Dúvidas da razão escrita por larissasalary


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Uma nova família assassinada. Da mesma forma que a anterior. E não é tudo. Lucile se encontra diante do maior problema que já enfrentou. O inimigo está em todo lugar. Atenção leitor, pois esse capítulo abrirá portas para muitas possibilidades.



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Jess dirigiu rápido como eu nunca vi. Ele estava tão tenso quanto eu. Mais uma família vítima desses maníacos. Dessa vez a esposa e o filho de 7 anos do Rensen, candidato a prefeito, o concorrente do John. Dois futuros prefeitos mortos. Tenho até receio da cena que encontrarei quando chegar. Isso só pode ser uma conspiração. Mas o que eles querem? Duas figuras importantes estão mortas. Um bilhete com "a ordem e o progresso do amanhã" escrito. Algum querendo derrubar a classe alta do topo? E por que diachos um Sol? São Muitas possibilidades. Chegamos ao local do crime e toda a equipe está abalada.

—Detetives Norman e Baker.

—Agente Cross, o que temos aqui?

—Detetive, a coisa lá dentro está feia. Três corpos foram achados há vinte minutos. Os vizinhos ouviram gritos e chamaram a polícia. As vítimas, como já deve saber, são dois adultos e uma criança de apenas 7 anos.

—Algum suspeito?

—Como na outra vez. Quatro encapuzados foram vistos pelas câmeras de vigilância. A perícia está procurando por digitais nesse momento. O legista. afirma que as mortes são previstas para três horas atrás e, como da outra, a criança difere dos pais em vinte minutos.

—Obrigado agente Cross. Vamos dar uma olhada agora.

—Só, tome cuidado. Eu vou ficar sem dormir por um bom tempo depois de ter visto isso.

Um arrepio me atravessa quando entro na sala. Que merda era aquela? Diretamente para a porta estava o garoto. Chego mais perto para ter certeza do que estava vendo. Seus olhos e sua boca estavam costurados. QUE MERDA ERA AQUELA? Braços e pernas estavam TODOS quebrados para trás, a partir de suas articulações. Isso era o maldito Sol. Merda! Merda! Merda! Merda!

Jess sobe a escada para encontrar o casal. Eles estavam como o outro casal, deitados em forma de uma cruz, com as faces viradas para baixo. Eu não conseguia encarar a cena. Havia sangue demais. Bagunça demais, tudo estava revirado. Jess vomitou ao meu lado. Meu estômago estava embrulhando também. Ligo para a central.

—Alô? Aqui é a detetive Lucile Norman. Quero que vocês liguem para todo o meu departamento de investigação e chamem todos para uma reunião em duas horas. Acordem o chefe, acordem todos.

—Com que autoridade você quer fazer isso?

—Com a mesma que tenho para te demitir caso não faça exatamente o que estou mandando agora!

—Si...Sim detetive Norman.

Ele desliga. Gente palhaça.

—A perícia está procurando, mas com certeza também não vai achar digitais, esse povo é preparado - disse ao Jess, que ainda estava limpando sua boca- Ei cara, olhe aí em cima da mesa. Há um bilhete nela.

Jess pegou o bilhete, abriu, olhou para mim e me mostrou apavorado. Eu li e comecei a tremer.

O que estava escrito no bilhete:

SAUDAÇÕES DETETIVE LUCE! PARABÉNS PELOS SEUS ESFORÇOS! MAS INFELIZMENTE ELES SERÃO EM VÃO. EM 10 HORAS UMA NOVA FAMÍLIA, MORTA SERÁ ENCONTRADA, A NÃO SER QUE VOCÊ RESOLVA ESSA CHARADA: FONTE PEQUENA, GRANDE O TAMANHO, QUANTO MAIS ME TIRAM, MAIS EU GANHO.

                     ATENCIOSAMENTE, O.S.A.

—Só podem estar brincando com nossa cara! Que tipo de gente faz isso? É de onde eles te conhecem Luce? Luce?

Eu estava paralisada. Um arrepio correu por todo o meu corpo.

