Corações Quebrados escrita por Clara Eduarda


Capítulo 3
Quermesse




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 POV Edward 

Edward chegou a sua casa perto das 8 da noite com o corpo dolorido de tanto se exercitar. Tinha mandado seus alunos a um trote guiando os mesmos por 40 minutos. Normalmente eles sempre se queixavam pelo tempo, mas as alegações, ao menos hoje, terminaram quando se deram conta que não ficariam trancados no ginásio. Edward riu ao relembrar como um dos mais preguiçosos sempre fazia uma careta desgostosa. Ninguém melhor que Edward compreende as reações de jovens de 15 e 16 anos, pois tinham a idade aproximada de sua filha.

 Foi recebido pelo furacão Alan e o furacão Colin, seus dois sobrinhos de 4 anos. Eles se meteram entre suas pernas aos berros para chamar a atenção de todos na casa. Quem chegou a seu socorro foi Rosalie, pegando ambas as crianças em seus braços para o deixarem tranquilo.

 Rose é sua cunhada, esposa de seu irmão mais velho, Emmett.

 Sua mãe logo surgiu na sala para recebê-lo com o abraço tão costumeiro, como faz todos os dias, agitando suas mãos em seus cabelos molhados pelo suor os bagunçando ainda mais antes de lhe dar um beijo na bochecha.

 Apesar da idade, para Esme seus filhos sempre seriam seus meninos.

 A mesa já estava servida a espera de que todos estivessem juntos, seu pai já estava sentado esperando a janta bem como seu irmão Emmett, Alice pendurada no celular... Só havia um lugar vazio. Edward procurou por Resnesmee olhando pelo cômodo não a encontrando.

 Logo sua menina apareceu na sala de estar com dois copos nas mãos.

 — Papai — o chamou assim o avistou na mesa.

 Renesmee é tudo para Edward desde o momento que nasceu. Ver ela crescer para ele foi uma benção, foi ele quem testemunhou seus primeiros passos, seu primeiro dente, as primeiras palavras. Todos sabiam que Edward é o pai mais babão e o quão emocionado ficou quando ela disse “papai” pela primeira vez, embora tenha soado mais como um “pa” ou “papapa”. Renesmee estava entrado na complicada adolescência e ele sabia muito bem o quanto essa fase é difícil, principalmente depois de seus 12 anos.

 A parte mais doída para ele foi quando ela pediu permissão para colocar um piercing no nariz. Com sua negativa veio sua primeira rebeldia: colocar um piercing sem o consentimento do pai na língua. Edward relembra que ela tentava falar o menos possível para que não a descobrissem. Então um dia ele percebeu então gritou tanto que sua voz com toda certeza foi ouvida aos quatro cantos da cidade. Alice que a tinha levado e se responsabilizou pela mesma, Edward ficou puto, mas teve de aceitar.

 — Vem aqui — a chamou abraçando-a por uns instantes antes de olhar seus olhos. Gostava de abraçá-la sempre que possível para compensar sua ausência durante o dia. — Como foi na escola?

 — Foi bem como sempre — respondeu como de costume. Edward nunca entendia essa sua resposta “como sempre”, tão sem detalhes, mas supunha que havia ocorrido tudo bem.

 Assim que estavam todos sentados a conversação antes do jantar se iniciou. Esme depositou uma forma no centro da mesa repleta de salada pegando e agitando no ar seu sino peculiar de cor dourada, atitude esta que ela resolveu adotar após ver em um filme como para indicar que todos poderiam atacar a comida. Quando o jantar se inicia normalmente é Carlisle ou Esme quem falam primeiro, não que seja uma tradição eles tomarem a palavra primeiro, simplesmente é algo de praxe e natural entre os Cullens. Passaram então a falar sobre o dia de cada um e é sempre Emmett quem dá um toque de humor entre as conversas sobre trabalho.

