Break Walls escrita por skyspracer


Capítulo 3
Capítulo 2




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— Antes de tudo, vocês devem saber o significado. Anatomia é o estudo macro e microscópico da constituição e desenvolvimento dos seres vivos. Para ser mais prático, é a ciência que estuda a nossa estrutura física. 

Alec escutava atentamente tudo o que seu professor estava dizendo e anotava com rapidez cada palavra dita por ele. De vez em quando, acabava se perdendo devido à velocidade que Magnus ensinava, nem sempre era possível acompanhar. Quando Alec se perdia, voltava seu olhar ao professor, para pelo menos mostrar, ou às vezes fingir, que estava interessado.

Ele estava decidido a entrar nesse tal grupo de estudos. Com certeza o deixaria mais cansado que o normal, mas ajudaria-o bastante nas provas e trabalhos. Além disso, ele não teria nada para fazer em casa e com certeza se perderia nos estudos para ficar mexendo no celular ou, até mesmo, dormindo. "Pelo menos na casa de Magnus", Alec pensou, "terei o que comer e não precisarei fazer ou queimar o macarrão instantâneo".

Passaram-se pouco mais de cinco horas e meia, até que o estridente sinal tocou, ecoando por todo o prédio.

  — Hora do lanchinho, pessoal — brincou Magnus. — Não quero atrasos após o intervalo. Ele acaba às 12:30, então, por favor, estejam na sala neste horário.

O garoto dos olhos azuis esperou a maior parte da turma sair antes de se levantar. Conforme os alunos desciam, Alec arrumava suas coisas dentro de sua mochila.

— Presumo que isso seja seu — disse uma voz suave, assustando Alec e fazendo-o derrubar todo seu material no chão. — Desculpe, não queria assustá-lo, Alexander.

Alec olhou para cima e percebeu os olhos castanhos encarando-o.

— Ah, sim — disse enquanto pegava a caneta e a colocava sobre a mesa.  —  Eu devo ter deixado cair durante a aula. Obrigado, professor.

— Deixe-me ajudá-lo. — Magnus então apoiou seus joelhos no chão e pegou os cadernos e livros que havia feito Alec derrubar.

— Obrigado, mais uma vez. — No momento em que Magnus entregou o material, os dedos dos rapazes se tocaram. Os olhos novamente se encontraram. — Ok, isso foi muito clichê. — Magnus riu. Uma risada leve e não forçada, bem agradável, pensou o de olhos azuis. A essa altura, o cérebro de Alec já estava explodindo de tanta timidez e vergonha. Ele podia sentir sua garganta começando a secar e suas mãos perdendo a rigidez. — Deve ser estranho eu te perguntar isso, mas, quer almoçar comigo?

— Desculpe?

—   O refeitório para professores é bem melhor do que o de alunos, acredite.

— Bem... — Alec havia perdido as palavras. Era sério que o professor tava dando em cima dele? — Acho que não tem problema — disse tentando não ser rude. Levantou, colocou sua mochila nas costas e saiu da sala na companhia de Bane.

Os dois desceram as escadas em silêncio. Alexander apenas seguia os passos de Magnus, até que eles chegaram ao refeitório. E, bom, o professor estava certo. Era, sem dúvidas, melhor que o dos alunos. Havia um expositor de comida com diversas opções e um freezer com sucos, refrigerantes e garrafinhas de água. Antes que Alec pudesse abrir a boca para falar algo, Bane o interrompeu:

 — Não, não é errado você estar aqui. Quero dizer, talvez seja — falou olhando para cima, como se estivesse pensando. — Mas você está comigo, então aja normalmente. — Para Alec, era engraçado o modo que o homem falava mexendo os braços e levando seus olhos à lugares totalmente aleatórios. Ambos serviram-se e sentaram em uma mesa que tinha lugar para quatro pessoas. — Então, Alexander, me fale sobre você. Solteiro? — Nesse instante, Alec engasgou com o refrigerante que tomava e deu leves tossidas.

— Não acho que isso seja de seu interesse.

— Estou sendo muito invasivo?

— Talvez. Mas, respondendo sua pergunta: sim, sou solteiro.

— Interessante, interessante. Você tem quantos anos mesmo? — Alec até abriu a boca para falar, mas fechou-a imediatamente, sendo interrompido outra vez. — ESPERE! Me deixe adivinhar... — olhou para o alto e colocou a mão no queixo, tocando seus dedos na pele de seu rosto repetidas vezes em sequência — 20?

— 19.

— Droga, cheguei perto. Bom, pelo menos você não é menor de idade. 

—   E você? —  perguntou, seguido de uma expressão confusa vinda de Magnus. — Digo, quantos anos tem?

— Quer mesmo saber?

— Se estou perguntando, é porque quero.

— Uau, doce como limão! — disse fazendo uma leve risada escapar dos lábios pálidos de Alec. — Tenho 27.

— E já é professor universitário?

— Pois é, sou um gênio.

— Você é sempre engraçadinho assim? — sorriu. Magnus focou seu olhar no sorriso a sua frente.

— Sou — fez uma pausa para beber o suco. — Hm, ainda mora com os pais?

— Não. Assim que terminei o ensino médio, fui morar sozinho. Você provavelmente também mora sozinho, certo?— Assim que terminou a frase, o sinal tocou. Imediatamente, Magnus arrastou a cadeira para trás e levantou-se.

— Vamos voltar. Não posso chegar atrasado para a aula. Como deve ter percebido, eu sou o professor. — esperou Alec pegar sua mochila e ambos voltaram andando para a sala.

Esses foram alguns dos minutos da vida de Alexander em que ele não se sentiu excessivamente tímido. Envergonhado? Talvez. Magnus conseguia ser invasivo, sem ser ofensivo, fazendo Alec se envergonhar de forma positiva perto dele. Ainda assim, achava estranho que seu professor que havia acabado de conhecê-lo, tivesse algum tipo de interesse por ele. Mas Alec ainda teria muito tempo para pensar sobre isso, e definitivamente, não deveria pensar agora.

 


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