This Is The Hunt escrita por Glimmer Rambin


Capítulo 1
Família


Notas iniciais do capítulo

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10 anos atrás...

—SAIA DESSA CASA- Gritava Valentin com muita raiva da filha

— Mas pai...não tenho para onde ir- ela dizia aos prantos e chorando mais do que tudo.

— Val...- Começou sua mãe

— Não Jocelyn, ela tem que aprender quem é que manda nessa casa. Se ela quer fazer o que bem entender perder tempo com essa bobagem de faculdade, ela vai ter que viver por si só.

— Pai...

— Não comece você também não Sebastian. Eu já cansei de dizer. Filha minha não estuda. Ela tem que ficar em casa e aprender a como cuidar da família. Como toda mulher. Como uma mulher de respeito.

— Pai...ninguém mais pensa assim, caso o senhor não saiba, o mundo mudou, as mulheres estudam e trabalham fora hoje em dia.- ela tentou explicar para o pai, ainda chorando.

— NÃO ACEITO ISSO. NÃO NA MINHA CASA, NÃO NA MINHA FAMÍLIA. E SE VOCÊ QUER CONTINUAR COM ESSA BESTEIRADA DE FACULDADE, VOCÊ SAIA IMEDIATAMENTE DESSA CASA- Valentine tornou a gritar com a filha.

Clary não se aguentava mais em lágrimas. Ela queria mais que tudo se tornar uma médica importante como a Meredith Grey, do Grey's Anatomy ou até uma sádica e quase sem coração como o Hause.

— Pois bem meu pai, se é isso que deseja, estou me retirando agora dessa casa- ela disse

— Clary querida, não...já é tarde da noite, meu amor, não vá agora- disse Jocelyn se aproximando da filha

— Você quer isso pra mim, mãe? Que eu passe a vida inteira lavando e cozinhando como você? Isso não é pra mim. Não é a vida que eu quero. Eu mereço mais que isso.

— Está querendo dizer que a vida da sua mãe é ruim e sem graça?- Pergunta Valentine

— Val...não foi isso que ela quis dizer, por favor- argumentou Jocelyn

— Na verdade, foi exatamente isso que eu quis dizer. E se é da vontade de minha família que eu me retire dessa casa, eu me retiro.

Clary enxugou suas lágrimas e jogou sua mochila nas costas e saiu de casa.

— Clary- gritou seu irmão, Sebastin

— O que foi, seu idiota? ISSO É TUDO CULPA SUA. Se você não tivesse me entregado, eu não estaria saindo agora.

— Clary não era minha intenção juro. Não queria de forma alguma que isso acontecesse.- Ele diz agarrando ela pelo braço

— Sim, era exatamente isso que você queria, senão, não teria mandado ele na biblioteca do campus justamente no momento em que estavamos revisando a matéria da prova de amanhã.

— Eu não achei que ele iria até lá

— MAS ELE FOI...Ele foi Sebastian e me fez passar a maior vergonha na frente dos meus colegas...

— Clary...

— Me solta. Me deixa ir...

 

ATUALMENTE...

Clary acordou em um sobre salto daqueles. Seu corpo estava todo suado e ela respirava muito depressa. Então ela finalmente se lembrou de onde estava.

Estava em sua casa em Seattle a chuva caia fortemente lá fora. O despertador marcava exatamente 06:00 da manhã. Seu marido Jace, dormia profundamente ao seu lado.

Ela se levantou e começou a observar a chuva cair da sacada de seu quarto, um pouco disso era que ela estava precisando respirar e tomar uma pouco de ar para aliviar o forte calor que sentia.

Depois de uns minutos, ela voltou para dentro do aposento. Jace ainda dormia abraçado com o travesseiro dela. Ainda de lado. Provavelmente ele ainda achava que ela estava lá, abraçada com ele.

Clary saiu do quarto e foi até o quarto ao lado ver se estava tudo bem com o seu filhinho, o pequeno Stephan, de apenas três aninhos, que também dormia profundamente. Assim que ela checou que estava tudo bem, ela desceu pra cozinha pra fazer o café.

Jace no entanto, acordou exatamente trinta minutos depois, com o cheiro forte do café e de panquecas. Ele deu um sorriso e pulou da cama na mesma hora.

Ele desceu as escadas e ficou observando Clary que estava mexendo rapidamente na mesa. Assim que ela o viu, ela deu um sorriso simples.

— Qual é o problema?- ele pergunta

— Problema?- responde- Não há problema algum- responde e volta para o fogão.

— Clary, eu te conheço, sei quando algo está errado com você- ele caminha em passos lentos até ela e abraça por trás.- Ainda é sobre ontem?

— Sobre ontem?

— Sim, bom...a sua nova gravidez pegou a gente de surpresa. Mas eu acho que deveriamos esperar por isso mais cedo ou mais tarde. Não estavamos exatamente evitando, não é verdade?- ele pergunta mordendo a orelha dela. Ele sabia que ali era um dos pontos fracos dela, porém dessa vez, ele não obteve resposta.- Ok, agora eu sei que tem alguma coisa errada. Me conta- acrescenta puxando ela pra frente, que deixa a bucha de pia cair.

Clary deu um profundo suspiro. Ela sabia que não poderia mentir e nem enganar ele. De fato, o modo como haviam descoberto a segunda gravidez no dia anterior, havia sido conturbado e de certa forma,até nojenta. Mas as lembranças de dez anos atrás, vieram com tudo durante a noite.

— As lembranças voltaram- ela diz e ele a encara seriamente.

