Clary estava olhando atentamente para os Lightwood, parecia que haviam acabdo de descobrir algum segredo macabro. Eles a encararam de volta, como se ela fosse o fantasma do natal passado. Robert arregalou os olhos.

— Pessoal, estão me assustando. O que aconteceu?- ela perguntou

— Sua mãe...- começou Robert

— Minha mãe? Ela tá aqui ainda?- pergunta Clary para Mayse

— Jocelyn está aqui?- pergunta Robert assustado- Na casa do Alec e do Magnus?

Clary olhou para ele em choque. Robert conhecia sua mãe? De onde?

— Robert, de onde conhece a minha mãe?

— Do colégio. Eu, ela e Maryse fomos colegas no ensino médio. Tudo bem que eu me formei três anos antes dela, mas...Maryse e Jocelyn não se desgrudavam, eram como siamesas- ele explica

— Não...isso é impossível. A minha mãe...a minha mãe é simples. Ela é dona de casa e faz encomendas de doces e salgados para festas.

— Não Clary, você é que está enganada, sua mãe não é Jocelyn Fray, ela é Jocelyn Fairchild, e era uma de nós, da CLAVE, mas abidicou do nome e da posição social quando resolveu fugir de casa para ficar com o seu pai. - explica Maryse

Clary sentiu seu corpo todo girar e ela teria caído no chão se alguém não a tivesse segurado firmemente. Ela virou para trás e viu que era Jace que estava com a cara mais protetora do mundo.

— Amor, você quase caiu, cuidado, não vai matar o nosso segundo filho- ele disse

Mas ela não havia escutado nenhuma palavra do que ele disse, sua cabeça estava girando com as informações que acabara de receber dos Lightwood. Isso explicava bastante coisa que Clary sempre se perguntou sobre ela. A vida toda, ela achava que tinha uma parte da mãe dela que era um mistério total. E agora, as coisas pareceram fazer um certo sentido.

— Meu Deus, o que vocês disseram pra ela? Ela está em choque e pálida- disse Jace a sentando em uma cadeira de uma mesa próxima a deles.

Ela olhou para onde o Sr. e a Sra. Fairchild se encontravam, agora estavam em um animado papo com Izzy, que estava acompanhada de um homem que ela nunca vira na vida.

— Oh meu Deus então...o Sr e Sra Fairchild ...?

— Sim Clary, são seus avós- diz Maryse

— Como é que é? Que história é essa?- pergunta Jace

Do outro lado da cidade, na casa de Jocelyn, ela estava na cozinha preparando o jantar de sua família. O marido e o filho haviam saído pouco depois de ela estava sozinha com seus pensamentos. Ter visto Maryse hoje, havia feito ela sentir uma imensa saudade da vida que ela tinha com os pais.Jocelyn nunca, nunca mesmo se arrependeu de ter tomado a escolha que fez. 

Todas as vezes que ela via seus filhos crescendo de forma saudável e tranquila no suburbio, ela se alegrava e tinha mais certeza que estava no lugar certo para ela.Que ela não queria estar em mais nenhum outro lugar que não fosse aquele.

Porém, quando Valentine expulsou Clary de casa, ela ficou pensando se não teria sido melhor ter contado, nem que fosse só  para ela, sobre seus avós no Upper East Side, assim ela não teria passado todas as dificuldades e perigos que enfrentou. Ela teria ido direito para lá e teria ficado segura e amparada no seio familiar.

— Como é que é, essa comida sai ou não sai hoje?- pergunta Valentine entrando em casa pela cozinha.Ela sentiu um cheiro forte de bebida, mas achou melhor não comentar nada

— Já estou acabando, só falta o molho terminar de ferver - ela comentou sem nem olhar pra ele.

Nos ultimos dias, ela estava ficando com enjôos só de ter que olhar pra cara dele.