 Os Cullens convivem todos juntos; Emmett com sua esposa Rosalie e os gêmeos, Edward com Renesmee, Alice e tão logo Jasper se juntaria a família. É exigência de Esme querer manter a família unida e todos concordaram e fizeram dar certo. Tiveram de mudar para uma casa maior que a anterior com a chegada dos netos sendo que esta é mais ampla e mais cômoda. A casa é um pouco afastada do grande centro, mas não muito longe da cidade.

 Esme limpou sua garganta audivelmente chamando a atenção de todos e quando ficam em silêncio a mesma anunciou:

— Amanhã montaremos a barraca na quermês — disse entusiasmada.

 — Quermês? Porque está chamando de quermês? — perguntou Emmett rindo achando graça do modo como sua mãe apelidou o evento.

 — Eu te acompanho mamãe, não trabalho amanhã — se prontificou Edward pegando uma de suas mãos.

 Alice logo se empolgou, dificilmente a baixinha perdia este evento.

 — Eu trabalho, mas Rose pode ir.

 Emmet olhou para sua esposa que pensou por alguns instantes, mas depois recusou:

 — Os gêmeos terão dentista amanhã, mas assim que forem liberados eu vou pra lá e os ajudo.

 Começam então a elaborar e dividir as tarefas. Esme é a idealizadora do evento e quem coordena algumas barracas e os demais a ajudam e a obedecem, um costume desde quando eram crianças.

 A quermesse é um festival onde a família Cullen, bem como outras, se juntam com o propósito de arrecadar fundos para obras assistenciais e consiste em montar barracas onde se vende jogos, comida, brinquedos e coisas em geral visando diversão e satisfação de todos.

 O posto da família é vender roupas usadas, mas em bom estado, quadros de pintura, brinquedos que arrecadam ou que os netos não mais usem.

 (…)

 Assim que todos foram dormir, Renesmee entrou no quarto de Edward na ponta dos pés aproveitando enquanto o mesmo estava no banho. Levava escondida dentro de seu pijama a fotografia, espiando por todos os lados para se assegurar de que ninguém estivesse espiando-a. Se levantou da cama, onde antes estava sentada e se dirigiu até o armário, antigamente a mesma tinha de utilizar um banquinho para fazer o que estava prestes a fazer agora, contudo já conseguia alcançar a caixa contendo os pertences de seu pai na prateleira de cima de seu armário. Seu ouvido prosseguia a escutar o barulho do chuveiro então logo a jovem abriu a caixa e guardou a fotografia de Bella com seus 15 anos, a mesma foto que mostrou a ela quando a conheceu.

Amaldiçoou a porta do armário de parede quando a mesma fez um ruído estrondoso ao se fechar tratando de correr na velocidade da luz de volta a sua posição anterior, sentadinha na cama de seu pai.

 Edward logo deixou o chuveiro com uma toalha enrolada em sua cintura enquanto secava seu cabelo com outra. Não se surpreendeu ao encontrar Renesmee esperando-o. Sorriu se aproximando da mesma depositando um beijo no topo de sua cabeça.

 — Não conseguiu dormir?

 — Não é isso… por quê? Eu não posso querer ver meu pai de noite? — Disfarçou ela.

 — Claro que pode — disse, pegando seu pijama sobre uma cadeira. — Mas amanhã estaremos de pé bem cedo, só para você saber.

 Renesmee fez um beicinho, mas concorda.

 — Não é um panorama lindo acordar com o nascer do sol e as galinhas bicando o chão em um fim de semana?

 Edward sorri audivelmente.

 — Olha o exagero, quando acordarmos o sol já terá nascido… as sete já está de bom tamanho!

 — Às sete, papai? — Reclamou Renesmee achando muito cedo.

 — Renesmee a quermesse começará às 10 e eu te conheço muito bem para saber o quão lenta você é para acordar, tomar café e se vestir… além do que precisamos ajudar sua avó.

