These broken hearts escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 15
Keep you with me


Notas iniciais do capítulo

oiii meus amores!! Vou aproveitar essa greve que não ta tendo aula nem como sair de casa pra escrever e postar mais rápido kkkk.
Esse ta um capítulo beeem romance bem melodrama, pra compensar as confusões dos anteriores! Espero que gostem!
Aah, e outra coisa, to pensando em caminhar pro fim dessa história aqui e iniciar uma nova com o pós iw, porque acho que vai ficar muito bagunçado dividir aqui em duas partes, mas a outra seria como uma parte dois.



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Pov Bucky

Natasha soluçava desesperadamente, agarrando-se ao tecido tenro da minha camisa e abafando o choro em meu peito. Eu não costumava vê-la assim. Nunca havia visto, na verdade. As únicas vezes que a vi chorar foram de dor. Mas ali, ela estava emancipando todo sofrimento que a preenchia. E não pude evitar minhas próprias lágrimas enquanto aninhava-a confortavelmente nos braços.
Não podia acreditar que depois de tudo, depois de tanta luta, resiliência, eles haviam nos capturado novamente. Não conseguia aceitar ou sequer imaginar ser torturado novamente. A dor física talvez fosse a menor de minhas lamúrias. Eles me fariam esquecer... Quem eu sou, de onde vim, quem eu amo...
Então, subitamente, um baque alto sobressaltou-nos. Natasha esganiçou-se quando a nave tremeu violentamente, fazendo-nos despencar no solo frio.
— Soldado! — Aristov vociferou, a alguns metros de distância. — Ataque!
— Soldado, não. — foi Natasha quem revidou, segurando-me pela gola da camisa e forçando-me a encará-la. — мы боремся (Nós lutamos) — ela levantou-se, destemida, rapidamente vestindo a camisa branca que estava no balcão.
Nós lutamos.
Natasha estava certa. Precisávamos lutar.
A nave estava sob ataque, e estávamos caindo. Natasha nocauteou o piloto e tomou seu lugar, sem objeções de Aristov. O mesmo apontou uma arma para a cabeça da Viúva.
— Controle esse troço ou você já era.
— Controlo esse troço ou nós todos já éramos. — ela replicou, tentando desesperadamente impedir que a nave fosse de encontro ao chão.
— Abaixe a arma, Aristov. — rosnei.
O homem, alto, com barba e cabelos negros, franziu o cenho, contrariado.
— E desde quando o soldado dá ordens aqui? — com um giro rápido, ele apontou a arma para mim e puxou o gatilho.
Com um reflexo excepcionalmente vertiginoso, ricocheteei a bala com o braço metálico, reconstruído aqui em Wakanda. Aristov salivou em um frenesi enquanto investia contra mim novamente, e foi a vez de Natasha projetar-se, saltando por cima dele e imobilizando-o.
— A nave! — ela proferiu, enquanto voluteava de um lado a outro no chão frio com o homem que a torturara por tantos anos.
Eu cruzei o banco e apanhei os volantes, mas era tarde demais, estávamos a poucos centímetros do solo. Fechei os olhos e abarrotei minha mente com uma cena nostálgica, de quando Steve e eu ainda éramos garotos, correndo por um terreno baldio no Brooklyn. Naquela época, nossas preocupações eram levianas. Éramos felizes e nunca nos demos conta do quanto. Era a última coisa que eu queria me lembrar antes de partir.
Quando o estrondo nos atingiu, mantive meus olhos fechados, aterrorizado demais para assistir aos horrores que deviam estar nos cercando. O odor de fumaça invadiu minhas narinas, e o calor pairava no ar.
— Bucky, qual é?! — quando finalmente abri os olhos, dei de cara com Sam, com seu traje completo, arrastando-me por uma mata em chamas. — Até que enfim a princesa acordou!
— Sam... A nave... Natasha... Ela... — balbuciei, inspecionando em volta.
— Steve está lá. Temos que ir ou vamos virar churrasquinho, tá legal?

