Uma garota mais que incrível escrita por Uma ideia bonita


Capítulo 11
The Cellar


Notas iniciais do capítulo

Sim, dois capítulos em um único dia, por que? sei la, fiquei criativa.
Pra mim foi um dos capítulos mias legais que escrevi, então super espero que gostem.



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—Ei, você já pode ir embora.- Mencionou Clara procurando o contato da mãe no celular.

—E você?- Perguntou Daniel abrindo o olho sentado na poltrona.

—Vou ficar aqui, ela pode precisar de alguma coisa.

—Alô... mãe? Oi mãe sou, Clara, sua filha mais linda.- Daniel riu.- Então, eu tava pensando em dormir aqui na casa de uma amiga, pode ser? Não tem nenhum menino. Ok, brigada, beijo te amo.

—Você não vai?- Guardou o celular e olhou pro menino.

—Também vou ficar, vocês podem precisar de alguma coisa.- Piscou pra morena.

—Tá, mas não me atrapalha.- A menina caminhou pra cozinha.

—E como eu poderia atrapalhar você?- Clara sentiu uma respiração em seu pescoço a fazendo arrepiar.

—E-eu, eu não sei. Só estou avisando.- Se afastou do menino e abriu a geladeira pegando o leite.

—E onde vamos dormir?- Daniel perguntou enquanto subia no balcão.

—Até que eu saiba, a única opção é a sala. EU FICO COM O SOFÁ.- Clara falou a ultima parte rápida.

—Calma aê Clarinha, mas é claro que você vai ficar com o sofá. Se bem que a poltrona é bem mais confortável. –Disse convencido.

—Que bom pra você. –Deu um gole no leite caminhando de volta pra sala.

Sendo seguida por Daniel, que ao chegar a sala, tirou os tênis e se confortou na poltrona.

—Folgado. –Expressou Clara.

—Nhe nhe nhe. –Daniel fez careta pra menina, que ao vê a criancice do amigo, o respondeu com outra careta.

01:00 da manhã, a madrugada estava sendo bem frienta e calma. Clara dormia como a Aurora, bem desmaiada, já Daniel dormia como uma criança, chupando o dedo.

“-Vovô, eu quero ver um cometa! Um senhor levava uma menina de pele branquinha e cabelos claros até uma janela enorme, onde a lua reinava sobre Kansas. –Não há nenhum no momento. Mas você há de ver um deles, o mais conhecido, que, muito tempo atrás, passou no céu da Itália; A menina de apenas cinco anos absorvia tudo que seu avozinho Tito dizia. E ele continuava: -Um dia você há de estar mocinha, e eu já estarei morando junto das estrelas. E você há de ver a volta do grande cometa, lá pelo ano de 2010...

Os olhos da menina brilhavam como estrelas errantes, seu avô soube desde cedo que aquela pequenina seria uma sonhadora.

—Clara! Clara! Clara.- A menina podia sentir como se não fosse um sonho.”

—Clara! Clara! Clara!- A voz continuava.- Acorda caramba.- A pessoa deu um peteleco na cabeça da menina.

—Ai!- Reclamou acariciando a testa ainda com o olho fechado.- Que foi?- Perguntou fazendo biquinho e esfregando os olhos.

—Você escutou aquilo?- Perguntou o menino agora em cima do sofá.

—Aquilo o que Daniel? Você atrapalhou meu sonho.- A morena olhou pro moreno com uma cara de poucos amigos.

—Era comigo?- Questionou o menino.

—Não, não era com você, eu disse sonho não pesadelo.- Soltou um risinho.

—Então não era bom.

—Acho que você não me acordou pra perguntar do meu sonho, ou acordou?

—Não! Tem alguma coisa na cozinha.- Cochichou o menino com medo.

—Não tem nada na cozi...- Um barulho interrompeu a menina de continuar.

Clara deu um pulo no sofá pra mais perto de onde Daniel estava encolhido.

—Onde você está indo sua doida?- Daniel perguntou baixinho enquanto Clara caminhava de vagarinho pra cozinha.

—Shii.- Fez sinal de silencio no dedo.

