Os Três Reis escrita por Deusa dos Yatos


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Olá minha gente!!! Tô chegando aqui com o capítulo 19.
Boa leitura e espero que gostem =^.^=



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“Cercados e fadados ao fracasso. Um exército tomado pelo poder e fúria dos inimigos, inundado pelos sentidos de um bruxo. Somente um guerreiro suficientemente maluco conseguiria derrotá-lo. É uma pena para ele; o carrasco que foi capaz de cortar a cabeça do próprio rei está em batalha e jamais hesitará em cometer uma loucura a mais.”

 

Yoongi estava exausto e o ferimento em seu braço pulsava e ardia conforme se movimentava. Não via nem Hoseok nem Namjoon, estava sozinho em meio aos muitos soldados de Galarda.

Assim como tinha previsto, Jin estava bem preparado. Antes de chegarem ao reino, ainda no comboio de guerra, ouviram informações nos povoados adjacentes de que a maior parte do exército de Galarda estava em alguma missão especial para seu rei. Porém, ele jamais tomou esse rumor como verdadeiro, sabia, por experiência própria, que jamais deveria subestimar seus inimigos.

De início estava brandindo duas espadas ao mesmo tempo, mas foi atingido por um soldado mal nutrido que só parecia estar ali com finalidade de cortar pessoas, e por isso teve de continuar com somente uma. Quanto mais combatiam, mais e mais soldados inimigos apareciam.

Yoongi pode ver pelas armaduras e pelos portes dos soldados que ali estavam os mais variados tipos de criminosos, mas a maioria eram estrangeiros de terras muito distantes da gota, provavelmente mercenários. Namjoon lhe contara sobre o que Alekssandru havia dito a ele antes de morrer e agora sentia-se um tolo. Como não pensara que um outro alguém pudesse estar por trás de tudo aquilo? Como se deixou ser tão ludibriado? Sentia-se humilhado por ele e por Namjoon, sentia-se humilhado pelo povo de Galarda que sofria com as consequências terríveis da guerra. Sentia-se humilhado por Hoseok, por obrigá-lo a entrar em uma briga da qual ele não queria participar. Uma briga que até mesmo o rei louco de Denver não tinha certeza se conseguiria ganhar. Mas não iria desistir, nem que cortassem todos os seus membros, não iria desistir de sua luta.

Ele continuou avançando e conforme se aproximava do centro de Galarda notou mais tropas sendo incorporadas ao exército inimigo. Seu estômago se revirou e subitamente o cheiro de sangue fez com que sentisse vontade de vomitar. Quando tentou observar a situação de suas tropas ficou horrorizado, embora os soldados de Denver e Ophélia fossem bem treinados não eram tão robustos nem tão resistentes quanto os mercenários contratados por Jin, isso sem contar que a desvantagem em número aumentava a cada minuto.

Yoongi se abaixou tentando controlar a vertigem e então sentiu nojo de si mesmo. Como poderia se abaixar assim e ser tão fraco? Ele era Yoongi I, Rei de Denver, fora ele quem matara seu rei e usurpara seu trono. Fora ele quem torturara seu companheiro em detrimento de uma traição, fora ele quem matara criminosos e pessoas inocentes. Ele era o carrasco ali.

Quando se levantou sentiu algo se renovando em seu interior, tentou ignorar a dor lancinante no braço e então pegou sua segunda espada e a levantou para o alto admirando o fio; sentia a lâmina do inimigo chegando por trás de sua cabeça, tentando pegá-lo desprevenido, mas com um movimento rápido o fio de sua espada fez uma linha reta e vermelha no rosto do soldado que o atacara fazendo-o cair logo em seguida.

Quando se virou novamente foi como se um botão houvesse sido acionado, Yoongi perdera totalmente a elegância de rei, agora era o carrasco quem estava ali. Ele movimentava as espadas em suas mãos com movimentos rápidos e insanos, berrava e rugia sem ter consciência disso.  De repente, enquanto cortava gargantas e decepava membros gargalhadas sombrias e incoerentes brotavam de seus lábios.

Uma comoção a oeste do reino chamou a atenção do rei de Denver, e enquanto desprendia mais um cadáver de sua lâmina viu mais soldados chegando. Ele limpou o sangue das duas espadas e se preparou para enfrentá-los.

Porém, algo chamou sua atenção. Sobressalente sobre as cabeças a sua frente o machado enorme de Slade dançava impiedoso sobre os inimigos. Jimin o brandia com habilidade, eliminando um número considerável cada vez que o movimentava. Mais homens chegavam à área leste e pouco a pouco o exército de Galarda foi sendo cercado.

Yoongi não fazia ideia de como aquilo teria acontecido, porém sentia-se grato. Não por ele, mas por Namjoon e por Hoseok. Enquanto Jimin se aproximava mais e mais do ponto onde o rei de Denver estava ele deu uma breve olhada para aquele que um dia fora seu guarda real.

