Agent Foster escrita por Lady Mataresio


Capítulo 2
Chapter 1 — The Moon Cries Tonight


Notas iniciais do capítulo

Hey-yoo, meus amores! Como vão?
Por aqui as coisas andam bem mal, já que eu amaria poder cortar o dia 12 de Junho fora do calendário. MAS VOCÊS SÃO UNS LINDOS MESMO! Agradeço muito por todo o feedback gente: 8 comentários, 14 acompanhamentos e 319 visualizações em apenas um prólogo me deixaram realmente contente. Obrigada galera, de verdade! Amo vocês S2 Por isso, decidi postar um dia antes haha E fantasminhas, não tenham medo de comentar, não mordo hahahah
Vamos ao capítulo 1, então? Espero que gostem, e boa leitura!



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Chapter 1 — The Moon Cries Tonight

Naquela momento, ela entendeu o motivo da noite estar tão escura: a lua havia se retirado para chorar a perda de um anjo.

 

Muitos meses antes.

— Continuem com a busca aérea, eu e Coulson continuamos na busca térrea.

— Compreendido, Agente Foster. — um dos co-pilotos respondeu do comunicador.

A agente logo retirou a mão do ouvido e se virou, encarando sua equipe de busca: diversos agentes com suas roupas pretas de combate, usando capacetes e segurando suas armas. Na liderança deles estava o agente Maikon Garcia, sem capacete, com os seus cabelos loiros sendo atingidos pelas fracas gotas de chuva. Ele e a agente Foster se fitaram e ela logo começou.

— Maikon, leve metade dos agentes para o sul. Eu e os outros vamos para o norte. — a morena disse, seus cabelos ficando levemente molhados com a garoa.

— Entendido. — o Garcia se segurou para não se referir a ela como maninha. Mesmo que fossem irmãos, Coulson exigia profissionalismo até mesmo nas missões mais críticas. Maikon colocou o capacete e sacou sua pistola, fazendo sinal para que uma parte dos agentes o seguissem.

A mulher esperou o homem se retirar para colocar seu capacete também — ela odiava aquele capacete —, todos ali seguindo para o norte.

Por mais que não soubesse admitir, as mãos da agente estavam trêmulas ao segurar a pistola; podia ter muros indestrutíveis dentro de si, mas seu coração disparava a cada passo dado pelas ruas sombrias de Nova Orleans. Não havia lua no céu, e apenas os postes de luz iluminavam aquela área isolada da cidade. Victória Foster não podia negar a gravidade da situação em que se via.

Há poucas horas, uma ligação havia tido o poder de parar toda a S.H.I.E.L.D. e chocar cada agente, desde o menor até o maior; uma chamada de urgência vinda da cavalaria, Melinda May. Mas ela era a cavalaria, a resistência da agência americana, e havia ligado para pedir socorro — o que só mostrava o quão crítica aquela situação era. A agente ainda podia se recordar da reação de Phillip Coulson ao ouvir a voz fraquejada e trêmula de Melinda, e de como ele havia movido céu e terra para que todos saíssem em busca dela.

No entanto, ela também não media esforços para tal.

Para Foster, Melinda May não era só a cavalaria ou uma agente renomada e habilidosa; ela era sua tutora, mentora e treinadora, fazendo o papel da mãe que ela nunca teve. May acolhera a ela e ao irmão quando eles mais precisaram; e, agora, a cavalaria estava desaparecida e totalmente em apuros em algum local de Nova Orleans. Victória trabalhava mentalmente nas hipóteses — ela pode estar inconsciente, ou podem tê-la capturado. Talvez ela tenha conseguido fugir ou eliminar sua ameaça, quem sabe já não estivesse em segurança... A agente pensava em todas as alternativas possíveis e até um pouco impossíveis da situação — exceto o pior.

Foster e sua equipe logo deram de cara com um pequeno edifício abandonado, mais uma das várias obras inacabadas do governo.

— Encontramos um local suspeito, vamos entrar. — ela falou no comunicador, entrando cautelosamente no lugar e sendo seguida por sua equipe.

Adentrando o galpão abandonado, a equipe se dividiu; vários pequenos grupos começaram a vasculhar o local, enquanto a mulher e outros agentes subiam uma escadaria que levava do térreo para o primeiro andar. Enquanto sua equipe observava de canto a canto a procura de rastros, Victória foi até o segundo lance de escadas e o subiu lentamente, repetindo o mesmo processo com mais dois lances de degraus. Ao chegar no terraço, analisou com o olhar todo o local, procurando sinais ou pistas... E encontrou, mergulhado na escuridão a sua frente, um corpo. Um corpo feminino.

— Não. — Foster sussurrou, tirando o capacete que tanto odiava e o lançando violentamente contra o chão áspero. Correu até o corpo e, quando o viu, travou. — Não.