— Então anda logo, eu estou com fome- ele disse

— Vai ter que esperar- ela disse um pouco mais grossa

— Hei, que tom de voz é esse comigo? Eu sou seu marido se lembra? disso?- ele disse pegando ela agressivamente e a encarado. Ela ficou assustada.

— Val, me solta- ela disse assustada e ele a soltou rispidamente

— Não se esqueça disso- ele disse e foi pro sofá e ligou a TV.

 Jocelyn se aproximou da pia e deu uma profunda suspirada. Meu Deus...o que afinal estava acontecendo com Valentine?

No dia seguinte, Magnus e Alec levaram os documentos que comprovaram sua união em matrimônio para a assistente social e na mesma hora a adoção da Emma foi aprovada e eles voltaram para a casa com a garotinha, que estava fortmente abraçada ao peito de Alec e observava tudo com o atenção:

— Emma, você sabe quem eu sou não é verdade?- pergunta Alec pra ela.

Emma estava com um dedinho na boca e confirmou com a cabecinha para ele.

— E sabe também o que houve com os seus pais não é verdade?- ele perguntou e ela confirmou mais uma vez

— Eles morreram - ela diz uma triste voz de criança

— Sim, eles morreram e agora eu e Magnus seremos os seus pais. Nunca substuiremos o lugar deles em seu coração, mas saiba que tomaremos conta de você e prometemos te amar o mais forte que conseguirmos, tudo bem?- ele pergunta

— Sim- ela responde

— Alec, não é assim que se conversa com uma criança- disse Magus.

— Ela já tem 4 anos, mais jeito do que eu estou tendo não tem como

— Você poderia esperar ela fazer 6. Mas não...o DNA alcoviteiro de Maryse tinha que baixar, né??

— Não fale assim da minha mãe- Alec retruca

Enquanto os dois começavam uma discução sobre isso, Emma olhou para o lado e viu duas mulheres que estavam acompanhados de um monte de crianças. Elas entraram na casa ao lado,  e  Emma correu um pouco mais perto deles pra observar, ela se escondeu em um arbusto e viu que tinha um garotinho que estava brincando com um carrinho na grama que tinha no pequeno jardim da entrada e ele a viu.

— Oi- ele disse se aproximando dela

— Oi - ela respondeu timida

— Qual é o seu nome?

— Emma e o seu?

— Julian

O garoto sorriu para ele e ela sorriu de volta para ele. Sim, aquele seria o começo de uma grande amizade.

Na casa de Clary estava a maior confusão desde o dia anterior. Jace educadamente ofereceu hospedagem ao Sr. e a Sra Fairchild, que aceitaram de muito bom grado, sem falar que eles ficaram mais que felizes com a noticia que haviam recebido de que eram avós de Clary.

— Querida, você é a cara da minha Jocelyn, como é que nunca reparei nisso?- pergunta a Sra. Faichild

— Jocelyn não poderia ter escondido seus filhos de nós, isso é muito triste. - Disse o Sr.Fairchild

—Querido, ela teve seus motivos

— Os motivos dela não justificam. Acha que só porque eu não aprovava Valentine, eu não aprovaria os meus netos?- ele perguntou em tom de ofendido- até hoje eu me arrependo de ter tentado fazer ela se casar com Michael Wayland. Foi por isso que ela foi embora. Ela não estava satisfeita com a Clave. Isso é culpa minha

— Não...não se culpe. A culpa disso tudo é do meu pai.- Clary diz gentilmente para o avô.

— Exatamente, ele é quem desgraçou a família- concorda a Sra. Fairchild

— Não, a culpa foi minha. Se não tivessemos voltado mais cedo de Hamptons daquele verão, Jocelyn não teria que ter voltado com Maryse Trueblood, e não teriam parado naquela espelunca de beira de estrada- ele falou

— Trueblood? Não sabia que esse era o nome de solteira da Maryse- comenta Clary

— Sim, é- disse a Sra. Faichild

— Bom, não há mais nada o que fazer agora. Bem vinda À família Clarissa!