Agent Foster escrita por Lady Mataresio


Capítulo 6
Chapter 5 — Bleed The Same


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu sei que demorei. Ai que vergonha de mim, meu pai amado.
MAS EU VOLTEI! Confesso que passei maus bocados. Um caso de câncer na minha família, algumas intrigas entre colegas de escola e vários deveres que antes não estavam presentes na minha vida roubaram bastante tempo.
MAS CÁ ESTOU, E NÃO PRETENDO PARAR DE POSTAR DE NOVO.
A série Quântico está me inspirando bastante em relação à fanfiction, pois eu sempre quis focar nos mistérios, crimes e traições - e essa série está me mostrando várias maneiras de mostrar isso de uma forma original.
Bom, espero que gostem do que lerão a seguir. Nos vemos lá embaixo?



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Chapter 5 — Bleed The Same

 

Ela sabia que eles sangravam o mesmo?

 

 

 — Elektra?

 

As mãos trêmulas da mulher o abraçaram por mais alguns segundos, antes que ela separasse seu rosto do ombro do homem. Os olhos da garota se encontraram com os dele, e ele levou uma de suas mãos até o rosto dela. Conforme deslizava o polegar direito por seu rosto, Matt sentia arranhões e feridas na pele de Elektra; a textura áspera de sua face indicava que ela estava suja, e quando passou seu dedo abaixo dos olhos da moça, sentiu suas profundas olheiras. Ela estava acabada.

Mas... como ainda estava viva?

— Matt... — a voz dela saiu como um sussurro. Os olhos dela queriam lacrimejar, mas ela se conteve. — Por favor, eu... eu posso te explicar tudo o que sei, mas me leva 'pra casa. Por favor...

Ele a abraçou com força contra seu corpo por mais alguns segundos, em seguida a ajudando a se enrolar no pano azul que cobria seu corpo.

*

A água quente escorria por suas costas, lhe dando uma sensação de bem-estar. Elektra Natchios sentia a sujeira deixar seu corpo — ao mesmo tempo em que sentia o cansaço a abater. Depois de tudo o que passara nas últimas semanas, ela precisava descansar. E ela sabia que, com Murdock ao seu lado, estava segura. Desligou o chuveiro e se enrolou na toalha vermelha que Matt havia deixado para ela no banheiro, enquanto prendia o cabelo em um rabo de cavalo. Sua mente se ocupava com formas de contar para o Demônio de Hell's Kitchen tudo o que havia ocorrido... desde o dia em que ela havia morrido. Riu com a ironia de seus pensamentos.

O trajeto que ambos fizeram até que chegassem no apartamento de Matt havia sido silencioso. Eles entraram em um táxi e, durante todo o trajeto, a única coisa que ele fez foi deitá-la em seu ombro enquanto afagava seus cabelos. Quando chegaram, ele logo a conduziu para o chuveiro e implorou que ela levasse o tempo que fosse preciso para relaxar. Mas ela sabia que ele estava louco por respostas.

Respostas que nem mesmo ela sabia direito.

Quando saiu do banheiro, Elektra o viu. Sentado na cama e de frente para ela, brincando com um tecido vermelho nas mãos, estava Matt Murdock. Ele sequer moveu a cabeça em sua direção — mas ela, no entanto, não conseguia parar de passear os olhos por ele. O peitoral estava de fora, a camisa azul jogada no chão, e ela podia ver cicatrizes que não estavam ali da última vez em que estiveram juntos.

— Isso era seu. — ele falou de repente, a surpreendendo. Matt se referia ao pano vermelho em suas mãos, o que a mulher logo reconheceu ser a máscara que fazia parte do seu traje. — É algo que tem me acompanhado todos os dias.

— Matt...

— Como você pode ainda estar viva? — ele levantou a cabeça, e ela conseguiu ver traços de confusão pelo rosto do homem. Os olhos dele lacrimejavam levemente. — Quero dizer... Você simplesmente chegou na minha cidade há alguns meses e virou a minha vida de cabeça para baixo. —ele se levantou e começou a gesticular, com raiva. — Você fodeu a minha vida, minha carreira e minhas amizades. Mas sabe, eu nunca me importei... Não me importei pois eu tinha você! Aí, de repente, você morreu. Você morreu Elektra, morreu nos meus braços! Como... como você pode ainda estar aqui?

