This Is The Hunt escrita por Glimmer Rambin


Capítulo 2
Reencontro




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Clary ficou estagnada por alguns minutos apenas encarando a imagem de sua mãe a sua frente. Ela parecia não ter envelhecido nada nos últimos dez anos.

— Mãe, o que está fazendo aqui em Seattle?- ela perguntou assustadoramente

— No trabalho, transferiram seu pai pra cá. Viemos eu, ele e o Sebastian- ela explica.

— O Sebastian mora com vocês até hoje?- ela perguntou assustada.

Seu irmão era dois anos mais velho que ela, era impossível acreditar que um homem de quase trinta anos ainda estivesse morando com os pais.

— Clary não fala assim dele, ele até morou um tempo fora, sabe? Arrumou uma namorada e foi morar com ela, só que ela o trocou por uma outra garota. Além do mais, ele também está trabalhando com o seu pai.

— Com transporte de cargas em caminhão?- ela pergunta

— Sim, ele está trabalhando exatamente com isso. Mas e você? O que andou fazendo nos últimos dez anos?- ela pergunta

— Não acho que a minha vida seja da conta de vocês. Vocês me expulsaram de casa, se lembram?

— Clary, o seu pai se arrependeu do que fez no ano seguinte em que você estava fora. O dono da transportadora morreu e a filha dele começou a assumir os negócios e quando ele viu uma mulher trabalhando, da forma como ela estava, ele se arrependeu de ter te colocado pra fora.

Clary deu uma profunda suspirada e por um tempo, ficou olhando para o nada, saindo completamente de foco.

— Muita coisa em seu carrinho- Jocelyn faz a observação

— É...a família do meu marido vai almoçar com a gente hoje então...

— Marido? Você se casou? Pensei que queria estudar e trabalhar fora.

— E estudei, depois eu terminei de estudar e comecei a trabalhar fora e depois eu casei. E continuei trabalhando fora. Bom, agora se me dá licença, eu tenho que pegar a estrada e ir fazer almoço.- Disse Clary

— Espera, Clary, nós mal conversamos. Tem anos que não nos vemos e eu senti tanta a sua falta, filha. Você poderia aparecer lá em casa para jantar qualquer dia desses. Você e o seu marido.

— Eu não acho uma boa. Papai iria ficar o jantar inteiro falando merda e isso iria acabar em uma outra briga. Acredite, é melhor não- disse Clary se aproximando do caixa e colocando as compras dela na esteira.

— E se eu falar com ele antes?- sugeriu ela

— Mãe, já disse que não. Além do mais, o papai iria começar a encher o saco do meu marido e iria conseguir colocar ele pra correr. E eu amo ele demais para pedir o divórcio.

— Clary, ele mudou. Ele não vai colocar o seu marido pra correr igual ele fez com o...como era mesmo o nome daquele garoto que você namorou no colégio?

— Kirk. Ele se chamava Kirk. E só voltou a falar comigo depois daquele dia, quando ele quase entrou em coma alcóolico e foi se tratar no hospital  do Campus quando eu estava fazendo clínica no ultimo ano.

— Vai pagar no dinheiro ou no cartão?- perguntou a moça do caixa que estava terminando de passar as compras.

— Cartão.- Respondeu Clary entregando o cartão para ela.

— Olha Clary eu sei que nós quatro podemos dar um jeito de nos aceitar, de voltarmos a ser a família que éramos. Por favor, nos dê uma chance.

— É um pouco tarde pra isso - ela disse juntado suas comprar e as levando para o carro.

Jocelyn observou sua filha ao longe a entrar em seu carro e suspirou. Ela sentia muita falta da garota. Ela gostava quando a filha contava pra ela as coisa que aprendia na escola ou quando ela comentava sobre algum livro ou filme que lia.Jocelyn sentia muito orgulho da filha e tudo o que ela mais queria era que eles voltassem a ser a família que eram.

Mas é claro, ela sabia que isso jamais aconteceria. Sua família decaiu depois que Clary partira. Sebastian começou a se envolver com uma turma muito estranha e barra pesada. E é claro, se envolveu com drogas. No momento, ele estava internado em uma clínica de reabilitação. De certa forma, era até bom que Clary não tivesse mesmo contato com eles.

De volta ao lar, Clary percebeu que Robert, Maryse, Alec e Isabelle já haviam chegado. Estranho. Eles falaram que chegariam só às 13. Será que aconteceu alguma coisa?

