Uma garota mais que incrível escrita por Uma ideia bonita


Capítulo 9
Que eu tô apaixonado por você


Notas iniciais do capítulo

O capítulo tem um pouco de muito Alison e Stuart= Stulison, ou não.
Enfim, porém tem também Clara e Daniel= Clariel, ou não.
Bom... boa leitura e queria agradecer a quem está sempre acompanhando mesmo eu demorando meio século pra postar um capítulo.
Muito obrigada a todos, um bjao na bunda.



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—Daniel! Daniel. -O menino que estava com a cabeça dentro do armário, olhou pra trás só vendo um vulto pular em cima do mesmo o abraçando forte.
—Nossa, to me sentindo muito especial agora. -Retribuiu o abraço. -Pra que tanta felicidade? -Disse assim que a menina se afastou ainda sorrindo.
—Acredita que achavam que eu e o Stuart estávamos namorando? -Riu com a pergunta.
—E isso é bom por que?? -Ficou sério. -Ah Clara! Qual é, não me diz que você gosta do Stuart. -Fechou a porta do armário com força, chamando atenção de quem passava.
—O que? Não seu bobo, claro que não. -Gargalhou. -Esse é o motivo pela qual a Alison não estava falando comigo.
—A Alison gosta do Stuart? -O moreno levantou uma sobrancelha.
—É eu acho que sim, pra ela ter agido dessa forma eu acho que sim... -Foi interrompida pelo moreno apontando pra trás.
Onde passava Alison mexendo no celular.
—Hey, como ta? -Clara pulou na frente da loira sorrindo.
—Querendo passar se você não percebeu. -Guardou o celular no bolso da calça.
—Ok, olha Alison eu tentei ser pacífica, mas não tá mais dando. Você vai ter que vir comigo. -Segurou a mão da amiga a tirando dali. -Ah e Daniel, liga pro Stuart e pede pra ele nos encontrar no auditório.

Segurou firme o braço da loira que tentava se soltar, e a guiou até o auditório.
Abriu as portas e a escuridão invadiu suas visões. Levantou o interruptor, e sem soltar o pulso de Alison, Clara a empurrou a fazendo cair sentada na cadeira.

—Ai!! -Reclamou a loira.
—Não reclame, isso não doí nada na frente da dor que você me fez passar durante esses dias. -Clara se posicionou firme na frente de Alison que continuava sentada.
—Que eu fiz você passar?? -Soltou a voz num tom irônico. -Que eu fiz você passar?? -Repetiu, agora com o tom mais alto se pondo em pé em frente à Clara. -Você tá namorando com o garoto que eu fui apaixonada por DOIS ANOS.
—E qual o problema? Achei que você não era mais apaixonada por ele. -Disse Clara quando viu Stuart e Daniel entrando no auditório.
—Clara eu acho que você deveria se informar mais antes de fazer as coisas.
—Ah você acha? -Sorriu cínica. -Alison, foi exatamente o que você fez.

Clara nem prestava mais atenção nos meninos, que agora estavam sentados assistindo tudo.

—O que? -Fez cara de confusa. -Olha Clara, seja lá o que você queria fazer me trazendo aqui, está perdendo seu tempo. -Pegou sua bolsa na cadeira e se virou.

Reparou que Stuart e Daniel assistiam tudo sentados.

—Stuart dá uma forcinha aqui! -Implorou Clara.

Stuart olhou pra Daniel e se levantou indo em direção a Alison.

—Eu e a Clara não estamos namorando. -Foi direto ao ponto.
—Claro que estão, eu vi a foto no celular da Bryanna.
—No celular da Bryanna?? -Clara se aproximou dos dois incrédula. -Ah eu vou acabar com aquela vaca. -Stuart segurou a morena.
—Calma ae Clara, agora não, depois eu te ajudo. -Stuart tentou acalmar a amiga.
—Olha Alison, eu nem gosto dele. -Apontou pro meio ruivo. -Eu gosto do... -Parou de falar no momento que reparou no que ia sair.
—Do.... -Stuart tentou fazê-la continuar.
—Ham? -Se fez de desentendida.
—Você disse que gostava do... -Respondeu Alison.
—Isso não importa. O que importa é que eu não gosto dele, e ele não gosta de mim. -Disse olhando diretamente pra Alison. -Você não gosta de mim né? -Clara bateu no peitoral de Stuart.
—Ah Claro que não, não mesmo. Tipo olha pra ela, é claro que não. -Virou o rosto pro lado. -Eu gosto de outra pessoa.