A menina corajosa lentamente apertou o interruptor de luz e virou rápido entrando na cozinha e se deparando com um nada.

—Ah Daniel seu frouxo, não tem nada aqui.- Girou a cabeça pro lado para avisar o menino, quando sentiu uma coisa passando pelo seu pé.

Em um momento de reflexo a menina deu um pulo mais alto que de gato parando em cima do balcão.

—“Ah não é nada.”-  Daniel repetiu fazendo voz fina.

—Olha, é só um ratinho.- A morena apontou pra perto do fogão e desceu do balcão.

—Olha é SÓ um ratinho? SÓ um ratinho?-  Daniel arregalou os olhos.

—É, só um ratinho.- Clara apagou a luz da cozinha e voltou pra sala sentando no sofá na frente de Daniel.

—Você tem noção de onde ele pode ter passado?- O menino perguntou incrédulo.

—Sei, por dentro de vários esgotos, andado por cima de vários lixos. Comido varias porcarias com aquelas patinhas fofinhas cheias de bactérias se mexendo por elas.- A morena fala tudo em um tom aterrorizando o menino.

—Ai que nojo Clara, valeu por me acalmar.- Em tom irônico o menino se levantou e foi andando pra poltrona.

—Eu tava brincando seu bobo.- Gargalhou.- Mas não grita se você acordar com ele te beijando. –Gargalhou outra vez.

—Preferia um outro alguém fazendo isso.- Sussurrou.

—Han?- A menina se ajeitava pra dormir.  

—Nada.

                                                    [...]

7:00 da manhã de sexta feira. Faltava entra 5 e/ou 10 minutos pro sinal bater anunciando o inicio das aulas.

—Stuart eles já deviam ter chegado, acho que deveríamos procurar por eles.- Alison disse enquanto Stuart beijava seu pescoço no corredor.

—Não não, eles são grandinhos Alison, sabem o que estão fazendo. Vamos ficar mais um pouquinho juntos e sozinhos.

—É você tem razão.- A loira se convenceu e voltou a beijar o namorado, que foram atrapalhados pelo casal, ops, por Daniel e Clara chegando fatigados.

—Ei vocês, estávamos procurando vocês.- Anunciou Alison.

—Acho que estava procurando no lugar errado miga.- Clara respondeu respirando pesado, deixando uma loira vermelinha.

—Afinal por que demoram tanto?- Stuart se manifestou.

—Essa aqui demora trocentos anos pra se vestir.- Daniel reclamou apontando pra Clara.

—Espera ai, vocês estão... –Alison serrou os olhos.

—Não, não mesmo.

—Sim.- Disseram em uníssono.

Clara deu uma cotovelada na barriga/tanquinho de Daniel que reclamou com um ai.

—Depois reclama que eu que reclamo muito.- Reclamou Clara.

—Mas você me bateu.- Exclamou.

—Vamos deixar os dois sozinhos.- Stuart deu um selinho em Alison.

                                                          [...]

—Clara, você sabe por onde anda a Nina?- Sra.Mayara professora de pintura, perguntou.

—Ela passou mal sra.Mayara.

—Ela está com problemas?- Perguntou mais uma vez a professora.

—Não. Ela só não está..

—Bom, qualquer coisa diga a ela que poderá sempre contar comigo.- A mulher sorriu.- A propósito, amei as tonalidades que usou nessa pintura, ficou ótimo. Você vai participar do festival não vai?

—A verdade é que eu ainda não sei.- Admitiu.- O festival de culinária é no mesmo dia.

—Pode ser uma grande chance pra você Clara, você é ótima, vejo seu potencial.

—Obrigada professora.- Lançou um sorriso.- Mas eu gosto de pintar só por diversão sabe, é algo que eu realmente gosto de fazer, mas não pra levar a algo mais a serio.

—Tudo bem minha querida, eu entendo. Mas pense nisso pode ser?- Clara balançou a cabeça confirmando.- Pode ir pro intervalo.

