—Aí meu Deus, você nem sabe o que vai acontecer. -Alison chegou animada reparando em Clara e Nina que riam descontroladamente de alguma coisa. -Desculpa, estou atrapalhando? -A loira pareceu incomodada. 

—Não, não magina. -Disse Nina se recuperando da gargalhada. 

—O que vai acontecer Ali? -Perguntou Clara tocando no assunto que a amiga ia contar.

—Vai acontecer um festival de Culinária. -Disse voltando a ficar animada. 

—Que maravilha, vai acontecer um festival de pintura também, era o que a gente tava rindo, da Srta.Mayara, aquela mulher é muito engraçada. -Disse Clara rindo ao se lembrar do ocorrido mais cedo na salada artes. 

—"Oi gente vamos fazer um festival de pinturas." "Bruno, não mexa nisso." -Nina imitava a voz da professora, fazendo Clara rir ainda mais.

—Para Nina, minha barriga vai estourar, socorro. -Clara segurava a barriga gargalhando. 

—Acho que eu vou indo então, tenho que esperar o Stuart sair da aula de ferragem. -Alison foi saindo. 

—Não, espera aí. Posso ir pra sua casa hoje? Bryanna vai estar planejando os  festivais com aquelas "amiguinhas" dela, e não estou a fim de ficar na mesma casa que todas. 

—Tá, pode sim. Vou esperar o Stuart ele e o Daniel também vão pra lá. -Alison voltou a caminhar. 

—O que o Daniel vai fazer lá? -Perguntou Clara caminhando com a amiga. 

—Ele e Stuart são muito grudados, acho que nasceram juntos, um não pode fazer nada longe do outro. E eu não posso fazer nada com o Stuart sem o Daniel por perto, é um saco. 

—Tchau Nina, a gente se vê depois. -Acenou pra amiga que continuava sentada enquanto as duas caminhavam. 

—Clara tive uma ideia. -Alison abriu um sorriso.

—Estou envolvida? -Perguntou Clara com um certo animo. 

—Claro que está, você é parcialmente o centro da minha ideia. 

—Não sei se devo ficar animada ou não. -Disse a morena se encostando na parede. 

—Claro que deve. -Se encostou na parede ao lado da morena. -Você podia chamar o Daniel pra sair, assim ele podia me deixar sozinha com o Stuart. 

—O QUE? Negativo, eu não vou chamar ele pra sair. -A morena lançou um olhar de raiva pra loira. 

—Tá, não precisa ser pra sair, só pra manter ele ocupado por um tempo, quem sabe alguns dias. -Alison deu um sorriso tentando convencer a morena. 

—Não, Alison esquece, isso não vai rolar, pode esquecer. 

 A porta da sala de ferragem se abriu assim que Clara terminou de falar, dando passagem para um Stuart feliz andando em direção à Alison. 

 -Aaarg que nojo! -Disse Clara tampando o rosto enquanto os dois de beijavam. 

—O neném tem nojo de beijo é? Então vem aqui deixa eu fazer passar. -Colin chegou destampando os olhos de Clara. 

—Sai daqui seu loco. -Empurrou Colin brincando. 

—E aí casal, o que vão fazer hoje? Topam um encontro duplo? -Colin passou os braços pro ombro de Clara. 

—Já tá namorando é? -A morena virou pro colega. 

—Não, tava pensando se você não topava sair comigo hoje. -Piscou um olho. 

—Você vai sair é com o soco que vou dar nesse rostinho. 

 Daniel se aproximou apontando pro rosto de Colin.  

—O que um ciúminho não faz né. -Alison cochichou no ouvido da morena. 

—Quieta Alison. -Respondeu Clara. 

—Olha aqui estrupício, ninguém falou contigo. -Colin saiu de perto de Clara e se aproximou de Daniel. 

—Olha aqui idiota, ninguém perguntou. -Daniel deu um passo pra frente se aproximando mais de Colin. 

—Olha aqui seus malucos, não vou ficar perdendo meu tempo vendo dois idiotas esmurrando uma a cara do outro. -Disse Clara se metendo no meio dos dois. 