 — Affe — murmurou ela se jogando para trás fingindo cansaço. — Eu protestaria e provavelmente faria negócios contigo referente ao horário, mas como se trata de ajudar a vovó. Bem... — disse dando um salto da cama e se colocando de pé rapidamente. — Vou pra minha caminha aproveitar as poucas horas que posso estar nela.

 Beijou seu pai na bochecha e o abraçou antes de sair.

 Edward não pôde evitar suspirar quando Renesmee o deixou só.

 Ele era só um jovem indisciplinado quando ela nasceu, mas desde então conquistou seu coração, mudando completamente seu ponto de vista referente a bebês. Teve de chegar aos 18 já sendo um pai solteiro, mas um bom estudante e um excelente trabalhador. Abriu mão de muitas coisas em sua vida, afinal tratava-se de um bebê que necessitava toda sua atenção em tempo integral. Sem dúvidas Edward não se arrependia de ter deixado de lado tantas coisas em prol da filha, e aos poucos as coisas se ajeitaram e de uma forma ou de outra ele conseguiu alcançar seus objetivos profissionais e estar com a filha, mas para ele Renesmee sempre virá em primeiro lugar, inclusive antes de seu amor pelo trabalho e esporte.

 Inclusive mais importante que a dor que Bella Swan lhe causou.

 Não eram namorados nem nada formal, eram só dois adolescentes demasiadamente atraídos um pelo outro, mas o problema era que os pais de Edward se preocupavam muito com a questão da idade, afinal Bella tinha só 13 anos e Edward 15 quando começaram a namorar. Edward era alto, magricela e aparentava ser mais velho. Bella, no entanto, usava fitas no cabelo e sua personalidade era muito inocente.

 Ela era a melhor amiga de Alice e por conta disto sempre estavam os três juntos.

 Edward se apaixonou por Bella quando ela tinha somente 11 anos, mas manteve escondida sua paixão pela mesma, que ainda era bem criança, durante dois anos completos, não fazendo nenhum esforço para se aproximar dela. Entretanto, quando ele completou seus 15 anos as coisas mudaram, pois Bella já com seus 13 não parecia mais tão pequena e aparentava ser mais mocinha do que criança, mas não menos inocente que antes.

 Edward se tremendo todo acabou por confessar seus sentimentos pela mesma no colégio que estudavam e quase chorou de felicidade quando a mesma o correspondeu com um doce beijo, o primeiro de ambos.

 Mas a partir deste ponto as coisas se complicaram.

 Como namoravam escondidos por serem tão novinhos e não terem quem os aconselhassem, logo Bella engravidou e tudo foi para os ares. Os pais de Bella não permitia que Edward a visse, e os pais dele, estavam furiosos com ele. Pouco tempo depois Nany, avó de Bella, ajeitou as coisas com os pais de Bella de modo a permitir que ambos tentassem assumir suas responsabilidades, mesmo sendo crianças tendo outra criança, pois queriam muito um ao outro, embora estivessem assustados com o bebê que estava por vir.

 Ambos fizeram planos e prometeram que passasse o fosse sempre estariam juntos, mesmo que não sentimentalmente, mas sim pelo elo inquebrável que os unia.

 Mas Bella desapareceu.

 Menos de 24 horas depois do nascimento de Renesmee, Bella fugiu do hospital. Os Cullens procuraram por ela, mas foi como se a terra a tivesse engolido. Edward ficou desconsolado, sem entender as razões que a fez agir dessa maneira. As promessas que fizeram, a alegria de Bella ao ver sua filha pela primeira vez… ele não conseguia compreender. Alice também não entendia e sofreu por perder sua melhor amiga que considerava uma irmã.

 O primeiro ano de sua filha não foi fácil, Edward ainda carregava consigo a esperança de que Bella voltasse dizendo que cometeu um erro e que estava arrependida. Mas ela não voltou.

