These broken hearts escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 11
An old friend


Notas iniciais do capítulo

oii meus amores, esse capítulo ta bem levinho, com um pouco de diversão pros nossos amados e uma conversinha a pedido de leitores. Ah, e uma coisinha boba mas acho bom falar, a Natasha que eu to descrevendo (fisicamente) agora loira é tipo como a Scarlett tava em Vicky Cristina Barcelona, pq acho ela maravilhosa naquele filme. Espero que gostem!



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1 mês depois
— Vai ser só isso? — a mulher rechonchuda atrás do caixa perguntou, enquanto passava minha última compra: uma caixa de tinta para cabelo.
Steve e Sam descansavam no quarto da pousada, pois alegavam estar cansados demais por conta da missão da noite anterior. Eu desconfiava que era somente uma desculpa esfarrapada para me obrigar a fazer as compras, mas não me importava tanto, já que os dois exerciam essa tarefa precariamente.
Vagavámos de cidade em cidade, sempre com uma missão nas costas, mas havia os preciosos momentos entre missões, que ficávamos com o tempo para nós mesmos. Agora estávamos em uma pequena cidade no interior de Washington.
Chegando na pousada, trancafiei-me no banheiro e comecei o processo de tingir o cabelo. Amava meus fios ruivos, que já estavam bem crescidos, mas vermelho vivo é uma cor difícil de ser disfarçada. E vivendo nas sombras, era mais prudente transitar para uma cor menos chamativa e que gritasse menos “Viúva Negra”. Quando terminei, quase não me reconheci no espelho, com os cabelos platinados e as sobrancelhas castanhas.
Decidi descansar também, e aconcheguei-me ao lado de Steve, que dormia no tapete acolchoado no chão, aninhando a cabeça em seu peito e entrelaçando as pernas nas dele. Com Sam no quarto, roncando alto na cama, a lista de coisas que podíamos fazer para passar o tempo era mais escassa. Desde que eu e Steve tivemos nossa noite de paixão em Chicago, entramos em um latente acordo de repetir isso todas as vezes que pudessemos.
Steve era muito bom, e eu me perguntava quando teria aprendido tantos truques. Me perguntava também se teria sido sua primeira, mas nunca cheguei a perguntar. O que mais me assustava, era que quando ele estava em mim, eu não sentia só um prazer físico, mas era como se ele preenchesse um vazio, não sexualmente falando. Gostava de passar horas apenas conversando sobre assuntos aleatórios, ou mesmo quando estávamos calados, mas sua presença me fazia delirar. Seu cheiro doce me reconfortava. Seus braços me protegiam. E quanto mais tempo passava ao lado dele, menos conseguia imaginar-me em sua ausência.
Enquanto tentava dormir, absorta em meus pensamentos, observei pelo vão da porta pés se agitando lá fora, como se circundassem a área. Desvencilhei-me dos braços de Steve e peguei minha arma, seguindo na direção da porta com ela apontada e o dedo no gatilho. Uma batida repentina fez os meninos acordarem.
— O que... — Sam começou, ao ver a arma, mas gesticulei para que ele se calasse.
— Camareira! — uma voz lá fora gritou.
Algo ali bramia perigo.
— Não queremos serviço de quarto. — anunciei.
Os pés não se moveram, e então, de repente, a porta foi brutalmente arrombada. Afastei-me, mas rapidamente coloquei o alvo na mira, estava pronta para atirar, quando...
— Hill?!
— Por que não atende a merda do telefone? E... Que cabelo é esse? — Maria Hill esbravejou, fechando a porta agora totalmente estragada atrás de si.
— O que está fazendo aqui? — Steve questionou, sentando-se na beirada da cama.
— Vim com boas notícias. — ela anunciou, tomando a liberdade de abrir o frigobar e catar um refrigerante. — Recebi uma proposta tentadora... Pra você, Tasha.
— E por que eu não recebi essa proposta diretamente?
— Porque a SHIELD tem seus meios de interceptar informação. Vem de Wakanda. Um convite. Ele se estende pra vocês três, mas é você a prioridade.
Então Bucky tinha conseguido. Um sorriso de alívio e triunfo abriu-se em meus lábios. O medo que tinha de não conseguir uma “cura” para o iminente perigo que se alojava em meu cérebro me atormentava todos os dias. E agora, tinha uma solução, uma esperança.
— Já providenciei o transporte. Tudo. Tem que me agradecer por ser uma amiga incrível. — eu e Hill éramos uma das poucas mulheres que atuávamos em campo. Éramos pioneiras, e depois de muitas missões juntas, acabamos criando laços profundos de amizade.
Ela sabia muita coisa sobre minha vida, e eu da dela. E quando tínhamos oportunidade, sempre saíamos juntas, quase como amigas normais, em bares e boates, flertando com rapazes e inventando nomes e profissões para contar a eles.
Quase como se lendo meus pensamentos, Maria nos convidou para sair pela noite, conhecer um bar local muito famoso. Sam acatou a ideia de imediato, mas Steve, como sempre, parecia inseguro.