Daniel se levantou com os olhos arregalados, e Clara deu um passo para trás deixando os dois.

—Que bom pra você. -A loira deu um passo pra frente tentando sair, porém barrada por Stuart segurando sua cintura.
—Alison, a Clara estava me dando conselhos pra mim te chamar pra sair. -Alison respirou fundo dando um passo pra trás.
Permaneceu parada por um tempo olhando diretamente nos olhos do menino que se encontrava a sua frente.
—Isso quer dizer o que?? -Disse a loira agora calma.
—Que eu to apaixonado por você, pelo ou menos eu tava, pela antiga Alison. Aquela que corria atrás de mim por todo lado, que deixava cartas anônimas no meu armário, que dizia aparecer por acaso nos lugares que eu sempre estava. -Alison gargalhou com lágrimas nos olhos.
—Você fazia isso mesmo? -Clara apareceu no meio dos dois. -Minha nossa. -Foi puxada por Daniel.
—Stuart. -A loira olhou pro chão passando a língua nos lábios desidratados. -Eu sinto muito pela forma que eu te tratei no refeitório, eu tava com tanto ciúmes que eu nem conseguia pensar direito. -Disse nervosa.
—Tá tudo bem. -Com uma mão segurou o queixo da loira, e com a outra segurava a mão de Alison. -Desde que você aceite sair comigo, a não ser que você esteja ocupada essa semana, e mês que vem, e no... -Foi interrompido.
—É claro que eu aceito. -Soltou um risinho, puxando o menino pela camisa colando os lábios.
—ISSO!! -Clara gritou. -UUUH, SE AMEM. -Clara girou com os braços abertos.
—Tenho que ir no meu armário. -Alison avisou e puxou Stuart sala a fora.
—É você conseguiu, parabéns senhorita Clara. -Disse Daniel e deitou nos bancos.
—Uma coisa que você tem saber sobre mim, é que eu sempre consigo o que eu quero. -Correu para as escadas subindo no palco.
—O que você tá fazendo? -Daniel abriu os olhos e levantou a cabeça olhando Clara em cima do palco.
—Ainda, nada! -Foi em direção a um piano que tinha ali.

Delineou umas notas, que logo se formaram uma melodia. Ficou assim por um tempo, até ter coragem de soltar a voz.

It's a narrow line I'm walkin'
Better watch my step
Cuz we got everybody talkin'

Deu uma pausa, apenas com a melodia do piano.

And I can hear 'em say
Maybe in another lifetime
Maybe when you're older
What they don't know is
I've already made up my mind

Foi parando a música com uma melodia leve. Apenas com o toque suave dos seus dedos no piano.

—Wow, o que foi isso? -Daniel perguntou sentado do seu lado.
—AH! -Gritou com a mão no peito. -Não faça isso! -Bateu no peito de Daniel.
—Clara isso foi lindo. -Disse Daniel não ligando pra batida em seu peito. -Nunca tinha ouvido essa música.
—Eeer... eu a compus. Sei que ainda tenho que melhorar muito, tanto no piano como na voz...
—Clara, hey! -Tocou no queixo da morena a fazendo olhar pro mesmo. -Tá perfeita, sua voz é maravilhosa, não precisa mudar nada.

O rosto dos dois estavam super próximos, conseguiam sentir a respiração um do outro. Finalmente aquele pequeno espaço ia ser quebrado, porém o sinal tocou anunciando o início do primeiro tempo.

