Stepping on Roses escrita por Any Queen


Capítulo 9
Dive


Notas iniciais do capítulo

ESSE NÃO É O CAP COMPLETO
Então, como eu fui lembrada, faz anos que eu não posto e minhas sinceras desculpas estava passando por algumas coisas e escrever aqui era a última coisa na minha cabeça e agora estou na minha semana de provas com uma pesquisa para desenvolver que está tomando a minha vida.
Então decidi postar um pedaço do capitulo e não vou conseguir responder os comentários essa semana, mas podem ir escrevendo e vou tentar responder assim que eu ficar livre.
Outra coisa, uma recomendação sempre deixaa escritora feliz e animada para escrever, fica a dica.
XOXO



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Oh, maybe I came on too strong
Maybe I waited too long
Maybe I played my cards wrong
Oh, just a little bit wrong
Baby I apologize for it

— Ed Sheeran, Dive

 

Na noite de quarta, eu estava mais animada do que o normal. Eu finalmente eu estava indo fazer algo por mim mesma desde que tinha casado... Na verdade, fazia muito mais tempo do que isso.

            Chamei outro motorista, não queria ter que ouvir Dig dizendo o quanto Oliver não gostaria daquilo, mas o plano era entrar e sair da QC sem que ele me visse. E estava funcionando muito bem, sua secretária não me viu e eu consegui chegar a sala onde os sócios de Oliver estavam começando uma partida de poker.

            Eu tinha escolhido uma roupa mais amostra do que geralmente uso, mas era uma tática que eu usava para distrair os homens enquanto eu fazia a minha jogada. Wells estava sentado em uma das cadeiras e foi o primeiro a se levantar quando me viu entrar, me ajudou a tirar o casaco e depois me apresentou aos outros.

            - Essa é Felicity Queen. – os sócios me cumprimentaram e me encheram de elogios como era esperado que fizessem, eu me senti bem, não estava acostumada a ouvir elogios de Oliver.

            O jogo começou muito fácil, aqueles homens não se importavam com dinheiro e eu não perdia uma, aceitei um copo de vinho branco e quando percebi já tinha perdido a conta de quantos já tinham ido. Decidi que estava na hora de dar uma volta ou a minha ideia de ir e vir sem Oliver perceber iria por água abaixo, mas estava tudo tão bom e casual, aqueles homens me veneravam e eu estava me divertindo. Cambaleei um pouco até achar um banheiro, precisava jogar água no rosto.

            Quando sai, o corredor estava escuro e deserto, não me trazia boas memórias. Apertei os braços contra o corpo e dei meia volta para voltar ao jogo, acabei trombando com um corpo que estava incrivelmente perto.

            - Desculpa... – comecei, mas quando olhei para cima, meu corpo congelou e a única coisa que eu conseguia fazer era lembrar como respirava.

            - Felicity... – dei um passo para trás, mas ele deu um para frente.

            - Não chega perto de mim.

            - Eu não vou te machucar.  – disse Ray levantando as mãos.

            - Não chega perto de mim. – repeti, dei mais alguns passos para trás, mas minha visão começou a ficar embaçada e de repente apareceram três Rays.

            - Você está bem? – ele tentou me tocar e eu bati de costas na parede.

            - Não encosta em mim! – gritei.

            - Você não precisa gritar. – disse Ray ficando irritado.

            - Então vai embora e me deixa voltar para onde eu estava. – minha voz estava um pouco embargada. Nossa, eu nunca tinha ficado bêbada antes, aquele vinho era forte.

            - Você bebeu?

            - Me deixa passar.

            Ray chegou para o lado e sorriu.

            - Não estou te impedindo.

            Respirei fundo e tentei me recompor, levantei o queixo e comecei a andar para longe dele, mas Ray agiu ao contrário, agarrou meu braço e me puxou para ele.

            - Não precisa se fingir de difícil. – ele tentou me puxar mais forte.

            - Eu vou gritar. – eu estava realmente tonta, o que me impedia de cair era Ray me segurando, mas eu preferiria cair no chão.

            - Grita. – Ray riu – Quer que todos saibam seu segredo sujo?

            - E você? – disse uma voz atrás de Ray – Quer que todos saibam do seu segredo sujo?

            - Por que você sempre tem que ser um estraga prazeres? – tentei puxar meu braço de volta, mas não tinha forças.

            - Solta ela e não volte mais aqui. – Oliver apareceu no meu campo de visão, ou eram três Olivers? Eu não conseguia distinguir – Agora.

            - Isso não acabou. – Ray me soltou com muita força, eu bati com tudo na parede – Até mais, Felicity.

            Enquanto Ray saia andando calmamente pelo corredor, Oliver veio até mim e me segurou, apoiei minha cabeça no peito dele e queria desesperadamente dormir e fingir que aquilo não tinha acontecido.

            - O que você está fazendo aqui? – perguntou ele assim que Ray sumiu do corredor.

            Afastei-me de Oliver e tentei tirar o cabelo do rosto, ele cheirava tão bem, parecia um fruto afrodisíaco, me fazia querer tirar aquele terno caro e sentir direto da pele dele. Nossa, eu estava pensando em coisas estranhas.

