Red Wires of Destiny escrita por Selene Sumner


Capítulo 5
Wire 5


Notas iniciais do capítulo

Aqui mais um capitulo, minha gente linda. Para as pessoas que favoritaram neste espaço de tempo, tenho a dizer que eu adoro vocês ^^

Infelizmente ele ainda não está revisado então peço que me digam se encontrarem algum erro. ;)

Não vou dar pretextos mas peço imensas desculpas pelos meus atrasos.

Boa leitura. :)



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Como ela pode deixar isto acontecer? Ultimamente ela estava muito distraída, o que não era habitual. Normalmente ela não deixaria tão precioso objeto em proteção alguma como tinha acontecido. Onde ela estava com a cabeça?

Não era nenhuma novata no ramo das super heroínas para cometer tamanho erro. Várias imagens passaram por sua cabeça à medida que voava na direção do seu apartamento. Talvez ela estivesse a exagerar. Talvez não tivesse acontecido nada. Mas ainda que se quisesse enganar com tais pensamentos, uma vozinha bem no fundo do seu ser dizia que as coisas não iriam correr como queria.

Finalmente tinha chegado. Foi com pressa e uma certa atrapalhação que abriu a porta. De facto foi necessário três tentativas para o conseguir, e ao ter uma vista lá para dentro, desejou que antes não o tivesse feito. Todos os seus pertences estavam espalhados no chão. As gavetas completamente abertas e alguns estilhaços de vidro brilhavam sobre a luz ténue do por do sol.

Automaticamente moveu-se para o lugar onde guardara as informações dadas por Olliver. Não estava lá nada! Uma certa pontada de medo apertou o seu coração. Decidiu procurar em outros lugares. Recusava-se a acreditar que eles tinham desaparecido. Não podiam! Essa não era uma opção! Percorreu todo o lugar com a maior das atenções, tinha que se acalmar. Infelizmente foi tudo em vão, eles realmente tinham desaparecido. Momentaneamente sentiu os seus olhos turvos pela vontade de chorar.

Mas a sua atenção foi atraída pelo som de uma corrente de ar ao entrar pela janela aberta. Havia algo estranho! O apartamento situava-se no sexto andar e a porta estava completamente trancada quando chegou. Decididamente uma pessoa normal não conseguiria tamanha proeza. E como se um interruptor se tivesse ligado, todo o enigma tinha sido desvendado. Na verdade não havia mistério nenhum, apenas uma pessoa teria sido capaz de o conseguir e roubar o que roubou.

— Brick! — Sim, só poderia ter sido ele. — Eu vou definitivamente, lhe matar!

Com a raiva transbordando por cada um dos seus poros, não demorou a saltar pela janela, em procura do seu ladrão. Assim que o encontrasse, certificar-se-ia que ele nunca mais saberia quem era ou de onde vinha. Sentiu-se estúpida! Estava mais que óbvio que ele não iria colaborar com ela, e mesmo assim tinha permitido que esta situação acontecesse. Já havia poucos raios de sol iluminando a cidade, diminuindo as suas poucas hipóteses de o encontrar. A esta hora ele já teria fugido para bem longe e começado pensar no que fazer.

Enquanto a luz se desvanecia, dando lugar ao céu escuro ausente de estrelas, os seus pensamentos tornavam-se igualmente turvos e cada vez mais desesperantes. Deu tudo de si para o encontrar até finalmente de dar por derrotada. O caminho para casa foi uma longa estrada sombria que ela teve de aceitar. Tudo tinha acontecido por não estar um passo à frente e mesmo ela sabendo disso, não conseguia evitar sentir raiva e ódio de Brick.

Voltou a entrar pela janela, onde direcionou todos os seus sentimentos frustrantes para a mobília que já estava completamente desorganizada. Ela se sentiu mover intuitivamente em direção à escrivaninha e num momento de fúria lançar todos os seus objetos diretamente para o chão. A razão já a tinha abandonado, e agora a única coisa que a confortava era o som alto das coisas caindo brutalmente no chão.

Os seus gritos de raiva foram gradualmente diminuindo dando lugar a um sentimento desconfortável de desespero. Ao se olhar ao espelho não conseguiu reconhecer o seu reflexo. A sua íris vibrava num tom quase vermelho, enquanto a sua expressão a tornava nitidamente mais tenebrosa. Todas as lágrimas que tinha segurado até agora corriam livremente pela sua face.

