These broken hearts escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 14
Let her go


Notas iniciais do capítulo

Oii amores!! Mais um capítulo bastante emocionante. Leiam as notas finais pra eu não dar spoiler aqui hahaha. Aproveitem a leitura!



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Nem me dei conta que havia adormecido, até despertar com Bucky chacoalhando meus ombros incessantemente.

— O que é? — resmunguei.

— Imaginei que você não fosse sair daqui, então trouxe comida.

Ele segurava uma bandeja farta, com frutas e pães de aparência saborosa.

— Eu sempre soube que o Soldado era fraco. — a voz de Natasha causou calafrios que percorreram minha medula.

Ela estava suspensa no ar, as pernas engalfinhadas no trapézio. Percebi que estava usando apenas a roupa íntima, e o fato de Bucky reparar isso também me deixou um pouco desconfortável.

— Não vai conseguir me irritar, Nat. — ela riu, esticando uma das pernas em um ângulo estrambótico.

— Ela deve estar com fome. — comentei, enquanto saboreava um fruto que desconhecia. Devia ser algo exótico de Wakanda.

— Sim, estou. Que tal abrir a porta e me alimentar? — ela provocou.

— Duvido que essa seja uma boa ideia. — Bucky retrucou.

— Cavalheiros! — T’challa irrompeu pela porta. — Shuri está procurando por vocês, acredito que sejam boas notícias.

— Você vai ficar bem. — eu disse a Natasha ao me despedir.

...

— Não achei que fossem ser tão ingênuos. — T’challa riu com desdém enquanto eu e Bucky caminhávamos em seus calcanhares.

— Como é...? — antes que terminasse a frase, T’challa desembainhou uma adaga e desferiu um golpe em minha direção, que me esquivei com agilidade.

Bucky investiu contra ele, e os dois envolveram-se numa luta acirrada. Eu estava desnorteado. Por que T’challa estaria contra nós? Foi então que me ocorreu. Talvez aquele não fosse T’challa.

— Steve, vá! Eu seguro as pontas aqui! — Bucky bradou entre golpes, e eu o obedeci.

Precisava encontrar Shuri, ou alguma daquelas guerreiras, e avisar que estávamos sob ataque. Se pudesse achar o verdadeiro T’challa... Disparei em velocidade máxima pelos corredores do prédio, até enfim adentrar o laboratório.

— Você tem que aprender a não entrar nos lugares que não foi convidado. — a pequena Shuri atirou, sem tirar os olhos dos painéis a sua frente.

— Estamos. Sendo. Atacados. — arquejei.

— O quê? Como? A barreira...

— Estão disfarçados. Acione as Dora Milaje, quem for, mas termine isso.

Shuri assentiu, e logo duas guerreiras irromperam pela porta.

— Vocês duas, fiquem aqui, protejam Shuri e deixem que ela termine o plano. Eu vou atrás de Natasha.

As duas se entreolharam, e depois voltaram seus olhares céticos de sobrancelhas arqueadas para mim. Deviam estar dizendo: Não acatamos ordens suas.

— T’challa foi comprometido. Eles estão infiltrados. Preciso de vocês. Ele precisa.

Shuri segurava as lágrimas, mas seus dedos não paravam de trabalhar.

Com isso, engatilhei-me pelos vastos corredores de volta ao Calabouço. Minha mente estava um turbilhão de pensamentos, neles inclusos o medo e a mágoa, mas eu não podia hesitar agora. Se chegassem até Natasha antes de mim...

Quando alcancei a cela, suspirei de alívio ao encontrar Natasha ainda lá dentro e Sam decodificando o padrão de abertura da porta.

— Sam! Graças a Deus! Achei que já tivessem chegado aqui.

— Steve! Assim que me contaram da invasão, tive de vir correndo. Não queremos essa daqui ao lado deles de novo, não é?

— Vai amarrá-la? — indaguei, fitando, confuso, as cordas aos pés dele.

— É claro. Acha que se a libertarmos ela vai colaborar?

Os olhos de Natasha estavam pregados em mim, ilegíveis.

— Tem razão.

— Então... — Sam gesticulou para que eu digitasse o código.

— Certo, certo. — fui em frente. — Para onde vamos depois de soltá-la?

— Conheço um lugar seguro. — pelo canto do olho, espreitei Sam examinando Natasha com um olhar faminto.

— Sua perna está melhor? Foi um golpe e tanto que ela te deu. — perguntei, segurando o último algarismo da senha.

— É... Aham. Bem melhor, diga-se de passagem. — ele deu de ombros.

Foi então que virei-me de uma vez, assentando um soco em seu queixo.

— Mas o quê...?

— Natasha feriu o Sam no braço. Quem é você? — vociferei, chutando o homem nas costelas.

Ele riu, expelindo sangue e limpando a boca com as costas da mão.

— E eu achei que o Capitão fosse tão inteligente como uma porta. Evoluiu um pouco, talvez um rato...

— Não vão encostar um dedo nela. Podem ter encontrado uma maneira de entrar aqui, mas não vão sair. Não são espertos o suficiente.

— Talvez não. Mas ela é. E está do nosso lado agora.

Virei-me de costas, para onde ele apontava, para dar de cara com a Viúva Negra, ou melhor, com seu punho.

— Como...?

— Não pode me salvar, Rogers. Poupe sua vida ao menos. Deixe-me ir. — sua voz... Eu podia sentir a doce Natasha ali, e não só a implacável Viúva. Podia sentir seu desespero, sua dor.