—Tem razão Clarinha, vamos? -Perguntou Colin tocando no ombro de Clara. 

—Olha Colin, isso não foi um sim. -Deu um sorrindo. 

—Tá, mas também não foi um não. -Mandou um sorrisinho em resposta. 

—Isso foi um, prefiro ficar com o Daniel que sair com o babaca do Colin. 

 Daniel puxou Clara pelos ombros pro seu lado, colocando seu braço ao redor do pescoço da morena.  

—Olha aqui Daniel, ninguém responde por mim. -Clara tirou o braço do moreno, e se aproximou de Colin. -Foi mal Colin, mas não vai da, marquei com a Alison de ir lá pra casa dela. 

—Como eu disse, ela prefere ficar comigo que sair com você. -Disse Daniel se intrometendo, logo recebendo um olhar de reprovação de Clara. 

—Bom, tudo bem, deixa pra próxima então... -Colin se retirou. 

—Ain nossa, deu pena. -Alison comentou. 

—Pena o caramba. -Retrucou Daniel. 

—Não sei o que aconteceu entre vocês dois, só sei que é bem ridículo. -Mencionou Clara ajeitando a bolsa no ombro. 

—Então gente.. vamos? -Perguntou Alison puxando Stuart pra saída da escola. 

Clara olhou pra Daniel e suspirou alto, arrancando um riso do moreno. 

Os quatro caminhavam pelas ruas a caminho da casa da loira mais linda do mundo, segundo Stuart Parker. 

O casal da frente ia se paparicando o tempo todo, enquanto o casal de trás, ops, enquanto Clara e Daniel iam irritando um ao outro. 

—O que a galinha disse pra outra? -Daniel perguntou. 

—Eu não sei Daniel, eu não sei o que a galinha disse pra outra. -Respondeu Clara já estressada imaginando que a resposta seria outra vez sem graça. 

—Nada, galinhas não falam. -Daniel gargalhou. 

—Daniel desiste, sua carreira de piadista não vai pra frente. -Clara tocou no ombro do moreno o "consolando". 

—Há Ha Ha, engraçadinha. 

—E aí Alison, já não estamos chegando não? -Perguntou Clara massageando o pé. 

—Han, o que? -Alison interrompeu o beijo prestando atenção na amiga. 

—Eu perguntei se já estamos chegando. -Repetiu. 

—Aaaah, ops. Éramos pra ter dobrado a umas cinco ruas atras. 

—Ah qual é, meu pé já tá me matando. -Reclamou Clara. 

—Meu Deus, você reclama de tudo. -Disse Daniel. 

—Cala boca, meu pé tá doendo. -Sentou num banco que tinha por ali. 

—Já que estamos meio longe da sua casa, podíamos ir.... -Stuart foi interrompido por pingos de água caindo do céu. 

—Uuuhu, Clara estava precisando. -Brincou Daniel recebendo um olhar torto da morena. 

—Vamos deixar de briga, vamos deixar de discussão e aproveitar esse lindo dia de chuva com os amigos. -Stuart segurou a mão de Alison e começou a dançar ali mesmo. 

—Own, eles são tão adoráveis. -Daniel fez carinha de apaixonado. 

—São mesmo. -Clara pulou nas costas de Daniel. 

—Aí sua gorda. 

—Gorda é a sua... 

—Pense no que vai falar Clarinha.

—Vamos, cavalgue cavalinho. -Clara bateu o pé na bunda de Daniel. 

—Opa danadinha, seu pedido é uma ordem. -Daniel começou a correr com Clara nas costas. 

Talvez aquela música da Pamela "Eu quero vê chuva de poder, eu quero vê chuva de unção. Fazendo alegria transbordar em meu coração." pudesse descrever aquele momento lindo dos adolescentes se divertindo na chuva.  

—Loira, preciso de uma roupa seca. -Clara avisou assim que chegaram a casa de Alison ensopados. 

—É pra já Morena. -Afirmou Alison subindo as escadas. 

—Foi o que o meu pai disse. -Andrew abriu a porta da casa com o telefone no ouvido. 

—E aí cara? -Daniel cumprimentou Andrew. 

