Red Wires of Destiny escrita por Selene Sumner


Capítulo 6
Wire 6


Notas iniciais do capítulo

Desta vez não demorei muito viram ^^ Estou a melhorar

Boa leitura :)



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Brick a olhava um tanto relutante. Nunca lhe passara pela cabeça que tal missão precisasse da colaboração da sua maior inimiga, ou que ele fosse se rebaixar ao ponto de realmente vir ao encontro dela. Blossom por sua vez analisava todas as hipóteses que o fariam estar ali. De todas elas, a que mais sentido fazia, era a que o ruivo apenas estava ali para rir da cara dela, no entanto permaneceu calada. Tinha feito uma pergunta e estava pacientemente à espera de uma resposta

— Porque está tão séria? Eu sei que sou lindo mas não precisa me comer com os olhos! ­— Ela levantou uma sobrancelha incrédula, enquanto ele mordeu levemente a sua língua. Pelos vistos lutar contra o seu orgulho não era uma tarefa fácil. Normalmente ele preferia a morte a ter que pedir alguma coisa a uma super bostinha, mas aquele não era um caso normal.

— Como se isso fosse possível! — Riu num tom de deboche. Ele era mesmo muito convencido. — Mas ainda não respondeu há minha pergunta. Estou esperando.

— Não quer saber o conteúdo dos papéis? Eu posso lhe dizer, se fizer me fizer alguns favores. — Blossom estava a começar a estranhar a atitude do garoto. Estaria ele apenas a provoca-la?

— Favores? Desde quando você se tornou uma pessoa de pedir ajuda, Brick? — Ele pareceu surpreso perante a questão da ruiva. — Na verdade, eu vou reformular a minha pergunta. Qual é o seu objetivo ao vir aqui?

Ele voltou a morder a língua. Ela estava diferente. Não sabia dizer ao certo, mas alguma coisa tinha mudado e isso tornava a sua tarefa muito mais difícil. O seu plano inicial tinha fracassado miseravelmente. Se ela fosse a mesma, controlá-la não seria uma tarefa muito difícil e ainda assim ali estava ela, o olhando com o mesmo olhar de intriga de quando eram crianças.

— Eu preciso que você me de acesso a um certo lugar! — Uma vez que tinha engolido o seu orgulho já não tinha volta a dar. A única coisa boa de tudo aquilo foi o olhar confuso da garota. — Eu sei que você o pode fazer, e acredite ambos saímos a ganhar!

Blossom analisou toda aquela informação com o máximo de frieza que uma pessoa de fora poderia ter. Qual era o objetivo dele? A que tipo de lugar ele precisava acesso e ela poderia ajudar? Vários na verdade, mas o mais importante é que ele se tinha dirigido a ela. Infelizmente ela não estava disposta a ajudar. Já decidira que tentaria resolver as coisas pelo melhor, e um vilão manipulador não estava incluído nos seus planos.

— Desculpe, mas eu não estou disposta a o ajudar! — Ele sentiu o seu estomago revirar. Se ter perdido o seu orgulho já tinha sido mau o suficiente, ela recusar a sua proposta poderia se considerar o disparo final que acabaria com qualquer dignidade que ainda lhe restasse. Ela não o poderia recusar. — Lamento lhe dizer, mas apenas perdeu o seu tempo vindo aqui. 

Depois disso Brick a viu desaparecer dentro do edifício. A ruiva não sabia se o que estava a fazer era a coisa correta, mas pelo menos sabia que o caminho que escolhera era algo que ela tinha decidido. O resto do dia passou-se sem preocupações, e por isso levou com calma o seu regresso a casa. As suas irmãs já se encontravam em casa e não estranhou em ver a senhorita Bellum conversando com o professor na sala. Já fazia algum tempo que os dois se tornaram um casal, e por isso as presenças dela tornaram-se cada vez mais frequentes na casa.

— Boa noite! — A mulher cumprimentou com um sorriso ao qual ela respondeu reciprocamente antes de voltar para a cozinha e ajudar as suas irmãs a fazer o jantar.

