Corações Quebrados escrita por Clara Eduarda


Capítulo 4
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais.



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POV Edward

Chegaram em casa completamente esgotados de trabalhar. Rose havia chegado na parte da tarde com os gêmeos e os ajudou. Agora estavam descarregando o muito pouco que não venderam na quermesse, afinal foi um sucesso, mas Edward necessitava fazer algo rapidamente, precisava falar com Renesmee que desde o ocorrido não havia articulado nenhuma palavra.

 Edward ajudou sua mãe com as bolsas, grande parte delas vazias, Carlisle ficou encarregado das mesas e Alice das cadeiras. Quando todos terminaram seus afazeres logo Emmett se deu conta que alguma coisa estava acontecendo e que o clima estava pesado, mas não disse nada. Renesmee decide abandonar o cômodo, mas Edward a chama quando a mesma estava no meio da escadaria. Logo a jovem desce com o olhar baixo e mãos no bolso.

 Renesmee estava consciente que toda sua família escutaria sua conversa com o pai.

 — Renesmee, quer me explicar o que foi aquilo de hoje de tarde?

 A menina desenha um círculo no chão com sua sapatilha.

 — Não sei do que você está falando pai.

 — Por que aquela garota te conhecia?

 Os ruídos de Emmett interrompem a conversação, pois ele estava perdido, bem como sua esposa.

 — Não sei! — mente Renesmee.

 — Você sabe que odeio quando você mente pra mim, Renesmee!

 Renesmee estava com as bochechas rosadas, uma característica dela quando mente.

 — Pode ser que eu… tenha feito coisas escondidas — começa a confessar com a voz fraca.

 Edward não sabe se segue sentindo o chão debaixo de seus pés ou se continua fitando sua filha movendo-se de um lado para o outro.

 — Que... coisas?

 — Edward, por que não conversam sozinhos?

 — Esme! — Interrompe Carlisle.

 Renesmee fecha os olhos quando diz:

 — Procurei minha mãe biológica.

 Silêncio.

 A jovem abre os olhos nervosa pela suas reações, embora não houvesse nenhuma reação e como ninguém dizia nada a jovem prosseguiu:

 — Me deram o endereço, assim que eu fui… mas uma senhora disse que ela não vivia lá, que era sua filha, então… pedi o endereço de onde poderia encontrá-la mas ela não quis me dar. — Edward estava com os punhos fechados pela coragem da filha, claro não faria nada com a mesma, a raiva era consigo mesmo por não ter tido a mesma coragem. — E então conheci a garota de hoje de tarde, inventei uma história pra ela que tinha pedido um favor para sua irmã, no caso a Isabella e logo ela me deu o endereço para onde ela tinha mudado.

 — Você foi?

 — Sim! — Assentiu levemente. — Eu a vi!

 O corpo de Edward gela e provavelmente o de sua família também, pensa ele.

 — Viu a Bella? — Pergunta Alice e sua voz morre ao pronunciar seu nome.

 — Sim… — Renesmee suspira. — Precisava fazer isso papai. — Confessa com os olhos cheio de lágrimas. — Precisava perguntar o por que fez o que fez.

Edward escuta os soluços de sua mãe, mas estava tão absorto olhando para sua filha que não pôde mover-se.

 De alguma forma encontra sua voz:

 — Ela te disse?

 Acaba por apertar nervosamente seu nariz.

 — Sim! — Responde Renesmee suspirando limpando as lágrimas de seu rosto. — Me perdoa papai.

 A jovem deixa a sala correndo escada acima.

 O silêncio se instalou assim que escutaram no andar de baixo a jovem bater a porta de seu quarto.

 Alguém bate nas costas de Edward com carinho e ele levou um tempo para assimilar tratar-se de seu pai. Ele está franzindo os lábios e assentindo em sinal de apoio, logo o deixa onde está para se trancar em seu escritório. Alice não diz nada, ela, sua mãe e Rose se levantam para terminar de organizar tudo.

 O único que não se foi é Emmett. Ele diz algumas poucas palavras pra Edward, mas ele não escuta e depois Emmett o arrasta para o local na sala onde está o piano. Prepara dois copos de whisky com muito gelo. Ambos se sentam no sofá e bebem em silêncio.

 No primeiro mês de vida de Renesmee, Emmett levou Edward para um bar para beber até perder a noção de quem era. Queria que seu irmão por uma vez na vida esquecesse os problemas e deu certo. Foi a primeira noite que não pensou em Bella, nem em fraldas, mamadeiras choros ou vacinas. E essa é uma dessas vezes. No entanto, não quer se embriagar porque tem uma questão pendente com Renesmee. Não sabe como questionar, não sabe nem o que dizer. Edward fica furioso ao se dar conta que Renesmee fez tudo sozinha, sem o apoio de ninguém. Era provável que ele dissesse “não” imediatamente se ela o consultasse e aí estaria o erro. Não pôde imaginar o que ela sentiu e pensou ao ficar cara a cara com a mulher que lhe deu a vida.