A Natchios não sabia ao certo o que dizer. Matt Murdock tinha o poder de lhe roubar as palavras de forma que ninguém mais conseguia fazer. Um pouco receosa, ela caminhou até ele e se sentou na cama, logo vendo ele se sentar ao seu lado.

— Eu senti a vida sair do meu corpo naquela noite, Matthew. — Elektra falou, se lembrando da noite em que, ao lutarem contra um clã ninja, ela morreu para que Matt pudesse viver. — Eu juro para você.

— Então como...

— Só me escuta! — a morena disse, o fazendo se calar. — Você nunca escuta. — após alguns segundos de silêncio, ela continuou. — Há dois dias, eu acordei em um lugar estranho que eu ainda não sei onde é. Eu estava coberta por um lençol branco, assim como... mais uns seis corpos ao meu lado. Alguns estavam acordando, outros ainda não. Correntes estavam nos prendendo a uma maca de hospital e... — sua voz tremeu. — Alguns homens entraram lá. E torturaram a todos nós, um por um.

Enquanto ela contava a história, Murdock ouvia atentamente cada detalhe. Podia sentir a agonia em seu tom de voz e a forma como seu coração batia, lento e triste. Ela havia sofrido muito desde a infância, e essa era só mais uma das vezes que alguém lhe torturava a alma. Assim como ele, ela sempre esteve em um mar de maus bocados.

Ela sabia que eles sangravam o mesmo?

— Eu corri o mais rápido que os meus pulmões permitiram. — ela contava sobre o dia em que havia escapado. — Caminhei por horas, nua e suja, até encontrar o posto policial de Hell's Kitchen. Eu só conseguia chamar o seu nome.

A Natchios olhou no fundo dos olhos dele e suspirou.

— Você já conhece o resto da história.

Após a finalização dela, ele não sabia o que dizer. O som do silêncio se instalou por longos segundos, enquanto ele entrelaçava seus dedos nos dela. Quando Elektra o fitou, Matt não hesitou em encaixar sua mão na nuca da garota e puxá-la para um beijo, o qual ela não negou.

Seus lábios se tocaram de forma lenta, suave e melódica. A mão que antes estava entrelaçada com a dela, agora a puxava de forma calma, pela cintura, para mais perto dele. As mãos dela acariciavam o rosto dele devagar enquanto uma garoa começava a cair do lado de fora, as gotas de água batendo contra a janela.

 

***

 

Dois dias depois | Queens | Boate "Berlin"

 

A batida fervorosa da música invadia os ouvidos de cada um deles. Era difícil escutar as pessoas falando, assim como era difícil caminhar entre os vários casais dançando e se beijando na pista de dança. Quando finalmente encontrou um lugar perto do balcão de bebidas, o homem pôde se comunicar com quem o esperava.

 

— Foster, câmbio. — falou o agente Carl em seu comunicador, enquanto fitava um grupo que estava sentado não muito longe dele. — Seth e seu grupo estão no balcão de bebidas. Seguimos com o plano?

 

— Sim. — Foster respondeu, enquanto caminhava entre as pessoas. A agente Tatia a acompanhava pela multidão, enquanto Nathaniel se encontrava perto do balcão de bebidas e Maikon vigiava a entrada (do lado de dentro). Amethyst se encontrava fora da boate, em uma van na esquina mais próxima, comandando as câmeras de segurança do local. — Fiquem em...

 

Foster. — Victória ouviu a voz de Amethyst no comunicador. — Nós temos um... imprevisto.

 

O que isso significa? — Maikon questionou.

 

A agente Moira está aqui e bem perto de você, Nathan. — Amethyst disse. Nathaniel, do local onde estava, olhou para os lados até encontrar a loira, que dançava na pista de dança. Ao vê-lo, ela sorriu e acenou. — O agente Coulson a mandou para espionar e ajudar.

— Mudança de planos. — Foster disse, caminhando até chegar ao lado de Nathaniel. — Maikon, fique de olho na porta e nos avise caso algum imprevisto ocorra. Amethyst, você segue o plano. Tatia, encontre Moira e chamem a atenção de Ian e Jacob. O Seth é meu.

— E quanto a mim? — Nathan questionou a companheira quando ela tirou a mão do comunicador discretamente. "O sorriso dele é encantador até no escuro", Foster pensou.

— Você pode dar um jeito na garota. — Victória apontou com a cabeça para Natalie, fazendo Nathan encarar a inimiga por alguns segundos. — Tenho certeza que você é ótimo para essa função.