 Passou-se 14 anos e ele não havia voltado a vê-la nem a sua família em Seattle.

 Edward apoiou a cabeça no travesseiro, se distanciando dessas lembranças que não lhe valiam de nada. Estava cansado, esgotado de tanto trabalhar, precisava de uma boa noite de descanso em vez de ficar imaginando e se estressando com um regresso que nunca ocorreu.

 Estava a horas virando de um lado para o outro sem conseguir dormir e acabou abafando um rosnado debaixo dos lençóis esfregando suas mãos contra seu rosto chateado.

 Odiava se sentir desamparado quando não estava. Claro que não. Acabou por abandonar sua cama e descer até a cozinha em busca de um copo com água. Acabou por encontrar Alice ali também, cantarolando uma canção ao passo que enchia um copo com leite quente. A mesma se assustou ao notar que não estava mais só, mas quando visualizou o irmão ela logo sorriu tranquila.

 — Insonia? — perguntou Alice.

 — Algo do tipo — se queixou Edward caminhando até a geladeira tirando de lá uma garrafa com água.

 — Eu também, estou ficando louca com os preparativos para meu casamento.

 — Que estranho, para mim você sempre foi louca — zombou ganhando em seguida uma cotovelada da irmã. — Fico feliz que você e Jasper estão levando esse passo adiante. Eu gosto dele e da ideia de que se casem.

 — Você diz isso porque ele é seu amigo, mas de todos os modos, obrigada!

 Ambos sorriem.

 — É, pode ser, mas é necessário muita coragem da parte dele para se casar com você!

 Alice faz gesto de lhe dar outra cotovelada, mas Edward dessa vez foi mais rápido e se desvencilhou indo para o outro lado da mesa.

 (…)

 Já é 6:15 da manhã quando Edward decide finalmente levantar da cama. Como bem havia mencionado Renesmee, se levantou ao nascer do sol com as galinhas bicando o chão. Durante toda a noite só cochilou umas duas vezes e por esta razão lá estavam as esperadas olheiras de baixo de seus olhos. Era raro para Edward ficar sem dormir quase uma noite inteira e odiava não poder dormir até tarde quando tinha a oportunidade. Com pesar se levantou, arrumou sua cama e escovou seus dentes, mas continuava com a marca do travesseiro tatuada em seu rosto.

 Acabou por encontrar Renesmee no corredor dos quartos saindo de um banho enrolada em uma toalha, mas ela não se deu conta que seu pai esta atrás da mesma e quando ele está demasiadamente perto ela acaba por levar um tremendo susto e Edward a segura quando a mesma cambaleei-a.

 — Ei, está bem? — Perguntou ele preocupado.

 — Estava distraída, desculpa! — Argumentou ela depositando um beijo na bochecha de seu pai. — Nossa, papai, você está péssimo!

 — Sim… Obrigado!

 — Não conseguiu dormir, foi?

 Edward acariciou os cabelos despenteados de sua menina.

 — Não muito, mas isso não é importante. — Confessou olhando intensamente para os olhos de Renesmee. — Vejo que seus olhinhos estão trites esta manhã, por quê?

 Renesmee girou seus olhos tirando-os da vista de seu pai.

 — Coisa da tua cabeça!

 — Tem certeza?

 — Edward… já se levantou? Preciso da sua ajuda! — Gritou Alice no andar de baixo.

 Com a distração do pai, ao ouvir a irmã, Nessie deixa-o sem resposta andando em disparada pelo corredor sem dizer mais nenhuma palavra. Mas era certo para Edward que sua filha estava agindo de uma maneira estranha nos últimos dias, desde a semana passada para ser mais preciso que havia notado que parecia que a mesma estava nas nuvens, pensativa demais, bem como triste. Em mais de uma ocasião ficou de perguntar o que estava ocorrendo, mas Renesmee era esperta e sempre o distraia com outros assuntos.