—Aí meu Deus, a aula. -Clara levantou num pulo. -Vamos Daniel, vamos nos atrasar. -Desceu as escadas correndo pra fora do auditório.
—Clara! -Gritou Daniel. -Você esqueceu a sua bolsa. -Gritou novamente, recebendo em resposta uma cabeça na porta.
—É claro que esqueci, onde eu estava com a cabeça, puff. -Bateu na cabeça com a mão.
Entrou de volta na sala dirigindo-se ao banco e pegando sua bolsa.
—Do que tá rindo idiota? -Perguntou Clara ouvindo o riso de Daniel.
—Você tá nervosa. -O moreno respondeu Rindo.
—Eu não to nervosa, estou ATRASADA. -Virou de costas andando para fora do auditório.
—BOA AULA CLARA. -Gritou ainda rindo.
—VAI SE FERRAR DANIEL. -Gritou de volta fazendo o moreno rir ainda mais.

[...]

—Clara, posso ir com você pra sua casa? Meu irmão vai sair hoje, e meus país estão viajando. -Alison e Clara conversavam caminhando para fora da escola. -Resumindo, não quero ficar sozinha, e ainda mais que.... hoje vou sair com o Stuart.

Clara parou de andar e segurou o braço da amiga a fazendo também parar.

—Aaaaaah. -A morena pulou de alegria. -Até que fim.
—Mas então....
—É claro que pode Alison. Senti tanto sua falta. -Abraçou a loira.

Voltaram a caminhar em direção à entrada do colégio, toda a escola já estava indo embora.
Subiram no ônibus e partiram rumo a parada mais próxima da casa de Clara.
Desceram do ônibus e andaram mais algumas ruas até chegarem a mansão Benson.
—Sabe, eu nunca vou me acostumar a ter uma amiga morando em uma mansão. -Clara riu.
—Oi mãe, cheguei!! -Gritou Clara passando pela porta da frente da casa.
—Olá. -Sandra apareceu saindo da cozinha. -Alison, tudo bom?? -Perguntou a mulher toda simpática abraçando a loira.
—Olá Sra.Hope, tudo bom, e com a senhora? -A loira perguntou se separando do abraço.
—To ótima, fiz uma comida maravilhosa com a ajuda da Mary, querem provar? -Perguntou Sandra indo em direção à cozinha.
—Agora não mãe, temos que resolver uma coisinha. -Respondeu Clara puxando a amiga pelo pulso em direção a escada.
—Ah Clara, eu queria. -Disse Alison assim que entrou no quarto de Clara.
—Sabe o que você quer?? -Clara fechou a porta.
—Olha miga, você é linda, maravilhosa, mas não faz o meu tipo.
—Idiota! -Exclamou Clara rindo. -Sei bem qual o seu tipo, STUART PARKER!
—Fala baixo Clara Hope, não quero que Bryanna escute. -Tampou a boca de Clara com a mão. -ECA! Sua nojenta. -Tirou a mão assim que sentiu uma coisa molhada na sua mão, sim saliva.
—Quer que eu te empreste uma roupa? -Andou até o closet. -Você vai arrasar! -Se segurou na porta do closet jogando a cabeça pra trás dando uma piscada pra Alison.
—Sua retardada! -Alison levantou da cama indo em direção ao closet. -Ok, vamos logo escolher uma roupa, tenho que sair daqui 16:30.
—Você tem uma hora e meia. -Afirmou Clara olhando no celular.
—O QUE? Como assim? Não, isso tá errado. -Tomou o celular da mão de Clara. -Uma hora e meia é o tempo que levo pra deixar um delineado do meu olho perfeito.
—Calma Alison! Respira. -Guiou a amiga até a cama. -Eu vou te ajudar.

Clara tirou todas suas roupas do closet as deixando espalhadas por todo o quarto enquanto Alison experimentava todas ao som de John Mayer.
Alison acabou optando por uma calça jeans, blusa preta, e casaco de penas.

