The Wonders Vol 1: Catastrofe escrita por Marcos Bossolon


Capítulo 5
Episódio 1: Eclipse (pt5)




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Robson - Rio de Janeiro

 

Robson corria a toda velocidade pela favela do rio de Janeiro, assustando so moradores locais. Quando um homem com vestes militares corria pelas ruelas da favela, boa coisa não é. Mas, diferente do que geralmente ocorria, o militar não corria atrás de um dos traficantes. Corria atrás de um jovem moço que não havia feito nada a ninguém. Mesmo assim, ninguém colocaria a mão no fogo para inocentá-lo. O rapaz era novo na favela, tinha se mudado a alguns meses.

O rapaz magro de pele morena que corria pelas ruelas saltou, agarrou o teto de uma das casas baixas e, em um movimento rápido de parkour subiu pela casa, passando a saltar pelos telhados da favela. O militar não ficou para trás. Em um piscar de olhos aprendeu o movimento utilizado pelo jovem e repetiu exatamente igual.

Os dois corriam sobre os telhados das casa, por vezes aterrizando no chão e descendo alguma escadaria de cimento. Saltavam pelos muros e de uma laje a outra. O militar copiava cada movimento do rapaz que usava uma regata branca e calças largas. O físico do militar ajudava muito para pegar os movimentos, era forte como um touro. Os cabelos negros despenteavam com o vento da corrida.

O militar perseguiu o rapaz até que o encurralou em cima de uma casa que era alta demais para saltar. Se aproximou devagar sacando a arma de seu coldre.

— Mantenha a calma, amigo. — disse o militar — Só quero que venha comigo para conversarmos um pouco.

— Eu não fiz nada! Eu juro! — Disse o homem assustado. — Por que está atrás de mim?

— Não é pelo que você fez.... é pelo que pode fazer...suas... habilidades.

As ultimas palavras o assustaram ainda mais. Fugira para aquele lugar na esperança de que ninguém o encontrasse, mas la estavam eles de novo por causa do que podia fazer. Ele sabia como ele era chamado em outros países: EVO. Em diversos lugares haviam protestos querendo o fim de pessoas como ele ou a união. Mas ele não se deixaria ser capturado. Não assim. Saltou da casa antes que o militar pudesse fazer alguma coisa. Mas, ao invés de cair, voou. Começou a subir em uma velocidade considerável.

Teria subido mais e conseguido fugir, se não fosse um dardo tranqüilizante acertá-lo em cheio no pescoço. O sono veio e com ele a fraqueza. O homem caiu e foi recebido nos braços pelo militar.

— Peguei ele. — Disse o militar em um equipamento de alta tecnologia em seu ouvido direito — Bom trabalho Rafael.

A mais ou menos um quilometro dali, no topo de um prédio, um homem alto e magro com os cabelos negros penteados para trás e lambuzados de gel estava em pé com uma simples pistola de trnaquilizante em uma das mãos, sem mira de precisão ou nada que pudesse dar um close no alvo.

— Muito mais fácil do que parece. — disse Rafael no rádio em seu ouvido — Um quilometro não é nada para meus poderes.

Menos de uma hora depois os dois andavam lado a lado nos corredores da base militar de EVO’s do Rio de Janeiro. Conversando sobre o recém-capturado: Felizberto Silva. Habilidade de voar. 27 anos. Masculino. Estava nas instalações de segurança leve, que já era mais forte que uma segurança máxima de uma pessoa comum. No fim do corredor quase cruzaram com um homem loiro de terno e óculos escuros acompanhado de uma mulher sexy usando roupas de couro.

— Yubert. — Cumprimentou Robson sem fazer nenhum esforço para esconder seu desgosto. — Senhorita Lamek.

— Pode me chamar de Sarah. — Disse a mulher com uma voz suave e um sorriso malicioso.

— Parece que capturaram mais um EVO! Meus parabéns. — Disse Yubert

— Não é tão difícil quando se tem dois EVO’s em perseguição ao invés de um EVO e um humano normal. — Respondeu Rafael claramente demonstrando nojo de Yubert.

— Ficaria impressionado com o que um humano normal também pode fazer, EVO. — Disse Yubert em tom de desafio. — Afinal. Se vocês da divisão EVO do exército fizessem bem o seu trabalho, seus políticos não pensariam em privatizar um pouco o serviço de segurança para nós.

— Vem, Rafa. — Disse Robson colocando uma das mãos no ombro do parceiro — Temos mais o que fazer do que dar atenção a esses ai?

Os dois seguiram seu caminho deixando o rapaz e a mulher para trás.

— Não gosto dessa gente da Primatech perambulando por aqui. — Disse Rafael.

— Eu também não. — Respondeu Robson. — E tenho certeza de que o General também pensa o mesmo.