 Com a escapulida da filha Edward desceu até a cozinha para encontrar-se com sua irmã e sua falha tentativa de desmontar uma mesa que usavam em piqueniques.

 — Juro pra você que esta coisa me odeia, me odeia!

 Edward apertou os lábios para não rir.

 — Mas desmontá-la é fácil… — informou Edward tombando a mesa na parede tirando primeiramente as pernas deixando em um canto e depois depositando o que restou em outro canto.

 Esme entrou com Carlisle na cozinha com um punhado de bolsas contendo roupas. Logo Renesmee e Emmett também chegaram, mas ficaram de lado esperando instruções de Esme que acabou por se irritar, pois estava em cima do horário.

 A van estava cheia de coisas e a família estaria completa se não faltasse Emmett, Rose e as crianças. Perto das 10 Carlisle já saiu de sua varanda com os nervos de sua mulher a flor da pele. O percurso que tiveram de fazer até a quermesse era muito bonito. A vegetação n época do ano, apesar do calor, era muito bonita para se admirar. A medida que se aproximavam do local do evento, a cidade se distanciava diante de seus olhos. Renesmee estava quase com a metade de seu corpo na parte dianteira do carro com o objetivo de aumentar o volume do rádio. Começou a cantar em voz alta apesar de Alice tentar dissuadi-la a ficar quieta.

 Chegaram justo quando um caminhão estacionou ao lado deles com uma tropa de camponeses. Passaram a tirar de dentro de lá muitos alimentos e Edward só pôde maravilhar-se com o entusiasmo que exibiam.

 Esme, Alice e Renesmee levaram as roupas e quadros. Edward e Carlisle as mesas e guarda-sol. Esme se chateou por ver que muitas pessoas chegaram e montaram suas barracas, mas se alegra por já estar lá.

 Renesmee bufou suavemente quando a mandam organizar as roupas, sua real vontade era de ficar sentada na cadeira toda a manhã com seu celular.

 Na primeira hora venderam bem, quando a hora do almoço chegou estavam todos exaustos. Alice deixou-se cair na cadeira enquanto se abanava com um pedaço de papel, Renesmme pegou uma garrafa de água e a bebeu avidamente, mas Esme, embora estivesse cansada seguiu de pé caso aparecesse alguém. Quando Carlisle chegou com a comida todos foram em sua direção parecendo animaizinhos famintos felizes por poderem comer o frango cozido acompanhado de arros branco feito por Esme.

 Estavam raspando os restos de comida de seus pratos quando uma voz os surpreendeu:

 — Olha… que bonita essas calças!

 Uma senhora adulta estava olhando as peças de roupa estendidas sobre a mesa. Edward analisou seu rosto notando que a conhecia de algum lugar e que suas feições eram familiares.

 Esme olhou para Carlise, Carlisle olhou para Alice e Alice olhou para Edward.

 Alice então perguntou:

 — Nany? — chamou-a Alice e a senhora levantou seu olhar o centrando na morena. Seu rosto então mudou de expressão, simplesmente espremeu seus olhos como se não a reconhecesse.

 — Oh, Nany, se lembra de mim? — perguntou então Esme, assombrada por vê-la.

 Nany então vê Esme e a reconhece. Sua expressão confusa muda para muito surpresa.

— Esmeralda Cullen!

 Noemi Dwyer, mais conhecida por Nany, é a avó materna de Bella.

 Edward ainda estava surpreso por revê-la. Se surpreendeu ao notar que a mesma não mudou nada, com exceção de algumas rugas debaixo de seus olhos, mas seu rosto seguia liso como há 14 anos. O cabelo estava mais branco e como de costume a mesma estava usando sua conhecida bengala.