A morena foi andando pelo corredor pensando justamente no que sua professora havia dito “Será que ela está certa? Eu deveria dar uma chance?” Clara pensava parada no meio da multidão quando sentiu um empurrão no ombro.

—Olha por onde anda.- A pessoa reclamou.

—Na verdade eu estava parada, você que estava andando...- Clara disse calma.- Mas deixa pra la, Charlotte vem aqui, você viu a Bryanna?

—É claro que eu vi.

Um momento de silencio se instalou entre as duas.

—Tá então me diz onde.- Clara quebrou o silencio.

—Ah ta, lá no pátio de fora, falando com o DANIEL.- Gritou na ultima parte, tentando causar algum tipo de sentimento na menina de olhos azuis.

—Ok, obrigada.- Sorriu fraco sendo ignorada e deixada sozinha no meio do corredor.

Aos poucos Charlotte estava virando uma “Bryanna” morena, infelizmente. A menina de olhos azuis e sardas na bochecha piscou algumas vezes e caminhou em direção ao pátio de fora onde Bryanna estava com DANIEL. Riu ao lembrar da “conversa” que tivera com Charlotte a pouco tempo.

—Desculpa atrapalhar o momento de vocês, mas Bryanna pode vir comigo rapidinho?- Perguntou a morena direcionado a loira encostada em Daniel.

—Oi Clara.- Rocky sorriu.

—Oi Rocky, quanto tempo, nossa estudamos na mesma escola e eu quase não te vejo.- Clara correspondeu ao abraço amigável do moreninho.

—Oi pra você também Clara!- Daniel se mencionou pela primeira vez ali desde que ela chegou.

—Oi Daniel!- Sorriu de lado.- Então Bryanna... você pode vim?- Perguntou sem paciência.

—Claro que posso, não é mesmo AMOR?- Enfatizou o amor referindo-se a Daniel, que não falava nada, só observava Clara sem “ninguém” “perceber”. Perceba as aspas no “ninguém” e no “perceber”.- Isso foi um sim, vamos?

As duas caminharam juntas pra um pouco distante dali, porem ainda ao alcance de olhares de onde Daniel estava.

—Então.. no que posso ser útil?- Bryanna pôs as mãos na cintura.

—Em quase nada na verdade.- Clara deixou escapar.- Ta, desculpa, não pude evitar.

—Clara eu não tenho muito tempo, tenho um festival pra organizar.- Bryanna tentou sair sendo impedida pelo braço de Clara.

—É exatamente sobre isso.- Suspirou.- Você pode mudar as datas do festival de culinária e de pintura por favor?

—Desculpa não posso.

—Ah qual é Bryanna, por favor.- Implorou.- Se não fosse importante eu não estaria implorando.

—Importante?- Deixou escapar um sorrisinho.- Desculpe Clarinha, realmente não tem como, as datas já foram marcadas, pessoas importantes já foram comunicadas, seria muita falta de profissionalismo desmarcar com essas pessoas você não acha?- Sem esperar resposta Bryanna se retirou sendo seguida por Clara, porém sem tirar o sorrisinho do rosto.

—É seria, mas por favor, tenta.

—Tudo bem Clara, vou vê o que posso fazer.- Parou de andar.

—Muito obrigada, talvez seu passe de cobranna esteja ficando velho.- Piscou pra Bryanna e se retirou.

—Vai sonhando Clarinha, seus dias de boa moça estão contados nessa escola.

                                                       [...]

—Cheguei, e temos 4 minutos de intervalo.- Cala revelou olhando o relógio do refeitório.

—Então... como eu ia dizendo antes da Clara me interromper.- Stuart olhou pra morena que fez uma cara de desculpa.- Inaugurou uma balada nova ontem, e hoje vai ter drink grátis pra todos, topam?

—Claro, vai ser demais.- Alison beijou Stuart.

—É pode ser.- Clara pegou uma batatinha que tinha na mesa.

—Ei senhora Clara tenho que falar com você sobre um assunto chamado “A troca de roupa demorada.”

—Desculpa, “A troca de roupa demorada?”- Gargalhou estranhando.

—Qual sua aula agora?

—Química.- Clara respondeu.

