Red Wires of Destiny escrita por Selene Sumner


Capítulo 8
Wire 8




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Por alguns momentos o mundo parou! Não de uma maneira boa ou agradável, mas sim em um momento de surpresa e admiração. Essa talvez, nem seja a expressão adequada para o que se passava dentro da cabeça de Blossom. O ruivo com certeza sempre a conseguia surpreender nos momentos mais aleatórios da sua vida.

Em tempo algum lhe passaria pela cabeça que em um período não tão longínquo da sua vida, não só estaria colaborando com o seu maior inimigo, como também o ajudaria nos seus objetivos. Como acabaria a sua reputação de super heroína caso as pessoas da cidade soubessem o que ela estava fazendo? De qualquer das formas não havia volta a dar! Se tinha dado a sua palavra então ela o faria.

A prisão subterrânea de Townsville não era um lugar cujo acesso fosse fácil. Para ser sincera, era um local que até a ruiva teria de pedir permissões especiais para poder entrar. Isso claro em situações triviais. Infelizmente a situação de normal não tinha nada, logo a sua habilidade de improvisar seria crucial para o sucesso da missão.

Havia muitos fatores que ela não sabia ao certo como justificar, no entanto a sua maior preocupação seria como justificar a presença de Brick para os seguranças. Eles jamais os deixariam entrar sabendo de quem ele se tratava ou o que ambos pretendiam fazer lá dentro.

O ruivo voava ao seu lado seu lado com descrição. Não dissera mais nada desde que ela concordara em ajudar. A garota, que tentava a todo o custo organizar as ideias em sua cabeça, agradecia pelo comportamento calmo do seu recente parceiro. Ao fim de muito pensar chegou a uma solução que talvez os metesse a ambos lá dentro.

— Hey! Você por acaso não terá uma roupa de segurança, certo? — Brick a olhou surpreso. De certa forma ele conseguia entender o que ela estava planeando. Constatando que ela esperava por uma resposta, deu um sorriso travesso.

— Não. Mas sempre posso arranjar! Só preciso que me dê um momento. — Captando o que ele queria fazer soltou um ar indignado.

— Nem se atreva a fazê-lo!

— Calma princesa, eu tenho os meus recursos, ao contrário do que está pensando.

— Então vai me dizer que não pretende roubar um uniforme de um segurança assim que vir um?

— Não, eu nunca disse isso! Na verdade essa é uma excelente ideia! É isso mesmo que eu vou fazer. Sabia que você até tem boas ideias de vez em quando?

Dito isso o ruivo desapareceu em um rasto de luz vermelha. Como ele tinha tanta habilidade para arranjar problemas era algo que ela nunca compreenderia. Seguindo o seu rasto deparou-se com um grande prédio de aparência luxuosa. Ele definitivamente tinha entrado lá.

— Eu disse que tinha os meus métodos! — Claro que não seria um problema para ele roubar um uniforme. Na verdade era algo que ele deveria fazer frequentemente, simplesmente não achou que fosse tão rápido em fazê-lo ou que ela não tivesse nem tido tempo para o impedir.

Rápido! Foi a primeira palavra que apareceu em sua mente. Como ele poderia ter obtido um uniforme com tanta rapidez, sabendo que ainda teria de “convencer” alguém a entregá-lo? As roupas assentavam-lhe bem, mas ainda tinham que esconder a sua cara de alguma forma. Felizmente ela sabia de um local não muito longe que a poderiam ajudar. Só esperava que não lhe perguntassem para que ela quereria óculos de sol à noite.

— Agora estamos prontos para ir! — Disse lhe entregando os óculos para usar depois. Não estavam muito longe do seu destino e como o resto da viagem seria pacífica, Blossom decidiu aproveitar esse tempo para perguntar o que fariam lá dentro. Não era uma decisão sensata continuar sem saber ao certo o que ele pretendia fazer lá dentro.

— Hum! Digamos que vamos visitar alguém que você conhece muito bem!

— Eu conheço muitos vilões, querido! Não pense que alguém tem contrato de exclusividade! — Ele riu.

— Nem comigo?

— Oh, tem razão! Você tem um contrato de exclusividade para eu lhe mandar para o inferno, se não me disser quem lá vamos ver.