Quando ambos os olhares de cruzaram Jimin se limitou a uma reverência respeitosa e rápida, mas não sorriu com triunfo como costumava fazer quando estavam juntos antigamente.

—É uma pena, Sir Jimin_disse Yoongi, quase sussurrando.

Como se deixasse que a dor de perder um amigo lhe inundasse pela primeira vez, Yoongi ergueu suas espadas e mergulhou de volta à escuridão.

...

Hoseok e Sir Taehyung corriam pelo castelo de Galarda. Câmara após câmara, tudo estava vazio e estranhamente quieto nos andares superiores; eles quase não se falaram desde que Taehyung viera de Ophélia a fim de coordenar seus subordinados que lutariam no embate, porém o guarda real sentia apreensão em seu rei. Embora soubesse que era muito difícil para Hoseok toda aquela situação, previa que havia algo a mais, algo totalmente alheio à guerra.

Hoseok também não fizera muita questão de dirigir-lhe a palavra, sentia que poderia cair em pranto a qualquer momento e isso era uma situação que seu orgulho não suportaria. Mais do que nunca estava apreensivo quanto ao que fazer, seu dever seria contar tudo a Taehyung, dizer que se pai na verdade era o antigo rei de Ophélia, o falecido Hoseok II; que ele era bastardo, o bastardo que a rainha Leonor fizera questão de entregar à guarda sem o conhecimento do rei. O bastardo que fora levado para servir como escravo a senhores de terra ainda muito pequeno. O bastardo que salvara sua vida e que passara a ser o seu único amigo no castelo.

Hoseok II estava desesperado por não ter um herdeiro e Leonor não lhe poderia oferecer um, já que era estéril. Desesperada e inconsolável, Leonor desabou frente à Isolda, mãe do rei, para que lhe ajudasse. Então num dia, sem aviso, ela se prostrou frente à rainha com um menino nos braços.

A rainha Leonor jamais lhe perguntara onde ela o conseguiu ou sequer se tinha de fato uma família. Simplesmente o apresentou ao rei, e na situação em que se encontravam, o menino foi tido como único herdeiro do trono de Ophélia.

Isso era o que Hoseok deveria dizer à Taehyung, dizer que o rei que ele sempre respeitara, nem sequer tinha um nome, o rei que ele respeitara era um ninguém sem família. Mas cada vez que pensava em revelar toda a verdade, as ameaças de Arian lhe vinham à mente e ele perdia totalmente o rumo. Ela lhe dissera que se contasse tudo à Taehyung ela arranjaria para que toda a terra de Oraculum se voltasse contra Ophélia e com isso conseguisse sua queda.

O então rei de Ophélia ainda estava concentrado em suas ideias quando avistou Sir Jimin vindo em suas direções. Não pode deixar de notar que ele estava diferente da última vez que o vira, seu cabelo estava mais comprido e havia algumas pequenas cicatrizes em seu rosto bonito. Ele parou e se apoiou nos joelhos para tomar fôlego, o machado de Yoongi preso à suas costas.

—Vossa Majestade, Sir Taehyung, encontrei com Jungkook e ele me disse que o rei Namjoon estava no castelo. Devemos achá-lo para dar suporte.

—Onde está Yoongi, Sir Jimin? Não o vi desde que invadimos. E a propósito de onde você surgiu? Não estava presente no comboio de guerra.

—Creio eu que esteja bem, Vossa Majestade. A última vez que o vi estava lutando contra quatro soldados com o dobro de seu tamanho. Quanto à como cheguei aqui, fui ordenado pelo rei Namjoon para que criasse um pequeno esquema de invasão para o caso de estarmos em desvantagem. Logo, fiz uma visita à Galarda a fim de saber mais sobre o território e sobre o homem com quem estamos lidando. Não foi difícil descobrir que Galarda tem 8 e não 7 portões, então nós invadimos pelo oitavo portão.

—Mas e o exército que está nos atacando agora, como eles poderiam nos atacar sem sequer saber sobre seu próprio território?

—Na verdade, são estrangeiros. Essa foi nossa vantagem, agora temos que ir!

Jimin assumiu o comando do grupo e conforme subiam as escadas e passavam por corredores mais se sentiam perdidos. Foi então que em um dos corredores Jimin parou abruptamente; um guarda estava caído ali, mas ainda respirava. Ele se aproximou da porta do aposento que estava aberta, seguido por Hoseok e Taehyung.

Sir Jimin sentiu o estômago se revirar quando olhou a pintura sobre a cama de dossel. A princesa Yoni estava retratada ali, ainda muito criança com vestes de nobreza e um cetro de prata em suas mãos pequeninas e gordinhas. O quarto luxuoso estava desorganizado e pior do que isso, não mostrava nenhum sinal de que a rainha e a princesa estivessem ali.


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