Nathaniel Benson encarou Victória Foster com um sorriso maroto e selvagem.

— Geminiana, gosta dos morenos. Eu dou conta. — o rapaz piscou, sorrindo e se levantando. — Mas você vai ficar me devendo mais um treino por me fazer usar essa camiseta ridícula. — concluiu ele, se referindo a camiseta com a mesma caveira que o Justiceiro vestia. A equipe havia combinado de que Nathan a trajasse para "causar boa impressão", mas ele fazia questão de deixar a jaqueta fechada. Foster riu.

— Bom, agora eu vou fazer o meu trabalho. — ela se levantou e ajeitou a jaqueta de couro marrom que ele usava. — Boa sorte.

Saindo, a morena retirou a jaqueta preta que usava — a jogando em cima de Nathaniel e rindo — e, para deixar as coisas mais provocantes, desceu um pouco mais o decote da blusa laranja-escura de renda que vestia, deixando assim o topo do sutiã preto à mostra. Bagunçou os cabelos e, com seu sorriso mais confiante, entrou no meio das pessoas que dançavam e encontrou Tatia e Moira. As três cruzaram seus olhares confiantes e fitaram os inimigos, no balcão de bebidas em frente a elas.

Ela teria sua vingança, e iria usufruir de todos os recursos que estivessem ao seu favor.

***

— O que você continua fazendo aqui, Karen?

A loira, que estava com a cabeça deitada sobre jornais e seu notebook, levantou-se assustada. Fitou o chefe Mitchell Ellison por alguns segundos, até sua consciência ter total noção de onde estava e o que estava fazendo ali.

— Tentando terminar essa matéria, senhor Ellison. — suspirou ela, mexendo nos fios loiros e apontando para o computador com a cabeça. — Ela é para amanhã. Ou melhor, para hoje. — ela concluiu ao olhar o relógio, que já passava de duas horas da manhã.

Desde que começara a trabalhar no Boletim de New York, a vida de Karen Page havia mudado consideravelmente. Não que não gostasse do trabalho que exercia — pelo contrário —, mas o lugar dela não parecia ser ali. Nenhum lugar, desde a advocacia Nelson&Murdock, parecia ser o dela.

E, após descobrir a verdadeira identidade do herói "Demolidor", as coisas estavam ainda mais difíceis.

— Olha, eu realmente não sei o que vem te preocupando nas últimas semanas. Mas você está está estranha desde a manhã de Natal. — Mitchell tinha um copo de whisky nas mãos. Ele se sentou em uma mesa, de frente para Page. — Onde está aquela garrafa de whisky que eu te dei, mocinha?

— Bem guardada. — ela tentou sorrir. — Somente para emergências emocionais e criativas.

— Prometo te dar mais uma quando essa acabar. — ele riu, mas ficou sério em seguida. — O que te aflige, Karen?

— Não é nada. — ela respondeu finalmente, depois de um longo suspiro em meio ao silêncio. — Eu só quero terminar essa matéria logo.

— Bom, me chame quando quiser conversar. — ele saiu e parou na porta de entrada, levantando o copo de whisky. — Boa noite.

 

***

— Ok campeão, você venceu. — Natalie sorriu para Ian, levantando as mãos em rendição. Havia um chiclete de morango em sua boca. — Eu estou sim saindo com o Richie.

Seth e Jacob riram, brindando com seus copos de bebida, mas Ian não parecia tão alegre com a situação — e Seth sabia bem o motivo.

— Mas ei, 'bora mudar de assunto? — o Gibson falou, piscando para o amigo Ian. Seth apontou para a pista de dança com a cabeça, com um sorriso malandro no rosto. — Vamos ver se conseguimos alguém para te tirar da carência, Jacob.

— Qual é, cara. — o sorriso de Jacob sumiu de seu rosto. — Só fazem algumas semanas desde a última vez em que viemos para cá. Quero dar um tempo. — seus amigos o olharam confusos, até que ele começou a rir. — Vocês caíram mesmo nessa? Inocentes.

— Nunca mais faça isso de novo, seu filho da mãe! — Ian riu, olhando a pista de dança em seguida.

Uma música de Dua Lipa começava tocava no local, e várias garotas dançavam ao ritmo da batida que começava. Um trio mais próximo do lugar onde estavam chamou a atenção de Ian, que ficou apreensivo. Mas afinal, se Natalie podia estar com outros ao invés de dar um pingo de atenção para ele, ele não deveria fazer o mesmo?