Blossom finalmente tinha-se apercebido que era bem mais fraca do que aparentava. Tentara parecer forte estando contaminada com um estranho soro, que não fazia a menor ideia do que poderia ser. Tentara parecer forte tentando arranjar uma solução sozinha. Na verdade era orgulhosa demais para pedir ajuda. Ela sabia que as suas irmãs iriam compreender, que não a iriam repreender por ter falhado e que a iriam ter ajudado, mas decidiu não o fazer iludindo-se com uma força que sabia ainda não ter.

Chorou a noite toda. Todo o seu trabalho tinha sido completamente em vão. Não poderia voltar para Oliver. Ele tinha deixado bem claro que eles tinham de trabalhar juntos na tarefa, e agora voltar sozinha sem nem ter feito absolutamente nada, era como ter falhado duplamente no seu pedido. Qualquer hipótese de encontrar uma cura ou explicação para o que lhe estava a acontecer, tinha sido completamente reduzida a cinzas.

Ao olhar para os seus arredores perguntou-se no que se tinha tornado. Ela não agiria assim no seu estado normal. Ainda a recordar o que se tinha passado, levantou-se lentamente sentindo uma certa dor por ter dormido numa posição estranha. Ela tinha que limpar toda a bagunça que tinha feito. Agradeceu mentalmente por ninguém ter feito queixa dela durante a noite. Sinceramente não saberia como iria reagir se alguém a perturbasse. Não queria pensar nessa hipótese sequer. O seu psicológico estava fragilizado e provavelmente não respondera por si.

A imagem no espelho era a prova disso. Alguma coisa estranha estava acontecendo com ela, porém agora ela não se sentia com forças para enfrentar o quer que seja. Depois de tudo arrumado, fez a sua mala. Ela voltaria para casa! Ainda faltava um tempo para o seu regresso, mas sabia que não estava capacitada para continuar. Quando ela se tinha tornado tamanha cobarde?

Ao ir embora desculpou-se por todos os danos provocados, aos quais o dono do lugar não ficara muito contente, mas que desculpara, uma vez que um vizinho alertara ouvir barulhos estranhos quando ela estava fora. Ele provavelmente pensou que ela tinha sido roubada e que tinha medo de dizer a verdade. Não tendo vontade de explicar, apenas deixou a situação assim e apanhou o ónibus mais próximo para casa.

Ao contrário da sua vinda, que se passou num piscar de olhos, esta estava tediosamente lenta. As musicas tristes que passavam na radio pareciam conspirar com o seu animo para a deixar ainda mais miserável. Como era possível? O mundo realmente parecia conspirar contra ela.

Em Townsville o céu estava coberto por nuvens cinzentas. Finalmente tinha chegado, e agora encontrava-se de frente para a sua casa, lembrando que ninguém a estava lá para receber. Talvez fosse melhor assim. Subiu as escadas para o seu quarto onde se sentou na cama com o seu livro preferido. A leitura a animou um pouco, no entanto a ruiva sabia que algo não estava bem. Ela estava fugindo. Onde estava toda a sua coragem e animo para enfrentar as adversidades? Ela não era uma pessoa de fugir, então porque o estava a fazer?

Não se conseguindo concentrar na leitura decidiu dar uma volta pelas ruas das redondezas. Poucas pessoas se encontravam na rua e quando se sentou um banco do parque olhando as nuvens que ameaçavam a qualquer momento começar a chover a sua atenção foi atraída a uma garota que ao longe estava de braços abertos recebendo com alegria o vento que passava por si. Ela não lhe era estranha, mas pelos vistos a garota reconheceu-a mais cedo pois veio até ela com um sorriso no rosto.

— Blossom! — Ela lhe deu um abraço, mas rapidamente percebeu que ela não a reconhecera, assim que olhou para a sua cara confusa. — Sou eu, a Robin!

Mas claro, como ela poderia ter esquecido! Os seus olhos claros e a longitude do cabelo ainda eram os mesmos, apenas a franja tinha desaparecido.

— Claro! Quase que não a reconheci! Está tudo bem com você? Você sabe, depois daquilo...

— Hum...— Ela mostrou uma expressão serena em seu rosto. — Sim, penso que posso dizer isso. Não foi fácil aceitar no início, mas agora vejo que foi para o melhor.

Robin observando a amiga senta no banco. Ela parecia analisar a sua expressão.

