Os Três Reis escrita por Deusa dos Yatos


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oiee!
Trouxe o segundo capítulo da minha historinha bizarra envolvendo o Bangtan.
Espero que gostem!



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“Terras encantadoras, as de Ophélia. Sempre gostei daqui, tem cheiro de terra fértil, liberdade e de paz. Afinal, quem não gosta de paz? Aqui nasci, aqui vi meu pai se tornar rei, aqui me tornei um rei. Aqui aprendi a ser guerreiro, embora hoje a arte da guerra há muito já não mais é ensinada. Deixo de lado meu título de soberano e aprecio essa paisagem como simples membro da grande família que aqui habita.”

 

As ruas do reino estavam lotadas de pessoas carregando coisas. Uvas, queijos, metros e metros de panos coloridos, madeiras, balaios abarrotados de comida. Tudo minunciosamente separado para a nova festa que ocorreria em Ophélia dali a poucas semanas. Moças traziam fios de ouro para confeccionar as vestes da nobreza, garotos corriam por entre as pessoas derrubando um ou outro no caminho.

O rei observava da sacada do castelo satisfeito, acenando vez ou outra para seus muitos conhecidos ou para as senhoras que sempre lhe traziam mimos como biscoitos ou pães. Assim era Hoseok III. Todos tinham muita consideração para com ele isso porque era um rei excepcionalmente atencioso e simpático. Devido ao seu temperamento bondoso, era constantemente repreendido pela nobreza principalmente por assentir que servos e escravos participassem das festas reais.

—Eles também são pessoas, pessoas de Ophélia, meu povo!_dizia ele.

—Se esse é o povo de Ophélia, eu não quero ser a nobreza, meu neto Hoseok!_rebatia sua velha avó Isolda.

Isolda viveu na era de Hoseok I. Naquela época as terras de Ophélia eram estritamente bélicas e separatistas, todos viviam tempos de horrores. Nem mesmo os mais ricos conseguiam se manter bem, já que as guerras estavam custando mais do que todos podiam pagar. O cenário só começou a mudar quando Hoseok II assumiu o reinado e decretou que estavam estritamente proibidos os maus tratos aos escravos. Ele também diminuiu os impostos para as famílias servis e permitiu que escravos tivessem pequenos empregos desde que não afetassem as tarefas com seus senhores. Depois deste decreto, mais e mais escravos passaram a comprar sua liberdade. Ophélia deixou de ser reino ofensivo nas guerras assumindo o posto de reino neutro.

A popularidade do rei crescia cada vez mais, o reino se reerguia aos poucos assim como a situação da população também melhorava a passo lento. Porém, as pessoas da geração passada criticavam a doutrina de governo de Hoseok II. Achavam um absurdo escravos se misturando aos filhos dos nobres como iguais ou servos frequentando escolas que antes só uma parca quantidade de ricos poderia frequentar.

Embora fossem intensas essas críticas, todos que faziam parte desse grupo anti-governo eram anciões, soldados falidos ou senhores de escravos descontentes e correspondiam à minoria da população.

O tempo passou e então veio a era de Hoseok III, que consolidou os fundamentos de seu pai e assumiu sua doutrina de proteção à população pobre de Ophélia. O rei tem a tradição de organizar festas, banquetes e saraus para todos sem distinção de raça, posição social ou condição financeira.

—Meu pai me disse que o homem nobre não é aquele que derruba um exército e sim aquele que acolhe de bom coração os que necessitam de seu apoio_ele dizia ofendido quando o questionavam sobre seu método de governo.

—Seu pai era caduco e você está seguindo o mesmo caminho_retrucavam os membros do conselho.

Já cansado das falações dos anciões, Hoseok apenas deixou de ouvi-los. Quando vinham até ele à única que coisa que fazia era balançar a cabeça e concordar, já que nada do que ele diria os faria mudar de opinião.

