This Is The Hunt escrita por Glimmer Rambin


Capítulo 11
O Segredo de Jocelyn




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Magnus encarou Clary como se ela tivesse ofendido ele e depois encarou Jocelyn, que encarava Clary, que continuava com os olhos verdes e ferozes para Magnus.

— Oras, eu não fiz nada- ele disse entregando uma trufa para a ruiva, que a deixou na mesa e continuou olhando feio pra ele.

— Magnus, conta tudo, agora- disse Clary

—Tá legal...naquele dia que seu irmão estava internado eu fiz um Peeling na sua mãe e ela me disse que fazia doces e bolos, principalmente trufas de chocolate branco. bom...você sabe que eu amo trufas de chocolate branco não é?

— Eu sei, você sozinho quase acabou com elas na minha festa de casamento.

— Enfim...eu escuto você falando dela com tristeza há anos- ele disse se virando pra Jocelyn- No dia do casamento dela, ela teve um ataque de pelanca por você não estar por perto. Quando ela foi ganhar o Stephan, foi insuportável os gritos dela chamando por você. Então...pra que não aconteça um ataque mais uma vez, eu achei melhor pedir os doces e o bolo pra você e...ah...pelo amor de Deus, vocês são mãe e filha, façam logo as pazes- ele disse rapidamente saindo da cozinha e deixando as duas lá se encarando. Clary escutou a porta sendo fechada atrás de sim.

— Eu sempre soube que eu fazia falta pra você- disse Jocelyn pra ela

— Você tinha dúvidas? Você é minha mãe, claro que me fez falta. Não esteve presente nos moments mais importantes da minha vida.

— Um deles não foi por culpa minha

— Você poderia ter me procurado-acusou Clary

— Você também

— Não, eu não poderia, não enquanto estivesse morando com o meu pai. E ele teria fechado a porta na minha cara se eu o fizesse.

Jocelyn deu a volta na mesa da cozinha e se aproximou da filha. Clary percebeu que ela estava usando uma calça jeans com uma botinha de cano baixo e uma blusa confortável de algodão. Jocelyn era alguns centimetros mais baixa que a garota, mas agora parecia que estava muito menor, porque a garota se encontrava com saltos.

— Eu te falei que ele se arrependeu do que fez não é verdade?- ela disse pegando nas mãos da filha

— Se arrependeu, mas nunca nenhum de vocês foi atrás de mim. Sabiam que eu não iria pra nenhum outro lugar que não fosse o campus. Apesar de que nos primeiros meses eu passei a maior dificuldade. Sabe o que é viver só com meio salário, e ainda fazer isso dar pra comprar comida e pagar um aluguel no apê fajuto onde o proprietário vivia te perguntando se era prostituta?- Clary perguntou com os olhos cheios de lágrimas

Jocelyn arregalou os olhos e levou suas mãos à boca de susto, ela nunca havia pensado no que aconteceu com a filha assim que a garota saiu de casa e acabou sentindo uma fincada muito forte no coração. Uma dor que não poderia ser explicada e ela precisou sentar para se acalmar.

— Se eu tivesse sabido, Clary...

— Não teria feito absolutamente nada, porque você é submissa ao meu pai. Faz tudo o que ele quer.

— É isso que você acha, que eu não teria te protegido?

— Toda vez que você tenta me proteger, você falha. Disse que não iria permitir que o meu pai ofendesse Kirk durante aquele jantar, me prometeu que ele não iria descobrir nunca que eu estava fazendo faculdade e, se ele viesse a descobrir, você não iria deixar ele fazer nada comigo. Mas você deixou.

— Estavamos nos dando tão bem lá no hospital aquele dia. Aliás...como está seu filho?

— Estavamos nos dando bem, até você inventar de chamar meu marido de mentiroso.

— Ele estava acusando o seu pai...

— Não era ele...é a polícia. Ele só foi lá no hospital aquele dia pra passar uma informação para Lydia e em seguida foi até o quarto falar com você e o meu pai sobre isso.

— O que ele queria falar?

Clary abriu a boca pra responder, mas o celular de Jocelyn começou a tocar. Ela tirou o aparelho do bolso e Clary viu a foto de seu pai na tela. Ela encaou a mãe por alguns segundos e  Jocelyn recusou a ligação.

