This Is The Hunt escrita por Glimmer Rambin


Capítulo 3
Desculpem, Malec roubou o nome desse capítulo.




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Clary tomou consciência do que estava acontecendo naquele momento e se afastou do "abraço protetor" do "pai"

— O que pensa que está fazendo? Não ouse me tocar- ela disse com um tom de nojo em sua voz

— Clary...- ele começou

— Não... Clary não...você não pode me chamar assim, você perdeu esse direito há muito tempo. Todos vocês,na verdade- ela disse olhando de Valentine pra Jocelyn

— Então como devemos te chamar?- pergunta Jocelyn

Clary desviou seu olhar pra Jace que estava boquiaberto e meio que pediu uma ajuda com o olhar para ele, porém o garoto não conseguiu dizer nada, tamanho foi seu susto.

É claro, Jace sabia que deveria conhecer os pais de sua esposa, afinal, o "aval" da família era importante na hora de escolher um noivo. Porém ele se lembrou da manhã em que a conheceu.

Flashback

9 anos atrás...

Jace acordou e não estava em uma boa manhã. Mas é claro, não é todos os dias que você descobre que a garota com quem você estava praticamente namorando decidiu que gostava mais de mulheres. Se bobear, mais até do que ele próprio. Porém, Aline merecia ser feliz e ele queria o melhor pra ela.

Ele foi até a cozinha e Izzy já estava com o café da manhã pronto e ela e Alec já estavam tomando café.

— Acordou tarde, não vai à aula hoje?- pergunta Alec

— Hoje eu só tenho aula de tarde e de noite. Vou dar aula de luta na academia do centro.

— Por que? Você não precisa de grana. Seus pais quando morreram te deixaram uma grana preta e... esse apartamento é da minha mãe, não pagamos aluguel- diz Alec- Não tem motivo nenhum pra se enfiar naquele lugar ensinando um bando de donas de casa gordas a perderem peso.

Izzy riu do comentário do irmão.

— Eu preciso fazer alguma coisa na minha vida, criar um pouco de responsabilidade. Além do mais, é divertido ver garotas acertando sacos de pancadas.- responde Jace dando um sorrisinho- Bom, deixem eu ir, se não eu atraso

Jace deixou o apartamento e seguiu a pé mesmo para a academia, era bom que ele se exercitava também, caminhada também é uma excelente forma de se perder peso e manter uma vida saudável e evitou retribuir os sorrisos que as garotas davam pra ele no caminho, coisa que ele nunca fazia.

Quando ele chegou na academia, foi informado de que ele tinha uma nova aluna e que ela havia chegado apenas alguns minutos antes dele e já o aguardava no ring.

Ele então caminhou a passos lentos até lá, provavelmente mais uma dona de casa gorda, como dizia Alec. Mas assim que ele se aproximou, ele viu uma garota com estatura mediana e de cabelos extremamentes ruivos e penetrantes, ela era magrinha, não tinha nada de músculos. "essa vai me dar um pouco de trabalho"

— Bom dia- ele disse e então a garota se virou e olhou diretamente para os olhos dele e ele sentiu algo diferente quando a encarou.

— Bom dia- ela respondeu com um sorriso na voz

Tinha uma voz delicada, como se fosse um verdadeiro anjo e era tão linda como o próprio. Tinha profundos olhos verdes esmeraldas, que lembraram a Jace o tom das árvores de Seattle no inverno.

— Vamos começar?- ele perguntou tentando desviar os pensamentos obscuros que ele acabou de ter com ela

— Oh, sim- ela respondeu- por favor- acrescentou

— Então...ah...

— Clary...meu nome é Clary...bom, Clarissa na verdade, mas só quem me chama assim é...bem...ninguém de importante

— Jonathan Christopher, mas pode me chamar de Jace- ele respondeu- Me responda, Clary...O que você sabe sobre lutas? Já treinou alguma vez?

— Oh não...nunca, mas...ontem de noite uns malucos invadiram meu apartamento sabe e eles levaram quase tudo o que eu tinha, até as minhas calcinhas- ela disse corando nessa ultima parte e ficou vermelha, iguais a seus cabelos. Ela então limpou a garganta. E continuou- Eu provavelmente deveria me mudar para um prédio mais seguro...

— É, talvez você devesse- respondeu ele- Você mora sozinha?

Ela apenas confirma com a cabeça. "Que absurdo, como uma garota dessas pode morar sozinha? Cadê os pais dessa garota?"

— E...a cidade anda muito perigosa para as mulheres, e é por isso que eu quero aprender a lutar, pra dar um chute na cara de quem tentar me pegar desprevenida. Você vai me ensinar a fazer isso, não é Jace?- ela perguntou e Jace a observou o tempo inteiro.

— Eu vou Clary, estou aqui pra isso- ele disse " E para umas coisinhas a mais se você quiser". Clary nada respondeu, apenas aumentou seu sorriso e eles começaram a aula.

Atualmente...

