allison insistiu e foi atrás dela, não aceitando o fato de tê-la chateada, sem nenhuma razão aparente.

— Então... Acho que agora somos só dois times... – Maritza riu, sem graça e constrangida pela leve “confusão” causada pela ruiva.

***

O silêncio reinara na maior parte da caminhada, desde que Lydia havia reclamado do modo como Allison e Tyler agiam, a loira decidira que iria simplesmente acompanha-la, em silêncio. Vez ou outra, elas trocavam alguns olhares, confusas sobre como deveriam agir, o que deveriam dizer e até mesmo se algo precisava ser dito. Discutir não era algo que estavam acostumadas a fazer, muito pelo contrário, aquela devia ser, provavelmente, a primeira vez que aquilo aconteceria.

Quando chegaram à porta da casa da ruiva, esta decidiu, por fim, se pronunciar:

— Alli, eu... Agi como uma idiota, não foi?

— Sendo sincera? Sim... – Allison concordou. – Mas tudo bem.

— Como assim “tudo bem”? – a indignação de Lydia apareceu, mais uma vez. – Não está nada bem. Você é a minha melhor amiga e eu basicamente te acusei de estar pegando o meu namorado pelas minhas costas, por que está levando tão na boa?

— Porque eu te conheço. – abriu um sorriso sincero. – Sei como gosta dele e entendo que tenha medo de perdê-lo. Apesar de achar ridículo porque, sério, o Ty definitivamente não é o meu tipo.

“Nem qualquer outro garoto.” Alli quase riu do próprio pensamento, mas conteve-se.

— Certo... – Lydia assentiu.

— Além do mais, você é minha melhor amiga... Eu nunca faria algo assim.

— Eu sei. – se contrariando, afirmou. – Me desculpa?

— Não precisa se desculpar, relaxa. – a puxou para um abraço. – Já disse, eu entendo.

— Eu te amo, Alli... – Lydia murmurou, retribuindo o gesto.

Allison suspirou, sentindo seu coração apertar. Sabia que a amiga a amava, mas também sabia que, infelizmente, não era da forma que ela queria.

— Eu também te amo, Lyds. – acariciou os fios ruivos, sentindo o perfume doce que deles vinha. – Eu também te amo...

***

Tyler e Dylan caminhavam juntos no shopping, se divertindo a cada palavra dita e passo dado. Elliot e Maritza – por se sentirem “excluídos” – já haviam ido para casa, mas eles aproveitavam tanto a companhia um do outro que não queriam finalizar o passeio ainda.

Os dois caminhavam lado a lado e, vez ou outra, esbarravam as mãos, ato que de certo modo era proposital por parte de Tyler, que queria ter ao menos um pouco de contato com a pele do amigo. Isso não passou despercebido por Dylan, que sorria, discretamente, todas as vezes.

Às vezes acontecia de rolarem alguns flertes, nada de mais, segundo a mente do de olhos claros. Não era como se estivesse traindo Lydia, claro que não. Apenas... Acontecia. E não iria ficar se punindo por isso. Ele era humano e Dylan era, bem, absolutamente irresistível.

Antes que pudessem perceber, já estavam no estacionamento novamente.

— Acho que a Maritza e o Elliot vão querer revanche, um dia desses. – comentou Ty, fugindo do tópico “sua namorada agiu feito uma louca hoje, hein?”.

— É, provavelmente. – concordou Dyl, entendendo o “recado”. – Sabe... Seria ótimo se minha sorte no jogo interferisse na minha sorte no amor.

— Não acho que um cara como você precise de sorte no amor. – Tyler se opôs.

— “Um cara como eu”? – Dylan arqueou uma sobrancelha, como se o interrogasse. – O que isso deveria significar?

— Nada não. – piscou. – Mas sabe... As garotas da escola matariam para ficar com você.

— É? Que legal...Pena que garotas não fazem muito o meu tipo. – riu, mas ficou sério ao notar que Tyler não pareceu surpreso. – Espera... Você já sabia?

— É algo bem óbvio, considerando que tem flertado comigo a noite toda. – sorriu com o canto dos lábios.

— Oi? – fingiu indignação. – Foi mais o contrário, não?

Por favor, não seja ridículo. Eu tenho uma namorada. – fez-se de desentendido.

Dylan gargalhou.

— E desde quando isso torna alguém incapaz de flertar com outra pessoa?

— Okay. Você venceu. – Tyler disse sorrindo.

— Então admite que estava flertando comigo? – Dylan mordeu de leve o lábio inferior, esperando por uma resposta, que acabou vindo por meio de outra pergunta...

— Não foi o que acabei de fazer?  

O de pele morena e cabelos negros levemente bagunçados estava surpreso. Não esperava tamanha coragem por parte do garoto.

— E o que isso significa? – quis saber, enquanto o via entrar em seu carro.

Mais uma vez, Ty não respondeu normalmente, e sim indagando algo:

— Não é óbvio?

E então, deu partida, deixando o outro parado em frente ao próprio carro, com cara de bobo. Com certeza, Tyler lhe parecia ainda mais interessante agora. O colega o tinha impressionado naquela noite, mostrando que era mais do que sua faceta tímida e fofa. De qualquer forma, seria um desafio conseguir algo com ele, considerando que o garoto não parecia ser do tipo que chegaria ao ponto de trair a namorada. O bom era que Dyl amava desafios...

Então, sua lista de objetivos para seu segundo ano do ensino médio ficaria bem menos simples que o esperado:

1. Passar direto em todas as matérias.

2. Fazer Elliot gostar de outra pessoa que não fosse ele.

3. Descobrir a identidade de seu admirador secreto.

4. Conseguir ficar com Tyler Raymond.

Não que as coisas precisassem acontecer exatamente nessa ordem... 


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