As conversas saltitavam entre os mais diversos temas, até que finalmente a comida estava realmente pronta a servir. Todas estavam empolgadas pelo concurso e mal podiam esperar pelo grande dia, que e seguida teria direito a um baile de gala. Claro que como era de esperar os seus motivos eram diferentes, mas ainda assim eram uma simples trégua que tinham feito com a realidade.

— Blossom querida, acho que vai gostar desta notícia! — A namorada do professor surge na porta da cozinha segurando o seu celular. — O Dexter voltou à cidade!

As três olharam para a ruiva, notando a sua tonalidade normalmente pálida ganhando vida e cor. Não lhes era desconhecido que Dexter fora o primeiro amor de Blossom. Eles eram muito próximos e toda a cidade esperava que eles acabassem juntos, porém o destino encarregou-se de os separar antes que algum tomasse alguma iniciativa.

— Blossom você está bem? — Bubbles perguntou a deixando confusa. — Está completamente corada.

­A ruiva colocou as mãos frias na cara em uma tentativa de voltar à sua cor normal.

— Ah! Não, você está enganada! É porque… está muito calor! Sim, muito calor, não é verdade! ­— Involuntariamente soltou um riso forçado. Porque raios estava assim? Isto era uma coisa do passado, já lá ia o tempo em que se preocupava com coisas deste género. — Então, não vamos jantar?

Ela poderia não querer admitir mas ainda assim aquele sentimento agridoce ainda percorria cada célula do seu corpo, e bem lá no fundo reinava um desejo de o voltar a ver.

Na manhã seguinte, Blossom correu para a biblioteca. O professor que agora fazia umas pesquisas numa amostra do seu sangue pedira-lhe que fosse buscar um livro que falasse sobre plantas ou frutas venenosas. Agora que lhes tinha contado tudo, sentia como se um peso tivesse saído de cima de si.

Na rua, todas as pessoas a cumprimentavam. O dia parecia sorrir para si, consequentemente as coisas à sua volta também pareciam mais alegres. Em poucos minutos já estava perto dos livros que lhe interessavam e estava pronta para os trazer à receção quando uma dor pulsante atacou repentinamente o seu peito. Teve que se segurar a uma mesa para não perder o equilíbrio. A sua voz falhava na tentativa de pedir ajuda, e sentia- se lentamente perder a consciência.

— Você está bem? — Uma voz masculina seguida de uma mão em seu ombro a fez recobrar os sentidos. Os seus olhos vermelhos foram perdendo a cor voltando ao habitual tom de rosa, que subiram até ao rosto do garoto. — Por acaso, você não será…Blossom?

— Dexter! — A ruiva não pode deixar de notar como ele tinha mudado. A sua diferença mais notável foi a estatura. Para o garoto que sempre fora menor que ela, Blossom surpreendeu-se em ter que levantar o rosto para olhar diretamente para ele. Ainda mantinha o seu cabelo rebelde cor de avelã e os óculos agora mais modernos escondendo os seus olhos azuis, porém transmitia outra sensação. Uma sensação de maturidade, á qual não estava habituada.

— Então realmente é você! — Ele sorriu a deixando meio atrapalhada. — Como eu tive saudades de você!

— Eu também senti a sua falta!

Um clima estava a surgir, quando a senhora da receção os interrompe com um espirro.

— Oh, pois! Aqui está o livro que vou levar! — Desculpa Dexter vou ter que ir embora. Vemo-nos depois?

Ele concorda e Blossom sai a toda a velocidade entregar o livro ao professor. Ela sorria como uma tonta. Há quanto tempo ela já não fazia isso? Não era uma sensação habitual, mas também não era desagradável. Quer dizer não até ver um certo ruivo a esperando perto de uma árvore.

— Já mudou de ideias, em relação a me ajudar? — Claro, ele não iria desistir tão facilmente. Seria uma tonta se pensasse isso, mas pelo menos pensou que demorasse mais tempo em vir ao seu encontro e não logo no dia seguinte. O que ela poderia dizer para que ele pudesse finalmente perceber que ela não o ajudaria?

— Não, Brick, não mudei de ideias! E não adianta insistir. Penso que me fiz bastante clara na última vez.

— Você sabe que eu não vou parar até conseguir não sabe? Ser rejeitado não está no meu vocabulário!