—Como eu vou saber? Eu não faço a mínima ideia de quem possa ter escrito, menos ainda como me conhecem! A não ser que... Droga!

—O que foi?

—Essa noite eu acordei de madrugada e a janela da minha casa estava aberta. Eu estranhei, já que sempre verifico tudo antes de dormir. Mas a casa estava limpa e como tinha bebido um pouco na noite anterior, não dei muita atenção. Me seguiram até em casa, Só pode ser isso.

—Não aconteceu algo estranho naquela noite? Algo fora do normal talvez?

—Sim, na verdade sim. Um cara quase me beijou e quando recusei ele me agarrou.

—Ele o quê?

—Me agarrou. E em seguida um homem chamado Michel me ajudou, expulsando o cara.

—Michel? Quem diabos é Michel? E eu não fico sabendo disso? Por que não me contou que tá saindo com um Michel?

— Eu não estou saindo com um Michel e eu não te contei porque temos coisas mais importantes para fazer, como agora. - O que ele está fazendo? Tem dois corpos na nossa frente e ele está preocupado com o Michel? O mesmo ciumento de sempre.

—Dessa vez passa. Mas você tem que me contar, porque eu me preocupo com você. Mas enfim, será que ele é o nosso cara?

—Pode ser só coincidência. Vai ver ele era um pobre carente querendo sair da seca.

—Aham, sei... Com que mão ele te segurou?

—De novo não. Eu não estou saindo com o...

—Não. Não é isso. Só... só me responde.

—Ele me agarrou com a esquerda.

—Canhoto não é? Como o assassino da família de John.

—Puts, é verdade! Isso não pode ser uma coincidência apenas.

—Você convocou uma reunião não é mesmo? Melhor nós irmos para casa trocar essas roupas.

E assim saímos de todo aquele terror. Um chuveiro quente iria cair bem. Que horror. Não bastasse o assassinato de mais uma família, o autor desse crime terrível me conhecia e ainda deixará uma mensagem falando que iria matar mais uma em 10 horas. Desde a escrita do bilhete já se passaram 4 horas. 6 horas para descobrir quem está em perigo e salva-lo. Eu poderia ir agora mesmo para a delegacia, não me importo com a roupa, mas seria tempo perdido, já que para acordar todos e termos todos os papéis em mãos levariam por volta de duas horas.

 Estou tão distraída com meus pensamentos que não reparo para onde Jess está dirigindo quando o carro para. Mas o quê?

—Jess, por que você me trouxe para sua casa?-pergunto assustada, o que estava acontecendo?-tenho que ir para a minha agora!

—Você acha mesmo que deixaria você ir para casa sozinha depois de um maníaco entrar lá?  Não. A senhorita vai esperar eu tomar um banho rápido e depois iremos para sua casa.

Ele diz isso com toda a tranquilidade do mundo. O universo está desabando e ele vem se preocupar comigo? Eu sei me cuidar sozinha muito bem.

—Mas Jess...

—Sem mas. Agora vamos entrar.

Eu já havia entrado na casa do Jess várias vezes, mas hoje eu estava me sentindo totalmente deslocada. Vendo que eu não estava à vontade, ele me fala:

— Descansa um pouco Luce, deita na minha cama enquanto eu tomo um banho, prometo que será rápido.

—Não é isso, é que a gente tem pouco tempo. Não vamos conseguir ir até a minha casa, esperar eu tomar banho e ir para a delegacia. Vamos nos atrasar.

—Então toma um banho aqui. Eu te empresto um moletom e quando chegarmos lá você pega um uniforme no seu armário.

Eu não estava me sentindo bem, mas ele tinha razão. Agradeci, peguei uma toalha, shampoo, sabonete e fui para o banheiro do corredor.

—Luce, é melhor você ir para o meu banheiro. Esse aí não está tão arrumado.

—Hum... Ok.

