Red Wires of Destiny escrita por Selene Sumner


Capítulo 7
Wire 7


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Os ruídos dos carros abaixo de si o fizeram voltar aos seus sentidos! O que acabara de acontecer fora real? A sua inimiga realmente lhe tinha roubado um beijo? Ao ver a cara de felicidade da pessoa á sua frente, pode perceber que sim. O mundo deveria estar para acabar!

— Hey! — Ela chamou o despertando de seu transe. — O que acha de nos irmos divertir um pouco?

— Divertir? — Ele perguntou curioso, o que a fez sorrir um pouco. — A que tipo de diversão você se está referindo? — O seu sorriso cresceu ainda mais.

— Vamos!

De todas as vezes que ele tinha lutado contra a ruiva esta era a primeira vez que via este lado. Tinha a certeza que aquela pessoa ao seu lado era Blossom, no entanto se assim o era, então porque ela se apresentara momentos atrás com outro nome? Brick a viu seguir o vento até chegar à praia, onde pousou perto da água. Pelo lugar dançava uma maresia fresca que teimava em contrariar o absurdo calor de verão.

Um agradável refúgio para a estação do ano, e por isso admirou-se de não estar mais ninguém naquela zona!

Berseck por sua vez continuava impassível ao que a rodeava, permanecendo concentrada no líquido que lhe batia perto dos joelhos. Estava com os olhos fechados murmurando algumas sequências incompreensíveis de números. Ficou assim durante alguns minutos até finalmente se dar por satisfeita.

— Pronto, agora é só esperar!

— Esperar? — Não foi preciso muito mais tempo para ver as suas respostas serem esclarecidas pois instantes depois um alto rugido, seguido por um intenso tremor de terra levou ao aparecimento de uma espécie parecida com um bando de morcegos no horizonte. Eles voavam a uma velocidade extraordinária em direção à cidade enquanto a garota olhava fascinada para as criaturas que tinham o dobro de um animal comum.

— Lindos, não são? Tem que ver a destruição que eles causam! — Ela o agarrou pelo pulso o guiando até ao telhado de um grande edifício onde se sentaram, para assim ter a vista completa do caos que a localidade se tinha tornado. O seu rosto tinha um sorriso de pura felicidade. De alguma forma ele não detetava malicia nas suas ações, era como se ao seu lado estivesse uma criança curiosa, pronta para testar os seus limites.

Desviando os olhos dela, concentrou-se no espetáculo lá em baixo. As minúsculas pessoas debatiam-se contra os monstros que destruíam edifícios, gritando desesperadas e pedindo por ajuda. De uma forma sentia-se feliz.

Já tinha perdido a conta de quantas vezes tinha causado tamanha confusão e simplesmente ficava observando tudo ruir. Era um sentimento como nenhum outro, e no entanto agora sentia-se levemente vazio. A razão disso estava mais que obvia. Isto não estava a acontecer por causa dele!

Saiu de seus pensamentos quando ouviu alguém gritar pelo nome original da ruiva pedindo ajuda. Não demorou muito para todos notarem as sua presença e se encherem de esperança simplesmente por verem a sua silhueta.

— O que vai fazer agora? Eles estão chamando por você!

— Engraçado não é? Implorando por minha ajuda como se eu fosse a solução para todos os seus problemas! — Os seus olhos já vermelhos focaram-se na pessoa ao seu lado. — Nunca teve curiosidade de saber o que aconteceria se o herói se revelasse um vilão? Eu tenho sabe! Mas um de nos vai se dar mal por isso.

De repente uma luz se fez em sua cabeça. A situação já não estava muto normal, mas o que seria do plano dele se a verdadeira Blossom não o ajudasse com as informações que ele queria? Se por causa desta confusão toda ela fosse presa, já não seria capaz de o ajudar, e apesar da garota ao seu lado ser no mínimo interessante, não podia deixar que ela que ela levasse o que quer que estivesse pensando avante.

— Você tem razão sabe! Eu certamente vou sair mal se esta história continuar então com não tanta pena minha eu vou ter que a impedir!