A agente se abaixou chocada, puxando o corpo de Melinda May para seu colo enquanto sentava-se com ela no chão. Havia pouca luz no local, no entanto, a garota conseguia ver o peito de May subindo e descendo lentamente, além de vários cortes nos braços e um grave ferimento na altura do estômago — todos jorrando sangue, mostrando serem ferimentos recentes.

— Todos para a rua Cambridge, eu encontrei a Agente May, mandem reforços médicos. — Victória falava no comunicador, fitando o céu e vendo os helicópteros da S.H.I.E.L.D. se virando para a sua direção. — Repetindo: rua Cambri...

— Foster. — Melinda sussurrou, roubando a atenção da mulher. — Não.

Foster tirou a mão do comunicador, sabendo o que May queria lhe dizer: já era tarde demais.

— May, você não pode ir. — a voz de Victória era trêmula; sua mente já sabia o que estava prestes a acontecer. — Não pode me deixar aqui, sabe que eu e Mike não conseguimos sem você.

Todos os agentes da equipe da garota chegaram no terraço, enquanto a forte luz branca dos helicópteros focava na cena entre as duas mulheres. Presenciando a cena, um dos agentes deu passos a frente e retirou o capacete, revelando na verdade ser uma garota de longos cabelos loiros; Moira Lancaster era uma agente próxima de Maikon e de Victória, e sabia o quão doloroso aquilo seria para ambos.

— Não há nada a fazer. — Melinda respondeu e tossiu sangue em seguida, sentindo-se cada vez mais fraca. — Continuem, vocês são fortes mesmo sem mim. Afinal, é como você mesma diz...

Ao ponto em que se encontravam, Victória já chorava — lágrimas salgadas escorrendo por seu rosto enquanto se misturavam com a chuva, que engrossava cada vez mais.

— Lendas... Nunca morrem. — finalizou May, antes de sorrir e dar seu último suspiro.

E então, ela perdeu o brilho de seus olhos.

Um grito agonizado de dor e desespero escapou dos lábios da agente Foster e ecoou por aquela área de Nova Orleans; ela abraçava o corpo de sua mentora com força, sua face mostrando claramente a aflição que estava sentindo. Moira sentiu uma lágrima cair de seus olhos e soluçou, ligando seu comunicador.

— Aqui é a Agente Lancaster. — a loira falava fraco. — Melinda May acaba de falecer. Repetindo: Melinda May acaba de falecer.

Naquele momento, Foster entendeu o motivo da noite estar tão escura: a lua havia se retirado para chorar a perda de um anjo.

***

Uma fina garoa caía dos céus, o que obrigava os presentes ali a se protegerem com um guarda-chuva. Muitos já tinham partido, porém os mais abatidos continuavam ali, fitando o túmulo de Melinda May.

Guerreira, corajosa e consoladora, Foster leu mentalmente a escritura do túmulo dela. Sentia os braços de seu irmão lhe abraçando forte por trás, a cabeça dele apoiada em seu queixo enquanto ela segurava o guarda-chuva azul, porém nada parecia cessar sua dor. Quando fechava os olhos, podia se lembrar de cada cena do velório — duas grandes faixas da bandeira americana, onde Herói Caído estava escrito; toda a S.H.I.E.L.D. e Vingadores estavam presentes naquele momento, e até mesmo os oficiais do exército americano estavam ali para suas homenagens, mas nada disso adiantava agora — sua mentora, sua mãe estava morta e nada poderia mudar isso.

Ao lado dela e do irmão, Phillip Coulson segurava seu guarda-chuva amarelo desconsolado, perdido em sua solidão enquanto sentia amargura no peito: por mais que quase ninguém na S.H.I.E.L.D. soubesse, ele e Melinda estavam juntos há alguns meses — como um casal — e, agora, ele perdera a mulher que mais amara no mundo.

Mana. — Maikon sussurrou no ouvido da irmã, que se virou para fitar os olhos castanhos esverdeados dele. Os seus, em compensação, estavam inchados e cheios de lágrimas, seu rosto cansado e sua mente carregada de pensamentos ruins. Mike deu um beijo na testa de Foster e a abraçou por alguns minutos, se separando em seguida e dando um fraco meio sorriso. — Vamos embora, okay?

Ela assentiu e enxugou uma lágrima que escorria. Antes de irem, a agente caminhou até Coulson e o abraçou, sentindo toda a dor que o líder da agência americana carregava dentro de si.

— Vai pra casa, Phil. — a mulher falou.

— Vou ficar mais um pouco, prometo ir embora logo. — Phillip respondeu, o tom de sua voz fraquejando a cada palavra emitida. — Descanse um pouco.

Mesmo preocupada com o chefe, Victória assentiu e entrelaçou sues dedos com os do irmão, ambos caminhando juntos até o antigo e conservado Impala vermelho de Maikon. Entraram, se acomodaram e ele logo deu partida no carro. Foster ficou observando a fina garoa que se chocava contra a vidro, seus pensamentos focados no momento em que May morreu em seus braços; Lendas... Nunca morrem, tinham sido as últimas palavras dela, as quais não saíam da mente da garota.

