Susan, a filha de um Vingador (2° Temporada) escrita por Lia Araujo


Capítulo 25
A Conversa


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Voltei com mais um capítulo. E será o último até segunda-feira. Ok?

Espero que gostem!

Boa leitura.



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Fui praticamente correndo pro meu quarto, tirei a roupa suja e coloquei no cesto, peguei um pano limpo, molhei e tirei o excesso de poeira e as manchas de sangue da pele. Vesti uma bermuda leggin, uma blusa comprida e calcei uma sandália rasteira. Peguei uma toalha limpa e fui para sala.  Desci a escada, e vi o Nico vestido com uma camisa preta um pouco folgada, provavelmente era do Clint. Molhei um pouco a toalha e entreguei ao Nico, que agradeceu em um aceno de cabeça.

— Acho que podemos começar - falei me sentando no sofá - Quem vai ser o primeiro?

— Como você tem essas habilidades, se você não é semideusa? - meu pai foi direto.

— Não sei a razão, mas me foram concedidas bênçãos e presentes - falei olhando-o - Isso me permite algumas habilidades.

— Suas habilidades de luta é uma benção? - Natasha perguntou

— Não. É um presente - falei olhando-a - As bênçãos duram apenas alguns tempo, mas esses presentes me deram essas habilidade.

— O seu arco e a espada são presentes? - Steve perguntou

— Sim. O arco presente de Artemis e a espada presente de Atena - respondi simplesmente 

— Pelo que o Jhon explicou o acampamento só recebe semideuses, porque tem aceitaram? - Clint perguntou

— Por que nasci com uma habilidade especial. Uma sensibilidade, na verdade - falei olhando-os - Eu consigo enxergar através da névoa.

— Isso ele não explicou - Banner falou - O que é essa névoa?

— É um véu mágico, que serve pra distorcer a realidade para os humanos comuns - expliquei - Assim podem viver suas vidas sem entrarem em pânico por verem um monstro. Essa névoa pode ser manipulada, para proteger a existência de semideuses ou diminuir o estrago que a aparição deles geralmente causa. Desde pequena enxergava através dela e isso me assustava.

— Porque? - meu pai perguntou e eu me inclinei pra me aproximar da mesa de centro. Abri a mão e manipulei a névoa para que eles vissem.

— Desde pequena eu via esses monstros. Gorgonas, Dracaenaes, empousais, Minotauro, Harpias... - a cada nome a imagem mudava, fechei a mão e as imagens se dissiparam em fumaça - Vivia com medo de que essas coisas me atacassem.

— Contou pra alguém? - Steve perguntou e eu sorri

— Quem acreditaria? - perguntei olhando-o

— No acampamento, ela aprendeu a manipular essa névoa - Nico falou limpando o braço - A névoa pode mudar a realidade e memórias dos humanos.

— Como isso? - Banner perguntou e eu olhei a Pepper que estava praticamente em choque.

— Pepper? - ela me olhou - Das coisas que vou essa noite, o que você gostaria de ser capaz de esquecer?

— Do sangue - ela falou sem hesitar - Gostaria de poder esquecer os ferimentos graves, todo aquele sangue.

— Compreendo - falei e ela baixou o olhar - Olhe pra mim, Pepper.

Eu pedi e ela fez, olhei nos olhos dela e estralei os dedos manipulando a névoa. A expressão da Pepper suavizou, mas ela parecia ter o olhar perdido como se estivesse distraída.

— Pepper? - ela me olhou - Aconteceu alguma coisa?

— Não é nada, querida. Eu me distrai - ela falou sorrindo, coisa que ela não fazia desde o jantar

— Você parecia preocupada - comentei normalmente

— Não, admito que fiquei preocupada quando você saiu voando naquele... como é mesmo o nome? - ela perguntou me olhando

— Pégaso - respondi sorrindo e ela sorriu de volta

— Isso mesmo. Mas quando vi que vocês voltaram ilesos fiquei aliviada - ela falou e se levantou - Preciso ir me deitar, amanhã tenho que acordar cedo para ir as indústrias Stark

— Tudo bem - falei normalmente - Boanoite, Pepper!

— Boa noite, querida - ela olhou para os Vingadores - Boa noite a todos.

Todos desejaram boa noite e ela se retirou, depois que ela sumiu de vista o Clint falou.

— Então foi isso que você fez com a gente antes de sairmos da sua casa? - Clint perguntou e eu assenti - Porque?

— Minha intuição nunca falha - respondi - Tinha a sensação de que não poderiam lembrar de mim. Meses depois, teve o invasão a Nova York.