Pov Steve

A nave havia sido despedaçada. Talvez meu plano tivesse sido falho, pensei, enquanto me desvencilhava de escombros e adentrava a nave à procura de Bucky e Natasha. T’challa havia nos ajudado a derrubá-la, com uma série de comandos à distância, e derrotara alguns agentes com suas garras.
— Я убью тебя! ( Vou matar você!) — Natasha estava apinhada por uma cólera irracional, empoleirada nos quadris de um homem já coberto de hematomas, enquanto esmurrava e desconfigurava completamente seu rosto.
— Natasha! — exasperei-me, enojado com a cena. — Largue-o, Natasha!
Ela parecia não estar dando ouvidos, asfixiada pela fúria espumante. Só havia raiva em seu olhar. Pareia um animal hidrófobo, espumando.
— Pare com isso! Pare já! — eu supliquei, içando-a de cima do homem com um braço. Ela esperneeou no ar, titubeando palavras em russo como uma verdadeira lunática.
— Me solte! Me solte, agora! — ela esbravejou. — Eu preciso matá-lo! Solte-me! — ela se contorcia excruciantemente nos meus braços, lágrimas quentes molhando ambos nossos olhos.
O homem já devia estar morto há alguns minutos, com uma poça de sangue o rodeando e diversos hematomas cobrindo seu rosto.
— Está tudo bem, você está bem... — murmurei, tentando desoladamente abrandá-la.
— Não, não, não... — seus gritos tornavam-se mais baixos, quase como burburinhos, roucos e tomados pela dor.
— Eu estou aqui. Sou eu, Steve. Você está a salvo, Natasha. — ajoelhei-me, embalando-a protetoramente com o queixo no topo de sua cabeça.
— Ele... Eu... Tenho que matar.
— Shhh... — afaguei suas costas, e minhas próprias lágrimas pingavam no topo de seu couro cabeludo. — Está tudo bem.
— Eles me acharam... Eles...
— Não, você está a salvo agora, vê? Eu prometi a você que a protegeria! E aqui estou. Não vou deixar que nada aconteça a você.
Ela estava certamente tendo um ataque de pânico. E eu talvez não fosse a pessoa ideal para lidar com esse tipo de situação, mas nada me desesperava mais que vê-la agonizando em seu infortúnio. Não podia imaginar o que aquele homem dilacerado tinha acometido Natasha... Todo aquele rancor... Sabia que precisava mostrar-me forte por ela, ser como o escudo humano que ela precisava, para protegê-la de toda sua dor...
A fumaça inalada tornava o ato de respirar cada vez mais difícil, e eu sabia que precisávamos sair, mas temia que se movesse um dedo, Natasha voltaria a debater-se e uivar como uma fera.
— Tasha... — sussurrei perto de seu ouvido. Ela tinha as pálpebras fechadas, mas um semblante nada pacífico. — Precisamos sair, está bem? Vou tirar você daqui.
Ela não relutou em se levantar, e consegui conduzi-la com suavidade pelos destroços. Protegi-nos com o escudo quando uma explosão secundária nos desestabilizou.
Olhei para trás, por cima do ombro, para o cadáver do homem que afligira Natasha durante praticamente toda sua vida. As chamas já alastravam-se por toda extensão de seu corpo.
O incêndio já estava sendo controlado, mas as labaredas estavam altas, derrubando algumas árvores ao redor. Quado emergi com Natasha pendendo em meu ombro, Sam, Bucky e T’challa estamparam sorrisos de orelha a orelha.
— Aqui! Ela está ferida? — T’challa guiou-nos até uma espécie de maca.
Quando assentei Natasha na maca, ela grunhiu, cravando suas unhas no tecido da minha camisa, prendendo-me junto a ela.
Ela não permitia que eu fosse embora. Estava apavorada, e depositava sua confiança em mim.
— Está bem, estamos bem. — confortei-a, acariciando sua bochecha coberta de fuligem.
...
— Ela precisa descansar. Descanso total, garotos. — Shuri apontou para mim, Sam e Bucky. — Tentem não estragar tudo de novo.
— E o chip... Está fora mesmo? — Sam questionou, inseguro.
— Veja com seus próprios olhos. — Shuri entregou-lhe um frasco que continha o minúsculo chip. — Podem me agradecer mais tarde. — ela empertigou-se, retirando-se de cena.