— Certo, Certo! É um dos seus mais antigos inimigos. É verde, e houve um tempo que ele me reconhecia como filho! — Olhou para a ruiva que parara subitamente pairando no ar. — Demasiado fácil?

Como poderia ela ter tanto azar? A expressão de confusão na cara do garoto era compreensível! O macaco com o passar dos anos tornara-se cada vez mais cauteloso, por isso as meninas começaram a ter cada vez mais dificuldade em lidar e derrotar os seus planos loucos.

Houve até um tempo em que pensavam que ele tivesse um cúmplice que o ajudasse com as suas ideias, porém tal nunca foi comprovado, e graças a um desleixe ou artimanha de um dos seus inimigos, ele fora capturado triunfantemente pelas suas arqui-inimigas.

Ao contrário das outras vezes o perfeito decidiu que ele se tornara uma ameaça de risco para toda a cidade como arredores então decidiu tranca-lo no local com mais segurança que a localidade pudesse oferecer. Essa era a prisão subterrânea. Local rumorejado pela experiencias que faziam em seus residentes.

A mais conhecida eram as pequenas doses de alucinogénios que os permitiam ficarem calmos e controlados em suas celas. Pelos vistos não seria só a entrada que seria difícil. Haveria apenas uma hipótese, por isso teriam que saber aproveita-la! Felizmente ela gostava de desafios!

— Só simplesmente não estrague tudo, por favor! — Aos poucos desceu do seu voo, pousando delicadamente não chão explicando que era melhor iram a pé a partir dali. Se vissem que o seu acompanhante também conseguia voar, o esquema estaria perdido mesmo antes de começar. Era imprescindível que não houvesse nenhum erro!

O resto do percurso foi passado com um silêncio desconfortável! Brick conseguia sentir cada movimento seu ser monitorizado pelas cômaras ocultas na vegetação. O garoto de certa forma não gostava de deixar tudo nas mãos de Blossom, por isso a cada passo que dava analisava em sua mente cada momento e cada hipóteses que algo pudesse dar errado. Infelizmente mesmo que não suportasse a ideia, a verdade é que teria depender da garota á sua frente. Apenas ela conseguiria fazer aquele plano ter um resultado positivo.

Ao fim de alguns minutos conseguiram avistar um pequeno edifício escondido entre a vasta vegetação e as grandes árvores. Não havia ninguém a guardar o exterior do edifício. O ruivo não pode deixar de debochar mentalmente da confiança que ele tinham na segurança daquele lugar.

Certamente os vilões que ali terminavam deveriam ser extremamente burros para sequer pensar em um plano eficiente o suficiente para escapar. Por outro lado ter a oportunidade de conhecer o local era uma coisa boa. Nunca se sabia nos seus planos futuros quando seria preciso arranjar uns vilões para desviar as atenções enquanto ele tratava normalmente do verdadeiro x da questão.

Ao entrarem no edifício, este apenas lhes esperava um pequeno cubículo com um segurança de baixa estatura, sentado frigidamente em sua cadeira e a um canto um discreto elevador. O homem estreitou os olhos para os seus dois inesperados visitantes com uma certa rigidez e curiosidade. Mesmo quando reconheceu Blossom a sua pose fria não mudou.

— Boa noite! O perfeito me mandou aqui para recolher algumas informações sobre os residentes. — O pequeno homem comprimiu o olhar na direção da garota com um olhar inquisidor, o que fez Brick imaginar o que ela estaria pensando usando uma abordagem tão aberta quanto aquela! Blossom por sua vez parecia tranquila e segura do que estava a fazer, por isso o ruivo conseguiu relaxar um pouco.

Remexendo em algumas gavetas, o segurança retirou alguns papéis, que depois colocou à sua frente. A ruiva os reconheceu como os cartões de visita, porém sabia que e estava a ser fácil demais.  Não havia motivo para o guarda desconfiar dela, no entanto ainda não tinha feito certa pergunta. Felizmente ela já estava preparada. Ou pelo menos pensava estar.

— Muito bem! Pode me dizer quem seria o seu acompanhante? — A pergunta crucial! Era ali que se decidira se eles conseguiriam entrar sem nenhum problema. Claro que na mente de Brick sempre havia um plano B caso aquele não desse certo. O caminho da força.

— Um membro da equipe X! — O ruivo sentiu cada músculo do segurança enrijecer, se é que isso seria possível. Não sabia do que ela estaria a falar, mas com certeza estava a resultar.

