Agent Foster escrita por Lady Mataresio


Capítulo 3
Chapter 2 — Law And Justice


Notas iniciais do capítulo

Hey-yoo pessoal! Como vão?
Antes de mais nada, quero agradecer por todos os comentários, visualizações, favoritos e acompanhamentos ♥ Obrigada pelo feedback pessoal, de verdade! E bom, senti falta de uns leitores aí hein? Não mordo, podem comentar u.u Estarei respondendo todos os reviews até domingo.
E bom, o capítulo dessa sexta-feira é para vocês, que querem saber um pouquinho mais sobre o outro lado da história - afinal, já conhecemos a Foster, mas ainda temos que conhecer Seth Gibson não é mesmo?
Boa leitura, pessoal!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/694879/chapter/3

Chapter 2 — Law And Justice

Você quer a lei, mas não quer que o mundo mude.

 Seus olhos pesavam e seus passos eram lentos, alguns gemidos escapando de seus lábios conforme andava até a porta de seu apartamento. Quando entrou e fechou a porta, suspirou de forma aliviada — o que o fez sentir uma forte pontada de dor nas costas. Droga, ele pensou. Caminhou devagar até o banheiro e se fitou no espelho: seus cabelos castanhos, quase na altura dos ombros, estavam molhados graças a chuva forte que caía do lado de fora. O corte em sua testa não era tão grave quanto ele pensava que fosse, no entanto, ainda ardia.

As consequências do trabalho, Seth Gibson pensou.

O homem abriu a torneira e lavou as mãos sujas de sangue, em seguida jogando água fria no rosto e piscando lentamente algumas vezes. Preciso de uma ducha, pensou o rapaz. Despiu-se e ligou o chuveiro, soltando um alto resmungo de dor quando a água morna atingiu suas costas — o corte que ele havia ganhado no local certamente estava inflamado. Ao final do banho, enrolou a toalha branca na cintura e foi até a sala, pegando o controle da televisão e a ligando. Em seguida, pegou as correspondências e fitou uma a uma.

— Conta de luz atrasada... — começou Seth, falando consigo mesmo. — Conta de água atrasada... — ele então fitou a carta a qual mais lhe interessava. — Pagamento da Playboy efetuado com sucesso.

Sorriu com dificuldade e foi novamente até o banheiro, abrindo o armário para pegar uma caixa de primeiros socorros e outros remédios. Deixou os remédios na mesa da cozinha, que era separada da sala apenas por um pequeno balcão americano, e foi vestir-se no quarto — ficando, porém, sem camisa. Andou até a sala enquanto secava os cabelos com a toalha, sentindo dores por todo o corpo — mas, antes de sentar-se na cadeira em frente a mesa, fitou o noticiário na televisão.

— Há poucos minutos, acompanhamos uma operação do governo americano por Nova Orleans. — começou o jornalista, o que fez o garoto se ajeitar para prestar atenção. — Uma agente especial da agência americana S.H.I.E.L.D., de nome Melinda May, desapareceu na área norte de Nova Orleans e, horas depois, foi encontrada morta em um antigo e abandonado edifício. A agente contribuiu fortemente com o país e lamentamos pela grandiosa perda de nosso país.

O homem desligou a televisão com raiva e suspirou.

— Droga. — murmurou para si mesmo.

***

Chuva despencava dos céus, a água se misturando com o sangue que escorria dos vários ferimentos do herói. Seu pulmão subia e descia lentamente, enquanto seu oponente se levantava ofegante. Caminhou até o herói e deu um meio sorriso ao ver que ele estava incapacitado de reagir, abaixando até a altura dele com um pouco de dificuldade.

— Você sempre foi o mais cabeça-dura, não é Castle? — o Demolidor falou, seu tom mais baixo do que o normal se tornando um sussurro. — Você precisava fazer tudo isso? Por tão pouco?

— Você entrou no meu caminho. — o Justiceiro apontou o dedo no rosto de Matt. — Entrou novamente no meu caminho, na minha forma de fazer justiça!

— Nem todas as leis foram feitas para serem quebradas. — sibilou Murdock.

— Não me fale de lei! — gritou Frank Castle. — Você quer a lei... Mas não quer que o mundo mude. Eu quero mudança, e a verdadeira justiça é a que eu sigo. Não se intrometa novamente.

Finalizando, Frank deu um soco no rosto de Matt Murdock, o demônio de Hell's Kitchen, o qual perdeu a consciência e atingiu o rosto no chão gelado. O Justiceiro sabia que o Demolidor continuava vivo — e que, como todas as vezes, uma ajuda milagrosa surgiria. Sempre que decidia passar uma temporada em Hell's Kitchen, acabava cruzando com Murdock. Na maioria das vezes, a luta acabava empatada — mas, dessa vez, Castle finalmente havia dado uma lição no demônio de Hell's Kitchen. Não que ele estivesse intacto.