— Pensei que não te incomodavam mais. Na verdade, achei que nem pensava mais nisso.

— Claro, é exatamente o que eu queria né? Lembrar dessa tragédia depois de termos transado.

— Calma. Eu só fiz uma pergunta- ele diz se servindo de uma panqueca e de uma caneca de café.

— Olha, eu não sei porque elas vieram. Eu queria poder apagar aquele dia fatídico da minha vida inteira e...

Eles foram interrompidos pelo barulho do telefone que começou a tocar escandalosamente.

— Quem é o idiota que ousa ligar pra cá antes das oito da manhã? Que deselegante- resmunga Jace.

— Alô?- Clary atendeu

— CLARRYYYY

Clary reconheceu a estridente voz de Isabelle do outro lado da linha, a prima de Jace.

— Izzie? Como vai?- Ela pergunta, mas Jace tira o telefone da mão dela.

— ISSO É HORA DE LIGAR PRA CASA DOS OUTROS IZZIE?

— Jace, seu filho está dormindo no andar de cima, e se ele acordar assustado?- Clary disse brava pra ele

Ela sabia como o filho deles ficava assustado quando alguém gritava na casa.

— Ahh...gente...eu ainda estou aqui- disse Izzie

— Tudo bem, Izzie, pode falar- disse Clary

— Só liguei pra falar que a gente vai passar aí pra almoçar. Todo mundo. A família inteira.- Ela disse

— Você já pensou que poderiamos não aceitar?- pergunta Jace

— Jace...

— E você sabe que nós iremos mesmo assim não é? Chegamos aí às 13- ela disse desligando o telefone

— Ótimo...lá se foi a bela ideia que eu tava programando pra hoje- resmunga Jace

— Que seria...

— Eu e você...no nosso mini spa...banheira de espuma, um vinho...

— Eu não posso beber, Jace

— Então você bebe suco de uva na taça de vinho tinto, problema resolvido.

Clary olhou para o canto da sala, onde eles tinham um mini spa, que eles costumavam usar para namorar umas duas vezes na semana. Mas com a chegada de Stephan, eles tiveram que colocar uma porta e diminuíram o uso do local.

— Não terminamos nossa conversa- disse Jace

Ela abriu a boca para responder no exato minuto que a babá eletrônica começou a apitar. Ela fez mensão de subir para pegar o filho, mas Jace a impediu com um braço.

— Deixa que eu vou- disse Jace- Você arruma a comida dele.

Clary respirou fundo e aproveitou o tempinho para terminar de comer tranquilamente. E assim que acabou, ela viu que estavam quase sem nada na geladeira e no armário. Alguém teria que ir ao supermercado. Ela separou na tigelinha o restante da comida de Stephan e a colocou no microondas.

Jace chegou com Stephan no colo, ela deu um sorriso para eles. Ele tinha tanto orgulho do filho, segundo ele, era a prova da virilidade e masculinidade do homem. Ela fez um carinho nas bochechas dele e deu um sorriso

— Mamãe- ele disse e ela se sentia toda boba

— Bom dia, filhote, dormiu bem?- ela pergunta

— Domi- ele diz

Stephan ficou uma divisão perfeita de Jace e Clary. O mesmo tom de loiros do cabelo e a mesma tonalidade dourada nos olhos.  Mas O nariz e a boca, era dela.

— Não não rapaz...papai já te ensinou como é que se fala. E não é desse jeito não hein? Repete: Dormi

— Dormi- ele diz com uma vozinha alegre de criança

— Isso mesmo meu amor. Jace eu olhei a dispensa, estamos completamente sem comida e...como ter mesmo visitas, eu vou dar um pulinho lá no supermercado.

— Tudo bem, eu dou comida pro diabinho aqui- ele diz

— Jace não fale assim do seu filho

— Diabinho- Stephan repetiu

— Aí tá vendo só. Coisa boa ele não aprende. Eu não demoro- ela disse dando um selinho nele, mas Stephan acabou ficando no meio e soltou um barulhinho de aperto.- Tentem não destruir a casa.

— A mansão que está na família dos Herondale a mais de 300 anos? Eu não seria louco. Não a esse ponto pelo menos.

Menos de uma hora depois, Clary estava parada na fila do açougue no supermercado, ela sabia que os Lightwood, tios e primos de Jace, gostavam bastante de uma carne, então o estoque teria que ser farto. Depois de ter pego as carnes, ela encheu tanto o carrinho que parecia que tinha pegado quase o supermercado todo.

— Nunca mais eu fico mais de duas semanas sem repor a cozinha- ela disse enquanto ia escolher as bebidas. Mas não tinha o vinho que eles gostavam então ela teve que ligar pra Jace para saber o que é que ela deveria levar e ele disse para trazer então um tinto e um branco.E pediu para ela não se esquecer de levar as coisas pra fazer sobremesa.

— Pode deixar, eu não vou esquecer- ela disse pegando os vinhos tintos e o branco- eu vejo você daqui a pouco. Eu também te amo, tchau.

Quando Clary estava posicionando seu carrinho para sair da adega, ela percebeu que ela esbarrou em um outro carrinho.

— Oh me desculpe, eu realmente não vi...

Ela parou de falar e encarou a mulher que estava a sua frente e achou que seus olhos estavam lhe traindo. Depois de dez anos...não poderia ser...ou será que poderia?

— Oh...Cla...Clary?- ela perguntou

— Mãe?- ela perguntou.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E aí? o que acharam? Curtiram? Comentem...
XoXo



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