—O que cês tão fazendo aqui? -Perguntou o irmão de Alison respondendo ao cumprimento. 

—Ah eu convidei eles, sabe tarde de amigos, ou o que quiser chamar. -Respondeu Alison descendo as escadas jogando roupas pra Clara. 

—Vocês querem roupas também? -Perguntou Andrew subindo as escadas. 

—Claro, por favor bro! -Stuart colocou as mãos no peito em pedido de por favor. 

—Ei, sua casa é bonita Ali. -Mencionou Clara tocando em umas flores. 

—Obrigada, todo mês minha mãe redecora. 

—É o seguinte galerinha, estou saindo com uns amigos pra Santa Cruz, um amigo nosso tá precisando de ajuda lá, ou seja, não sei se volto hoje ou amanhã. -Andrew jogou as roupas pra Daniel e Stuart.

—A mãe e o pai sabem? -Perguntou Alison. 

—Desde quando se importam? -Respondeu deixando Alison desconfortável. 

—Cuidado tá? Me liga quando chegar. -Avisou Alison fechando a porta pro irmão. 

—Não façam nada que eu não faria. -Gritou la de fora. -Ou melhor, não façam nada que eu faria. 

—Bom, Clara você toma banho no meu banheiro, Stuart você pode tomar no do Andrew, e Daniel no daqui de baixo. 

—Beleza! -Daniel foi caminhando pro banheiro, enquanto Clara e Stuart subiam as escadas. 

—VOU COMPRAR UMAS COISINHAS DELICIOSAS PRA GENTE. -Gritou Alison saindo da casa. 

                   [...]

—Eu pedi uma peruca castanha, e não preta Charlotte. -Bryanna repreendeu a "amiga". 

—Desculpa, não tinha peruca de cor castanha. 

—Você não sabe fazer nada, é uma inútil mesmo. -Puxou a peruca da mão de Charlotte. 

—Não vou ficar aqui escutando você me ofender, quando realmente precisar de mim me liga. -Charlotte se retirou. 

—Pode deixar que não vou precisar, tchau tchau. -Acenou pra porta. -Ain Clarinha será uma pena o que vai acontecer, mas será uma lição pra você não ousar se meter comigo. 

—Bryanna? -Escutou uma voz a chamando. -Bryanna? -Ela não acreditava de quem era aquela voz. 

—Bryanna estou chamando você. -O dono da voz adentrou o quarto da loira. 

—Pai? -Estranhou o homem ali no quarto dela, o mesmo quase não ficava em casa. -Oi pai, tudo bem? Eu tava com saudades. -Deixou cair uma lágrima ao abraçá-lo. 

—Oi Bryanna, estou bem. -Correspondeu ao abraço. -E você? 

—Estou melhor agora. -A menina enxugou o rosto e sorriu pro pai. -O que lhe devo a honra dessa visita? 

—Você viu a Clara?  

Aquela pergunta fez o seu dia acabar ali mesmo. A raiva possuiu sua cabeça . 

 -Não eu não vi a Clara. -Respondeu tentando se controlar. 

—Eu tenho uma surpresa pra ela. -Respondeu o homem. 

—Ah é? e eu posso saber que surpresa é essa? -Perguntou a filha do homem. 

—Não Bryanna, você é a Clara por um acaso? -Saiu do quarto fechando a porta junto. 

A menina correu em direção à porta a trancando, voltou caminhando até sua cama e se encolheu no canto.  

—CLARA SUA IDIOTA! - Empurrou tudo do seu criado mudo no chão. 

—Eu não acredito, ele nem se importou comigo. Meu pai nem se importou comigo. -Soluçava.  

Escutou alguém caminhando até seu quarto.  

—Tá tudo bem aí minha querida? -Perguntou Sandra ao bater na porta e não receber nenhuma resposta. 

—Como se você se importasse, como se ALGUÉM se importasse. -Resmungou. 

—Disse alguma coisa? -Perguntou a mulher. 

—Está tudo bem sim. -Respondeu Bryanna. 

—Se precisar de alguma coisa estou lá embaixo. 

 Escutou os passos se afastando da porta. 