            - O que foi? Eu não posso ter minha vida secreta e tudo? Você tem a sua.

            - Você bebeu?

            - Isso é uma pergunta? Porque me parece que você já sabe a resposta. – puxei o terno dele, eu queria tanto cheirar ele – Mas a culpa é sua.

            - Como isso é culpa minha?

            - Se você não fosse tão babaca talvez eu não precisaria beber.

            - Você perdeu o juízo? Vindo a empresa, bebendo perto dos meus sócios, sabe o que acontece se eles descobrirem? – cheguei mais perto dele, o mundo estava girando de um modo muito estranho.

            - Você vai me jogar no fundo do oceano? – cheguei mais perto ainda e coloquei as mãos no peito dele, ele estava tão macio, isso é um adjetivo para uma pessoa?

            - Felicity...

            - Você não conseguiria fazer isso. – olhei para cima e vi que seus olhos estavam confusos, isso era novidade – Porque você gosta de mim e tem medo de falar, aí age como um neandelal.

            - É “neandertal”.

            - Então você admite, Queen.

            - Eu não admito nada, você disse errado.

            - Para você eu estou sempre errada. – subi minha mão até seu pescoço e forcei que olhasse para mim – Olhando nos meus olhos roxos...

            - Seus olhos não...

            - Quieto... Estamos sozinhos, ninguém vai ouvir você... Você gosta de mim?

            - Felicity.

            Oliver estava confuso, mas era a única coisa eu estava ciente, eu não senti quando suas mãos subiram para a base da minha coluna ou quanto ele parecia nervoso, porque meu estomago estava muito estranho e de repente eu queria desesperadamente deitar. Quando percebi, meu corpo estava arqueando e meu vomito estava todo em cima de Oliver.

            - Ótimo, isso é ótimo. – ele segurou meu ombro e tirou meu cabelo do rosto.

            - Me desculpe, o terno é caro, eu lavo amanhã.

            - Você vai vomitar de novo?

            - Provavelmente.

            Oliver me seguiu até o banheiro e me colocou perto do vaso. Enquanto isso ele tirou o terno destruído e começou a ligar para alguém, mas eu não consegui prestar atenção porque logo comecei a vomitar de novo. Um tempo depois Oliver veio e segurou meu cabelo até que eu não tinha mais nada para vomitar. Uma batida na porta fez Oliver se levantar e sumir por alguns segundos, eu fechei os olhos e tentei respirar, eu nunca mais ia beber na minha vida.

            Oliver me ajudou a levantar e colocou meu casaco que ele tinha recuperado de algum lugar, ele estava vestindo uma blusa limpa e fedia um pouco menos.

            - Consegue andar?

            - Até aonde? – Oliver sacudiu a cabeça e me pegou no colo, eu deitei a cabeça no seu ombro e continuei minha avaliação do seu perfume, com certeza seria melhor sem aquela camisa ou o vomito. – Aonde nós vamos?

            - Não podemos sair pela porta da frente...

            - Seria engraçado.

            - Só fique quieta e vamos chegar em algum lugar.

            - Sim, senhor.

            Acabei pegando no sono e quando voltei a mim, Oliver estava entrando em um quarto de hotel. Ele me colocou na cama e eu sacudi a cabeça para acordar.

            - Eu vou tomar um banho, você vai fazer o mesmo.

            - Sim, senhor.

            Oliver pegou uma muda de roupas e uma escova e me entregou.

            - Consegue fazer isso sozinha?

            - Será que tem uma banheira? Eu gosto de banheiras.

            - Nada de banheiras, você pode dormir sem querer, no chuveiro.

            - Estraga prazeres.

            Cambaleei até uma porta enquanto Oliver ia até a outra, olhando para trás para ver se eu conseguia. O quarto era chique, maior que meu apartamento no Glades, tomei um banho frio e tentei ficar o mais acordada possível, só que o quanto mais eu acordava mais eu me lembrava do encontro com Ray e mais eu queria esquecer.

            Quando terminei, vi que a muda de roupas que Oliver tinha me dado na verdade era uma de suas cuecas e uma blusa sua. Coloquei sem muita cerimônia, escovei os dentes e saí do banheiro. Oliver não estava lá, andei, agora com amis firmeza, e encontrei uma garrafa de tequila, seria loucura tomar, mas eu realmente não queria pensar no que tinha acontecido com Ray.

            - Não é uma boa ideia. – disse Oliver na porta com o cabelo molhado e moletom,

            - Parece uma boa ideia. – respirei fundo – A alternativa é pensar em Ray.

            - O que você estava fazendo na QC essa hora?

            - Eu estava jogando poker. – caminhei até a cama e me joguei – Agora parece idiota querer fazer algo só para mim. Eu nunca tive algo só meu, desde criança, e quando eu tento, tem que acontecer...

            - A culpa não é sua.

            Levantei meu olhar e vi que Oliver estava tranquilo, tranquilo demais.

            - Você não vai gritar comigo?