Embora o rei fosse responsável por boa parte de tudo o que vinha acontecendo em Ophélia, era seu guarda real quem o ajudava em seu reinado. Sir Taehyung não só protegia o rei, mas cuidava da segurança da população em geral. Era seu dever e de suas tropas fiscalizar a situação dos escravos, dar auxílio para as famílias em caso de desastres naturais e também na educação dos órfãos. Taehyung cresceu no castelo junto com Hoseok, isso aconteceu depois que o menino escravo salvou a vida do então jovem príncipe de Ophélia conseguindo despertar a gratidão e a amizade do próprio. Ele foi levado para o castelo na condição de filho de alguém da guarda, se descobrissem sua verdadeira origem provavelmente os anciões não hesitariam em lhe dar um destino cruel.

Desde crianças eram inseparáveis e juravam que um dia seriam rei e guerreiro.

—Guarde minhas palavras, Tae_ Dizia Hoseok olhando paras as colinas enevoadas de Ophélia do topo do castelo_Um dia, será eu quem vai reinar sob essas terras e você será meu cavaleiro fiel, você será meu braço direito.

—Não entendo, por que eu? Sou magricela e nem aguento com o peso da espada.

—Não importa a força do teu corpo, o que me importa de verdade é a força do teu coração._então ele se virava para Taehyung sorrindo largamente_Só em você posso confiar! E não fui eu quem decidiu isso, já estava escrito assim.

Doces dias de infância eles passaram no castelo. Roubavam tâmaras e uvas da cozinha, corriam pelos corredores brandindo espadinhas de madeira, fugiam pra rua para brincar com as outras crianças. A rainha Leonor tinha que interceder pelos meninos quase sempre, o rei ficava irado e os repreendia por sua irresponsabilidade, mas secretamente no fundo de seu coração agradecia por saber que o futuro prometia grandes feitos.

Inácio surgiu atrás do soberano tirando-o do devaneio. Era quase impossível não notar o cozinheiro real, ele era gordo e atarracado. Seu rosto tinha um tom avermelhado e ele falava alto como se sempre estivesse apavorado. Naquele momento em especial estava ainda mais apavorado, o chapéu torto e as vestes em péssimo estado não contribuíam para uma impressão melhor.

—Vossa Majestade, o purê está pronto, mas os carneiros... bem, houve um grande problema com os carneiros. Encomendamos 32 carneiros, mas até agora só temos 15._O cozinheiro falava como uma metralhadora e foi preciso mais de um minuto para Hoseok assimilar o que acabara de ouvir.

—Hum, sem os carneiros não tem festa! Vou entrar em contato com o pastor de quem encomendamos.

—Creio que não seja necessário, Vossa Majestade._Taehyung apareceu de supetão fazendo Inácio dar um pequeno pulinho de susto_Os carneiros foram desviados já que os  servos do pastor são novos por aqui e se perderam no caminho. Já enviei suporte á eles que devem chegar em breve.

Inácio sorriu agradecido e com uma reverencia deixou o local, quase tão rápido quanto havia chegado.

—Oh Sir Taehyung, você é tão habil! Será que já enviou os convites da festa para os reis dos reinos vizinhos?_Hoseok sorriu sugestivamente.

—Sem dúvida Vossa Majestade, tomei o cuidado de enviar os convites de Galarda duas semanas atrás já que este é o reino que mais dista de Ophélia. Os do reino de Denver enviei na semana passada;

—Isso é ótimo_Hoseok se aproximou um pouco e sussurrou_O que seria de mim sem você meu caro amigo?

—Provavelmente não seria o rei!_Taehyung sussurrou de volta e os dois caíram na gargalhada.

—Estou ansioso para ver Namjoon e o rabugento yoongi.

—Pelo menos ele é casado.

—Ei, que desonra para com o seu rei!_Hoseok se fingiu magoado.

—Me perdoe, Vossa Majestade._O rei sorriu de novo, mas logo parou e virou-se para as ruas de Ophélia. Ah, essas eram terras realmente muito encantadoras.


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