— Sabe que ele fica sabendo quando recusa, não é?

— É sobre o carro. Eu prometi que não me demoraria.

— Agora ainda precisa da permissão dele pra usar o carro?- ela pergunta

— O seu marido não acha ruim de você usar o carro dele?

— Pra que eu vou usar o dele se eu tenho o meu?

Jocelyn olhou pra ela com uma cara de quem não havia entendido, mas depois a compreensão chegou a seu rosto. Era claro que Clary teria seu próprio carro, porquê não?

— Eu esqueci de que você tinha condições de ter seu carro separado do seu marido.-ela deu um profundo suspiro e completou- Bom, está na minha hora de ir embora.

A porta atrás delas se abriu e Maryse entrou.Olhou rapidamente para Jocelyn. Ela trajava um longo vestido vermelho. Seus cabelos negros estavam presos para trás e sorriu quando viu Clary.

— Clary, querida, a cerimônia já vai começar. Magnus já a está aguardando- ela explica carinhosamente

— Já estou indo, Maryse. Obrigada.

— Está tudo bem? - ela perguntou - Você sumiu por um tempinho

— Está sim, eu...já...to indo- responde Clary.- Mãe... Ela encarou Jocelyn e então Maryse se virou curiosamente e a encarou também e seus olhos se arregalaram.

— Pode ir, eu me lembro onde fica a saída- Diz Jocelyn e  Clary passa pela porta, mas a outra mulher continuou.

— Jocelyn Fairchild? É você mesma?

— Maryse? Oh meu Deus...- ela disse

Jocelyn e Maryse haviam estudado juntas em New York e eram grandes amigas, mas perderam o contato assim que Jocelyn fugiu de casa para casar com um caminhoneiro que havia conhecido em uma lanchonete de beira de estrada no verão. Os Fairchild nunca mais falaram com ela. Maryse se recordava da última  vez de ter visto Jocelyn saindo do apartamento luxuoso dos pais no Upper East Side. Jocelyn avisou Maryse de que os pais só a aceitariam de volta se ela voltasse pra casa e fizesse. Pelo visto, ela nunca mais voltou.

— Sim, sou eu...- ela disse - Então, você é a mãe da Clary?

— Sou...

— Ela é casada com o meu filho- diz Maryse rapidamente

— Ela é?

— Bom, na verdade, o Jace é meu sobrinho, mas assim que o pai dele morreu, eu e Robert o adotamos.

— Não acredito, parece até coisa de filme

— Por que você a expulsou de casa, Joss?- Perguntou Maryse a chamando pelo apelido de quando eram adolecente. Sua voz era um pouco dura e triste.

— Nossa...ninguém me chama assim há muito tempo. Bom...o pai dela a expulsou na verdade.

— E você não fez nada pra intervir? Joss...ela é sua filha, como permitiu que aquele troglodita locão...

— Não fale assim do meu marido. Ele é um bom homem.

— Um bom homem? Um bom homem expulsa a filha de casa, sozinha no meio da noite? Você não tem ideia dos dificuldades, dos medos que a Clary passou. Ela precisou da sua orientação várias vezes e onde é que você estava? Se esqueceu do que os seus pais fizeram com você?

— Meus pais não me expulsaram de casa. Eu saí de lá porque eu estava apaixonada pelo Val. Ele era diferente dos outros caras. Não ficava exibindo o carro que comprou ou como foi a última viagem pro Caribe.

— Joss...se seus pais soubessem o que é que o Valentine fez com a Clary...

— Meus pais...não sabem sobre meus filhos. Eu nem sei se estão mais vivos.

— Oh, eles estão...e foram no casamento da Clary. O Granville e o Robert estão sempre jogando golfe no clube de campo todas as vezes que vamos visitar a família

— Meu pai ainda joga golfe?- ela perguntou enchendo os olhos de lágrimas

— Todo sábado de manha. O Casamento de Clary foi lá.

— E a minha mãe?

— Ainda dando aulas de piano  em Julliard- Não há um dia em que nos encontramos e que eles não falam em você.

— Eu preciso ir, já demorei demais aqui.

Ela saiu pela porta da frente e ficou feliz ao acertar a porta da rua e se deparar com o carro. Ela entrou e pisou fundo no acelerador, querendo se afastar o mais rápido possível daquele lugar e foi dirigindo de forma mecânica até chegar em sua casa. Quando a fez, parou o carro. Mas não desceu, um turbilhão de lembraças veio à tona.