— Eu fui corrompido, Loki estava recrutando as pessoas mais habilidosas para ajudá-lo em seu plano - Clint falou me olhando - Eu fui responsável por mostrar a ele as pessoas quem deveria recrutar.

— A gente sabia das habilidades dela em robótica - Natasha falou entendendo - Se o Loki tivesse recrutado a Su, sabe-se lá o que teria acontecido.

— Desculpe por ter feito isso com vocês - falei olhando pra baixo.

— Você fez o certo, pequena - Clint falou me olhando

— Então de todos os Vingadores, só falta você conhecer o Thor - Steve falou mudando de assunto

— Na verdade, não - falei me encostando no sofá

— Ela estava no Novo México, quando o Loki mandou o Destruidor - Clint falou me olhando

— Mas não falei com ele lá, só com... - me interrompi rapidamente - Mas falei com ele em Greenwich.

— Você estava lá durante o ataque? - Banner perguntou e eu assenti - Como foi parar lá?

— Os portais da convergência entre os mundos - respondi normalmente - Tive sorte de não parar em outro planeta.

Continuei a responder as perguntas, falei sobre minha primeira vez no acampamento meio-sangue, sobre o meu primeiro capture a bandeira, as bênçãos, os presentes, as minhas missões, os ataques de monstros em Vermont, o que aconteceu no Novo México, Greenwich, falei tudo relacionado ao mundo grego.

— Era você. Esse tempo todo era você - meu pai falou depois do longo período de silêncio

— O que era eu o tempo todo? - perguntei olhando-o

— A garota. Eu tinha pesadelos com uma garota de pele clara, cabelo preto e olhos azuis sendo atacada. Eu não conseguia ver as imagens com clareza, parecia que a minha visão estava turva durante o sonho - ele falou me olhando - Mas a medida que você foi descrevendo todas as situações, as imagens foram criando foco. Eu tenho pesadelos com você toda vez que está em perigo.

Eu não sabia o que fazer. Eu não esperava que isso acontecesse, acredito que Hera criou uma ligação entre nós maior do que eu imaginava.

— Então, vocês estão quites - Jhon falou olhando-o - Ela tem pesadelos com você quando está em perigo desde que foi capturado no Afeganistão.

Fiquei calada, não sabia o que dizer.

— Acho melhor dormirmos, está tarde e já contei tudo pra vocês - falei me levantando - Vou mostrar onde ficam os quartos de hóspedes pra vocês

Falei olhando o Jhon e o Nico.

— Como assim? - meu pai perguntou incrédulo

— Já é madrugada, os monstros costumam andar pela cidade procurando rastros de semideuses nesse horário - falei olhando-o - Ou eles dormem aqui ou irei com eles, pra que meu cheiro cubra o rastro deles. Você escolhe.

Ele bufou, passou a mão no rosto e se levantou.

— Boa noite pra vocês - meu pai falou começando a ir em direção a escada

— Vai deixar o namora... - Clint começou a falar e eu joguei uma almofada na cabeça dele para que ele se calasse. Ele olhou na minha direção em seguida.

— Mais nenhuma palavra, agente Barton - falei olhando-o e ele levantou as mãos em sinal de rendição, mas ele exibia um sorriso brincalhão - Boa noite!

Banner foi para o seu quarto que ficava no andar dos laboratórios e todos os Vingadores foram para seus respectivos quartos, Jhon e  Nico me acompanharam pelo corredor, onde ficava o quarto de hóspedes.

— Podem escolher o quarto que quiserem - falei indicando o corredor

— Vou ficar nesse - Jhon falou indicando a porta a esquerda dele

— Tem travesseiros e cobertores nos closet, qualquer ajuste na temperatura do quarto, pede ao Jarvis pra fazer - expliquei olhando-o

— Obrigado! Boa noite - Jhon abriu a porta do quarto e entrou fechando-a em seguida

— Sua vez, Di Ângelo? - falei olhando-o

— Vou ficar nesse - ele indicou a porta a direita, cruzei os braços olhando-o - O que foi?