— Pois há sempre uma primeira vez para tudo não é?

Blossom estava pronta para o deixar para trás quando sente uma mão a prendendo pelo pulso. Ele a olhava tão intensamente que o fundo surgiu uma certa curiosidade. Curiosidade em saber o que o motivava tanto em procurar a sua ajuda! Eram os seus motivos tão fortes assim.

Talvez, mas a mesma dor de antes a tirou dos seu sentidos. Desta vez era mais forte, doloroso e não tinha qualquer intenção de desaparecer. Brick apenas via a cara de sofrimento da garota, estático. Não sabia o que estava a acontecer e de alguma forma algo o impedia de se mover. Era como se ela tivesse se transformando. Os seus olhos vibravam se tornando numa cor mais escura, e passado um tempo a sua expressão de dor se tornou num sorriso divertido.

Era uma sensação esquisita a ela transmitia. Estranha, mas familiar, como se já a tivesse sentido antes. Num movimento brusco ela se livrou da mão que ainda estava no seu pulso. Os seus olhos vermelhos moveram-se lentamente pelo espaço à sua volta como se o visse pela primeira vez em muito tempo. Quando finalmente pareceu satisfeita, desatou o seu cabelo o bagunçando para depois voltar a atar com a fita vermelha de uma forma mais rebelde.

— Ah, que sensação boa! Finalmente livre!  — Deslizou o seu olhar na direção do ruivo que deixara de estar paralisado para adquirir uma posição alerta. O sorriso divertido ainda continuava lá, e isso o deixava inquieto. — Não precisa ficar assim! Eu não mordo, pelo menos não agora!

— Quem é você? — Aquela era realmente uma super bostinha? Não! Ali havia algo errado.

— Quem eu sou? — Ela parecia cada vez mais divertida. — Quem você acha que eu sou?

Não houve resposta. Como poderia haver. Não havia razão lógica para o que estava bem diante dos seus olhos.

— Pensei que você fosse mais criativo, sabe? Não me vai dar uma resposta? Tudo bem! Vamos fazer um jogo! Se você me apanhar eu lhe conto, certo?

Dito isso a garota pisca o olho esquerdo antes de sair voando e deixar um rasto de luz vermelha para trás, o deixando sem reação durante uns minutos, antes que pudesse realmente ir atrás dela. Ele precisava entender o que se estava a passar, e se para isso precisava entrar no jogo dela, porque não?

Foi preciso dar umas voltas pela cidade antes de a voltar a encontrar. Ela era rápida. Mais veloz e ágil do que se lembrava. Era mesmo possível alguém melhorar tão rápido em tão curto espaço de tempo. Ela era boa ainda que lhe custasse admitir, porém ele não ficaria atrás. Em segundos, eles estavam lado a lado voando sem rumo, e destruindo alguns edifícios que ficam no caminho. A garota parecia estar tendo o melhor tempo da sua vida.

­ — Sabe qual é a sensação de estar toda a sua vida preso em um lugar que ninguém conhece, ou saber que ninguém tem conhecimento da sua existência? — Ela parou em cima de um telhado o deixando se aproximar para depois fugir no próximo instante. — Não? Pois eu sei! E não é fácil sabe! Mas eu não vou permitir que alguém me traque lá de novo! Nunca mais!

Ela voltou a pousar em cima de um telhado desta vez o deixando a agarrar.

— Vamos! Me diga quem você é?

— Nossa, mal nos conhecemos e você já está assim tão obcecado por mim? Mas tudo bem você me apanhou, então eu vou lhe dizer!

Ela ria-se da cara de confusão e espectativa que o ruivo à sua frente tinha. Era quase que bonito! Intuitivamente ela aproximou-se dele, e com uma mão o puxa para si lhe dando um selinho, o deixando sem reação. Ela olhava atentamente para a expressão incrédula que ele fazia. Nunca antes agir impulsivamente fora tão divertido.

— Bersek! — Ele a olhou confuso. — É o meu nome! Você perguntou quem eu era, certo? E não se preocupe pelo de antes, aquilo foi apenas uma calorosa saudação. Uma daquelas que você não vai esquecer tão cedo!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)



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