— Mike. — chamou a mulher, vendo que o irmão a escutava atentamente sem tirar os olhos da estrada. — Acha que ela está em um lugar melhor agora?

— Sinceramente? — o Garcia falou. — Acho que May deve estar chutando a bunda de algum anjo.

Victória riu discretamente, pensando nas possibilidades.

— É, isso é bem a cara dela. — a garota concordou. — Estou sentindo falta dela.

— Todos estamos sentindo, minha linda. Todos. — o ar dele era nostálgico. Não tinha estabelecido uma relação profunda com Melinda como sua irmã havia feito, porém ele respeitava e admirava a cavalaria da S.H.I.E.L.D. Quando parou o Impala em um sinal vermelho, olhou para a irmã e segurou firme a mão dela. — Você não está sozinha, maninha.

— Sei disso. — ela sorriu para o irmão, acariciando a mão dele com o polegar durante alguns segundos antes que ele voltasse a dirigir.

Foster ficou pensando em como era grata por ter seu irmão; Victória Annelise Foster Garcia era a mais nova dos irmãos, enquanto Maikon Foster Garcia era o mais velho — ela com 23, e ele com 28 anos. Sempre tiveram uma relação complicada com o resto da família e tinham passado por diversas coisas juntos; e depois de tantas vezes em que sofreram para proteger o outro, ela sabia que, se permanecessem juntos, poderiam suportar qualquer coisa.

Afinal, eles já haviam passado por coisas muito piores.

Victória, acima de tudo, aprendera muitas coisas com Melinda May.

— Regra número 1. — Melinda dizia para Foster em seu primeiro treino da S.H.I.E.L.D. — Nunca, nunca desista em uma luta. Se estiver morrendo, levante-se e lute até estar morta de verdade, mas nunca clame por misericórdia. Verdadeiros soldados morrem pelo o que acreditam e não se rendem perante a morte.

Ela sorriu ao se lembrar das regras impostas pela mulher. Ela lutou pelo brasão da S.H.I.E.L.D. até a morte, pensou a morena.

— Regra número 2. — May estava deveras animada naquele dia. — Se sentir dor, se as circunstâncias não estiverem ao seu favor, continue mesmo assim. A dor pode ser forte, mas não dura para sempre. Nada dura para sempre.

Sorriu com seus pensamentos enquanto o irmão fazia uma curva.

— Regra número 3. — Melinda falava. Foster se recordou de como estava insegura naquele dia, afinal, tinha apenas 15 anos quando entrara para a agência secreta americana. — Se sentir medo, enfrente-o, não importa o que for. Se tiver otimismo e confiança, nada será maior que a sua capacidade de vencer.

Maikon fez mais uma curva.

— Regra número 4. — dizia a tutora de forma série. — Quando estiver em uma luta e um membro de sua equipe cair, seja ele qual for, faça o possível para salvá-lo. Se você conseguir, parabéns: um soldado foi recuperado. Se não conseguir, não meça esforços para honrá-lo.

— Essas são regras da S.H.I.E.L.D.? — Victória questionou com um ar curioso.

— Não. — Melinda respondeu, fazendo a garota levantar uma sobrancelha. — São conselhos pessoais, regras que devem ser seguidas caso queira ser uma pessoa justa. Sabe, Foster, eu vejo potencial em você; se seguir esses conselhos, pode ter certeza de que vai se tornar uma agente de motivo de grande orgulho. — ambas trocaram um meio sorriso. — Agora, vamos para a regra número 5.

A garota pensava no quanto May havia transformado sua vida, no entanto, concentrou-se na regra de número quatro. "Se não conseguir, não meça esforços para honrá-lo", era o que sua mentora lhe dissera — e, parando para pensar, ela estava morta e não fora honrada. Ninguém até então tinha encontrado um suspeito do crime, e não foram achadas marcas digitais ou outra evidência de um culpado nos exames médicos.

Se ajeitando no banco do carro, Foster tomou uma decisão pessoal: Melinda May era uma heroína, e o responsável por sua morte merecia ser severamente punido por derrubar um dos melhores soldados da Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão — a famosa S.H.I.E.L.D. — e, claro, sua mãe de consideração. Um velho amigo lhe ensinara que nenhum assassino pode ficar impune por um crime cometido, e ela faria questão de encontrá-lo e puni-lo por si mesma. Podia ser a última coisa que faria em vida, mas faria.

Victória Foster vingaria Melinda May.


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Notas finais do capítulo

E então, curiosos para conhecerem mais sobre a S.H.I.E.L.D., sobre o Maikon e sobre a Foster? Espero que sim ahahah Vejo vocês nos próximos capítulos, seus lindões!
Beijos e obrigada pela leitura!