—Biologia. – Stuart respondeu.

—Também sou química, ótimo. Vamos Clara?- Puxou a mochila.- Tchau amor, nos vemos depois, quando digo depois quero dizer de noite. Vou pra casa da Clara depois da aula.- Beijou o namorado.

—Não lembro de ter te chamado pra minha casa.

—E não chamou, mas eu vou.- A loira sorriu.

—Claro que vai. E por que?- Perguntou desentendida.

—Ué, hoje tem festa. É claro que vou pra sua casa.- Afirmou.

—Tá brincando né?- A morena riu fraco.- Alison eu não vou pra essa festa.

—É claro que vai.

—É claro que não.

—É claro que sim.

—Cara mas hoje é sexta, tenho mais coisas pra fazer que ir pra uma festa com bebida grátis.- Entraram na sala de química.

—Tipo...

—Tipo.. assistir serie, e encher o saco das amigas da Bryanna.- Colocou os livros na mesa.

—E você acha que elas vão perder essa festa?- Abriu o caderno e começou a “escrever” o que o professor dizia.

—Lá só vai ter bêbado.- Clara olhou pra Alison.

—Como você sabe? Virou vidente agora?- Parou de escrever e olhou pra morena.

—“Bebida grátis.”- Clara expressou com a mão.

—Senhorita Hope e senhorita Cooper, vocês gostariam de compartilhar essa conversinha que parece está tão boa.

—Não professor, desculpe.- Clara olhou pra frente.

—Você vai sim.- Sussurrou Alison.

O fim do terceiro tempo depois do intervalo. Hora de ir pra casa. Alison esperava Clara do lado de fora da sala de trigonometria, quem é que gosta de trigonometria, quem é que gosta de matemática?

—Até que fim.- Alison agradeceu.- Afinal por que escolheu trigonometria?

—Sei la, me interessou.- Caminhavam pra porta de saída.

—Estou sentindo que hoje vai ser legal.- Alison caminhava toda animada.

—É só sensação mesmo Loira.- Clara caminhava desanimada.

—Ah qual é. Vai ser bom, cê vai vê.

                                                           [...]

—Cara essa boate é muito massa.-Stuart mexia no celular animado, provavelmente trocando mensagens com uma loira.

—Quem é que ainda fala massa?-Daniel estranhou.

—Eu, eu ainda falo.

—Ei, vamos parar ali na sorveteria.- Daniel apontou pro outro lado da rua.- Minha mãe entrou mais uma vez em depressão, tava pensando de animar ela com sorvete.- Sorriu lembrando da mãe.

—Cara, to preocupado com a tia Monique.- Stuart bateu na costa de Daniel.

—É, eu também. Mas ela ta bem, só precisa de muito amor.- Começou a escolher os sabores dos sorvetes e a colocar em uma caixa.

Pagaram e continuaram seguindo para a casa do amado por todos e todas e por Bryanna também, Daniel.

Os garotos entraram em casa, e mais uma vez estava como sempre, vazia e silenciosa.

—É nessas horas que sinto falta de crianças gritando.- Daniel comentou.

—Nossa, esse lugar ta meio triste.- Stuart guardou o sorvete no freezer.

—Meio? Ta mais que o normal.- Admitiu.- Vamos subir, lá em cima deve ter o que fazer.

—Epa Daniel, eu tenho namorada agora cara.- Seguiu o amigo até o andar de cima.

—Temos algumas opções de filmes aqui.- Daniel mostrou alguns DVDs.

—Cara, cê vive em que século? Pôe logo na netiflix.- O namorado de Alison se jogou na cama tirando o sapato.

                                                          [...]

—Clara, já são cinco horas da tarde, levanta dessa cama.- Alison puxou o lençol.

—Qual o seu problema? Me deixa dormir, que saco.- Puxou o lençol de volta.

—Osh, tem alguém de mau humor aqui.- A loira pulou em cima de Clara e começou a fazer cócegas.

—AAAAAH O PONTO FRACO NÃO.- Clara se debatia toda na cama.- Ta, você venceu, to indo tomar banho.- A descabelada se levantou convencida.

