Uma garota mais que incrível escrita por Uma ideia bonita


Capítulo 3
Meu beijo vale duzentos dólares


Notas iniciais do capítulo

No capitulo anterior recebi meu primeiro comentario, muito obrigada cedrella ♥ de verdade.
Mas um cap fresquinho. Aproveitem!



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Daniel encostado em seu armário olhava hipnotizado para o final do corredor, onde uma menina morena do sorriso mais incrível do mundo estava conversando com uma loira, enquanto guardava seus livros.

—E aaai bro! –Stuart chegou batendo nos armários que tinham ali perto. –Ih... ce ta bem man? –Passou as mãos na frente do rosto de Daniel.

Stuart seguiu o olhar do amigo que deu em duas meninas conversando animadamente. Olhou com uma cara de confuso pro amigo que ainda não tinha voltado a realidade, deu um sorrisinho malicioso e foi se aproximando do bolso que estava a carteira de Daniel.

—Que que ce ta fazendo Stuart? –O menino arregalou os olhos e puxou a mão do amigo do seu bolso.

—Eu preciso pagar pro Rocky a droga da aposta que você me fez perder. Nada mais justo que o dinheiro venha de você, ne não? – Encarava o amigo.

—Claro que não Stuart, foi você quem apostou, não eu. –Abriu o armário e pegou o livro de matemática.

—Tá. –Revirou os olhos. –Ei, vi você secando a aluna nova. –Falou com malicia.

—Ta brincando, ela é a aluna nova? – Apontou pras meninas que agora estavam se retirando do corredor. – Cara, ela é muito linda Stuart.

—É, eu sei. –Começaram a caminhar pra sala de matemática.

—Stuart! –Daniel parou de andar e olhou pro amigo.

—Esse é meu nome. –Stuart olhou pro moreno.

— Acho melhor você ir pensando no que vai gastar com duzentos dólares.

—Por que? –Sorriu já imaginando a resposta do amigo.

—Por que hoje, Rocky vai nos pagar duzentas pratas.

—É assim que se fala. –Bateu no ombro do moreno e foram pra classe.

[...]

Sinal bateu anunciando o intervalo. Os alunos pareciam cachorro fugindo do banho de tão rápido que todos saiam das salas. Clara e Alison já estavam bem amigas, tiveram quase todas as aulas juntas, tirando por Clara ter escolhido pintura e Alison culinária.

As duas se enfiaram no meio da multidão que tinha no corredor, e caminharam ao refeitório que também estava lotado, mesa de nerds, mesa de populares, mesa de gamers, mesa de góticos, enfim tinha todo tipo de messa com todo tipo de grupo. As garotas pegaram seu almoço e se sentaram em uma mesa um pouco afasta de todos, onde o barulho era um pouco menos.

As portas do refeitório se abriram e todos ficaram quietos, uma luz adentrou o local, e em câmera lenta Bryanna e suas seguidoras desfilam ate sua mesa.

— Nossa, que gata.

— Queria ter a bunda dela.

— Que gostosa. – Esse deu pra ouvir até do lugar que as meninas estavam sentadas.

— Delicia.

— Ai se eu te pego. – Eram só comentários absurdos, que se fossem outras meninas no lugar de Bryanna já teriam feito algo a respeito. Ou então outras meninas, teriam saído correndo pro banheiro chorar.

Mas era Bryanna o alvo, e ela não se importava, ela gostava. Como se aquelas palavras a fizesse mais forte.

—Ela é tão ridícula. – Alison revirou os olhos colocando na boca um pedaço de bolo de chocolate.

—Ela é sempre assim? – Clara levantou as sobrancelhas tomando um gole do seu suco.

—Sempre. Ela é a deusa da escola, literalmente. – Levou mais um pedaço de bolo pra boca. – No oitavo ano teve uma competição, de quem seria tipo o "presidente" sabe, melhorias pra escola etc. Só que acabou se tornando uma competição pra quem se tornaria a deusa da escola, ridículo, eu sei. Todos os anos eles faziam isso, e adivinha, todos os anos ela ganhava, até que cansaram de fazer uma competição na qual ela sempre ganha, então o “cargo” ficou permanente pra ela. Só que a garota é milionária, então não duvido nada ter tido a participação de suborno.

—Sem palavras. – As duas encaravam Bryanna de sua mesa.

Ria das meninas gordas, tirava sarro dos nerds, esnobava os mais simples, ela mangava com orgulho de tudo aquilo, aquela era Bryanna Benson.

—Clara, mais tarde vai ter treino do time de futebol, fica comigo? Meu irmão faz parte, ou seja, tenho que esperar por ele. - Revirou os olhos. – Suborno ele pra ti dar uma carona. – Sussurrou e piscou pra Clara.