A garota nem teve tempo de raciocinar pois no segundo seguinte Brick saltara do telhado caído bem em cima de um dos morcegos que uma vez estatelado no chão soltou um ruido de dor antes de finamente morrer. Esse simples gesto fez com que todos os outros ficassem extremamente inquietos como também mais cautelosos.

A ruiva entendendo que o rapaz tinha intenção de destruir os seus planos não demorou a tomar uma pose ofensiva, não reparando que um pequeno sorriso de lado surgira no rosto do mesmo.

 — Pensei que você fosse entender! — Disse se preparando para dar um soco certeiro na barriga do garoto, que desvia habilmente não se importando com a cratera que ela tinha criado no chão.

— Ah, mas eu entendo! Infelizmente não vou deixar que isso, ou a sua bipolaridade estrague os meus planos!

Iniciou-se uma grande batalha entre os dois que resultou na maioria da destruição dos edifícios ao seu redor. Um fio de sangue escorria tanto da testa como da boca do ruivo. Berseck lhe lançara um chute certeiro forte o suficiente para deixar um humano normal em estado de coma. Porém ele não era uma pessoa comum.

Esquecendo a dor ele reivindicou com um soco que ela facilmente esquivou voando, lhe permitindo que agarrasse os seus pés a atirando contra um caixote do lixo. Faíscas voavam pelo ar e os habitantes em certo ponto apenas conseguiam ver riscos rosados dançando freneticamente pelos céus.

Nenhum tinha intenções de se render. Brick tinha que admitir que a sua rival estava verdadeiramente mais forte. Em nenhuma circunstância ele ficaria tão machucado, ou lhe custaria seguir os movimentos to seu oponente. Assim que ela lhe deu uma chance ele a agarrou pelos pulsos a imobilizando contra uma parede de um arranha-céus.

— Blossom, volte ao normal, porra! — Ela tentou se debater contra a força do rapaz, mas em vão. — Olhe lá para baixo. Isto é o que você criou! Vai realmente deixar a cidade ser destruída pelas suas próprias mãos?

Essa última frase pareceu fazer algum efeito. A sua cara mostrava o confronto das duas personalidades que forçosamente queriam adquirir o controlo. Os seus olhos, assim como a sua mente estavam num conflito vigoroso entre o vermelho e o rosa.

— Não! Eu não quero voltar para aquele lugar! — Foi a ultima coisa que disse antes da sua presença lentamente se desvanecer, e o rosa voltar ao normal.

Encontrava-se confusa e desorientada, e por isso ainda demorou um pouco até perceber a situação em que se encontrava. Estava surpresa afinal alguns momentos atrás estava no parque, e agora encontrava-se contra uma parede encurralada por um dos seus inimigos enquanto a sua cidade estava sob o ataque de estranhas criaturas. Esse último facto a fez ignorar tudo o resto.

Habilmente desvencilhou-se das mãos do garoto, que facilitou a sua fuga e começou a luta contra os monstros. Não eram oponentes fáceis. As suas garras eram extremamente afiadas, e os seus dentes despedaçavam qualquer coisa que aparecia pela frente. E apesar de se mostrarem com alguma falta de inteligência, compensavam esse pormenor com o seu grande número de elementos.

Felizmente as suas irmãs chegaram em boa altura a ajudando com a luta, que juntando o poder das três não demorou muito até finalizarem o assunto. Aquela zona ficaria um bom destruída até que pudessem finalmente reconstruir toda o local, porém os habitantes que antes estavam ocultos não pareceram se importar, clamando com felicidade o nome das três garotas.

E certamente seria um momento para estar feliz, caso não se lembrasse de absolutamente nada das últimas horas. Num instante olhou para o lugar onde tinha recobrado a consciência numa tentativa fracassada de avistar Brick. Ele tinha as respostas para tudo o que acontecera!

Durante aquelas horas em que a sua mente decidira fabricar um vazio, tinha a vaga ideia de estar num amplo lugar escuro e vazio, que agora ela reconhecia como o lugar daquele estranho sonho. A sua cabeça estava a mil pensando em todas as hipóteses do que poderia ter acontecido, e por isso nem notou anoitecer. Já na cama não conseguia fechar os olhos, por mais que se esforçasse não conseguia obter nenhuma memória daquela tarde.