Ela carregou as compras até dentro de casa. Jace e Alec foram ajudá-la

— Eu até iria ajudar você, mas estou mais interessada em brincar aqui com o meu sobrinho fofinho- disse Izzie que estava acompanhada de Maryse.

— Clary querida, como tem passado?- pergunta Maryse

Clary sempre se deu muito bem com os Lightwood. Alec foi o mais dificil de todos, porque na época em que ela a Jace começaram a sair, Alec meio que tinha uma paixonite pelo primo.

— Eu estou bem, Maryse e você?- ela pergunta de volta

— Também...

—Precisa de ajuda com o almoço, Clary?- pergunta Izzie

— Toda ajuda é bem vinda.

— Não olhe pra gente, vai começar um jogo agora e nós vamos ver- disse Jace.

— Homens!- disse Izzie

Ela entregou o Stephan para Alec e foi pra onde Clary e Maryse estavam e as três mulheres começaram a desempacotar as coisas.

— Não tinha o vinho que vocês gostam. Desculpa- disse Clary

A ruiva ainda estava abalada com o encontro com sua mãe e se dissesse que o que ela disse não mexeu com ela, estaria mentindo.

— Clary, está tudo bem? Você parece estar fora de foco- diz Maryse

— Eu encontrei minha mãe no supermercado- responde

— Sua mãe? Mas a sua família não era de New York?- pergunta Izzie

— Ela disse que no trabalho, transferiram meu pai pra cá. E todos eles vieram. E...de madrugada eu voltei a lembrar daquele dia...Eu não sei...tô com medo?

— O que ela disse?- pergunta Maryse

— Que o meu pai se arrependeu. Que ela queria que eu fosse jantar com eles qualquer dia desses.

— Jantar com quem?- pergunta Jace entrando na cozinha

— Meus pais estão na cidade. Encontrei minha mãe no supermercado. Ela disse que queria que voltássemos a ser uma família.

— Você não aceitou não, né?- pergunta Alec que apareceu não sei de onde.

— Claro que não né, Alec. Eu não sou retardada.

— Menos mau.- ele disse

— Mas, como assim, você os viu?

— Eu não os vi Jace. Eu vi minha mãe. Ela disse que no trabalho transferiram meu pai pra cá. Mas eu já avisei que qualquer chance de reconciliação não é válida.

— Clary, são seus pais. Você não sente falta deles?- pergunta Maryse

— Eu sinto. Todos os dias. Mas Maryse, eles me expulsaram de casa. Minha mãe não fez nada pra impedir.

— Deveria pelo menos ouvir o que eles tem a dizer - disse Robert

— Tudo que eles tinham pra me dizer, foram ditos naquela noite.

— Eu apoio a decisão. Se fossem vocês que tivessem me expulsado de casa, eu também não iria querer falar com vocês de novo- disse Izzie pra Maryse e Robert

— Eu também não. Ainda mais por um motivo tosco desse. Eu quero dizer, veja bem, vocês aceitaram a escolha do Alec quando ele se declarou como gay. Isso era um motivo pra terem expulsado ele de casa, mas vocês não o fizeram- diz Jace

— Eu jamais expulsaria um filho meu da minha casa- diz Clary pegando o filho no colo.

— Tudo bem. Chega de conversa pesada. Vamos às novidades. Clary, Jace...- disse Izzie rindo

— Eu contou ou você conta?- pergunta pra Jace

— Conta você- ele disse rindo

— Eu to grávida de novo- ela disse

—O QUE? O QUE? O que?- eu vou ser tio de novo?- pergunta Alec dando um sorriso de orelha a orelha

— Ouviu isso, Stephan, você vai ganhar um irmãozinho- disse Maryse animada- E eu mais um sobrinho fofinho.

Stephan olhou pra ela interrogativamente. O pequenino tentou identificar o que ela havia dito, mas não conseguiu.

— Imazinho- ele disse

— Isso mesmo querido- Responde Maryse, pegando ele no colo

*******************************************************

Alguns dias depois...

Clary estava no hospital tomando café com Izzie, Alec e Magnus (namorado de Alec) e estavam rindo de uma besteira que Magnus tinha acabado de contar sobre uma famosa atriz que recentemente o procurou para fazer uma aplicação de varise. Sim, Magnus era dermatologista. Mas eles foram rapidamente interrompidos por uma enfermeira.

— Licença doutores, houve um incêndio em um prédio no distrito industrial. Houveram vários feridos, várias ambulâncias estão chegando e estão solicitando todos na emergência.