Quando voltou a si, o telefone de Jace estava tocando e Clary o encarava de uma forma muito estranha.

— Tenho que atender essa ligação, é do Distrito- ele disse e se afastou

Jocely e Valentine começaram uma pequena briga de casal no quarto de hospital e por alguns segundos esqueceram de que Clary estava presente. Sebastian ainda estava sob o efeito da anestesia e estava dormindo profundamente

— Ele está muito quieto, será que está morto?- pergunta Velentine

— Val...não diga isso. Veja, ele está respirando. Só está dormindo.- responde Jocelyn - Eu não acredito que isso aconteceu.- disse Jocelyn

— Na verdade, o que foi que aconteceu com ele?- pergunta Valentine

— Ele engoliu sete balões de droga- responde Clary voltando sua atenção para os "pais".

Eles a encararam de forma assustadora, como se achassem ser impossível o que ela disse.

— Eu mesma o operei com a ajuda de outro cirurgião

— Garota, você está errada- disse Valentine

— Errada? VOCÊ ACHA QUE EU TERIA CONSEGUIDO FORMAR SE EU NÃO SOUBESSE LER O UM RAIO X? Oh..mas com quem é que eu estou falando mesmo? Com o homem que acha que as mulheres são burras e que não deveriam estudar fora.- Clary jogou todas as palavras contra o pai, palavras essas que já estavam engasgadas na garganta da moça há mais de dez anos.- Ai, eu não posso...eu não vou me estressar com isso agora- completa

— Clarissa...- disse Valentine

Ela o encarou e tentou achar alguma coisa que lembrasse ela em seu pai. Alguns anos, ela achava que sua testa e seu queixo eram dele, porém, tal semelhança não existia mais. Nada mais dele existia nela. A não ser o DNA, que naquele momento, não significava nada pra ela.

— Eu não quis dizer isso...- ele diz engasgando as palavras.- Eu queria...

— Me poupe de seu discurso. Eu não tenho tempo pra isso agora. Sebastian me contou mais cedo, que não queria trabalhar hoje, então forjou uma dor de barriga e quando estava indo embora ele viu o prédio pegando fogo e se lembrou de que tinha drogas, no escaninho dele, então ele correu pra lá e começou a engoli-las, só que o que ele não sabe, é que ele respirou um pouco do gás industrial e isso colaborou para as drogas quase explodirem. Sorte que eu o socorri a tempo, porque senão, a uma hora dessas, o corpo dele estaria lá no necrotério com o Jace.

Jocely levou as mãos à boca de choque e susto

— Ele estava usando drogas a um tempo. Ele estava na reabilitação até a poucos dias, mas disseram que ele estava recuperado. Eu não entendo- disse Jocelyn

— Honestamente? Eu não me importo. Com nada disso. Eu não tinha vocês mais na minha vida até ontem e, eu prefiro que continue assim- Disse Clary para eles.- Se me dão licença, eu tenho outra cirurgia em meia hora. Eu passo no final do meu plantão pra ver como ele está. Se precisarem de algo, peçam pra enfermeira.- Ela disse se retirando

Clary ainda tinha alguns minutinhos antes da próxima cirurgia e decidiu ir olhar o filho, que estava na creche do hospital. Todo esse drama da família dela, e ela só queria estar perto de alguém em que pudesse abraçar e apertar. Mas seus planos foram por água abaixo quando ela viu que as crianças da creche estavam tirando uma sonequinha no periodo da tarde.

— Está tudo bem, doutora?- pergunta a professora vindo na direção dela

— Está sim, eu só queria ver se estava tudo bem com o Stephan- ela respondeu

— Não se preocupe não, mamãe, qualquer problema eu mando te chamarem- ela disse sorrindo para ela.

— Obrigada, Tessa, você é um amor- disse Clary

Ela deu uma ultima olhada no filho e se perguntou como é que um pai tinha coragem de expulsar um filho de casa, ela jamais afastaria Stephan dela. Nem Stephan e nem o segundo que estava vindo.

— Clary, posso te perguntar uma coisa?

— Pode sim, Tessa

— Desculpa mas, você está grávida novamente? É que...Stephan começou a falar de irmãozinho então...fiquei curiosa.

Clary deu um sorriso e levou suas mãos à barriga

— Estou sim, Tessa

— Oh...parabéns...parabéns...tudo de bom.Oh, isso é ótimo, é muito bom pra uma criança crescer junto com outra

 

— Obrigada. Você é um amor

Ela se afastou e voltou para o pronto atendimento, onde mais uma ambulância chegava com o seu paciente, um pouco adiantando na opinião dela. Muito bem, Clary, o serviço a chama. E é claro,como prometido, ela passou no quarto de Sebastian no final de seu plantão.

Ela não pegava mais plantões de madrugada, porque Stephan ainda era muito novinho e precisava dela de noite.  No quarto, só estava Jocelyn.

— Ele acordou?- pergunta Clary no tom mais profissional possível

— Ainda não- reponde a encarando

— Não deve demorar muito mais agora. Já sabe, qualquer coisa, pede pra enfermeira.- ela disse virando as costas e colocando a mão na porta

— Clary espera...