—Prontinho, como estou? -Alison saiu do banheiro fazendo pose.
—Arrasando, gostosa!! -As duas riram.
—iiiihh to atrasada. -A loira correu até a cadeira da escrivaninha onde estava sua bolsa tropeçando nas peças de roupas que tinham pelo chão. -Aí meu Deus, olha toda essa bagunça, melhor eu ficar pra ti ajudar né? -Deixou a bolsa de volta na cadeira pegando uma blusa que tinha no chão.
—Negativo, deixa que eu arrumo, você tem um encontro pra ir. -Tomou a blusa da mão de Alison e lhe entregou a bolsa. -Divirtam-se, e juízo. -Empurrou a loira pra fora do quarto fechando logo em seguida a porta.

Suspirou ainda segurando a maçaneta da porta, girou logo vendo toda a bagunça que tinham deixado ali.

—Stuart você me paga!! -Sussurrou Clara recolhendo as roupas e guardando as maquiagens.

[...]

—Olha ela ali cara, vai dar tudo certo. Vou ao cinema, qualquer coisa me liga. -Disse Daniel batendo nas costas de Stuart.
—Ok Stuart, você consegue. -Disse pra si mesmo respirando fundo e caminhando até onde Alison estava encostada em um muro digitando no celular.
—Você tá linda. -Stuart foi logo direto.
—Nossa, nem ti vi. -Respondeu Alison guardando o celular. -Muito obrigada, você também está lindo. -Sorriu.
—Então eu estava fazendo uns planos, podemos ir ao cinema, lanchonete, passear por algumas praças, e fazer o que você quiser. -Começaram a andar pelas ruas.
—Ótimo, seus planos estão perfeitos. -Alison puxou a mão de Stuart e entrelaçou os dedos.
—Pode ser Esquadrão Suicida?? -Perguntou Stuart parando na fila do cinema Balboa.
—Claro que pode, viu as fotos da Cara Delevingne? Ela tá arrasando no filme.
—Tá, mas já viu a Margot Robbie? Ela tá muito gostosa e maravilhosa. -Disse Stuart olhando pro nada.
—Stuart! -Repreendeu Alison dando um tapa no braço do garoto.
—Ai você é forte! -Disse massageando o local da batida. -Mas você é mais gostosa, e maravilhosa que a Margot Robbie. -Puxou Alison pra um beijo.
—Não, você tá certo, Margot Robbie é com certeza maravilhosa. -Retribuiu o beijo.

Ficaram um tempo ainda na fila. Compraram os ingressos, as pipocas e entraram na sala.
As luzes apagadas, só se ouviam barulhos de lábios encostando um no outro, nojento.
O filme chegou ao fim e acabou que Stuart e Alison não prestaram atenção em nada a não ser um no outro.
Saíram do cinema e ainda estava claro, resolveram passear um pouco pelas ruas de San Francisco.
—Moça, você pode tirar uma foto nossa? -Perguntou Alison pra uma moça que passava por eles.
—O que? Alison, uma foto? -Perguntou Stuart fazendo careta.
—É, uma foto. Agora poe isso na boca e não sorri pra foto. -Tirou um cigarro da bolsa colocando na boca de Stuart.
—Mas o que... -Stuart olhava pro cigarro na sua boca.

Posicionaram-se em uma parede vermelha que tinha por ali, e então clic, a primeira foto do casal.

—Muito obrigada moça, seja feliz. -Disse Alison pegando o celular de volta. -Olha que lindo, ficou ótimo. -Deu um selinho em Stuart.
—Você fuma? -Perguntou o menino estanhando o cigarro ainda na sua mão.
—Eu? Ah eu não. -Pegou o cigarro da mão do menino e guardou de volta na bolsa.
—Então por que você tem cigarro na bolsa? -Perguntou ainda confuso.
—Sei lá, pra dá um tcham na foto. Viu, ela ficou diferente de todas as fotos que nós já tiramos na vida. Temos que viver coisas novas Stuart, mesmo que seja apenas fingindo fazer algo.
—É, você tem razão, ficou bacana. -Disse olhando a foto no celular.

[...]

Clara estava jogada na cama com a barriga roncando, porém com preguiça de descer e preparar um lanche.
—MÃE! -Gritou do seu quarto com a porta fechada. -MÃE! -Repetiu ainda sem sinal da mulher.