—Clara Hope você pode pegar tudo meu que você quiser, mas haverá preço, e será muito, MUITO caro. -Entrou no banheiro. 

                          [...]

—Alison? Alison? -Clara chamou descendo as escadas indo para a cozinha. -Olha uma uva. -Colocou na boca. -Uau que uva gostosa. 

Sentou num banco e ficou comendo aquela uva.

—Alison? -Chamou mais uma vez. 

—Chamou? -Apareceu Daniel saindo do banheiro. 

—Ah agora seu nome é Alison. -Colocou uma usa na boca. -Viu a Alison? 

—Tirando o fato de que eu acabei de sair do banheiro e não ser vidente, eu não sei onde está a Alison. -Pegou uma uva. 

—Ei, essas uvas são minhas. -Reclamou Clara.

—Não estou vendo seu nome escrito nelas. -Pegou mais duas. 

—É que eu ainda não mandei gravar nelas. 

"We're running out of time

Chasing our lies

Everyday a small piece of you dies

Always somebody

You're willing to fight, to be right"

—É o meu. -Clara pegou o celular. 

Ligação on

—Mãe?... Alô? Mãe? Não tô intendendo.  

—Melhorou? 

—Sim! Tudo bem? 

—Eu que deveria perguntar né Clara. Onde você está menina? 

—Aqui na casa da Alison. 

—Podia ter avisado né filha. 

—Desculpa, eu realmente esqueci. 

—Você pode vim pra casa? John tem uma surpresa pra você. 

—Precisa ser agora? É que a gente ia assistir um filme. 

—Ah não sei, vou perguntar dele. Aí tem meninos? 

—Sim mãe, tem. 

—Juízo em, não faça nada que eu não faria.

—Tá, tá bom. Um beijo. 

Ligação off

—Ela tá bem? -Daniel perguntou pegando a penúltima uva. 

—É tá sim. -Foi pegar a uva, porém Daniel foi mais rápido. -Ei, me da. -Tentou pegar. 

—Não, eu que peguei. 

—Mas eu tava comendo primeiro. 

—Mas eu peguei ela. 

—Ah Danielzinho, da pra mim da. -Fez biquinho. 

—Vamos fazer o seguinte, metade metade, pode ser? 

—Tá, fazer o que? -Se entregou. 

Daniel pegou a uva e esticou em direção a boca de Clara. 

—CLARA! Cê mordeu quase ela toda. 

—HAHAHAAHA. É verdade o que dizem. -Afirmou Clara. 

—O que dizem? -Colocou na boca o pedacinho que sobrou. 

—Que a ultima é sempre a mais gostosa. -Gargalhou. 

—Pô cê nem dividiu essa gostosura comigo. 

—Own meu deusy, desculpa neném. -Clara se aproximou do moreno triste. 

—Sem desculpa. -Fez biquinho. 

—Com desculpa. -Clara beijou a bochecha do moreno. 

—Ainda tô triste. -Continuou com o biquinho. 

—O que eu posso fazer então? -Abraçou mais forte o menino de lado. 

—Mais beijos. -Falou sem desmanchar o biquinho. 

—Quantos? -Perguntou depositando um beijo na bochecha do mesmo. 

—Quatro. -Respondeu. 

—Assim? -Depositou o quarto. 

—Mais um. -Respondeu Daniel.

—Prontinho. 

—Ainda não. 

—Mais outro? - Questionou Clara. 

—Sim, mais outro. 

Clara virou pra depositar o último, porém Daniel foi mais rápido e segurou o rostinho delicado de Clara fazendo os lábios de colarem. 

Clara nem pensou duas vezes ao corresponder. 

—Estou interrompendo? 

—NÃO! -Clara gritou com o susto e saindo de perto de Daniel. -Onde vocês estavam? 

—Em lugar algum.-Respondeu Stuart. 

—Vocês estavam fazendo o que? -Perguntou Daniel. 

—Nada. -Respondeu Alison. 

—Tá legal, e o filme? Não íamos assistir um filme? -Perguntou Clara tentando mudar de assunto.

—Ah é verdade. -Lembrou Alison. -Então... qual filme vocês querem assistir? 