— Não tenho tempo. Tenho que ir embora, passar na padaria, levar o pão de amanhã e ainda tenho que começar a preparar o jantar- ela diz

— Clary fala comigo por favor.- Disse Jocelyn se aproximando dela- sempre fomos tão amigas, eu sinto muito sua falta- ela pega nos ombros da filha- Se eu pudesse, eu juro que teria feito de tudo pro Val não te mandar embora. Um dia você vai ser mãe, você vai saber como eu me sinto.

Clary desviou os olhos de Jocelyn, de uma forma suspeita ela não havia nem se quer comentado sobre Stephan, muito menos sobre sua gravidez. Mas Jocelyn percebeu.

— Oh não...Clary...Clary... você...- ela disse levando suas mãos a boca

— Não tenho tempo agora- respondeu saindo do quarto, mas Jocelyn a seguiu. Mas Clary deu uma distância segura.

Mas nesse exato momento, Lydia Branwell, uma médica endocrinologista e  amiga dela vinha alegremente pelo corredor e deu um lindo sorriso pra ela

— Clary...fiquei sabendo...parabéns...- ela começa...

— Lydia, sem querer ser rude, mas agora não. Eu juro, eu converso sobre isso com você outra hora, mas agora não por favor.

— Tudo bem. Almoçamos amanhã?- ela pergunta

— Amanhã, isso...boa ideia...- ela disse e continuou andando até o elevador, mas Jocelyn a alcançou.

— Você é mãe, Clary- disse Jocelyn pegando a mão dela no corredor mas como se não tivesse acreditando.

— Eu não...

— Clary, pra mim você não mente.- Ela disse e Clary a encarou- É menina ou menino?

Ela foi salva pelo elevador que deu sinal de que estava chegando, ele se abriu e com ele um Alec Lightwood e um Magnus Bane praticamente devorando a boca um do outro. Clary deu um sorriso, ela sabia como era dificil para eles, e ela deu o maior apoio desde o começo para eles.

— JESUS- disse Jocelyn

— Oh, não, são só Alec e Magnus- responde Clary- Está no meu horário. Tchau, mãe- ela completou e Jocelyn deu um sorriso.

Não era exatamente um perdão, mas só de Clary aceitar Jocelyn de volta na vida dela, já foi um grande avanço.

— Mãe? Então você é a mulher que deixou ela ir embora. No frio e só com a roupa do corpo?- pergunta Magnus com desdém.

— Magnus...- repreendeu Alec

— Ué, só estou dizendo a verdade, amor. Você não pode ser chamada de mãe...

— Magnus...- repreendeu Alec

— Que foi? Vai começar a dar um de Maryse agora?- ele pergunta para Alec

— Mas o que é que a minha mãe tem haver com isso?

— Você falou da mesma forma que ela- disse Magnus fazendo um biquinho

— Oh, você tem que colocar a minha mãe no meio de todas as nossas brigas?- pergunta Alec resmungando.

— Tudo bem- ele diz dando uma circulada ao redor de Jocelyn que olhava pra ele assustada- Deixa eu ver...Cabelo despontado, sem nenhum estilo e nem um gloss na boca? E...que horror, o que é isso, uma unha sem lixar?- Ele disse pegando na mão dela.- Uma pena, você é muito parecida com a Clary e eu quero dizer, que você é bonita.

Alec levou suas mãos aos olhos. Magnus não tinha jeito mesmo. Jocelyn olhou pra ele sem entender nada.

— Claro, ficaria melhor se fizesse um peeling e depilações à laser. Que olhos mais roxos você tem. Você nunca ouviu falar em corretivo não?

— Magnus...é sério, agora já deu...para de ofender ela- disse Alec

Jocelyn revirou os olhos e balançou a cabeça e ameaçou sair de perto dele.

— Onde é que você pensa que vai, mulher?- pergunta Magnus

— Pro quarto...cuidar do meu filho...onde ninguém está falando mal de mim- responde Jocelyn

— De forma alguma.Acha que eu vou deixar que as pessoas vejam você sair desse jeito da frente do meu consultório? O que dirão à meu respeito, "mulher sai feia do consultório do dermatologista Magnus Bane" minha carreira  estaria acabada. Isso seria uma desgraça- ele disse protelando.- Nada disso, você entre aqui dentro, vou dar um jeito nessa sua pele de...empregadinha. Alec meu amor, não me espere essa noite. Oh...essa mulher vai me dar trabalho.

— O que?- Jocelyn perguntou sem entender nada

— Querida, você é mãe de uma Herondale, por favor, não faça sua filha e seu neto pagarem mico na sociedade- disse Magnus

— Então é um menino?

— Chega de conversa fiada. Tenho muito trabalho pela frente.- ele disse puxando suas luvas de látex o que fez com que Jocelyn desse uma retraída.

 

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem. E...eu prometo responder os comentários no sábado.
XoXo



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