—Ótimo, já estou quase pronta.- Bateu na bunda da amiga.

Já tinha se passado quase meia hora, quem sabe cinqüenta que Clara havia entrado no banheiro. Alison por outro lado já estava quase zerando um jogo do seu celular.

—Morreu Morena?- Disse concentrada no jogo.

—Cala boca, to secando o cabelo.- Abriu a porta do banheiro.

—Assim que eu gosto, arrasando.- Fez garra de tigre.

—Você me maquia.- Apontou pra Alison.

—Claro que maquio. - Pegou o kit de maquiagem no banheiro enquanto Clara sentava na cadeira da escrivaninha.- Partiu pegar geral Morena?

—Partiu mermo loira.- As duas gargalharam.- Só não exagera muito na maquiagem ta, sabe que eu odeio quando tem muita, parece que to usando uma mascara, sei lá.

—Seu pedido é uma ordem madame.

Sem aprendiz de maquiadora, mas contorno escuro nos olhos, base abaixo os olhos, bochecha rosada, e gloss nos lábios acho que define como Clara estava. Já arrumadas e posando pra foto no espelho, porque o que é de sair com os amigos e espelho no quarto sem foto não é mesmo?

—Acho que já é hora!- Alison afirmou.

—Vai indo, vou só escolher uma bolsa.- Clara voltou pro quarto pegando uma bolsa no alto do guarda roupa.

Resultado: tombo no chão e um arranhão na coxa com direito a sangue.

A desastrada já com a bolsa pendurada nos ombros, descia as escadas lentamente sentindo aquele arranhão na coxa latejar, parecia que a cada passo ele se abria um milímetro a mais. Mas não é nada na frente do que acontecia com ela aos quatorze ou quinze anos de idade, já havia quebrado os dois baços, o queixo, e aberto uma super ferida nas costas ao deslizar nas pedras da rua no Kansas. Bom, pra quem conhece Clara tão bem quanto sua mãe sabe o como essa garota é peralta e desastrada.

—Aqui estou eu, podemos ir.- Sorriu parecendo um pouco animada.

—Viu tia Sandra, é esse o sorriso de animação que fiquei esperando o dia todo.

—Nada haver, vamos logo Alison antes que eu mude de idéia ta.- Empurrou a amiga pelas costas até a porta.- Tchau mãe.- Voltou e depositou um beijo na testa da mãe.

—Se cuida ta filha, te amo.- Lançou um beijo no ar segurando o peito com a outra mão.- Essas crianças crescem tão rápido.

As duas meninas arrumadas caminhavam pela rua, naquele bairro de luxo.

—Morena, assim... por que não pedimos um taxi mesmo?- Conversavam sem mesmo parar de caminhar.

—Porque esquecemos que a festa fica do outro lado da cidade.- Clara se lamentou.- Mas saindo aqui do bairro tem um ponto de taxi, é o mais próximo.

—É vamos continuar, já estamos quase na metade, eu acredito. - Suspirou.

Aquela noite estava tão calma, a lua enorme brilhava iluminando aquela escuridão, estrelas piscando a milhões de distância, o céu estava lindo e sossegado que parecia errado falar e pensar em qualquer maldade que poderia estar acontecendo naquele momento. Poderia ser dito pelas meninas que o clima tava tão bom que chegava a ser mais relaxante que qualquer SPA ou cochilo a tarde, as vezes tem coisas que mesmo não querendo enxergar, são melhores que outras.

—Oi moço, você poderia nos levar a The Cellar?- Clara perguntou ao chegar ao ponto de táxi.

—Com prazer gracinha.- Um homem se aproximou das duas mordendo os lábios olhando da pontinha do pé até o ultimo fio de cabelo espetado.

—Que nojo seu tarado.- Alison cuspiu as palavras.

—Olhe como fala comigo gracinha.- Ele se aproximou mais.

—Não chama ela assim.- Clara se meteu na frente de Alison.

—Oh Jasper, para com isso, vaza daqui.- Chegou um outro homem mais novo.- Desculpem por ele, eu levo vocês.