— Ta bom. – Riu.

[...]

Ultimo tempo, os jogadores estavam reunidos no campo para o treino. Bryanna assistia de um lado do campo com suas seguidoras, e Clara e Alison assistiam do outro lado do campo.

Daniel e Colin eram os melhores do time, portanto não era tão amigos, discordavam de muitas coisas, sempre discutiam, uma vez chegaram até ir pra porrada.

— Aquele ali, correndo com a bola, é o Daniel. Bryanna está sempre na cola dele, sinto pena. – Clara riu. – Aquele loiro ali, é meu irmão, Andrew. Aquele, sentado na arquibancada, o meio ruivo loiro, é o Stuart, melhor amigo do Daniel. Já tive uma forte paquera por ele.

— Ele é bonito.

— Não vale apena Clara. Me decepcionei muito. – Sorriu fraco pra nova amiga.

As duas voltaram a prestar atenção no jogo, estava 3-2 pro time do Daniel. Colin vinha correndo em direção a arquibancada que Clara e Alison estavam sentadas, percorreu o olhar pela arquibancada, e por acaso cruzou com o olhar de Clara, ele deu um sorrisinho de lado que derretia qualquer garota. A morena percebeu e deu um sorrisinho desajeitado pro mesmo, que riu e voltou a correr .

No outro lado da arquibancada Bryanna permanecia  de olho em Daniel, ta me diga uma vez que ela não esteja de olho nele, não ficaria surpresa se Daniel encontrasse câmeras por todo lado em sua casa, e um rastreador no cérebro, mas claro vamos considerar o fato de Bryanna não ser tão loca a esse ponto.

[...]

—Parabéns meu amor. – Bryanna pulou no pescoço de Daniel.

—Valeu. –Deu um sorrisinho fraco. – Ta Bryanna já pode soltar. – A loira o ignorou e o apertou mais– Bry... Bryanna já pode soltar.

— Desculpa baby, é que estou muito feli... – Alguem que vinha correndo trombou com sua costa. Bryanna virou o rosto com os olhos semi serrados, e com os buracos do nariz dilatados com ódio, e encarou Clara. – Claro, tinha que ser você, por que não pensei antes.

—Foi mal, não tinha visto você aí. – Prendeu o riso.

— Claro que não viu, cega como é não é mesmo. – Lançou um olhar torto e saiu.

— Arrg como ela é insuportável. – Endureceu a mão.

— Bem vinda ao clube. –Olhou pro lado e viu Daniel secando o rosto com uma toalha.

— Ah meus parabéns pelo jogo. Daniel né? – A quem você quer enganar Clara, você lembrava perfeitamente o nome do menino, uma vez visto aquele rosto, não tinha mais como esquecer.

— Isso, e você é a...

— Clara. – Estendeu a mão.

— A garota nova. – Apertou a mão da garota.

— Afinal vocês ganharam de lavada. Você joga super mal. – A morena mentiu tentando manter a expressão seria, se sentou no banco dos reservas. A essa hora o campo estava vazio.

— Como é que é? – Arqueou as sobrancelhas. – Me desculpe senhora “profissional em futebol”. Quero vê você fazer melhor. – Disse pegando a bola e jogando pra ela.

— Duvida? – Clara se levantou do banco e foi ate o meio da quadra.

O moreno levantou os braços e tirou a camisa jogando em cima do banco dos reservas, e foi andando até o gol.

— Meu santo Deus do céu, pai amado, que que é isso? – Murmurrou pra si mesma.

Respirou fundo três vezes e chutou a bola. Em câmera lenta Daniel se jogou pro lado, e a bola passou raspando até acertar a rede.

A menina agora parecia uma criança feliz que acabara de ganhar a boneca que tanto pediu de aniversario. Gritava e pulava, aquilo havia sido sorte.

— Ok ok, eu que sou um goleiro terrível.  – Foi se aproximando de Clara.

— Ah não que isso, você é bom, só não é páreo para os meus chutes. – Sorriu.

Certamente aquela garota era incrível, pensou Daniel. Hipnotizado de novo pela beleza da menina, foi se aproximando do rosto da morena. Clara sem saber o que fazer, pisou com força no pé do menino.

— AI, por que fez isso? – Perguntou tocando no pé.

— Desculpa. Você ia me beijar.

— Então você pisou no meu pé? – Encolheu as sobrancelhas e olhou pra ela. A menina sorriu fraco e olhou no relógio.

— Err... olha já é tarde, tenho que ir. – Pegou a bolsa e se virou.

— Espera ai, leva pra mim a bola até o vestuário dos meninos? – Clara olhou pra ele. – Você pisou no meu pé. – Apontou pro pé.