— O senhor poderia me mostrar a sua identificação senhor? — Apesar de estar um pouco confuso em relação ao que a ruiva dissera, ele compreendera que pelo menos pertencer a essa equipe seria uma posição de respeito, visto que a voz do homem tornara-se subitamente mais formal. Talvez até com uma leve pontada aquilo que lhe pareceu se medo! Sum duvida algo adequado a sua pessoa!

Ao ver os olhos do guarda fixos em si, finalmente processou que tinha sido questionado. Ele não tinha esse tipo de documentação e dificilmente poderia mostrar as falsas que tinha. Seriam descobertos nesse mesmo instante. De relance olhou para Blossom que num reflexo nervoso mordera o lábio inferior. Ele teria que responder alguma coisa, mesmo que fosse apenas para ganhar tempo, nem que para isso fosse a primeira coisa que lhe surgisse na cabeça.

— Não diga nada! — O ruivo nada fez! Uma voz doce ecoou em sua cabeça impedindo que isso acontecesse.

Blossom conseguira se comunicar telepaticamente com o garoto, explicando o que ele deveria fazer. Brick não conseguiu deixar de sentir um certo assombro. Apenas os seus irmãos conseguiam comunicar com ele daquela forma então o simples fato de ela o ter conseguido numa das suas primeiras tentativas mostrava um talento fora do comum.

Entendendo as instruções da garota, ele mostrara uma face inexpressiva, enquanto gesticulava aleatoriamente com as mãos esperando que o homem não soubesse compreender linguagem gestual. Pela sua cara de confusão, tinha sido um tiro certeiro.

— Você sabe que eles não podem mostrar tais documentos a qualquer um! Quer por a nossa operação em risco?

— Senhorita Blossom, você sabe que eu preciso dessas informações para preencher os formulários dos visitantes. São regras!

— Tudo bem, então! Pode-me dar a declaração para casos especiais. Eu assumirei a responsabilidade caso algo aconteça!          

Mesmo resignado com a teimosia da garota em manter a entidade do garoto oculta, ele suspirou derrotado. Não demorara até entregar uns papeis para a ruiva assinar, e assim poder entregar finalmente os cartões de visita a cada um. Seguidamente escoltou-os até ao elevador que apenas pareceu dar sinais de vida assim que ele inseriu o seu cartão de segurança.

— Para qual piso vos devo dirigir?

— Residente 1706, também conhecido como Macaco louco, por favor!

Sentiu-se uma certa hesitação no ar.

— Esse seria o piso – 21! Boa sorte!

Segundos depois a porta fechou-se deixando os dois finalmente respirar de alívio. De alguma forma tudo correra bem e Brick mesmo não querendo admitir sabia que ambos formavam uma boa equipe. Como uma certa pessoa dissera “ O seu pior inimigo pode ser o seu maior aliado!”. Sentimentos opostos guerreavam dentro de si, lutando para manter em mente que ela sempre seria uma inimiga apesar desta  pequena colaboração. No fim ela mesma não o via como nada mais do que um simples degrau para conseguir os seus objetivos, sejam eles quais fossem.

Essa pequena reflexão o fez se perguntar sobre o que estaria ela atrás, para o estar a ajudar tão facilmente.

— Hey! Porque é que você estava na casa de Oliver naquele dia?

Não houve resposta! Por segundos ele se censurou por ter perguntado! Ela parara o observando surpresa pela pergunta. A verdade é que nenhum deles sabia ao certo o que o outro procurava, então viu naquela pequena pergunta a oportunidade de obter algumas respostas. Desafortunadamente, o som que tinham chegado ao destino impediu que aquela conversa pudesse continuar.

O piso a que foram apenas tinha um corredor pobremente iluminado por uma fraca luz de cadeeiro. Apenas ao fim de alguns minutos encontraram o seu objetivo. O macaco estava dentro de uma grande capsula colocada a um canto da sala. Um estranho líquido verde borbulhante cobria seu corpo mantendo-o inanimado. Brick olhou para a sua companheira com um certo ar de terror.

— E ainda têm a coragem de dizer que certos vilões dão medo! Vocês sim deveriam ser detidos!

— Sabe com o dizem. Nunca entre no caminho de um cientista em busca pelo conhecimento!


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