Fechou sua jaqueta, escondendo a caveira em sua blusa, caminhando devagar enquanto saía do beco onde estava. Antes de ir para a luz, se virou para fitar Matt novamente, que recobrava a consciência aos poucos e tentava se erguer. Castle virou as costas e puxou seu capuz, seu rosto machucado agora escondido nas sombras.

Colocas as mãos nos bolsos e começou a caminhar pelas ruas da cidade. Nem sempre gostava de chuva, mas ela já não o incomodava mais. Várias coisas estavam em sua mente, desde memórias de um passado sombrio até possibilidades para um futuro mais do que incerto — no entanto, um pensamento frequente nas últimas semanas novamente lhe incomodou.

Estava na hora de deixar Hell's Kitchen e voltar para casa. Podia ser o homem mais insensível e duro que conhecia, mas havia pessoas pelas quais ele ainda podia lutar — pessoas com quais ele ainda se importava.

Desde quando iniciara sua "carreira" em confronto com Murdock, sentia falta de onde passara todos os anos desde a morte de seus entes queridos: o Queens. Lá, Frank Castle se estabeleceu e, de forma surpreendente, criou laços. E já fazia um bom tempo desde que ele e seus discípulos treinaram pela última vez. Parou no primeiro telefone público que encontrou no caminho, discando um número que sabia de cor e torcendo para que alguém atendesse.

Alô? — o Justiceiro ouviu a voz de quem esperava ouvir, um pouco mais cansada do que o normal.

— Seth, ei. — falou ao telefone.

Frank! — o rapaz do outro lado da linha falou, um pouco mais animado. Em seguida, soltou um resmungo de dor, e Castle deduziu que ele havia se metido em encrencas novamente. — Está tudo bem? Você não deu notícias nos últimos dias.

— Só reúna o pessoal, garoto. — falou e pausou. Continuou mais animado em seguida. — Estou voltando para o Queens.

***

A noite em Nova Orleans já estava mais escura quando Seth Gibson decidiu fazer sua última parada na cidade — mesmo com o corpo quase repleto de hematomas, precisava se despedir dignamente da cidade onde passara bons meses. E o último lugar por onde queria passar estava bem a sua frente: o Grill do Bill. Empurrou a porta de vidro e entrou, olhando ao redor.

O lugar era meio escuro por causa da madeira escolhida para revestir as paredes do Grill, e o lugar estava parcialmente cheio: alguns amigos jogavam sinuca em um canto mais distante do lugar e poucos casais estavam em seu primeiro encontro — mal eles sabiam que a comida do lugar era ruim.

Caminhou até o bar e sentou em um banco, onde foi rapidamente atendido por Beth, uma senhora já na casa dos cinquenta anos e uma mulher tão doce quanto um pedaço de limão.

— Vai querer o quê, seu pentelho? — lhe perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

— Boa noite para você também, mal educada. — sorriu. — Me traga um como de uísque, por favor.

— Saiba que eu vou cuspir no seu copo. — a velha piscou para o moreno.

— Imaginei.

Os jovens se divertiam na mesa de sinuca, falando sobre antigos assuntos da época de infância, os casais permaneciam em suas bolhas de romance e a noite tinha tudo para ser bem pacífica. Seth já estava em seu terceiro copo quando a porta do Grill foi aberta com um estrondo. Tudo indicava que isso não acabaria bem.

— Gibson! — um grito masculino silenciou todo o lugar. Ele usava uma blusa social branca, desabotoada na parte de cima e uma calça jeans azulada.

— Beth, esse cara é grande? — Seth perguntou sem olhar para trás.

— Muito. — ela respondeu com um pouco de medo. — Ele é uma montanha.

— Então me traz uma garrafa de cerveja, por favor. — Gibson deu um sorriso maroto.

— Gibson! — o homem bradou, espumando pelo canto da boca. — Você dormiu com a mulher e agora vai pagar caro por isso!

— Mentira! — o rapaz gritou de volta, após se levantar e encarar o homem. — Ontem eu passei a noite com uma loira sensacional que sabia muito bem o que estava fazendo. E como sabia... — sorriu malicioso.

— Então, seu filho da puta, essa é a minha mulher!

— Sério? Desculpa aí. — Seth sorriu meio sem graça.

O homem estava louco de raiva e, como Beth havia informado, ele realmente era muito grande, mas nada que uma velha garrafa de cerveja não resolvesse. A mulher trouxe a garrafa e a deixou parada ao lado de Seth. Ela já sabia o que estava para acontecer, então foi até o telefone — na intenção de ligar para o seguro do Grill e avisar que alguns móveis seriam quebrados.

— Eu vou quebrar o seu pescoço! — o homem esbravejou.

— Ei, grandão, nós podemos resolver isso de outro jeito. — retrucou Gibson.