O homem disfarçado de Sam usou aquelas cordas para enlaçar Natasha pelo pescoço, de modo que ela tivesse mobilidade o suficiente para lutar mas não fugir. Como uma coleira. Ela não esboçava reação alguma, mas aquilo me enfureceu.

Mas quando avancei, ela colocou-se em frente ao homem, protegendo-o como um escudo humano, e em uma questão de segundos, apunhalou-me na barriga com uma adaga. Arfei, dolorido e surpreso.

Então, notei que a lâmina atingira milímetros de distância do meu pulmão. Mas a Viúva não erraria o golpe. Ela errara de propósito.

— Vá. — ela sussurrou no meu ouvido enquanto pousava meu corpo rijo no chão.

Observei sua silhueta esvanecer-se, enquanto perdia a consciência.

Pov Bucky

Caos.  Era difícil saber quem estava lutando contra quem ali, pois todos estavam sob disfarces. Era difícil tarjar o verdadeiro inimigo. Sam estava do meu lado, o braço enfaixado não o impossibilitava de acabar com agentes da KGB. Mas não sabíamos onde atacar, ou quem atacar.

— Soldado... — um sibilo ressoou por meus ouvidos, eriçando meus pelos. — солдат... (Soldado).

Olhei de um lado para o outro, perscrutando a área em busca da voz misteriosa.

— солдат, пожалуйста (Soldado, por favor...) — o silvo libidinoso me recordou de uma cena. Era Natasha, estava sentada no meu colo, nua. Estava escuro, mas a luz que penetrava da janela iluminava seu busto desnudo e o rosto coberto pelos fios ruivos suados. E repetia aquilo sem parar, o tom lúbrico extasiando-me enquanto sua cintura bamboleava-se em cima da minha.

Sacudi a cabeça, afastando a memória inoportuna. Mas a voz me chamava, e vi-me seguindo com meus passos o som.

— Bucky, aonde vai? — a voz de Sam tornava-se cada vez mais distante.

Quando me dei por mim, estava entrando em uma nave. Pisquei, atônito, tentando me lembrar de como havia parado ali.

— Eu sabia! — uma voz empertigou-se. — Mesmo sem nosso controle mental, o Soldado não resistiria a nossa Viúva. — reconheci o homem, e arrepios percorreram minha espinha. Cerrei os punhos.

— Aristov. — o nome escapou pelos meus lábios como uma injúria. Aquele homem havia feito parte da equipe que me torturara por anos.

Ele era mestre em artes maciais. Treinava a mim e às garotas do Programa Viúva Negra. Era violento, inexorável.

Do outro lado da nave, estava Natasha, apenas com a roupa íntima, amordaçada, com as mãos atadas e uma corda preta apertada ao redor do pescoço. Seus olhos, manchados de preto, pareciam exaustos, e mais que isso, exibiam um suplício. Não consegui manter o olhar e o desviei.

— Como conseguiram entrar? — questionei, sabendo que lutar seria em vão. Aqueles homens deviam estar armados da cabeça aos pés. Era o fim da linha para nós.

— Tínhamos uma infiltrada. — ele cutucou Natasha com a ponta do pé, sem que a mesma se contrapusesse.

— Eles ficarão a salvo? — era isso que mais importava agora. Eu e Natasha não teríamos um final feliz, nunca tivemos, mas... Talvez Steve pudesse ter. Talvez Wakanda pudesse ter.

— Lhe dou minha palavra. É um lugar poderoso, não resistiríamos por muito tempo. A nave está pronta para decolar.

Aquiesci, segurando as lágrimas.

— É bom tê-lo de volta, Soldado.

...

— Por que não ofereceu resistência? — a voz de Natasha estava fraca quando finalmente quebrou o silêncio que pairava entre nós.

Eu não ergui os olhos para fitá-la, e continuei limpando o ferimento em seu joelho enquanto respondia.

— Não havia uma possibilidade de vencer. Assim, pelo menos, deixamos os outros a salvo.

— Acha que ele vai me odiar? — ela soluçou, carregada por um pesar árduo. — Vai se lembrar de mim com amargura?

Ele. Não precisava raciocinar para saber que ela falava de Steve. Sentada ali, no balcão, coberta de avarias pelo corpo, Natasha estava prestes a afogar-se em sua própria angústia.

— Ele sabe que você tentou. — afirmei, finalmente contemplando-a nos olhos. — Pelo que conheço de Steve, ele vai se culpar pelo resto da vida por não ter podido salvar-nos. É um grande idiota, de fato, pois não duvido que virá ao nosso resgate.

— Ele não pode. Eu disse a ele. Ele tem que nos deixar, ou vai acabar se machucando. Ou pior. — ela estava com medo. Temia pela vida do Capitão, e dera a sua mesma em seu lugar. Ela o amava, como eu nunca vira a Viúva amar a ninguém.

Eu sabia que Steve jamais obedeceria, e obstinaria-se até o fim, tentando salvar-nos. Mas não podia dizer aquilo a ela, isso a destruiria.

— Ele vai ficar bem, Natasha. — embalei-a, deixando que ensopasse minha camiseta com suas lágrimas. — Nós vamos ficar bem...


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Notas finais do capítulo

Não me matem por causa desse final que ficou parecendo BuckyNat! A fic continua Romanogers, mas acho importante reforçar o laço desses dois porque já passaram muita coisa juntos. Pra recompensar prometo muitooo Romanogers no próximo tá? Beijinhooos