— Você ouviu a mini gênio, Rogers. Deixe-a descansar. — Bucky me deu um tapinha no ombro, enquanto observávamos Natasha adormecida no que se assemelhava a um quarto de hospital.
— Vou ficar por aqui. — afirmei.
E assim fiz. Plantei-me do lado de fora da sala, para que nem o som da minha respiração pudesse perturbá-la, e esperei pelo que pareceram ser horas. Estava quase pegando no sono, em pé mesmo, com a testa apoiada no vidro maciço pelo qual eu observava Natasha, quando ela remexeu-se entre os lençois, resmungando.
— Tasha? — adentrei a passos largos, parando no pé da cama.
Seus grandes olhos azuis fitavam-se fixamente. Havia um pequeno inchaço embaixo de seu olho esquerdo, uma esfoladela no queixo e um corte irregular no lábio inferior, que mesmo com o ferimento continuava corado e voluptuoso, atraente. Não pude deixar de notar que mesmo assim, contundida, ainda possuia uma beleza exótica e inigualável. Eu amava seus cabelos ruivos, mas as madeixas loiras também lhe caiam bem. E estavam crescidas como eu nunca vira antes.
— O que você vê que admira tanto? — ela rouquejou.
— Eu... É que... — tentei desajeitadamente formular uma frase, mas emaranhei-me nas próprias palavras. — Estive preocupado.
— Eu machuquei você. — ela lamentou-se, dedilhando meu abdome onde cravejara sua adaga algumas horas antes. — Você não devia ter se arriscado. Eu disse para deixar-me ir.
— E eu disse a você que a protegeria a todo custo. — interrompi-a. — Eu não descumpro promessas, Natasha, e muito menos deixo as pessoas que amo para trás.
— As pessoas que ama? — ela repetiu, e só então consegui averiguar o peso de minhas palavras.
Eu poderia mentir. Ou melhor, omitir. Poderia tagarelar sobre como a amava como minha amiga, minha melhor amiga, mas decidi enfrentar a verdade de uma vez por todas.
— É, isso mesmo. Natasha Romanoff, eu amo você. E estou cansado de esconder isso. Você sabe disso, e age como se não... Como... Como pôde dizer-me para deixá-la? Como pôde ir embora? Não sequer cruzou seu pensamento que estaria me machucando? Como pôde ser tão egoísta? — meu ímpeto murchava quando inspecionei o semblante desgastado dela. — Sabia que eu a amava...
— Egoísta? — sua voz fraquejou. — Fiz o que fiz por amor, Steve. Para que você ficasse a salvo! Não poderia conviver com a culpa de saber que você se sacrificara por mim.
— Então sacrificou-se por mim ao invés disso. — ironizei.
— Não é loucura? Como o amor move as pessoas? Nos deixa estúpidos, inconsequentes... — ela riu-se.
— O que isso quer dizer? — permiti-me sentar ao seu lado, no vão na beirada da cama. — Digo... O que isso nos torna?
— Isso nos torna um par de desajustados que cultivam sentimentos amorosos recíprocos um pelo outro, e que nunca conseguem um minuto de paz romântica...
Abafei uma risada amargurada.
— Acha que podemos recuperar esse tempo perdido... talvez possa me levar ao seu quarto? — seus dedos que antes percorriam meu ferimento, deslizaram até o cós da calça.
— Tasha... — balbuciei, tentando resistir aos impulsos lascivos. — Você acabou de sair de uma cirurgia. Talvez não devessemos fazer nada tão... agitado.
Ela sorriu, e aquela era uma imagem que deveria ser emoldurada. Era uma imagem que eu gostaria de poder registrar na minha mente e deixá-la sempre ali.
Depositei um beijo lento em sua testa, enquanto me aconchegava nas cobertas junto dela. Ela ligou a TV e aninhou a cabeça em meu peito, e passamos o resto da noite ali, juntos. Naquele momento, nada mais importava, nem o mundo iminentemente desabando acima de nós. Naquele momento, éramos apenas eu e Natasha, e nossa conexão não precisava ser explicada. Era especial demais para sequer tentarmos.


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Notas finais do capítulo

Entaao, o que acharam?
Tive que postar pelo celular porque meu pc ta doido então perdoem os errinhos viu? Beijinhos da Bia