Quando Renesmee começou a crescer pensou que não necessitaria de uma mãe. Tinha Esme, a Alice… ela tinha uma figura feminina em sua vida. Mas Edward estava errado em acreditar nisso, Renesmee foi crescendo e se deu conta do incomodo que era para sua filha não ter mãe. Renesmee não gostava de participar da programação do colégio par os dias das mães, muito menos os filmes familiares. Renesmee só foi perguntar por sua mãe quando completou seus 8 anos.

Ambos estavam na praia passeando com Sandie, uma mascote que tiveram. Estavam correndo atrás do animal enquanto riam, mas Renesmee tropeçou na areia dando uma cambalhota que fez com que o coração de Edward parasse por um segundo. A menina deu a volta e ficou sentada na areia com os olhos bem abertos assustada. Quando ele se aproximou ela já estava chorando com os joelhos ralados. Ele soprava para diminuir a ardência, mas sua garotinha não parava de chorar.

 Foi então que Edward começou a cantar a canção de Esme: sara, sara coração com buraquinhos... sara, sara, te encheremos de beijinhos... sara, sara coração com sonhos se não sara hoje sara amanhã.

 As lágrimas de Renesmee deixaram de correr e ela o olhou fixamente seu pai.

 — As mamães de minhas amiguinhas também cantam essa canção. — informou enquanto Edward seguia assoprando seus joelhos ralados. — Papai, por que eu não tenho mamãe?

 Edward ficou sem ar olhando para a sua filha. Amava o chocolate de seus olhos, seu cabelo ruivo caia em seus ombros presos em uma fita rosa.

 Respirou profundamente antes de responder:

É que as vezes não se pode ter papai e mamãe ao mesmo tempo.

 Essa resposta não foi suficiente para Renesmee.

 — Tenho amigas que tem papai e mamãe, outras que tem só mamãe, mas eu tenho só papai.

 Edward suspirou vendo que Renesmee encrespou o cenho indicando que estava triste.

 — Não é tão ruim não ter mãe, Renesmme. Faz de você uma criança especial.

 Essa foi sua resposta, essa foi a resposta de anos, mas Renesmee tem 14 anos agora e se deu conta que no fim, essa resposta não era suficiente. De modo que a levou a buscar por sua própria conta a resposta que o pai não pôde dar… porque simplesmente ele também não sabia porque ela não teve uma mãe.

 Bebe um segundo copo de whisky quando Carlisle se junta a eles. Emmett termina de beber sua dose e os deixa a sós. Carlisle sempre foi uma pessoa serena, sempre tinha a palavra certa no momento certo. Ele também apoiou o filho quando o mesmo não sabia onde se apoiar.

 — Dia difícil — diz com um sorriso triste.

 Edward está com os olhos fixos no gelo do copo.

 — O que eu faço agora pai?

 Carlisle tem os braços apoiados em seus joelhos e suas mãos estão entrelaçadas uma na outra.

 — Faça o que você tem que fazer.

 — E o que eu tenho que fazer? Que demônios que eu tenho que fazer?

 Carlisle suspira.

 — Ser sincero com Renesmee.

 Após 10 minutos Edward bate na porta do quarto de sua filha. Está nervoso dando voltas e voltas pelo corredor pensando e pensando nas palavras adequadas, mas logo se dá conta que de nada serviria planejar a conversa, pois nunca sabia quando uma discussão com a filha acabaria em tempestade ou calmaria. Ela sempre o deixa com palavras na boca.

 Assim que entra em seu quarto nota que Renesmee se encontra senta de pernas cruzadas mordendo o canto de seus lábios ansiosa. Sustenta seus braços em uma almofada seguindo com o olhar os passos de seu pai que caminha até sua cama. Não dizem nada por um momento; trocam olhares que tinham muito o que dizer. A realidade é essa: Renesmee já não é uma criança e tão pouco é uma adolescente de 18 anos.

 Renesmee decidida toma a palavra:

 — Sinto muito papai, é sério!

 Em uma tentativa de se acalmar, fecha os olhos.

 Não era possível que esteja se lamentando.

 — Não tem por que sentir, Renesmee. Sou eu quem deve te pedir desculpas.

 Ela franze o cenho.

 — Por quê?

 Por ser maior parecia que tudo poderia ser mais fácil, mas Edward logo notou que não seria bem assim. Se Renesmee fosse uma criança, do mesmo modo seria complicado falar de certos assuntos com a mesma.

 — Porque deveria ter te falado sobre sua mãe desde o começo. Se eu tivesse dito então você não a teria ido procurá-la as escondidas.

 Suas próprias mãos alcançam as de sua filha lhe dando um leve aperto.

 — Mas também não insisti que falasse dela.

 — Isso por que já sabia qual seria minha resposta.

Se olham intensamente.

 — Vou ser extremamente sincero contigo, Renesmee… eu também não sei por que ela se foi.

 Renesmee balança sua cabeça sorrindo sem vontade.

 — Eu sempre suspeitei disso.

 Silêncio se instala entre ambos por um tempo, logo Edward volta a tomar a palavra.