— E qual seria?

— Bem, quem quebra o seu pescoço sou eu. — piscou e atirou a garrafa na direção do homem, acertando o seu rosto. — Meu Deus, eu sou a Katniss!

— Vai pagar caro por isso, seu pirralho! — o homem gritou e pegou Seth pelo colarinho da camisa, o jogando contra uma mesa de madeira que quebrou.

As pessoas no local gritavam e corriam para o lado de fora, enquanto o grande e bruto homem caminhava até Gibson. O mesmo levantava com dificuldade, sentindo o ferimento em suas costas voltar a sangrar. Se colocou de pé e deu um sorriso desajeitado.

— Só sabe fazer isso, grandão? — questionou com ironia, indo na direção dele e desferindo um pesado soco em seu rosto. Antes que pudesse se recuperar, Seth deu uma joelhada em seu estômago e o jogou contra o balcão do bar, o fazendo bater a cabeça e perder a consciência. Fitou Beth, que encarava a cena assustada, e riu fraco. Tirou dinheiro do bolso da jaqueta marrom e deu para a velha. — Fique tranquila, não vou causar encrencas aqui por um bom tempo.

***

Dois dias depois.

Havia certa ansiedade em cada um que se encontrava naquele enorme porão. Muitos meses tinham se passado desde a última vez em que os quatro discípulos de Frank Castle se reuniam com seu treinador. Cada um dos quatro ali, mesmo tendo características diferentes, eram unidos como uma verdadeira família.

Jacob Tuck era o primeiro deles — o primeiro a ser encontrado e se unir com o Justiceiro. Seus cabelos negros e curtos, sua pele bronzeada e seus olhos esverdeados chamavam a atenção em sua aparência, contrastando com seus traços bem desenhados. Entretanto, sua maior habilidade não tinha nenhum tipo de relação com sua aparência; afinal, não era preciso ser bonito para manejar bem armas de longo alcance e o arco e flecha.

Em seguida, vinha a única mulher da equipe — Natalie Gallagher, porém, era considerada a mais corajosa entre todos os valentões do time. Seus traços eram suaves e sua voz tinha um tom bonito que chegava a ser persuasivo; seus cabelos castanhos começavam escuros e iam se tornando mais claros nas pontas, e sua íris tinha um tom verde claro. Sua maior característica, no entanto, era o combate corpo-a-corpo e as armas brancas.

O próximo era Ian Richards — sua pele era a mais pálida entre os outros da equipe, seus olhos eram castanhos com um leve tom azulado e seus traços eram serenos, os cabelos possuindo um tom não muito escuro de castanho. Diferente dos demais, Ian não era rico em dons corporais de batalha; mas sua especialidade era, nada mais, nada menos, que a área tática e tecnológica, afinal, toda equipe sempre precisa de um hacker.

E por fim, vinha o carismático — facilmente substituível por sarcástico — Seth Gibson. Seus olhos cor-de-mel com um forte tom esverdeado eram intensos e sua pele era bronzeada. Suas habilidades abrangiam um pouco de tudo, armas, combate corpo-a-corpo e inteligência (por mais que não confiasse muito em máquinas).

Cada um dos quatro se encontravam ali, sentados em volta da mesa redonda de madeira no porão. Por mais que conversassem de forma animada, Seth estava incomodado e inquieto na cadeira — o corte em suas costas ainda não estava totalmente recuperado, e sua mente se tornou sombria ao se lembrar de como havia ganhado aquele ferimento. Ele não gostava daquilo, mas precisava da grana que recebera por completar sua missão.

O sensor no computador de Ian apitou e todos se ajeitaram, sabendo o que aquilo indicava. Permaneceram em silêncio enquanto escutavam barulhos de passos no andar de cima — acima do porão, se encontrava a lanchonete dirigida por uma velha senhora amiga da equipe, que os deixava ficar ali. E o único além deles que tinha a chave, era seu mestre. Todos se colocaram em pés quando ouviram passos na escadaria, vendo Frank Castle surgir das sombras. Uns fitaram os outros com seriedade e, subitamente, Castle sorriu.

— Qual é. — começou. — Isso é uma reunião? Pensei que hoje fosse o sábado da pizza.

Todos sorriram de volta e foram na direção do líder. Natalie foi a mais rápida, chegando primeiro até o mestre e ganhando um abraço apertado de Frank. Jacob e Ian cumprimentaram o líder com um abraço rápido e alguns tapinhas nos ombros, e então Seth e Frank se viram frente a frente. Com um sorriso, ambos se abraçaram animadamente e em seguida apertaram as mãos. Castle era humano ao lado daqueles com que se importava. Com seus discípulos, seus amigos. Seus filhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Deixe um comentário se gostou!
Vejo vocês nos comentários!
Até sexta-feira que vem, e obrigada pela leitura!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Agent Foster" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.