O calor que entrava pela janela do seu quarto saltitava pelo espaço tornando o seu quarto bem mais quente do que ela poderia aguentar, logo numa maneira de refrescar as ideias e também o seu corpo decidiu subir até ao telhado para observar as estrelas. Estava uma noite bonita, sem algum tipo de nuvens para atrapalhar a sua vista, ou a mensagem de boa noite que as cintilantes estrelas lhe enviavam. Este era um dos casos em que se sentia feliz por não haver poluição luminosa perto da sua casa. Assim podia reflexionar sobre o seu dia observando uma pequena parte do que era o infinito do universo.  

Foi num piscar de olhos que viu o flagrante rasto de um meteoro abrindo o seu caminho pela atmosfera. Era um fenómeno bonito, e por isso tomou um susto quando se apercebeu que um rasto vermelho vinha na sua direção.

Ficou observando o garoto que pairava a alguns metros da sua cabeça. Ele a observava atentamente como se estudasse se aquela pessoa ainda era a maluca tresloucada de antes ou se já tinha finalmente voltado ao normal. Ao ver que ela a olhava serenamente na sua direção decidiu que era seguro se aproximar.

— Já voltou ao normal? — Ela a olhou cuidadosamente. A curiosidade de saber o que se tinha passado pulsava em seu peito, como também o medo que tivesse feito algo extremamente constrangedor.

— Como assim? — Isso significava que coisas estranhas tinham acontecido naquele espaço de tempo. — Eu fiz alguma coisa estranha?

O olhar do garoto mostrou-se distante como se tivesse se lembrando de tudo, e por momentos se focou nos lábios da garota à sua frente para depois se criticar. Fora algo breve e repentino mas ele certamente sentiu algo quando ela o beijara. Uma leve corrente elétrica percorrera o seu corpo lhe provocando um arrepio.

— Você não se lembra? — Vendo que ela se mostrava confusa decidiu não puxar muito por ela. Certamente era algo que ambos não deveriam recordar. Ele também tentaria eliminar aquela recordação. — Não importa! Se calhar é melhor assim.

— Eu quero saber! — A afirmação o apanhou de surpresa. — Eu preciso saber o que se passou!

— Você não vai gostar! Ainda assim quer saber?

Blossom confirmou de um modo positivo com a cabeça.

— Bem, você enlouqueceu, se dizendo ser outra pessoa, já para não falar que tentou destruir a cidade! Você por acaso é bipolar?

Os piores medos da ruiva tornaram-se realidade num pequeno instante. O líquido estava começando a fazer efeito e se não encontrasse a cura o mais rápido possível, ela temia pelas pessoas á sua volta. No fim poderia até que ter desistir da sua posição de super heroína.

— Obrigada! — Ele a olhou sem reação! Não era todos os dias que se ouvia o seu pior inimigo lhe agradecer. — Eu sei que foi você que me fez recobrar a consciência. Além disso o meu nome foi salvo porque lutou comigo. Provavelmente você sabia que se as pessoas nos vissem lutando entenderiam porque é que não as estava salvando dos morcegos.

— Não precisa agradecer! Tudo o que fiz foi por mim. — Blossom limitou-se a sorrir, o que o deixou meio desajeitado perante tal reação. — Penso que agora você irá me ajudar não é verdade?

Os seus olharem se cruzaram e a ruiva analisou o rosto do garoto. Ele tinha definitivamente algo planeado, mas a sua dignidade estava em jogo. Ela não ia negar que ele tinha sido de grande ajuda naquela hora.

— Sim! Eu vou-lhe ajudar! Mas não se habitue, que isto é uma vez sem exemplo!

— Muito bem! E não se preocupe que espero que esta seja a primeira e ultima vez que tenho de lhe pedir alguma coisa.

— Então…— Blossom mesmo não querendo admitir tinha um pouco de curiosidade em saber para que tanto o ruivo queria a sua ajuda. — Pode dizer!

— Preciso que você me dê acesso à prisão subterrânea da cidade!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ;)