Flashback

30 anos atrás...

O som do carro estava  na maior altura. Duas adolescentes que deveriam ter cerca de dezesste anos cantavam ao ritimo da música divertidamente. Realmente, as duas amigas não se controlavam quando Metalica estava tocando.

— Oh eu nem acredito que o verão já acabou- disse Jocelyn

— Nem eu, eu ficaria mais duas semanas na praia sem problema nenhum- disse Maryse

As duas estavam voltando de mais uma temporada de verão nos Hamptons, onde os pais de Maryse mantinham uma residência para ser utilizada durante as férias e alguns feriados ensolarados.

— É só lembrar que esse é o nosso último ano e que no próximo verão, eu e você iremos juntas pra Europa.- Diz Jocelyn

— Ou, com alguma sorte eu já estarei casada com o Robert Lightwood. E iremos para Paris na nossa Lua de Mel - ela disse sonhadoramente.

— Ai, mas você é uma estraga prazeres mesmo, Marss.

— Não estou dizendo adeus à Barcelona. Mas, eu tenho planos. Eu quero uma família. Vamos parar ali naquela lanchonete, eu tô morrendo de fome. Quero devorar o maior hamburguer com o maior milkshake que eles tiverem.

— Jocelyn deu a volta e parou no estacionamento da lanchonete e fez uma careta quando olhou para o local

— Cruzes, você quer comer aqui? Parece ser uma nojeira. É do tipo que caminhoneiros param para comer e pegar prostitutas. Você não aguenta esperar até chegarmos pelo menos ao Upper East Side? Você almoça lá em casa, tenho certeza que Sophie já deve estar com o almoço quase pronto.- disse Jocelyn antes de saírem.

— Mas..se eu não comer agora, eu vou desmaiar- disse Maryse

— Mas tem que ser aqui? Tenho certeza que de que deve ter ratos- ela retruca fazendo um gesto de pavor com as mãos.

Jocelyn tinha belos cabelos vermelhos, que iam até a cintura, duas mexas estavam presas por uma trança. Uma calça jeans e uma jaqueta de couro  pesado e uma bota. Sim, ela curtia o que estavam se chamando ultimamente de "Metal", que era uma evolução do Rock, mas com acordes um pouco mais grosseiros. Maryse estava vestida similarmente.

— Joss...eu tenho que comer agora- ela disse sacudindo a amiga

— Tá bom, tá bom... mas se eu ver um rato, eu vou chutar ele pra você.

— Combinado

As duas entraram e por dentro, o local era até arrumado. Tinha uma quadro tipo aqueles de escola, onde os preços estavam escritos a giz e parecia não provavelmente era a única coisa que mudava naquele local. Alguns homens que estavam comendo no balcão a encararam. E elas correram para sentar em uma mesa perto da porta.

— Tá legal, agora eu to com medo- disse Maryse aparentando desespero- Vamos embora daqui

— Não podemos ir agora, a garçonete já nos viu e está vindo pra cá.- Disse Jocelyn

— Ai porque é que eu não te ouvi quando disse que era pra irmos almoçar na sua casa.

— O que as duas patricinhas vão querer?- pergunta a garçonete

— Aee...nós não somos patricinhas não- disse Jocelyn disse se irritando e dando um soco na mesa. Ela odiava que chamavam ela de patricinha.

— Tudo bem, se acalma aee. Então, rocket power, o que vão querer

— Dois hamburgueres e dois milkshakes de chocolate- disse Maryse

Maryse começou a bater os pés no chão de forma descontrolada, ela estava morrendo de medo de aparecer alguém e assaltá-la. Ou pior, a fazerem de refém. Então ela notou um cara olhando pra elas, mas especificamente para Jocelyn

— Aquele cara tá olhando pra você- comenta

— Você acha mesmo que eu tenho cara de mulher de operário de construção?- ela pergunta um pouco brava. - Eu tenho que casar no mínimo com algum cara associado à CLAVE, sabe disso.É um porre, mas é verdade- ela acrescenta assim que a garçonete chega com os pedidos.

CLAVE era o partido político mais influente do país, seus pais eram associados deles desde que foi fundado. Os Fairchild sempre foram leais à CLAVE e se recusavam a se relacionar com alguém que não fosse do meio. "mundanos".