Ninguém da divisão EVO gostava da maneira como a Primetech lidava com a questão dos humanos com poderes. Mesmo eles sendo mais antigos quando se trata de tudo isso, a divisão EVO sempre preferiu que os EVO’s cuidassem de si mesmo, sem humanos normais. Já a Primatech tinha a filosofia “Um deles e um de nós”.

Ambos entraram na sala do General Gutieres e bateram continências. Com um aceno do General, os dois sentaram-se cada um em uma cadeira ao redor da grande messa da sala do general. Gutierrez mantinha sua postura firme com o uniforme verde do exército e as medalhas de honra brilhando no peito. Ele retirou o quepe deixando sua careca a mostra.

— Gostei muito do trabalho que fizeram com...Felizberto, é isso? — Disse Gutierrez olhando a ficha do recém-capturado. E sentando-se em sua cadeira extremamente confortável no fim da mesa. — Então. O que pensam dele.

— É um bom homem. — Disse Robson. — Os poucos históricos fora dos padrões aconteceram no inicio, quando seus poderes se manifestaram, provavelmente por falta de controle. Se treinado pode ser um bom membro para nós.

— Isso é bom. — Disse o general. — Estamos precisando de mais homens. Nunca é demais. E é sempre bom termos um bom exército de EVO’s. Nunca se sabe...

Rafael e Robson se entreolharam preocupados. O exercito de EVO’s era pequeno, mas o general tinha planos para transformá-lo no maior exército do país. O problema é que nem todos os EVOs querem ser soldados, mas para o general isso não parecia uma opção.

— Bem... — disse o general. — preciso mostrar mais uma coisa. Chegou a alguns minutos de nosso informante da Amazônia.

O general pressionou um botão de um controle remoto que estava sobre a mesa e a tela grande atrás de si ligou revelando algumas pinturas feitas no chão do território de uma tribo isolada da Amazõnia. A primeira mostrava um eclipse.

— Outro eclipse. — Disse Rafael. — Eclipses significam mais EVOs se manifestando.

— Ou mais desgraça acontecendo. — Disse Robson.

— pode ser um ou os dois. — informou o general pressionando um botão novamente. Dessa vez a imagem era de Um furacão e um tsunami engolindo a costa leste do país.

Todos ficaram calados naquele momento observando aquela imagem horrível na tela. Uma catástrofe sem dúvidas.

— Quanto tempo até tudo isso acontecer? — Perguntou Robson.

— Segundo o pajé que conversou com nosso agente... — disse o general. — uma semana até o eclipse e menos de um mês até a catástrofe.

Todos respiraram profundamente. O tempo era curto.

— já sabem os detalhes da previsão? — Perguntou Rafael. E o general balançou a cabeça negativamente.

— Ainda estamos analisando tudo isso. — Respondeu.

— Por isso o pessoal da Primatech estavam aqui? — Perguntou Robson em seguida — Para ajudar a desvendar isso?

— Precisamente. Mostrei a eles essas duas imagens. — Disse o general relutante. — Mas não mostrei essa ultima.

O General apertou novamente o botão e uma nova imagem surgiu na tela. Um desenho que lembra um “S” com um traço no lado direito na parte de cima e dois do lado esquerdo em baixo. O símbolo da Primatech. Seja o que for a catástrofe eles estão envolvidos. Pode ser algo bom ou ruim, mas com certeza a presença da Primatech no país é uma peça chave para esse novo mistério.

— Por ultimo. — Disse o general jogando uma pasta na frente dos dois — preciso que vocês voem para Porto Alegre. Uma “youtuber” quis se aparecer. Já retiramos o vídeo dela do ar. Mas preciso que vocês a tragam para mim.

— Ela é só uma adolescente. — Disse Robson olhando a foto de Gabrielle Lamira.

— E foi estúpida o suficiente para arriscar a vida assim — Completou Rafael.

— É melhor que a gente chegue nela antes da Primatech. — Disse o general se preparando para sair — Não duvido que aqueles dois já estejam a caminho.

Robson e Rafael se levantaram e seguiram pela porta. Robson parou antes de sair e voltou-se para o general.

— Permissão para perguntar, senhor?

— Concedida. — Disse o general.

— Por quê o senhor veio até o Rio? Não deveria estar em Brasília?

— Minha filha resolveu ser uma rebelde e fugir de mim. — Respondeu o general —Acredito que ela vai pegar um vôo para fora do pais. E preciso encontrá-la antes da Primatech.

— Entendo. — Disse Robson sorrindo — Parece que eu não sou o único que não tem tido contato com o filho ultimamente.

— Não se preocupe. — Disse o general. — o que você fez anos atrás foi para protegê-lo. Ele vai entender um dia...


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