—Muito obrigada gatão.- Disse Alison na brincadeira porém levanto de graça uma cotovelada da amiga.

                                                           [...]

—Obrigada gatão!- Piscou Alison.- Quis dizer, Joseph.

—Obrigada também por ter tirado aquele nojento de perto.- A morena sorriu amigável.- Quanto te devo?- Abriu a bolsa.

—Por conta da casa.- Disse o taxista gatão, ops Joseph.

—Nossa, muito obrigada. Bom trabalho.- Fechou a porta do carro e deu um passo pra frente ficando ao lado da amiga.

—Pronta?- Cruzou o braço ao braço da morena e caminharam indo em direção a porta frontal.

—Stuart já chegou?- Clara perguntou curiosa na fila de entrada.

—Ainda nem falei com ele.-Guardou o celular.- Mas sinto que esse interesse é em um outro ágüem chamado, Daniel.

—Não, nada haver.- Disse calma tentando desviar do assunto.

—Qual é Clara, você disse que gostava dele.

—Eu disse, mas foi antes.- Olhou pro pé.

—Antes de que?

—Ah sei lá Alison, antes dele voltar com a Bryanna, antes de dormirmos na casa da Nina, antes de nos beijarmos na sua casa, sei la, é estranho gostar de alguém e não ser recíproco.

—Volta, volta. Casa da Nina? O que eu perdi?

—A gente dormiu lá.

—Desculpa mas, por que?- A loira parecia confusa.

—Por conta de uma coisa ai.

—Que coisa Clara?

—Uma coisa. –Deram um passo pra frente.

—Ah agora vocês duas estão de segredinho?- Alison perguntou incrédula.

—Não é segredo.- A morena permanecia calma.

—Então me conta.

—Eu não vou contar Alison, eu não posso.- Podia se dizer que as duas já estavam perdendo a paciência.

—Isso é a definição de segredo Clara.- Disse meio obvia.

—Chame do que você preferir.

—Identidades.- Pediu o segurança.

—Eu vou chamar de minha melhor amiga trocando segredos com uma menina qualquer.- Entregou a identidade pro homem.

—Ela não é uma menina qualquer.- Pegou de volta a identidade a guardando na bolsa.

—Agora vai ficar defendendo essa menina?- Entraram no local ainda discutindo.

—Vou defender porque você está errada.- Clara virou ficando de frente com a loira sem paciência soltando ciúmes do ouvido em forma de fumaça.

—Acho melhor darmos um tempo.- Falou pondo um ponto.

—Também acho, vai procurar seu totozinho vai.- Disse se referindo ao Stuart.

—Não chama ele assim.

—Então eu vou chamar de: tirador de tempo de melhores amigas.

—Injusto Clara, injusto.

—Nada no mundo é justo Alison, olha eu vou sentar ali naquele sofázinho ta. Beijo.- Lançou um beijo no ar.

A morena enfurecida sentou no sofá fechando os olhos com força tentando se acalmar. Abriu os olhos lentamente achando que iria funcionar mas sentiu uma dor no peito ao ver Bryanna e Daniel se beijando ali quase na sua frente.

Inspirava e expirava contando até dez, parando no seis vendo que não estava funcionando.

—Nada no mundo é justo Clara!- Disse pra si mesma.

Levantou um pouco mais enfurecida e com um provável buraco se abrindo em seu coraçãozinho. Entrou no banheiro ligando a torneira e molhando de pouco a pouco o rosto sem tirar a maquiagem.

 A porta de um box se abriu dando passagem a uma menina parando ao lado de Clara.

—Olha, gostei da saia.- Sorriu pra Clara.

—Obrigada!- Disse a morena sem jeito.

Um pouco de silencio instalado no banheiro porém sendo logo quebrado pela menina que elogiava saias para puxar assunto.

—Arg eu odeio esse silencio sabe, entre duas pessoas, coisa chata né?- A menina se olhava no espelho ajeitando o cabelo.

Clara só observava por algum motivo.

— Prazer, Rose!


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Notas finais do capítulo

Bem vinda Rose, sua danadinha!! :)



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