Levantou estressada, abriu a porta e saiu andando pelos corredores batendo os pés.

—Será que ninguém nessa casa me escuta? Eu to morrendo de fome. -Descia a escada resmungando.

Entrou na cozinha e se deparou com Bryanna e várias garotas na mesa de jantar conversando.

—Clara, o que você tá fazendo aqui? -Perguntou Bryanna sem emoção.
—Eu só to com fome. -Respondeu Clara dando um passo.
—Olha a roupa dela. -A morena escutou alguém falar, mas continuou andando.
—Olha o cabelo dela. -Ouviu outra vez.
—Bry, ela parece mais uma mendiga do que a filha da mulher que se casou com seu pai. -Ouviu pela última vez se virando.
—Tá bom, quem foi que vez esse
comentarinho tosco? -Perguntou Clada seria.
—Se ofendeu mendiga? -Perguntou Charlotte.
—Ah vou te mostrar quem é mendiga. -Clara deu um passo porém Sandra apareceu na porta fazendo Clara permanecer parada.
—O que está acontecendo aqui? -Perguntou Sandra segurando nos ombros de Clara.
—Essa selvagem queria me bater. -Disse Charlotte com desgosto.
—Olha aqui... -Sandra começou logo interrompida por Clara.
—Não mãe, deixa. Deixa ela falar o que ela quiser, tudo que vem, bate e volta, SUA COBRA. -Gritou na última parte.
—AAARG!! Como é que você aguenta ela Bryanna? -Charlotte levantou-se da cadeira pegando a bolsa.
—Onde você pensa que vai Charlotte? -Perguntou Bryanna.
—Vou pra casa, não aguento ficar na mesma casa que essa insuportável. -Se dirigiu a Clara.
—Ah por favor, se eu consigo morar com ela, você consegue ficar uns segundos no mesmo cômodo. -Empurrou Charlotte pra baixo a fazendo sentar na cadeira. -Além do mais temos que terminar de organizar o festival, a diretora deixou por minha conta.
—Tudo bem!! -Disse a morena por vencida.

No meio de tudo aquilo Sandra já tinha empurrado Clara pra cozinha.

—O que foi aquilo Clara? Eu não criei a minha filha pra querer bater nos outros. -Clara estava encostada na mesa vendo a mãe pegar os ingredientes na geladeira.
—Eu não ia bater nelas, elas são tão frouxas que tudo elas pensam que vão quebrar aquelas perninhas de piriquito, ou aquelas unhas que parecem mais garras de águias. -Puxou uma cadeira e sentou. -Elas me irritam.
—Mas você não tem que deixar minha filha. Sei que a Bryanna é difícil, mas você consegue lidar com ela. -Sandra cortava tomate.
—Quem dera fosse só a Bryanna mãe, tem essas meninas que acham que são a bunda da Bryanna. -Sandra riu. -É sério, da até pena sabe, elas não têm personalidade, ficam fazendo tudo que a Bryanna faz.
—Posso te garantir que na primeira queda que a Bryanna de, elas vão sair correndo, e a Bryanna vai ficar sem bunda. -Clara gargalhou.
—Mãe, a senhora colocou muita maionese. -Riu.
—Desculpa amor, é que eu gosto assim, super cheio sabe. -Lambeu os dedos. -Toma! -Entregou pra morena junto com um copo de suco.
—Que nojo! -Clara fez careta.
—Falou a menina que arrota em todo lugar, até por engolir o ar. -Sandra beijou a testa de Clara saindo da cozinha, deixando uma menina gargalhando sozinha.