Conhecendo o Jess, do jeito que ele falou, o banheiro devia estar caindo aos pedaços. Entrei no banheiro e comecei um banho morno e relaxante. Procurei pensar somente nas próximas ações, coisas do tipo passar o shampoo, ensaboar, agora enxaguar. Pensar somente no agora e esquecer no que terei que enfrentar ajuda um pouco. De repente um vento frio entra no banheiro e eu me arrepio toda. Não conseguia enxergar muito bem através do Box. O vulto vinha em minha direção. Automaticamente peguei o vidro de shampoo que estava próximo, abri a cortina e lancei. Ambos gritamos.

—Aí Luce! Sou eu, o Jess, calma! Vim só pegar o barbeador que eu esqueci!

—Aí Jess me desculpa! - falei desesperada - eu pensei que fosse alguém que veio atrás de mim. Mas que coisa você também não avisa!

Ele olha para mim e começa a rir. Rir muito. O desgraçado estava rindo da minha cara! O shampoo acertou nele, ele devia estar ao menos com dor. Só então ele aponta para mim e percebo que um dos meus seios estava à mostra. Que vergonha! Eu queria morrer com aquilo.

—Calma Luce, não é nada que eu não tenha visto! Aliás, você está de parabéns!

E ele ri. Acho que naquele momento ele era o desgraçado de toalha, barriga tanquinho e sorriso mais lindo que eu já vira. O problema era que ele sabia que era lindo, e sentia-se infalível. Queria matar quem um dia o informou que ele era bonito.

—É, mas nunca tinha visto estes! Seu idiota!

—Eu sou idiota? Se fosse alguém perigoso, o que você pretendia fazer com um shampoo? Lavar o sujeito? E não se preocupe baby, você está segura comigo. Além de que a casa tá toda...

Ele para de falar. E só então percebo que estou olhando fixamente para seu abdômen e todos os seus músculos maravilhosos. Parabéns Lucile, pode colocar na sua lista de piores vacilos.

—Gosta do que vê?- ele pergunta com, uma cara de segundas intenções e um sorriso que só pode ser um pecado. Ele se aproxima de mim e encosta na cortina do Box que me cobria. Eu sentia cada músculo encostando-se a mim aos poucos. Firmes e deliciosos músculos. Ele se inclina. Quando acho que ele vai me beijar, o celular toca.

—Sai daqui Jess! - me desvio dele rapidamente - Isso pode funcionar com as outras mas não comigo! Da licença que meu telefone está tocando!

Me enrolo na toalha e pego o celular. Número desconhecido. Que estranho.

—Alô?

—Senhorita Lucille, que prazer falar com você! - A voz era de um homem, mas com um modificador, o que a tornava assustadora - acho que a senhorita está se esquecendo de que tem uma família com a vida em suas mãos. Então, por favor, pare de se deitar com seu parceiro. Mãos à obra! - ele da uma risada e desliga.

—Luce o que foi? Você está mais pálida que o normal.

—Ele sabe que estamos aqui. Vai olhar a entrada que eu vou verificar os fundos.

—Ele quem Luce?

Eu saio de toalha mesmo pela casa procurando alguém que eu não sei quem é. O pânico varre o meu corpo e começo a trancar tudo. Não encontramos ninguém, para nossa alegria.

—Tá Luce, agora me explica. Quem te ligou?

—Os mesmos que me mandaram o bilhete. Na ligação ele falou que era para parar de me deitar com você e salvar a família que está em perigo. Ele está se divertindo com a nossa cara. Vamos nos arrumar depressa e ir para a delegacia.

E assim fizemos. O bom é que não comentamos nada sobre o "incidente" no banheiro. Até porque, não teria o que comentar. Eu não sei o que aconteceu lá.  Era uma atração muito forte. Credo. Deve se a longa greve de "contato físico" que tenho que fazer graças ao trabalho. Às vezes fico pensando se vale mesmo apena. Mas quando resolvo um caso, fico com uma sensação de dever cumprido, um bem estar que é inexplicável. Era tudo o que eu quero para esse caso. Sim, valerá apena.


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Notas finais do capítulo

E agora? Quem será o inimigo que conhece Luce? E Jess? Será que acontecerá algo entre os dois? Calma leitor. Quero que a partir de agora você me ajude a descobrir quem é o "amigo" de Luce. Será que você será capaz de desvendar o mistério antes da publicação? confira



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