 — Posso perguntar o que foi que ela te disse?

 Renesmee encolhe seus ombros, os olhos presos em suas trêmulas mãos.

 — Medo… que era jovem demais. Já sabe… a desculpa que todas dão — enruga os lábios. — Não sei papai. Fiquei pensando.

 — Pensando em quê? — Repete.

— Te juro papai que antes de conhecê-la imaginei a cena um milhão de vezes. Queria gritar com ela, queria dizer o quanto a odiava, que ela era um ser humano horrível. — os olhos de Renesmee se enchem de lágrimas. — Mas eu não fui capaz de dizer. E isso faz com que me sinta mal comigo mesma porque ela merece todo meu desprezo.

 Edward reprime seu impulso de chorar com a filha preferindo envolvê-la em um abraço quente e apertado enquanto a mesma chora em seus ombros.

 (…)

Não estava certo do que estava prestes a fazer, mas, mesmo assim, ali estava ele.

 Ainda sustentava o papel com a letra de sua filha descrita em lápis vermelho. Ali estava o endereço e o número da porta onde Bella vive. Talvez seja uma repleta estupidez ele ir procurá-la, afinal foi ela quem escolheu esse destino e era absurdo fazê-la enfrentar sua própria covardia.

Edward limpa sua garganta ao mesmo tempo que dá dois toques na porta. Se obriga a se acalmar por Renesmee porque não quer sofrer um ataque cardíaco ali mesmo. Logo escuta o som de passos perto da porta principal, seu ar é então trancado em sua garganta ao ponto de seus lábios secarem por completo.

 O rosto de Bella Swan embaralha sua vista e ela fica estática diante de Edward.

 Não há uma lista de coisas que se deve fazer quando se reencontra com ex. Muito menos uma lista que explique como tratar a mãe de sua filha.

 Ali estava ela… depois de tanto tempo.

 Era notório que o tempo havia passado para a mesma. A menina que usava fitas, que tinha sorriso ingênuo… essa se foi. Edward está de frente a uma mulher feita; seu corpo voluptuoso que lhe cai bem. Edward está certo que está tão pálido quanto ela neste momento. Volta a limpar sua garganta, os segundos passam e eles prosseguem se olhando estupefatos.

 — Bella — é a primeira palavra que sai de sua boca.

 O peito de sua ex se estufa velozmente.

 — O que… faz aqui? — Gagueja e Edward se dá conta que ela ainda expõe uma linha em sua testa em sinal de nervosismo.

 Ele dá um passo adiante.

 Bella empurra a porta para trás.

 — Entre. — convida.

 — Não vou tirar muito de seu tempo. Não quero que pense que vim invadir sua linda vida, só quero acabar com isso de uma vez por todas.

 Bella não assente e nem nega. Fecha a porta, assim que Edwad se senta em seu sofá.

 O móvel cheira a novo e está suave e cômodo, muito embora cômodo é a última palavra que ele utilizaria no momento. Percebe que Bella se senta distantemente e propositalmente, talvez para que não note sua histeria.

 Após 15 minutos, ela limpa sua garganta.

 — Veio falar de Renesmee — não era bem uma pergunta e sim uma afirmação.

 — Sim — responde Edward imediatamente. — Por ela estou aqui. — Eleva então seu rosto e fixa seus olhos nos achocolatados de Bella. A única coisa nela que não havia mudado. É o único detalhe que faz a diferença. Para Edward era incrível como aquela mulher de nada se parecia com a menina de antes. — A Renesmee você deu tua versão absurda sobre o abandono e eu estou aqui por que quero saber a verdadeira razão.

 Bella balança a cabeça surpresa.

 — O que você quer dizer?

 Edward se levanta em um salto e se aproxima sentindo uma estranha energia ao se aproximar de Isbella. Como um ímã atraído por sua presença.

Bella respira profundamente.

 — Não acredito em você. Não comprei a desculpa barata e clichê que você deu a Renesmee. Por que você fez o que fez, Bella? Por que nos deixou?


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Notas finais do capítulo

Como já tinha esse capítulo pronto aqui está ele... é a continuação do anterior, já que havia ficado muito grande pra postar um só;

Pessoal estou desanimada já! :,(

A cada novo capítulo ganho mais de 10 leitores, mas boa parte de vocês não interagem comigo, no capítulo anterior só 2 pessoa comentaram. É frustrante, ainda mais quando vejo outras histórias em que a escrita não é tão boa e muitos interagem, não que a minha seja mil maravilhas, muito menos o enredo, mas cara eu posso dizer que me esforço e gostaria de entender o que há de errado com a história, se estão gostando ou não, enfim de que interagissem com a minha pessoa, afinal são vocês que leem, isso é pra vocês eu só ganho a satisfação pessoal de expor minhas ideias e o comentário de vocês como incentivo. Poxa é chato falar isso, mas se prosseguir assim eu vou me dedicar a outra atividade para me distrair nas minhas horas vagas, pois pelo visto escrever não é minha praia.

Beijo.