— Ei. — o hacker apontou para as meninas na pista com a cabeça, chamando a atenção de seu grupo enquanto abria um sorriso safado. — Acho que achei as companhias perfeitas pra essa noite.

O olhar de Seth encontrou as garotas mencionadas por seu amigo, sorrindo maroto ao reparar nas curvas de cada uma. A primeira era de aparência quase latina, a pele morena e os longos cabelos negros brilhando em meio as luzes da pista de dança; a segunda, loira de pele branca, dançava ao lado das amigas com certa sensualidade e carisma, os lábios vermelhos se destacando quando as luzes piscavam. Mas a terceira? Ah, ela roubou o sorriso de Gibson no primeiro olhar.

Era uma das morenas mais lindas que ele já havia visto. E se o rapaz tinha uma queda por algum tipo de mulher, era pelas morenas.

— Eles já nos notaram. — Moira falou, fazendo o sorriso de Foster aumentar.

Como se ela não tivesse sentindo o olhar de Seth Gibson queimando seu corpo.

— Distraiam os outros. O Seth é meu.

Meninas, é melhor agirem rápido. — Amethyst falou, pelo comunicador. — Temos problemas.

Tipo qual? — Nathan questionou preocupado.

Frank Castle 'tá vindo pra cá. Está na esquina com a avenida principal. — Ames dizia.

Avisarei quando ele entrar. — Mike se prontificou.

Vou ficar à postos. — Carl falou.

Sabendo que deveriam ser diretas, as meninas focaram em seu único objetivo: chamar a atenção dos rapazes. As três dançavam juntas, seus quadris mexendo com a batida da música e falsos sorrisos de diversão estampados em seus rostos.

Já encantados, os rapazes tomaram mais um copo de whisky enquanto trocavam longos olhares com o trio de dançarinas na pista. Natalie apenas riu da situação e voltou a se concentrar em seu copo de bebida — em um segundo, os amigos estavam ali. No outro, estavam em pés e caminhando até as garotas na pista de dança. Ela revirou os olhos com diversão, até perceber o rapaz que se aproximava de sua mesa.

— Com licença. — ele questionou. Sua barba era bem definida e seus olhos eram intensamente belos. — Tem alguém ocupando esse lugar? — ele apontou para o banco ao lado dela.

Após pensar por alguns segundos, ela logo deu uma resposta para o homem.

— Não. — ela sorriu, dando um gole em seu copo de whisky. — Fique à vontade para se sentar.

Sorrindo, ele estendeu a mão para ela.

— Samuel Ange. — mentiu ele.

— Natalie Gallagher. — ela apertou a mão de "Samuel" com um meio sorriso. Não que ela confiasse facilmente nas pessoas, mas talvez ele fosse uma boa distração enquanto seus amigos se divertiam.

Os rapazes já estavam próximos da multidão na pista quando as garotas começaram a seguir a próxima parte do plano. Moira e Tatia caminharam, respectivamente, na direção de Jacob e de Ian, os distraindo com sorrisos e chamando sua atenção para um dos balcões de bebidas — as garotas não demoraram para subir no balcão e continuar dançando, agora na companhia de garrafas de álcool, apenas para que Foster conseguisse distrair Seth Gibson.

Foster mordeu o lábio quando viu Seth se aproximando, continuando a dançar até sentir as mãos dele tocarem sua cintura. Ela sentiu repulsa em ser tocada pelo assassino da mulher que considerava uma mãe, mas precisava manter a postura e os falsos sorrisos. Ela sabia brincar com sua personalidade melhor do que qualquer outro, mas ela sentiu seu investimento ser jogado fora quando ouviu gritos no meio da boate. A pequena porta estava aberta e várias pessoas corriam, mas apenas uma coisa importava.

O agente Maikon Garcia estava jogado no chão, enquanto um homem grande e alto andava com raiva na direção da pista de dança.

É o Justiceiro! — Maikon falou em seu comunicador, arfando. — Frank Castle está aqui.


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Notas finais do capítulo

Bom, parece que as coisas estarão bem quentes no próximo capítulo.
Mas afinal, como Frank Castle sabia que Maikon era alguém que deveria ser atingido? Ele sabe que a S.H.I.E.L.D. está ali? Se sim, como? A equipe da Foster vai sair dessa sem perdas?
Deixo essas perguntas para a sua meditação durante a semana. E, na próxima quarta, teremos as respostas delas XD
Vejo vocês nos comentários?



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