The Wonders Vol 1: Catastrofe escrita por Marcos Bossolon


Capítulo 4
Episódio 1: Eclipse (pt4)




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Erica - Rio de Janeiro

 

 

Erica acordou de sobressalto. Seu corpo estava molhado pelo suor e seu peito subia e descia conforme respirava ofegante. Seus cabelos negros grudava na pele suada e seus olhos cinza estavam arregalados e assustados.

As imagens de seu pesadelo ainda estavam vivas em sua mente: Um furacão enorme levando todas as pessoas que ela amava. Amanda, seus pais que ela não falava desde que fugira, sua casa. Tudo. Levou a mão até o peito, seu coração estava disparado.

Amanda levantou-se ao lado de Erica com a cara inchada de sono dando-lhe um beijo no pescoço e abraçando a namorada. Os cabelos castanhos e curtos encostando nos ombros úmidos da amada.

— O que foi? — Perguntou Amanda confortando a namorada.

— Eu tive um pesadelo. — disse Erica.

Amanda aninhou Erica em seus braços e acariciou o rosto da garota.

— Esta tudo bem. — Disse Amanda. — Estamos no Rio de Janeiro. A quilômetros de distância dos seus pais. Vamos comprar nossas passagens e fugir daqui para sempre. Eles nunca vão nos incomodar.

— Não... — Disse Erica. — Não foi sobre isso. O sonho que tive, foi ainda pior...

— Shhh — Disse Amanda acalmando a namorada e trazendo-a para perto de si. — Estou aqui agora. Não foi real. Vai ficar tudo bem.

— Amanda. Havia um furacão e uma onda enorme! Todos estavam morrendo. — As lágrimas quentes escorriam pelo rosto de Erica.

Amanda se endireitou e virou o rosto da namorada para si. Limpou as lágrimas que escorriam e beijou-lhe os lábios.

— Foi só um sonho. — Disse. E depois sorriu — Aposto que um café vai te fazer esquecer.

As duas se levantaram, tomaram um banho e se vestiram. Pegaram o elevador até o refeitório do hotel. O elevador era aconchegante e uma musica tocava baixo nas caixas de som. Amanda segurou a mão de Erica, o que a deixou confortável.

— Vamos tomar um bom café, pagar nossa estadia e partir. — Disse Amanda — Podemos ir até o pão de açúcar ou visitar o Cristo Redentor, podemos adiar nossa ida alguns dias, o que acha?

— Legal. — Concordou Erica, ainda meio abalada pelo sonho. Das duas, Amanda era a que fazia os planos.

O sino soou e a porta do elevador se abriu. Erica e Amanda saíram pelo elevador e seguiram para o refeitório. Serviram-se de pães, queijos e iogurte e sentaram-se em uma mesa. Erica não deixava de notar um homem de terno e gravata do outro lado do refeitório olhando para elas. O homem tinha cabelos loiros curtos e usava óculos escuros. Tentava disfarçar, mas era evidente que encarava as duas.

— Ei. — Disse Amanda, tocando a mão da namorada — Só mais um pouco. E não teremos que lidar com seu maldito pai homofóbico ou qualquer coisa que se ponha entre nosso amor. O que foi?

Amanda percebeu o desconforto de Erica e olhou na direção do homem. A garota pareceu tão preocupada quanto a namorada. Será que mesmo depois de tudo, os homens do pai de Erica ainda conseguiram encontrá-la?

— Vamos em bora. — Disse Amanda e as duas se levantaram na mesma hora.

Seguiram pelo corredor até o saguão. Erica olhava para trás continuamente, vendo que o homem também levantara e estava seguindo-as. As duas apressaram os passos após pagar, apressadamente sua estadia. Em pouco tempo estavam do lado de fora correndo enquanto o homem seguia em seu encalço. Viraram uma rua e depois outra. Entraram em uma viela e saíram em outra rua. Continuaram correndo e quando viram estavam em uma parte deserta da cidade.

O homem continuava em perseguição e por isso voltaram a correr. Mas não durou muito tempo. Logo a frente, uma van parou, interrompendo sua corrida. As portas se abriram e de dentro da van uma mulher extremamente sexy trajando couro desceu com o que parecia ser uma metralhadora nas mãos. A mulher tinha cabelos negros escorridos e sorria maliciosamente.

— Vocês precisam vir conosco. — Disse a mulher — E por favor, não resistam.

A essa altura o homem loiro já estava alcançando as duas. Amanda fez exatamente o contrário do que a mulher falara. Julgando que o homem seria mais fácil de enfrentar, já que não tinha metralhadora, apanhou um pedaço de ferro que estava no chão e correu na direção dele, diante dos protestos de Erica.

O homem sacou um revolver de dentro do paletó e atirou. Amanda caiu de costas no chão. O sangue escorria pelo peito. Erica correu e segurou a namorada nos braços. Pôde ver os olhos castanhos perderem a vida. As lágrimas escorreram dos olhos de Erica. Ela os fechou com força. Gostaria que nada daquilo estivesse acontecendo. Gostaria de estar ao lado de Amanda novamente. Não queria perdê-la.

— Vamos tomar um bom café, pagar nossa estadia e partir. — Ouviu a voz de Amanda — Podemos ir até o pão de açúcar ou visitar o Cristo Redentor, podemos adiar nossa ida alguns dias, o que acha?

Erica abriu os olhos assustada. Estava no elevador, descendo até o térreo. Amanda estava bem ali ao seu lado, linda como sempre, com seus cabelos castanhos e curtos, segurando sua mão. Erica não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas abraçou e beijou a namorada tão intensamente que as duas quase caíram no chão do elevador.

— Ei... o que foi? — Perguntou Amanda confusa.

De repente Erica pareceu espantada. O sino do elevador soou e as portas se abriram. Ao invés de seguir para o refeitório, Erica puxou Amanda consigo até os fundos do hotel.

— Para onde está me levando? — Perguntava Amanda. — Esta tão a fim de alguma coisa diferente?

— Não me pergunte como sei disso, mas precisamos fugir. — Disse Erica e Amanda parou séria. — Só... vamos em bora, ok? Confia em mim!

Amanda concordou com a cabeça e as duas saíram pelos fundos do hotel, pularam um dos muros com dificuldades e correram pelas ruas, o mais longe que podiam do hotel onde, poucos minutos atrás, Erica tinha visto o homem loiro que matara sua namorada.


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