— Vamos, vai ser divertido! Qual foi a última vez que bebeu socialmente em um bar? — ele arqueou as sobrancelhas em resposta. — Amanhã de manhã viajaremos, não teremos outra oportunidade dessa... Por favor? — ele arquejou, murchando os ombros em rendição. — Isso!
...
— E desde quando você e Steve têm um lance? — Maria lançou-me quando caminhávamos pela calçada até o bar que ela tinha mencionado.
Era uma cidade tranquila, e vários outros jovens seguiam o mesmo trajeto, mesmo estando tarde. Fazia muito tempo que eu não me via saindo por mera diversão, e isso me deixava de certa forma eufórica.
— Shh! Do que você tá falando? — tentei contornar a situação, mas minhas bochechas já estavam coradas e minha falta de jeito me entregava. — Não temos um lance, é só...
— Você deu pra ele? — Hill era o tipo de pessoa que não tinha papas na língua, e naquele momento eu só queria que ela falasse mais baixo.
— Meu Deus! Não estou bêbada o suficiente para ter esse papo. — ela riu, tendo a certeza de que aquilo significava um não sonoro “sim”.
Sentamo-nos em uma mesa na varanda, onde a música não era tão alta. Atraímos vários olhares quando entramos. Eu já estava honestamente acostumada com o típico comportamento masculino, mas Steve não parecia satisfeito com as olhadelas e assobios que eu recebia. Deixei um lembrete mental de caçoá-lo por isso mais tarde.
Depois de algumas doses, fomos perdendo um pouco do acanhamento inicial. Sam contava vários casos estupidamente hilários, e eu sabia que nossas risadas estavam escandalosas. Quase parecíamos um quarteto de amigos comuns, que visitavam a cidade à procura de diversão, e falavam sobre coisas mundanas e foliávamos sobre assuntos triviais.
Em um determinado momento, Steve e eu fomos até o balcão. Não me lembro exatamente o porquê, mas tinha algo a ver com uma aposta com Sam, e nos vimos obrigados a tomar três shots. Enquanto esperávamos na fila, uma garota morena começou a paquerar Steve, e não pude evitar sentir meu sangue ferver de ciúme. Mas é claro, eu não demonstraria. Enfim enlacei o braço no seu, e ao dar uma boa olhada para mim, a garota se afastou. Não exibi meu triunfo.
— Isso foi ciúme? — ele perguntou, sorrindo.
— Hã? Não! Óbvio que não. Ela era bonita! Quer que eu a chame aqui de volta? — eu sabia mentir bem, mesmo bêbada, sabia esconder todos os meus sentimentos e mostrar-me apática. Isso pareceu chateá-lo, e me arrependi instintivamente. Será que devia ter confirmado o ciúme?
— Podemos dormir com outras pessoas, então? — a pergunta me pegou de surpresa, e uma série de sentimentos ameaçava aflorar de mim.
— Por que a pergunta? Vai dormir com ela? Não achei que você fosse do tipo casual.
— Não sou. Só estou perguntando, para caso eu queira ser.
— Não quero ser nenhum empecilho no seu caminho. — cuspi, com dureza. Ele estava com um semblante sério, e um pouco desapontado.
— Nem eu no seu. — ele virou os shots de uma vez, e afastou-se.
Terminei de engolir o terceiro, quase colocando tudo para fora, e segui-o. Ele parou na varanda de trás, onde apenas alguns casais proseavam e algumas pessoas “passavam mal”. Tirei um cigarro e acendi-o. Steve incomodava-se com o cheiro, mas eu não ligava agora.
— Você quer dormir com outras pessoas? — ele finalmente perguntou.
— Eu não disse isso. Somos crescidos e não vivemos no mundo deles, — apontei em volta — não temos tempo pra namorico. Somos o que somos. Não sinto necessidade em estar com outras pessoas, e nem de rotular e estragar o que temos.
— Desculpe, isso é meio atualizado demais pra mim. — ele deu uma pausa, e fitou-me fixamente para continuar. — Gosto de você, gosto muito. Nunca senti algo assim e... Não quero perdê-la.
— Não vai. — segurei suas mãos, descartando o cigarro e desviando toda minha atenção para ele. — Prometo que não.
Ele beijou minha testa carinhosamente, me puxando para um enlaço apertado.
— Posso perguntar uma coisa? — ele fez que sim com a cabeça. — Eu fui sua primeira?
Suas bochechas ficaram rosadas, e ele gaguejou um tanto pra responder. Mas então, finalmente, assentiu.
— Ai meu Deus! — cobri minha boca com as mãos, sorrindo de orelha a orelha.
— Para com isso! — ele protestou, ruborizando ainda mais. — Por que a pergunta, é tão ruim assim?
— Não. De forma alguma. Na verdade... Não fosse eu te conhecer muito bem e conhecer seu jeitinho, diria que você é bastante experiente.
— Mesmo? — ele abriu um sorriso torto, convencido. Dei um leve soco em seu ombro.
— Vamos sair daqui, vem.
Quando voltamos para a mesa, encontramos Sam e Maria aos amassos, e tentamos disfarçar e ir embora, mas eles já tinham nos visto. Caímos na gargalhada, e voltamos para a pousada como se nada tivesse acontecido.
Pov Steve
Na manhã seguinte, nos despedimos de Hill ao adentrar na nave. Sam era o mais apto a pilotar, e Natasha e eu nos acomodamos nos outros assentos. A vista lá de cima era linda, mas nem se comparava a beleza exuberante de Wakanda...


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Notas finais do capítulo

COMENTEM! ps: no próximo vou descrever a ida deles a Wakanda, alguma sugestão?