— Oh, mas o cara é gato pelo menos- disse Maryse rindo e comenda uma batata.- não custa olhar.

— Você diz isso porque achou um namorado na CLAVE

— E, você também vai achar. Mas, olhar não arranca pedaço. Eu sempre olhei pros caras, assim como sei que Robert olha pras garotas.- incentiva

Jocelyn deu um profundo suspiro e se virou para trás e se deparou com o homem mais lindo que já vira em sua vida. Ele tinha os cabelos escuros e os olhos também, sorriu quando ela olhou pra ele. Ela retribuiu o sorriso e sentiu borboletas no estomago com o olhar dele. Ela acenou pra ela e ela acenou de volta e se virou pra frente.

— Hey, não era pra você flertar com ele.

— Eu não flertei- se defende Jocelyn

— Flertou sim.

— Não flertei nada.

Elas se assustaram quando uma sombra parou do lado delas. Era o garoto, na verdade, estava mais para um homem.

— Oi- ele disse pra Jocelyn

— Oi

— Meu nome é Valentine

— Sou a Jocelyn- ela disse um pouco tonta.

— Jocelyn? Bonito nome. Creio que não frequenta muito essa lanchonete

— Oh não, é a primeira vez que eu venho aqui.

— Bom, se quiser me ver outra vez, eu estou sempre por aqui- ele disse dando um sorriso pra ela e saiu da lanchonete. Elas o observaram a entrar em um caminhão. Jocelyn sorriu pra ele e Maryse deu um tapinha nela

— Ai, doeu

— Era pra doer mesmo. Vem, vamos logo embora daqui- ela disse disse deixandouma nota em cima da mesa.- FICA COM O TROCO- gritou pra graçonete e ela correu até a mesa e pegou o dinheiro.

— Marss, a mulher vai achar que você é louca

— Eu não sou louca. Por favor, me diga que nunca mais iremos parar pra comer nesse lugar- ela disse e Jocelyn começou a rir

— Oh Marss, eu não sei viver mais sem você não

Fim do Flashback

 

Jocelyn voltou a si em um susto quando ouviu alguém dando batidas forte no vidro do carro. Quanto tempo ela havia ficado lá? Ela saiu do carro e viu Sebastian.

Mãe? Mãe, o que tá fazendo aí no carro? Tem um tempão que a gente tá chamando

— Desculpa eu...me perdi em pensamentos.

— JOCELYN, ENTRA...JÁ ESTÁ NA HORA DO JANTAR, ESTAMOS COM FOME- grita Valentine da entrada da casa deles

— Já estou indo- ela disse e apressou a perna para dentro de casa.

 

Maryse não tirou os olhos de Clary durante a festa, ela estava se repreendendo mentalmente por não ter reconhecido Joss em ela, e agora, parecia que era algo que estava o tempo inteiro na cara dela e ela nunca viu. Toda a CLAVE havia sido convidada para o casamento de seu filho. Maryse gelou quando viu Clary com Stephen no colo e Jace se aproximando do Sr. e da Sra Fairchild. Eles começaram a rir uns para os outros. Ela não encontrou palavras para descrever o que sentia quando a Sra. Fairchild pegou Stephen no colo.

— Maryse, o que foi?- pergunta Robert se aproximando da esposa

— Você se lembra de Jocelyn Fairchild?- pergunta o encarando

— Mas é claro que eu me lembro, você e ela não se desgrudavam nem por cinco minutos. Fugiu de casa pra se casar com um mundano, foi um escândalo. Por que?

— Porque Robert, acabei de descobrir que...Jocelyn Fairchild é a mãe da Clary.

Robert a encarou assustado e voltou sua atenção pra Jace e Clary. O sr. e a Sra Fairchild estavam fazendo a festa com Stephen no colo.

— Clary sabe disso?

— Que é filha de Jocelyn sabe...mas duvido que saiba algo sobre a família da mãe

— Nós temos que dizer à Clary então- ele disse

— Dizer o que?- pergunta Clary se aproximando dos dois- Maryse, minha mãe já foi?

— Como é? A mãe dela esteve aqui?- pergunta Robert

— Clary querida, nós precisamos conversar urgentemente

 

 


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Notas finais do capítulo

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