Foi uma correria danada no hospital naquele momento, todos estavam de prontidão no pronto socorro com os aventais esperando. Não demorou muito e a primeira chegou, consequentemente a segunda e assim por diante.

Clary foi socorrer uma moça que estava grávida, porém essa não era a especialidade dela e ela chamou por Izzie que por sinal, havia pegado alguém da especialidade de Clary.

— Izzie, IZZIE SOCORRO AQUI, ELA TÁ GRÁVIDA- gritou Clary

— E ESSE DAQUI ESTÁ COM UM FORTE SANGRAMENTO NA BARRIGA, SE NÃO FIZER ALGO...- Ela gritou

— VEM PRA CÁ E EU VOU PRA AÍ - Sugeriu Clary

— FEITO- ela disse e ambas trocaram de atendimento e quando Clary chegou na maca onde Izzie estava ela viu um homem se remoendo de dor na barriga.

Ela nem viu quem era e ja foi logo examinando o homem, que ela viu ser magro e aparentar que estava doente a mais tempo do que antes de chegar. Ela então o encarou e quase caiu pra trás.

— Sebastian?- ela pergunta

— Clary? É você mesmo?- ele perguntou

— Sebastian o que foi que você arrumou?

— Não vai dizer que está feliz em me ver? Não vai perguntar o que eu to fazendo aqui?

— Por enquanto eu só quero tratar você. Me conta. O que foi?

Ele a encarou. Eles tinham exatamente os mesmo olhos. Porém o cabelo de Sebastian era loiro, iguais aos de Jace. Talvez mais claros um pouco.

— Você promete que não vai me julgar?

— Não vou te julgar. Ainda. Eu quero tratar você.

— Você é médica?

— Sou. Para de enrolar e me falar logo o que você tem

Ele a encarou com os olhos, como se quisesse pedir piedade.

— Eu engoli uns balões de drogas- ele diz

— SEBASTIAN, SEU LOUCO. COMO TEVE CORAGEM DE FAZER ISSO? ISSO É PERIGOSO SABIA? VOCÊ PODE MORRER A QUALQUER MOMENTO.- ela gritou pra ele

A cortina do lado se abriu com força e Alec a encarou friamente. Sebastian o encarou com dor e um pouco assustado. Mas Alec nem se quer olhou pra ele.

— Clary, tá ficando maluca? Que gritaria é essa com o paciente?

— Desculpa Alec. Desculpa mesmo.

Alec não respondeu de volta e fechou novamente a cortina. Mas ela já o conhecia o suficiente pra saber que estava tudo bem entre eles.

— Olha, você tem todo o direito de ficar brava comigo, o que eu fiz não tem desculpa, não mesmo.

— Nada do que você faz tem desculpa.- Ela disse mandando uma mensagem para o centro cirúrgico dizendo pra reservarem uma sala.

— Hey, não fala desse jeito...

Ela não deu atenção e abriu a cortina. Alec já estava terminando o atendimento.

— Alec, está livre agora?- perguntou

— Estou.

— Ótimo, preciso da sua ajuda em uma cirurgia. Você pode?- ela pergunta.

Alec era cirurgião geral

— Posso. É com esse cara que você tava gritando?- ele pergunta

— O próprio. Ele engoliu uns balões de droga

— Balões de droga? Achei que estávamos dando prioridade aos casos do prédio incendiado.

— E eu tava lá nesse momento. Eu também trabalho lá.

Clary o encarou sem entender.

— E você engoliu os balões de droga no horário de serviço?- pergunta Alec

— Eu não queria trabalhar hoje. Queria ir pra casa e dormir, então eu tinha que arrumar uma desculpa pra me liberarem de lá. Só que quando eu saí o prédio começou a pegar fogo. E...então eu lembrei que tinha escondido umas drogas no meu escaninho e voltei pra lá pra pegar e as engoli o mais rápido que eu consegui, só que alguma coisa deu errado, porque minha barriga está doendo.

— Torça pra que nenhuma tenha arrebentado- Disse Clary

— Vamos levar ele pra cirurgia agora- disse Alec chegando com uma maca de transporte e os dois correram com Sebastian de lá.

Por algum motivo, que Jace não sabia explicar e ele iria deixar essa explicação para os peritos criminais, uma transportadora pegou fogo no distrito industrial e tiveram algumas mortes, e é nessa parte que ele entra.

Ele estava debruçado sobre o corpo de homem que aparentava ter uns vinte e poucos anos, que infelizmente teve seu corpo todo carbonizado e não teve como se salvar.