A morena recuperou-se e saiu da cozinha, passou pra sala de jantar onde as meninas ficaram a olhando até ela desaparecer no último degrau da escada.
Abriu a porta de quarto com o pé, deixou o copo na menina ao lado da cama e sentou-se na cama deixando o notebook com a netflix ligada em Supernatural, pronta pra dá a primeira mordida do sanduíche quando a porta abre com tudo, e uma cabeleira loira voa pra cama sumindo com o sanduíche que estava em sua mão.
—Nossa, tá uma delicia né? -Alison saboreava aquele tão precioso sanduíche feito com tanto amor e carinho pela mãe de Clara.
—Eu saberia disso se eu tivesse pelo ou menos dado uma mordida. -A morena deu um sorriso falso para Alison.
—Ih foi mal ae. -Lambeu os dedos. -Passa o copo ae. -Apontou com a cabeça pro copo na mesinha.
—Claro que passo, o MEU suco pra você tomar junto com o MEU sanduíche. -Deu um gole no suco e entregou pra loira. -Conta como foi o encontro.
—Foi MA-RA-VI-LHO-SO. -Deu um gole no suco. -Fomos ao cinema, andamos pela cidade. -Mas um gole. -Conversamos sobre nossas vidas. -Lambeu os lábios. -Ele me pediu em namoro.
—Para tudo, ele te pediu em namoro?? -Clara arregalou o olho pulando da cama junto com Alison.
—Pediu!! -Soltaram um gritinho pulando de felicidade.
—Parabénnns! -Abraçou a loira.
—Obrigada! -Sorriu. -Agora estou oficialmente desencalhada, diferente de alguém que eu conheço. -Alison lançou um olhar de lado pra amiga e pulou na cama.
—Pode parar tá Alison. -A morena repreendeu a loira e sentou-se na cama.
—Ae, cê disse lá no auditório que gostava de alguém. Agora vai ter que me dizer de quem é. -Deitou de barriga na cama apoiando o cotovelo no colchão.
—Eu não vou dizer. -Disse Clara.
—O meninos nem estão aqui, ninguém está aqui, só eu. Vai falaaaa. -Implorou pra morena.
—Naaaaão. -Respondeu Clara.
—Do que você tem medo? -Alison sentou na cama do lado de Clara.
—Eu não tenho medo, eu acho. Nem vergonha. -Clara puxou uma almofada e colocou no colo. -Acho que é receio de admitir e me ferrar.
—É, você está com medo. -Afirmou Alison.
—Pode ser, eu não sei. -Clara levantou da cama. -Mas vamos dormir né. Tem pijama no closet se for dormir aqui. -Entrou no banheiro.

Fechou a porta do banheiro e escutou Alison abrindo e fechando portas no quarto.
Foi até a pia, se olhou no espelho e passou água no rosto. Ficou um tempo olhando pro seu reflexo no vidro quando tomou um susto com batidas na porta.

—Tá cagando Clara? Quero usar também. -Alison batia na porta.
—Já vai! -Respondeu Clara abrindo a porta. -Qual o problema em fazer coco? -Perguntou a morena.
—Então você estava fazendo? Deu ao menos descarga? -Fez cara de nojo olhando pro vaso.
—Não, eu não fiz. Digo isso porque as pessoas dizem que as outras estão cagando pra sei lá, fazer a outra passar vergonha. -Pensou. -Mas qual o sentido de fazer isso? Ninguém usa o mijando, mas cagando, é como se fosse crime sei lá.
—Clara? -Chamou Alison do banheiro.
—Oi! -Respondeu pegando lençol no armário.
—Você viaja. -Clara soltou um risinho abafado.

Alison saiu do banheiro vendo Clara já deitada na cama com a luz apagada.
A loira deitou ao lado da amiga e virou de lado.

—Acho que gosto do Daniel. -Foi a última coisa que Clara disse antes de apagar.

O sol renasceu, os passarinhos cantavam como nunca, o dia já tinha amanhecido maravilhoso, até o alarme tocar.

Clara puxou o travesseiro e colocou em cima da cabeça, vendo que não ia adiantar, resolveu levantar.
Sentou na cama esticando o braço até o alarme o fazendo parar. Coçou os olhos e olhou pro lado bocejando, Alison dormia como se tivesse desmaiada, Clara pegou o travesseiro e jogou pegando no rosto da loira que resmungou um "filha da mãe".

As duas já vestidas desceram encontrando todos na mesa comendo, com exceção de Bryanna que saia sempre primeiro que todos, e nunca ninguém fazia noção de onde ela ia, já que nesse horário a escola ainda nem havia sido aberta.

