Break Walls escrita por skyspracer


Capítulo 2
Capítulo 1




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Todos os olhos presentes naquele local estavam voltados para Alec e seu órgão genital. No momento, ele não havia se dado conta, mas estava nú na frente de dezenas de pessoas. Quando percebeu sua nudez, tentou esconder suas partes íntimas com as mãos, mas todos continuavam a olhar. Alec sentiu o oxigênio esvaindo-se de seus pulmões enquanto o nervosismo tomava conta do seu corpo. Suas mãos tremiam. Seu cérebro implorava para que ele saísse correndo, mas suas pernas não se moviam. Alexander apenas conseguia mover a cabeça e encarar com vergonha os olhares curiosos à sua volta.

Com a respiração ofegante, Alec acordou com o barulho irritante e ensurdecedor do despertador. Ainda desnorteado, olhou para o seu corpo e percebeu que utilizava roupas e não havia ninguém olhando pra ele.

"Pesadelo no primeiro dia de aula na faculdade. Sério mesmo?", pensou enquanto levantava de sua confortável cama. Alec sempre acreditara em coisas místicas, coisas que as pessoas considerassem fora da realidade. Por isso, pegou seu celular, abriu o aplicativo do navegador e digitou: estar nú na frente de varias pessoas sonho significado. Alguns segundos depois, apareceram alguns sites. O primeiro era o que mais possuía acessos, sendo assim, o que Alec resolveu conferir:

"Estar nú em um sonho, significa que você perdeu seus mecanismos de defesa; reflete sua vulnerabilidade e sentimentos de vergonha. Sem suas roupas, tudo está para fora e todos podem saber o que você sente. Talvez você esteja preocupado demais em impressionar os outros.", dizia um trecho da postagem do site. Alec, então, imaginou que tudo fosse apenas preocupação com o primeiro dia.

Apertou a tecla de bloqueio, colocou o celular de volta na mesinha e caminhou até o banheiro. Despiu-se e tomou um banho quente. Sua mente só conseguia pensar se ele teria amigos nesse novo lugar. Ele estava caindo de paraquedas em uma nova vida e sabia que seria impossível passar quase o dia todo naquele lugar sem ter alguém para conversar. Uma hora ele se sentiria sozinho e com um sentimento de vazio no peito.

Após o banho, vestiu-se e pegou seu material. Saindo de seu apartamento, andou até o estacionamento, entrou no seu carro, deu partida e dirigiu até a faculdade. Seus dedos batucavam uma música aleatória no volante, na tentativa de dispersar a agonia e a aflição. Quando chegou, estacionou em uma vaga próxima a entrada da faculdade. Levou suas pernas praticamente bambas até à uma lanchonete e pediu um lanche qualquer. Comeu com calma, até porque não tinha nenhuma pressa. Enquanto tomava seu café da manhã improvisado, observou que todos os alunos conversavam e estavam animados. Só ele estava sozinho.

Assim que o sinal tocou, levantou-se e correu para procurar a sala de aula. "Sala 203,  segundo andar", repetia silenciosamente. Finalmente, encontrou a sala. Seus olhos percorreram por todo o lugar, à procura de uma cadeira que fosse favorável a ele. Alec até pensou em sentar no "fundão", mas sabia que ali haveria muita conversa e isso, com certeza, não era de seu interesse. Decidiu, então, sentar na frente. Seria melhor para prestar mais atenção nas aulas e se dedicar mais aos estudos.

Passaram-se uns cinco minutos e a sala se encheu. Deviam ter umas 60 ou 70 pessoas ali dentro, segundo Alec. Subitamente, a porta se abriu e um homem que aparentava ter no máximo 30 anos entrou na sala de aula. Estava utilizando uma mochila  transversal que estava na altura de seu quadril. Era alto e tinha músculos  ressaltados em seu moletom cinza de tecido fino. À medida que o homem se aproximava, Alec pôde perceber detalhes em seu rosto. Seus olhos eram castanhos, quase amarelados, e eram puxados. Provavelmente tinha descendência asiática.

— Bom dia à todos! — Cumprimentou o rapaz, seguido de um "bom dia" vindo da maior parte da turma em uníssono.  — Meu nome é Magnus Bane e eu sou o professor de vocês. Sim, vocês vão passar 12 horas comigo. Mas fiquem tranquilos, vou tentar não ser um cara chato, até porque eu sou incrível — disse fazendo alguns darem uma leve risada. Alec foi o único que não viu graça e Magnus pareceu perceber. — Bom, eu não vou fazer cada um de vocês se apresentarem, aqui tem bastante gente e eu nunca vou lembrar dos nomes. Então, ahn... — seu olhar percorreu toda a sala, até que seus olhos pararam no garoto de olhos azuis. — Você — escolheu enquanto apontava.

— Eu? — Alec respondeu timidamente enquanto todos olhavam para ele.

— Sim, sim. Levante e apresente-se.

— Ah... Tudo bem — nesse momento, suor frio escorria na testa de Alec. — Meu nome é...

— O que foi, rapaz? O gato comeu sua língua? — Magnus mais uma vez fez a turma cair na gargalhada, mas dessa vez, envergonhando Alec.

— Meu nome é Alexander Lightwood.

— Hm, bonito nome. Agora, você — disse escolhendo mais uma pessoa.

— Clary Fairchild.

— E você do lado da Clary?

— Simon Lewis.

— Acho que já está bom para começar. Alexander, Clary e Simon. Ótimo. Vamos à aula. Ah, esqueci de avisar — disse fazendo uma pausa, deixando os estudantes ansiosos. — Eu escolherei cinco alunos para estudarem na minha casa. Estilo How To Get Away With Murder, sabem? Será um grupo de estudos, porém com a minha ajuda — após as palavras serem ditas, os murmúrios começaram. — Silêncio! A escolha será feita por mim. Nada de sorteio, votação ou coisa do tipo. Minha decisão será feita com base na dedicação de vocês. Os alunos que parecerem mais interessados nas aulas, serão escolhidos. Amanhã, no final da aula, direi os nomes.

"How To quê?", pensou Alec, "Esse cara tem uns parafusos a menos.".

— Começaremos com algo bem básico, que muito provavelmente, todos vocês já aprenderam no colégio — Magnus pegou o giz e escreveu no quadro a matéria que seria estudada. — Anatomia.


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