— Que história foi aquela de obrigado pela compreensão? - perguntei olhando-o e ele sorriu

— Ele sabe o que é sentir ciúmes da namorada - Nico falou e contive o sorriso

— Sou sua namorada? - perguntei ficando de frente para ele

— E não é? - ele rebateu sorrindo

— Acho que para eu ser sua namorada eu preciso concordar com isso - falei olhando-o

— É? - ele perguntou me puxando pelo cintura

— É. E se não me falha a memória, você não perguntou se eu concordava - falei passando os braços pelo pescoço dele

— Preciso perguntar? - ele perguntou com sarcasmo e eu sorri

— Convencido - falei e ele me beijou, até que o ar se fez necessário

— Tava louco pra poder fazer isso, desde a primeira vez que te beijei meses atrás - ele sussurrou e eu o olhei

— Você lembra? - perguntei, ele me olhou

— E você? - ele perguntou ficando um pouco tenso

— Lembro, mas pensei que você estava bêbado de mais pra se lembrar - falei e ele me olhou confuso

— Peraí, do que você tá falando? - ele perguntou confuso

— Do beijo que você me deu no Argo III - respondi como se fosse óbvio

— Aquele beijo realmente aconteceu? - ele perguntou e eu assenti levemente - Eu achava que tinha sido um sonho.

— De que beijo você tá falando, Nico? - perguntei e ele desviou o olhar antes de responder

— O dia da sua formatura, você tinha bebido de mais, Jhon me chamou, te tirei de lá e te levei pra casa - ele respondeu e suspirou - A gente discutiu e acabei te beijando.

— Eu não me lembro de quase nada daquela noite - falei olhando-o

— Então, acho que tenho que refrescar sua memória - ele me puxou contra si e me beijou.

— Dá pra parar com essa pegação aí? - Jhon gritou de dentro do quarto e abafamos o riso

— Isso é inveja, porque a Thalia não tá aqui? - Nico provocou o Jhon

— Vai a merda, Di Ângelo - Jhon gritou e eu ri

— É melhor eu ir. Essa Torre vê, ouvi e fala - falei lembrando-o do Jarvis

— Tudo bem - ele me deu um selinho - Boa noite!

— Boa noite! - falei e fui para o meu quarto no outro corredor

Entrei e fechei a porta, troquei de roupa, coloquei um short curto de seda e uma blusa de seda de faziam parte do pijama, fiz uma trança e deitei na cama me sentindo muito mais leve, não preciso mais esconder as coisas que faço, não tenho que esconder meus sentimentos do Nico. E sem que eu percebesse acabei dormindo.

Todas as vezes que meu pai esteve em perigo vieram a mim durante o sono, eu pude sentir cada emoção, senti o coração dele acelerado, o medo, a determinação e a adrenalina. A cena de uma explosão me fez acordar abruptamente e ofegante, senti uma mão tocar meu braço e tentei me afastar assustada.

— Calma, Su! Sou eu - Nico falou e eu o olhei, começando a me acalmar - O que aconteceu?

— Pesadelo - falei começando a controlar a respiração - Me diz que eu não gritei durante o sonho

— Não gritou - ele falou tirando a mexa de cabelo que estava em meu rosto - A Rachel mandou uma mensagem de íris, dizendo que você estava agitada.

— Voltou a me espionar através da Rachel - perguntei olhando-o

— Eu nunca deixei de ficar de olho em você - ele falou sorrindo - Você está bem?

— Vou ficar - falei e respirei fundo - Obrigada!

— Tenta dormir de novo, você se esforçou muito hoje - ele falou e eu neguei com a cabeça

— Não posso, as imagens do sonho irão voltar - falei suspirando derrotada

— Eu vou ficar aqui, se você tiver pesadelo de novo, eu te acordo - ele falou e ajeitou os travesseiros.

Ele deitou e me puxou pra deitar ao lado dele, deitei e usei o peito dele como travesseiro, Nico brincava com a minha trança aos poucos desfazendo-a, quando percebi o que ele fez eu o olhei e ele deu um sorriso travesso.

— Gosto do seu cabelo solto - ele falou, eu sorri balançando a cabeça negativamente e voltei a me deitar sobre o peito dele

— Sabe que precisa voltar pro seu quarto antes que todos acordem, não é? - perguntei baixo

— Sei, não se preocupe - ele respondeu, deu um beijo no topo da minha cabeça e continuou a brincar com meu cabelo - Agora tenta dormir.

Fechei os olhos, ouvi as batidas do coração do Nico me acalmaram por completo, o carinho que ele fazia no meu cabelo me distraia de qualquer pensamento, estava ficando sonolenta quando ouvi ele falar.

— Você não faz idéia do quanto eu te amo - ele falou baixo como se fosse um segredo, involuntariamente abracei ele com mais força me aninhando a ele.