— Tá eu levo.

Foram caminhando até o vestuário, ao passar pela porta um odor horrível de suor deu pra ser sentido.

— Fala serio, vocês não tomam banho não? – Fechou o nariz fazendo careta.

— Coloca ali naquele armário. – Sentou massageando o pé.

— Que armário grande. Olha uma câmera. – Daniel escutava só a voz de Clara que estava dentro do armário.

Daniel se levantou e foi ate onde a menina estava, aquela era sua câmera, ele gostava tirar fotos.

— É sua! – Clara afirmou vendo as fotos. – São fotos ótimas.

—Ganhei da minha vó antes de falecer.

— Ah sinto muito. – Um barulho de chave girando foi escutado, os dois se olharam e correram pra porta, Daniel tentou abrir mas estava trancada.

Podiam fazer o barulho que quisessem, eles não seriam escutados, o zelador sempre fazia a faxina escutando no seu Walkman de 2007 e no volume mais alto.

— Que horas são? – Clara perguntou agoniada.

— Sete e cinquenta. – O moreno olhou no celular.

— Não pode ser, eu tenho que sair daqui. – Socou e chutou a porta.

— Ei calma, vão nos tirar daqui. – Daniel tirou a mão dela da porta fazendo a mesma olhar diretamente nos olhos dele.

— Ah é, e como? Amanha? – Daniel foi se aproximando, ele tinha que ganhar os duzentos dólares. – E para de tentar me beijar. – Bateu no peito do moreno. O fazendo revirar os olhos.

Clara pegou o celular e tentou ligar pra sua mãe. Sem sinal, era o que estava dando. E sua bateria estava nos últimos porcentos.

— Não vai ter sinal. – Clara olhou pra ele.

— Por que fazem um armário sem sinal? Não pensaram na possibilidade de alguém ficar preso aqui?

— Ah eu sei la, pergunta das pessoas que fizeram ele.

[...]

Já faziam mais de 3 horas que os dois estavam trancados naquele armário. Uma vez ou outra trocavam algumas palavras, mas na maioria das vezes o silêncios reinava o local.

— Que horas são? – Clara perguntou esfregando os olhos e bocejando.

— Dois minutos desde a ultima vez que você perguntou. – Respondeu o garoto com voz de cansado.

A menina bufou e se levantou, acendeu a lanterna do celular e começou a procurar alguma coisa que pudesse servir para arrombar a porta.

— Que que cê ta fazendo? – Resmungou o menino abrindo os olhos.

— Procurando alguma coisa que possa servir pra abrir a droga dessa porta. – A lanterna do celular se apagou dando aviso que a bateria tinha acabado. Clara choramingou e se encostou a parede. – Essa não era bem a minha ideia de primeiro dia de aula.

— Você vai bem encontrar uma chave por ai. – Clara desencostou da parede e o olhou seria.

— Oh senhor otimista, deixa de ser infeliz e levanta essa bunda molhe desse chão sujo, e vem me ajudar a procurar a porcaria de alguma coisa que sirva pra abrir a porcaria dessa porta. – Respirou fundo e voltou a procurar.

— Aí, essa doeu. Bunda molhe? – Retrucou.

— É serio Daniel, vem ajudar, não posso mais ficar aqui. Não com você. – Sussurrou a ultima parte.

— Pera ai, ta com medo que eu faça alguma coisa? – Foi chegando mais perto da garota.

— Não, claro que não. É que você fica tentando me beijar.

— Ah droga. – Daniel bateu em sua testa. – Meu melhor amigo fez uma aposta com um outro amigo nosso que eu conseguiria pegar a aluna nova. Valendo $200.

— Nossa cheguei hoje, e já to valendo duzentos dólares.

— Na verdade seu beijo ta valendo duzentos.

— Ta, eu topo. – A menina chegou mais perto.

— Topa o que doida? – Levantou a sobrancelha.

— A aposta idiota. Eu topo. Desde que... – Clara começou a andar rodeando o menino. – Eu ganhe metade do dinheiro.

— O que? Metade? – Menino a olhou incrédulo.

— Dos dois. – Sorriu.

— Dos dois? – Juntou as sobrancelhas pensando.

— Dos dois. Afinal, melhor a metade, que vocês ficarem sem nada, não to certa? – A menina sorriu mais ainda sem mostrar os dentes.

— Ta, tudo bem, metade.

— Temos a noite toda pra pensar em como vai ser, mas agora vamos continuar procurando alguma coisa.


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Notas finais do capítulo

Ficou meio grande ele, então pra você que gosta de capitulos grandes, de nada. E pra você que não gosta de capitulos grandes, eu sinto muito.
Até mais! :)



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