— O que tem pra me falar Jace?- pergunta Luke

— Esse aqui só vou ter como falar quando chegarmos à minha mesa. Devido a carbonização do corpo.- Explicou ele

— E aquele outro ali?

— Ainda não o examinei, vou pra lá agora.

Ele se aproximou do corpo de um homem, que deveria ter cerca de seus cinquenta e tantos anos. Quando Jace começou a mexer nele, ele começou a dar sinais de vida.

— Luke, esse aqui está vivo. Chame a ambulância- avisou Jace

— Esse quer muito viver.Já chamei. Você vai acompanhá-lo ao hospital? pergunta

— Você quer que eu o faça?

— Eu agradeceria muito. Alaric pode olhar o carbonizado. Mas um corpo vivo, é uma testemunha. Cuide dele também.

Não era comum eles acharem um corpo vivo, mas quando acharam, sempre tomavam cuidado para as precauções serem as melhores. Ambulância chegou e ele entrou junto com ela.

— Meu filho, meu filho tá lá dentro

— Senhor, todos o prédio já foi evacuado- respondeu o outro policiail

— Senhor, o senhor precisa de tratamento, vem eu vou te levar até o hospital- disse Jace- Hospital Idris por favor- ordenou para o motorista.

Jace achou o homem estranho, ele era moreno e parecia ser bastante saudável. Tinha algo de familiar nele, que ele não conseguiu identificar o que era, mas ele lembrava alguém.

Quando chegaram no hospital, Jace o ajudou a descer e o acompanhou para dentro.

— Odeio hospitais. Odeio médicos.- resmungou o homem- Oh...você é médico né? Sinto muito.

— Eu geralmente sou médico de cadáveres, quase nunca e venho em hospitais também. Eu trabalho no Departamento de Investigação Criminal. Mas quando achamos um corpo vivo, Luke me pede pra vir acompanhar no hospital.

— Entendi- ele disse

Jace o acompanhou até a sala de exames e ficou com ele até todos os procedimentos serem realizados.

— Jocelyn?- ele pergunta

— Desculpa...o que disse?- pergunta Jace

— Eu vi minha esposa passar aqui no corredor- ele diz

Jocelyn?? Jace já havia ouvido esse nome. Mas onde, ele não se lembrava. Não era um nome muito comum

— Senhor, espere, o senhor está sob custódia policial, não pode deixar o perímetro sem eu.

— E eu achava que você fosse médico

— Eu fui pra academia de policia também, também sou policial.

— Olha, eu vi minha mulher aqui, pode ser algo sobre nosso filho. Ah...olha ela ali.- Ele disse e já foi entrando com tudo dentro de um quarto.

A cirurgia de Sebastian havia corrido boa, porém Clary estava passando por uma enorme saia justa. Ela pegou o celular de Sebastian e entregou pra Alec, que ligou pra mãe de Sebastian e relatou o que tinha acontecido.

— Alec eu não posso fazer isso- disse Clary

Ela havia contado pra ele que Sebastian era seu irmão e o mesmo ficou chocado.

— Você não pode evitar isso, Clary

— Minha mãe vai chegar aqui com o meu pai e eu não sei como encará-los.

— Lembra do que eu te falei. Você não tem que temer mais eles.

— Mas...Alec?

— Isso é algo que você tem que resolver com eles- ele disse saindo do quarto, no exato momento em que uma mulher entrou.

— Sebastian, meu filho...como...como ele está...? Clary?- disse Jocelyn.

A garota suspirou e olhou pra Alec, que a encarou rindo e saiu de perto dele fechando a porta

— Deixa essa bicha...

— Clary?? Sebastian- Insistiu Jocelyn

— Agora ele está bem. Ele passou por uma cirurgia, mas correu tudo bem.

— Quem foi o cirurgião?- ela pergunta

— Foi eu e o Alec.

A porta novamente se abriu, mas dessa vez quem entrou foi ninguém mais e ninguém menos que o Valentine, pai de Clary e por mais estranho que pareça, atrás dele, vinha Jace.

Clary sentiu uma enorme falta de ar quando viu o pai depois de tantos anos, ainda mais perto de seu marido. Ela sentiu suas pernas tremerem e se não fosse Valentine para segurá-la, ela tinha  caído.

— Clary?- pergunta ele sem ter muita certeza.

— Clary o que é que tá acontecendo aqui?- pergunta Jace

— Quem você pensa que é pra falar com essa intimidade toda com a minha filha?- pergunta Valentine

— Como é que é?- pergunta Jace


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Notas finais do capítulo

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