Edward tinha muito apreço por Nany porque foi uma avó também para ele. Ela tinha ajudado ele e o defendido quando a gravidez veio à tona. Quando queria sair com Bella, era ela quem conseguia as permissões de Charlie e Renée e os acompanhava. Nany sempre foi uma mulher sonhadora, perspicaz, mas das antigas. Amava contar suas histórias de quando era jovem e reclamava sempre que as adolescentes de agora eram todas loucas, embora dizia “com exceção da sardenta 1” e Alice sempre reclamava por não ser também uma exceção e Nany dizia “Não, você é a rainha das loucas”.

 — Quanto tempo! — Esme e Nany se abraçaram. Logo Alice se também se aproximou.

 — Por favor. Diz que se lembrou de mim…

 Nany acariciou seus longos cabelos.

 — Bom, me lembro de uma louquinha com cabelo preto e curto, você não parece mais louca!

 Alice ri a abraçando também.

 Edward de aproximou titubeando, ver Nany trazia muitos sentimentos confusos de sua adolescência. A mulher o reconheceu de imediato mexendo em seu cabelo acobreado.

 — É um prazer voltar a te ver, Nany — diz com sinceridade.

 — A mim também, mas o que você fez com suas pernas fininhas e as espinhas?

 Todos riram.

 Carlisle passou uma cadeira a Nany com amabilidade e ela se sentou e começaram a falar como sempre. Algo nessa senhora que todos que a conheciam sabem é que a mesma sempre tem algo pra dizer e ninguém nunca se incomoda com a mesma. Falaram sobre a vida e o evento. Esme contou a ela que tem 3 netos e que Alice já estava quase se casando. Nany pouco fala de sua família e Edward intrigado se contém para não perguntar.

 — Está só? — Perguntou Esme entregando a Nany um copo com água.

 — Não, pois minha fiel companheira está sempre comigo — alegou agitando a bengala.

 — Nany! — Alguém a chama.

 — Oh, aqui sardenta 2! — Informa levantando uma de suas mãos.

 Sua vista vai então até uma garota ruiva que estava em uma barraca mais adiante.

 — Espera, espera, espera. Essa é a Francesca? — Perguntou Esme ainda mais surpresa.

 Edward abre mais os olhos não acreditando que se tratava de Fran, a garota de 6 anos que deixou de ver a tanto tempo. A garota que logo se aproxima é magra, ruiva e com sardas no rosto. Suas feições são as mesmas.

 — Fran? Não posso acreditar o quão grande você está e bonita! — Alice guinchou ao vê-la.

 Francesca se sente deslocada ao falarem dela.

 Esme se aproxima ficando de frente a ela.

 — Suponho que você não deve se lembrar da gente. Sou Esme, eu te conheci quando começou a andar.

 Francesca sorri amigavelmente.

 — Não, na verdade eu não lembro. — Diz ela em tom de desculpas.

 — É, que a sardenta 2 era um bebê, mas eles se lembram de você.

 Alguns traços de Francesca fazia com que Edward se lembre de Bella.

 O olhar de Francesca então se fixou na garota atrás de Esme.

 — Ei… nos conhecemos?

 Todos então passam a olhar para Francesca e Renesmee mais nervosos que curiosos.

 Renesmee instantaneamente ficou branca como papel.

 — Não, tenho certeza que não! — Mente Renesmee.

 

Francesca a olha tentando lembrar-se de onde a reconhecia e quando por fim se recorda diz:

 — Já me lembrei! Você foi a minha casa no outro dia… sim, e me perguntou…

 — Sardenta 2, não incomode a pobre menina! — Advertiu Nany para a neta linguaruda.

 Edward lança um olhar para Renesmee e a mesma tem a sensação de que quer a terra a engula naquele exato momento. Na mente de Edward ele desconfia que há algo que Renesmee esconde então segue a olhando fixamente lendo sua expressão, a conhecia muito bem. Logo Renesmee levantou de seu posto e saiu em direção a uma outra barraca. Edward podia ter seguido-a, mas não arredou o pé e prosseguiu diante de Francesca e Nany, escutando a conversa que se transcorria.

Continua...


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