"We're running out of time

Chasing our lies

Everyday a small piece of you dies

Always somebody

You're willing to fight, to be right"

—Só um minuto. -Clara pegou o celular. 

Ligação on

 —Nina?

 —Clara! -Nina respondeu com voz de choro. 

—O que aconteceu? 

—Você pode vim aqui em casa por favor? Preciso de alguém pra conversar. 

—Claro! Claro! Já estou indo. 

Ligação off

—Sabe o que é gente linda, não vou poder ficar. -Foi em direção à sala e pegou a mochila no sofá. 

—Aconteceu alguma coisa? -Daniel perguntou seguindo a morena. 

—A Nina me ligou e ela tá precisando de mim. 

—Ah mais é claro que está. -Alison revirou os olhos. 

—Desculpa Alison, eu preciso ir. -Se aproximou da loira pra dar um abraço. 

—Tudo bem, você vai deixar sua melhor amiga aqui e correr pra uma estranha. -Cruzou os braços. 

—Você tem o Stuart. -Sorriu e apontou pro Stuart. 

—Tá bom. -Sorriu de lado. 

—Eu acompanho você. -Se ofereceu Daniel. 

—Obrigada. -Sorriu agradecendo.

 -É parece que somos só nós dois. -Alison mencionou quando Clara e Daniel saíram. 

—Nessa imensidão de casa. -Stuart olhou malicioso pra Alison. 

—Hehehehe. -A Loira respondeu ao olhar malicioso. 

                         [...]

"Ding Dong" 

—Tem certeza que é aqui? -Perguntou Daniel. 

—Tenho sim, pelo ou menos é o que diz na mensagem. -Clara olhou o celular. 

—Clara? -A morena ouviu uma voz falha vindo da porta. 

—Oi Nina, sou eu. Trouxe o Daniel se não for incomodo. -Conversavam através da porta. 

—Ah claro, tudo bem. -Abriu a porta. -Entrem. 

—Nina o que aconteceu? -Perguntou Clara preocupa ao entrar na casa.  

Nina abraçou Clara, que por cima do ombro de Nina olhou espantada pra Daniel. 

Em meio a todo aquele silêncio Clara guiou Nina até uma poltrona mais próxima a fazendo sentar. 

—Você pode fazer um chá pra ela se acalmar? -Clara pediu a Daniel. 

—Claro! Já volto. 

—Você que me dizer o que aconteceu? -A morena fazia carinho no cabelo de Nina. 

—Minha mãe descobriu, e saiu de casa desesperada Clara. -Desabou mais uma vez em lágrimas. 

—Aqui está! -Daniel chegou com uma xícara de chá. 

—O que ela descobriu Nina? -Clara perguntou entregando a xícara. 

—Meu pai tava traindo a minha mãe e eu sabia de tudo. -Nina deu um gole no chá. 

—Por que você não contou pra ela? -Clara questionou. 

—Porque eu tenho meus problemas e achei que meu pai fosse contar, mas só piorei tudo. -Soluçou. -Eu tô grávida Clara. 

Clara olhou pra Daniel que levantou uma sobrancelha espantado. 

—Mas não é o fim do mundo né. Que dizer, olha só tem uma vidinha aqui dentro. -Clara tocou na barriga da menina. 

—O Tom quer que eu aborte, mas eu não sei o que eu quero. -Fungou o nariz. 

—Calma, tudo vai se resolver. -Daniel acariciou a cabeça da morena que soluçava. 

—E vocês, estão namorando? 

—Tá na hora de dormir né. -Clara levantou do chão puxando a mão da menina até a escada. 

—O que? Não é a minha hora de dormir. -Sussurrou Nina.

—Agora é. -Clara entrou no quarto junto de Nina. 

—Clara, posso te pedir um favor? Dorme hoje aqui em casa? Não quero ficar sozinha. -Perguntou a menina tímida se colocando de baixo do lençol. 

—Claro, vou avisar minha mãe e dizer pro Daniel ir embora. -A morena levantou da cama caminhando em direção à porta. 

—Se ele quiser ficar, melhor ainda. -Clara escutou antes de fechar a porta.