— E com você Blossom? Algo se passa não é verdade? — A afirmação apanhou a ruiva desprevenida. Era assim tão evidente?

— Porque diz isso?

— Sabe, eu tive essa mesma expressão, quando descobri que os meus pais se iriam separar. Não queria acreditar que isso fosse possível! Pedirem a uma pequena garota para escolher um dos seus pais não é uma escolha fácil. Pensei que a culpa era minha! Que talvez fugir ao problema era o melhor a fazer. Sabe, eu não me orgulho de algumas escolhas que fiz na altura. Na verdade nem queria pensar nisso, mas ao vê-la assim. Não posso deixar de sentir que acabará no mesmo caminho que eu.

— Não...eu...Sei lá! Coisas estranhas têm acontecido comigo, sabe. E tudo o que eu fiz para solucionar as coisas têm dado errado. Sinceramente, não sei mais o que fazer... Acho que não sou tão forte assim.

A morena a olhava com um sorriso condescendente.

— Penso que isso é porque está agindo muito impulsivamente. Não que isso seja mau, claro, mas ao olhar para a sua cara, sinto que esta não é exatamente você! A Florzinha que eu conheço, iria tornar as suas desvantagens, mas suas mais poderosas armas. Você não é tão forte assim? Talvez neste momento não o seja, mas isso não significa que não tenha as características para o ser. Para onde foi a garota racional derrota todos os vilões com os seus esquemas mirabolantes?

— Esta não sou eu? — As palavras da morena acertaram-na como um belo tapa na cara. Desde quando ela começara a ser assim, tão estupidamente frágil. Agora que alguém lhe tinha colocado alguma razão à sua frente, Blossom conseguia finalmente ver com mais clareza. — Sabe? Acho que você tem razão! Obrigada.

— Agora você se parece mais com a pessoa que eu conheço! Bem, eu tenho que ir, o meu namorado já deve estar louco há minha procura! Ah, o meu número continua o mesmo, por isso se quiser conversar já sabe! — Disse com uma piscadela do olho esquerdo antes de se ir embora.

A ruiva ficou mais um tempo no parque as nuvem agora estavam a desaparecer, para dar lugar à calorosa luz do sol. Robin estava certa. Se as coisas não estavam a correr bem, ela só tinha que as tornar a seu favor. Como o fazer? Ela não tinha a certeza, mas não era preciso apressar as coisas.

Nos dias que se passaram, Blossom aproveitou para por alguma papelada em dia. O prefeito questionou o seu regresso repentino, ao qual ela apenas respondeu que já tinha cumprido a sua missão. Depois disso foi a vez de fazer um belo jantar para o professor e as suas irmãs que voltariam em breve.

E tinham regressado mesmo a tempo para o projeto de caridade anual. Este consistia num concurso de curtas-metragens em que o dinheiro iria para os mais necessitados, e as meninas eram a imagem de marca. A ruiva ajudava sempre que podia, e este ano não seria uma exceção. Ela estava entusiasmada com a ideia.

O concurso realizar-se-ia num grande auditório, e os preparativos estavam indo bem. As pessoas estavam colaborando para deixar tudo perfeito e a ruiva não poderia estar mais satisfeita. Tudo estava correndo bem e por isso não achou mal algum fazer uma pausa. Do lado de fora havia uma grande varanda e por isso achou o sítio ideal para descansar um pouco. A vista era espetacular e se observado atentamente a cidade era um lugar muito bonito quando não estava a ser destruído por monstros.

Por momentos desejou ficar ali eternamente, porém sabia que tinha de voltar ao trabalho e por isso reuniu toda a sua coragem para voltar ao trabalho.

— Ora, ora e não é que a menina está bastante bem! Pensei que estivesse a chorar pelos cantos por ter perdido os papéis!

A voz familiar denunciou quem estava atrás de si. Foi num movimento brusco que deu meia volta e ver a cara Brick a uns metros acima de si. Ele estava sentado no ramo de uma árvore olhando a expressão de fúria da ruiva. Se havia algo que ela queria naquele momento era esfregar a cara do seu rival no chão e saciar a sua sede de vingança, porém não o faria. Robin estava certa e se ele tinha vindo ao seu encontro era porque queria alguma coisa. Ela precisava saber o quê, e tirar proveito disso.

— O que você quer comigo Brick? 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^



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