Adormeci e não tive pesadelos, algumas horas depois eu acordei sozinha, Nico deve ter voltado para o quarto de hóspedes, me sentei na cama e me espreguicei, tentando espantar o sono. Me desenrolei e coloquei os meus pés pra fora da cama, apoiei as mãos no colchão e abaixei a cabeça fechando os olhos. Torcendo para que enquanto eu dormia os deuses não tenham apagado as últimas memórias dos Vingadores. Mas algo chamou minha atenção, algo estava pingando na minha perna. Abri os olhos e vi algumas gotas de sangue na minha coxa, só então percebi que o líquido escorria do meu nariz.

Corri para o banheiro tentando conter o sangramento.

"Quando penso que realmente estou feliz, meu corpo reage mostrando que minha felicidade não irá durar por muito tempo. A cada dia a morte se aproxima de mim e meu tempo aqui está se esgotando."

POV Nico

Como a Su falou sai do quarto dela antes que todos acordassem, mas por estar com mais força viajei pelas sombras pra voltar ao quarto de hóspedes. Fiz minha higiene e fiquei na cama pensando em tudo que aconteceu. E não consegui evitar um sorriso, finalmente eu estou namorando a garota que amo, não preciso esconder meus sentimentos e isso era um grande alívio.

Ouvi um movimento no corredor, me levantei e sai do quarto. Vi os Vingadores descendo as escadas e a Pepper descendo as escadas. Voltei para o meu quarto pra pegar o meu casaco, mas por estar sujo de sangue preferi não usá-lo. Sai do quarto indo em direção a escada e no meio da caminho encontrei a Natasha que subia a escada.

— Ótimo que te encontrei! - ela falou parando de subir - Chame a Susan para tomar café.

— Pensei que ela tivesse descido - falei e ela negou com a cabeça - Vou chamá-la

Me virei subindo a escada novamente, mas ela me chamou.

— Nico, estou certa? - ela falou e eu assenti - Se você fizer a Susan sofrer, eu te mato.

— Eu não quero fazê-la sofrer - respondi firme - E nem irei.

— Ótimo! - ela falou voltando a descer a escada e eu subi.

Fui até o corredor do quarto da Susan e bati na porta.

— Su? - bati novamente e ouvi passos se aproximando

Ela abriu a porta e parecia um pouco abatida, o cabelo preso em um coque frouxo. Ela se afastou deixando a porta aberta e eu entrei fechando-a em seguida. Me aproximei dela, a virei na minha direção e ela desviou o olhar, se afastando de novo.

— O que está acontecendo? - perguntei olhando-a

— Eu não posso - ela falou de costas para mim - Não posso continuar com isso.

— O que quer dizer? - perguntei confuso

— Eu não posso fazer você sofrer, Nico - ela falou, percebi que ela estava chorando, ela se virou e vi algumas manchas de sangue na blusa do pijama dela - Minha doença é auto destrutiva. Eu estou morrendo aos poucos e não quero que você presencie isso.

Me aproximei dela, automaticamente ela cruzou os braços como uma forma de proteção. E eu segurei delicadamente seus cotovelos aproximando ela de mim, mas ela recusava a me olhar.

— Você não sabe o quanto eu te amo. Não importa a situação eu quero é vou ficar ao seu lado - falei mas ela não olhava pra mim, segurei seu rosto fazendo-a olhar na minha direção - Olhe pra mim e veja se o que digo é alguma mentira. Eu quero estar com você.

Ela descruzou os braços, as lágrimas rolavam pelo rosto dele e eu as sequei.

— Eu sinto muito - estranhei a fala dela, mas notei o sutil movimento da mão dela.

Ela ia manipular a névoa pra mim, eu rapidamente segurei sua mão e eu entrelacei nossos dedos

— Não faz isso com a gente, meu amor, por favor - falei encostando minha testa na dela, fechei os olhos e senti ela tremer devido ao choro

— Nico, eu não quero... - eu me afastei o suficiente para olhá-la e a interrompi

— Eu passei tempo de mais longe de você e não vou permitir que isso aconteça novamente - falei firme olhando nos olhos dela - Eu sou filho do deus do submundo e dos mortos, nem a morte vai ser capaz de morte e separar de você, entendeu?

Ela simplesmente me abraçou forte e eu retribui, ela é uma garota forte, mas ao mesmo tempo frágil. E vê-la vulnerável dessa forma, me faz querer protegê-la e é isso que farei.

— Eu te amo, Su - falei colocando meu rosto na curva do seu pescoço,  sentindo o cheiro.

— Eu também te amo, Nico - ela sussurrou de volta.


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Notas finais do capítulo

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