            - Você está bêbada, não vai lembrar de nada amanhã, não seria justo.

            - Então vou ganhar o sermão amanhã quando estiver de ressaca? Quão bondoso você está.

            - Você quer que eu grite agora? – ele colocou a mão na cintura e arqueou a sobrancelha.

            - Eu queria que você não gritasse.

            - Não é uma opção.

            - Claro que não é. – respirei fundo – Você não respondeu minha pergunta.

            - Qual pergunta?

            - Não se finja de idiota. E ainda estou bêbada o que significa que meu filtro pra qualquer coisa está muito pequeno. – Oliver caminhou calmamente e sentou do meu lado, ele não estava bravo ou carrancudo, na verdade, sua expressão não revelava muita coisa – Você foi atrás de mim, mesmo tendo a perfeita desculpa para se livrar de mim, entrou em um lugar em chamar para me salvar mesmo morrendo de medo. Depois me empurra para fora sendo extremamente um imbecil.

            - Suas escolhas de palavras estão sublimes.

            - Eu não aguento mais tentar imaginar o que está passando na sua cabeça. – Oliver levantou o olhar e me encarou, parecia hesitante – Eu ainda estou bêbada, você mesmo disse que não vou lembrar disso pela manhã.

            - Eu... – estiquei minha mão e peguei a dele, queria tanto que ele falasse, por mais que fosse exatamente o oposto do que eu estava esperando – Eu sou um imbecil.

            - É um começo.

            - Eu não podia deixar você ir, mas por algum motivo não consigo deixar você entrar.

            - Por que você não tenta? – entrelacei meus dedos nos dele e Oliver abaixou olhar surpreso – Eu não vou deixar você se é isso que está preocupado.

            - Você não pode me deixar, temos um contrato. – ele sorriu e chegou mais perto de mim.

            - Você acabou de tentar fazer uma piada?

            - Como assim eu tentei? – Oliver ergueu a mão e ficou alguns segundos com ela no ar antes de decidir tocar meu rosto. – Você não sabe o quão difícil é ficar perto de você e não tentar te tocar?

            Prendi a respiração quando ele chegou o rosto mais perto e acariciou minha bochecha.

            - Então me toca.

            - Eu não quero me afogar. Eu não posso me afogar.

            Eu conseguia sentir sua respiração, lembrei de como tinha sido maravilhoso sentir seu corpo perto do meu como ficamos no banheiro, eu não me importava com as coisas que ele tinha dito, não conseguia me importar com nada, apenas com seu cheiro tão próximo. Tentei encontrar seu olhar, ele estava me encarando tão ávido que me encheu de receio, ele estava querendo saber o que eu pensava sobre ele se afogar, querendo saber se podia se afogar em mim.

            - Não é ruim... – disse com a boca seca – Se afogar.

            Suas mãos desceram da minha bochecha até meu pescoço, deslizando seus dedos sobre a minha pele, seus olhos acompanhavam o caminho e meu corpo respondia ficando em chamas. Quando seu olhar voltou para meu rosto, ele se prendeu a minha boca onde ficou por alguns segundos, eu sentia sua hesitação assim como sentia cada empecilho cair a cada segundo que seu corpo ficava colado no meu. Quando finalmente sua boca encontrou a minha, eu tive medo de que nunca mais poderia viver sem aquilo.

            Ele não foi cauteloso, foi ávido e certeiro, como se quisesse deixar tempo para a incerteza, invadiu meu espaço enquanto minhas mãos encontravam seu caminho para seu pescoço. Eu não queria que ele pensasse, queria ele que afogasse nesse beijo tanto quanto eu. Sua língua invadiu minha boca e eu deixei que ela sugasse cada pedaço de mim.

            Quando nos afastamos para respirar, ambos estavam sufocantes, mas não vi em Oliver um sinal de que aquilo era o suficiente. Corri meu corpo para o meio da cama e logo Oliver estava em cima de mim, me beijando novamente, suas mãos começaram a andar pelo meu corpo apertando meu seio e depois descendo até minhas coxas. Eu me perdia nas suas costas firmes e largas que se contraia toda vez que ele encontrava uma nova parte do meu corpo.

            Sua boca desceu para a minha clavícula e me mordeu, com certeza deixando uma marca ali. Depois mordiscou minha orelha, me fazendo arquear.

            Quando voltou a me beijar sua mão chegou perigosamente perto da minha calcinha. Foi quando algo aconteceu para que ele acordasse e começasse a parar o beijo gentilmente.

            - O que foi?    

            - Você está bêbada e não vai lembrar de nada.

            - Você já disse isso.

            - Não é para ser assim, Felicity. – ele tirou o cabelo do meu rosto e suspirou – Não é certo.

            - Você tem certeza disso?

            - Sim. – Oliver se afastou e deitou no travesseiro, eu fiz o mesmo e ficamos nos encarando por um tempo.

            - Como vamos lidar com isso amanhã? – perguntei já um pouco sonolenta.

            - Durma bem.

            Não consegui argumentar, fechei os olhos e apaguei.


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Notas finais do capítulo

E aí?



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