—Bom dia mãe! -Beijou a testa da mulher que passava manteiga na torrada. -Bom dia John! -A morena acenou para o homem que lia jornal e sentou-se na mesa.
—Bom dia filha, bom dia Alison. -Sandra respondeu dando uma mordida na torrada.
—Bom diaClara, bom dia Alison. -Repetiu John dobrando o jornal.
—Bom dia adultos. -Respondeu Alison pegando um prato de frutas.

Levaram uns vinte minutos pra comerem tudo, claro incluindo um pouco de conversa na mesa.
Alison decidiu ir a pé, assim poderia conversar um pouco sobre o que escutara de noite saindo da boca de Clara.

—Então.... que falar sobre o que você disse ontem à noite? -Perguntou Alison calma pra não fazer a amiga se agitar com a pergunta, conhecia bem Clara.
—O que eu disse ontem à noite? -Perguntou como se tivesse esquecido.
—Sobre você gostar do.... -Não pode terminar pois uma mão foi parar na sua boca a impedindo de terminar a frase. -Olha se for pra você ficar o tempo todo dando tapas na minha boca, vamos combinar de você avisar. -Disse Alison tirando a mão de Clara da sua boca.
—Desculpa! -Respondeu Clara. -É que falar de meninos é um assunto meio delicado pra mim.
—Isso acho que o mundo já percebeu. -Ironizou Alison.
—Inclusive o Daniel. -Completou. -Ontem quase nos beijamos.

Alison parou de andar fazendo Clara parar também.

—E você não me contou? -Questionou Alison.
—Estou contando agora não estou? -Voltaram a caminhar.
—Depois que você puxou o Stuart pra ir no armário, o que eu duvido muito que tenha sido pra lá que você levou ele, bom.... eu tava tocando piano e pintou um clima na hora, mas a campa salvou a minha vida.
—Você não pode ser tão insegura Clara. -Disse Alison seria.
—E eu não sou, sou a pessoa mais segura que você vai encontrar na sua vida. -Disse com toda a fé em si mesma.
—Então por que tem medo de admitir que gosta do Daniel, por que tem medo de beijar ele? -Aquelas perguntas mexeram com Clara, portanto ela já sabia as respostas.
—Alison, pra cada atitude a pessoa tem uma experiência. Eu tive a minha, por isso tenho "medo". -Fez aspas na última parte.
—Quer falar sobre isso? -Perguntou Alison encorajando a morena.
—Meu pai morreu em menos de três meses, deixei meus amigos no Kansas, e o único namorado que eu tive me traiu. -Respondeu parando de andar. -As vezes sinto que Deus quem tirou tudo de mim sabe? Não quero perder mais ninguém.
—Stuart me disse que você ficou apavorada quando eu te deixei de lado. Foi por isso que você ficou apavorada. -Disse Alison raciocinando. -Me perdoa Clara. -Puxou a morena pra um abraço apertado.
—Já tá tudo bem agora. -Separou o abraço sorrindo. -Vou tentar superar de uma vez tudo isso.
—É assim que se fala. -Piscou Alison.

As duas olharam pra frente e não se deram conta que já estavam na escola, vários alunos entrando correndo, outros andando calmos, outros chegando de carro, e vários grupos por ali.

—Quase atrasadas. -Afirmou Clara olhando no relógio de um menino que passava ao seu lado.
—Vamos, da tempo de falar com o Stuart ainda. -Sorriu boba.
—Tá apaixonada, minha amiga tá apaixonada. -Dançou cantarolando.
—Vish, tá assistindo muito Austin & Ally. -Riram passando pela porta de entrada da escola.


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Notas finais do capítulo

Lembrando que eu sou a mestra em erros ortográficos então não se espantem com a minha facilidade em errar.
Muito obrigada por ler mais esse capítulo e espero que que esteja acompanhando esse lindo trabalho, que inclusive já estou criando outra história, bem diferente dessa porém muito amorzinha!!



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